POÇOS DE CALDAS E SÃO PAULO
(*) THEODIANO BASTOS
Poços de Caldas está localizada ao sul de Minas Gerais, bem próximo da divisa entre São Paulo e Minas Gerais. (São 4, 20h de ônibus do Terminal do Tietê em São Paulo, em estrada de primeiro mundo, obras por todo o percursos). O município está a 1.186m de altitude, na Serra da Mantiqueira e fica dentro de uma cratera de um vulcão adormecido há milhões de anos, informam os geólogos que levaram equipamentos modernos e atestaram: “O vulcão está extinto”... A cidade possui mais de 155 mil habitantes e cerca de 70 milhões de metros quadrados de áreas verdes, além de reservas da Serra de São Domingos. Poços de Caldas, ou Poços, como carinhosamente chamam seus simpáticos e acolhedores habitantes, conta com uma série de pontos turísticos de grande beleza natural, entre os quais destacamos o Recanto Japonês, o Cristo Redentor, que só perde para o do Rio em tamanho, Fonte dos Amores, o teleférico, Relógio Floral, Thermas Antônio Carlos, Basílica N. S. da Saúde e as lindas majestosas praças e parques com expressiva qualidade ambiental e paisagística e um povo hospitaleiro. Poços tem uma grande rede de bons hotéis, destacando-se o majestoso Pálace Hotel e o Hotel Minas Gerais, no qual nos hospedamos por três dias. A cidade é muito freqüentada pelos paulistas, principalmente os que vêm de Campinas e lotam os hotéis de quinta a domingo e na Alta Temporada. Poços faz parte do circuito das Águas e no passado a cidade era procurada por pessoas doentes por suas águas sulfurosas. O tratamento era de 21 dias para tratamento de diversas enfermidades. Chama a atenção dos que visitam a cidade o moderno monotrilho, cujos pilares margeiam o rio que corta a cidade, talvez o único do Brasil, desativado há mais de cinco anos, e que foi construído por uma empresa local para ligar o moderno Terminal de Linhas Urbanas ao Terminal Turístico e Rodoviário, Dois modernos e lindos vagões estão abandonados no Terminal de Linhas Urbanas. Conversamos a respeito com a primeira dama do município, Sra. Marlene, com o assessor do prefeito, José Paulo e por e-mail apelamos ao prefeito Paulo César Silva para que encontrem meios para reativar o monotrilho, porquanto será mais um importante atrativo turístico para a cidade. Pegamos um ônibus circular e fomos conhecer a periferia da cidade e acabamos em Água da Prata, já no estado de São Paulo, passando pelo pátio de embarque de minérios da CBA – Cia. Brasileira de Alumínio.
SÃO PAULO Conheci São Paulo em 1956 quando ainda estava na FAB e servi no Campo de Marte, em Santana, por três meses. Peguei um táxi e fui rever a entrada militar, mas visitas só nos dias de semana e era um domingo. Não conheci mais nada no entorno. Tudo mudou ao longo de tanto tempo. São Paulo naquela época era uma cidade deliciosa, com bondes para tudo quanto era bairro. No Rio Tietê, naquela época, muitos pescavam nas suas margens na Ponte Grande, onde até existia o Clube de Regatas Tietê, no qual eram disputadas as regatas e vejam o que é hoje o Rio Tietê, um esgoto à céu abeto. Na Av. Santo Amaro, um bonde corria sobre trilhos igual ao de uma ferrovia. Não havia ruas. De um lado havia chácaras e do outro um mato ralo e veja o que é hoje a Av. Santo Amaro; uma floresta de prédios. A negócios, voltei muitas vezes a São Paulo ao longo do tempo. Ficamos três dias em São Paulo. Em 21/03/04, assistimos na Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, a solenidade de premiação dos trabalhos que participaram da FEBRACE 7, onde seis alunos e três professores de escolas públicas do Espírito Santo, representavam o estado na FEBRACE 7– Feira Brasileira de Ciências e Engenharia USP/FEBRACE – “Criatividade e Inovação – Escola Politécnica da USP – Universidade de São Paulo – (http://www.lsi.usp.br/febrace/) onde a escola EEEFM CLÓVIS BORGES MIGUEL – Serra, sede – ES, com o Projeto: Robótica na Escola – Lixeira Seletiva Automatizada, tendo como Orientador o Prof. Leonardo Máximino Bernardo e como Alunos: CRISTIANO ARNDT, JÉSSICA LAIZA COELHO e JARLEY MIRANDA teveram o trabalho premiado, para surpresa e honra, porquanto concorria com 280 trabalhos. O mesmo trabalho já havia obtido o primeiro lugar no 3º Concurso Jovem Cientista Capixaba, em Vitória, evento realizado pelo Círculo de Estudo, Pensamento e Ação – CEPA –ES, (do qual sou fundador e presidente), em parceria com a UFES – Universidade Federal do Espírito Santo. Em São Paulo ficamos hospedados num hotel na Av. Consolação, nos Jardins, ao lado da Av. Paulista, coração financeiro do Brasil e da América Latina e assim pudemos ver todo aquele burburinho num entardecer de uma sexta-feira e nos arredores, o contrastes de muitos moradores de rua, alguns em situação deprimente. São recolhidos pela assistência social aos albergues, mas voltam para as ruas. Conhecemos o extraordinário Museu da Língua Portuguesa, na Estação da Luz. Só São Paulo poderia montar algo tão espetacular. É imperdível. Sempre que visito uma cidade, costumo pegar um meio de transporte para conhecer as periferias e desta vez resolvemos pegar no Braz, o trem metropolitano até Rio Grande da Serra, passando pela Mooca, Ipiranga, Tamanduateí, São Caetano, Utinga, Prefeito Saladino, Santo André, Capuava, Mauá, Guapituba, Ribeirão Pires e finalmente Rio Grande da Serra, de onde voltamos no mesmo três. De cinco em cinco minutos sai uma composição, c om modernos vagões, semelhantes aos usados pelo metrô. Vimos muitos prédios de indústrias desativadas que mudaram para o Nordeste, chamando atenção o da cervejaria Antártica em Santo André e a quantidade de composição abandonadas e apodrecidas. Vendedores ambulantes entram e saem dos vagões oferecendo todo tipo de guloseimas e quinquilharias. Teve uma vez que tinham seis ambulantes no mesmo vagão apregoando e um idoso pedindo esmolas usando uma bengala e que foi escorraçado por um passageiro que o conhecia e denunciou como vigarista, pois não tinha nenhuma deficiência física e queria se aproveitar. Não só a capital e como na periferia, São Paulo parece um canteiro de obras. (*)Theodiano Bastos é escritor, autor dos livros: O Triunfo das Idéias, A Procura do Destino e coletâneas e é fundador e presidente da ONG CEPA – Círculo de Estudo, Pensamento e Ação, em Vitória – ES www.proex.ufes.br/cepa
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