terça-feira, 23 de junho de 2015

LULOPETISMO EM DECOMPOSIÇÃO





Sobre Lula, Renan diz que não será ‘comentarista do abismo’

Presidente do Senado defende criação da Autoridade Fiscal Independente para fiscalizar contas e evitar ‘pedaladas’
Presidente do Senado, Renan Calheiros - Givaldo Barbosa / Agência O Globo
BRASÍLIA - Ao se perguntado sobre os ataques do ex-presidente Lula ao governo da presidente Dilma e ao seu gabinete, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), disse que não seria "comentarista do abismo" e que fazer isso não resolve os problemas. Renan disse que é preciso apresentar saídas e, dentro desse raciocínio, anunciou que vai criar a Autoridade Fiscal Independente, para acompanhar as contas do governo e evitar problemas como as chamadas "pedaladas” fiscais. O cargo já está sendo chamado de novo Tribunal de Contas da União (TCU), já que o TCU é um órgão exatamente do Legislativo.
Fonte:  http://oglobo.globo.com/brasil/ (23/06/15)



LULOPETISMO EM DECOMPOSIÇÃO     NO VOLUME MORTO
A pesquisa Datafolha publicada no domingo (21/06/15) mostrou que o governo da presidente Dilma Rousseff é considerado ruim ou péssimo por 65% dos eleitores, um novo recorde negativo da petista que a deixa com uma taxa de reprovação melhor apenas que a de Fernando Collor de Mello às vésperas do impeachment, em 1992. E essa nem foi a pior notícia para o PT. 

Mais que a impopularidade de Dilma, com sutis diferenças já captada nos levantamentos anteriores, o que chamou a atenção desta vez foi o desempenho do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em uma hipotética disputa pelo Planalto.
Se o pleito fosse hoje, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) lideraria a corrida presidencial com 35% das preferências; Lula aparece em seguida, com 25%, à frente de Marina Silva (PSB), com 18%.
É a primeira vez que o petista figura em segundo lugar em uma pesquisa de intenção de voto desde a campanha da reeleição, em 2006. 

Não há dúvida quanto à corrosão do capital eleitoral de Lula: no final de 2013, ele ostentava 56% das preferências; em meados de 2014, 44%. Vista dessa perspectiva, a dilapidação de seu patrimônio em 2005, ano do mensalão, já não parece tão acentuada, com uma queda (depois revertida) de 44% para 29% em 12 meses. 

Tais números decerto ajudam a entender as, digamos, liberdades que o ex-presidente passou a se permitir nos últimos dias. Na semana passada, em encontro com um grupo de padres e dirigentes de entidades religiosas em seu instituto, criticou o governo Dilma como se a ele fizesse oposição. 

Segundo o jornal "O Globo", Lula disse, por exemplo, que ninguém se recorda da última boa-nova que a gestão petista deu ao Brasil. As más notícias listadas pelo ex-presidente, porém, eram várias: da inflação ao aumento de tarifas controladas, passando por denúncias de corrupção e pelo descumprimento de promessas de campanha.
Como se a mensagem não tivesse sido clara o bastante, Lula voltou à carga nesta segunda (22). No seminário "Novos desafios da democracia", promovido por seu instituto, sustentou que o PT deveria passar por uma revolução, incorporando quadros jovens e ideias frescas. 

"Eu, que sou uma figura proeminente do PT, tenho 69 [anos], estou cansado. Estou falando as mesmas coisas que falava em 1980", asseverou, não sem condenar um pragmat
ismo excessivo na sigla. "A gente só pensa em cargo, só pensa em emprego, só pensa em ser eleito, ninguém trabalha mais de graça." 

A começar do próprio Lula, talvez seja o caso de acrescentar. Como o ex-presidente afirmou na última semana, ele sabe que está no "volume morto", ao lado de Dilma Rousseff e do PT. Sabe também, mas isso não disse, que a previsão do tempo não é favorável ao governo –e por isso mesmo terá escassas chances em 2018 se não começar a se distanciar de sua pupila.
editoriais@uol.com.br (23/06/15)

sábado, 20 de junho de 2015

LULA É O PRÓXIMO ALVO



OPERAÇÃO LAVA - JATO: LULA É O PRÓXIMO ALVO
Lula diz a aliados que será próximo alvo do juiz Moro

Frase do dia
O PT precisa urgentemente voltar a falar pra juventude tomar conta do PT. O PT está velho. Eu, que sou a figura proeminente do PT, já estou com 69 (anos), já estou cansado, já estou falando as mesmas coisas que eu falava em 1980
Lula Em23/06/15
CATIA SEABRA, BELA MEGALE, VALDO CRUZ, ANDRÉIA SADI e
NATUZA NERY, Folha de São Paulo, de Brasília
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse a aliados que a prisão dos presidentes da Odebrecht e da Andrade Guiterrez é uma demonstração de que ele será o próximo alvo da operação Lava Jato. Lula também reclamou nesta sexta-feira (19) do que chamou de inércia da presidente Dilma Rousseff para contenção dos danos causados pela investigação.
Ainda segundo seus interlocutores, Lula se queixa da atuação do ministro-chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, que teria convencido Dilma a minimizar o impacto político da operação.
Nas conversas, ele se mostra preocupado pelo fato de não ter foro privilegiado, podendo ser chamado a depor a qualquer momento. Por isso, expressa insatisfação que o caso ainda esteja sob condução do juiz Sérgio Moro.
Para petistas, os desdobramentos podem afetar o caixa do partido e por em xeque a prestação de contas da campanha da presidente. A detenção de Marcelo Odebrecht e Otávio Azevedo colocou a cúpula do PT em "estado de alerta" e preocupa o Palácio do Planalto pelos efeitos negativos na economia.
Para assessores do ministro Joaquim Levy (Fazenda), o "ritmo da economia, que já está fraco, ficará mais lento".
No entanto, a estratégia adotada pelo partido e pelo governo foi a de afirmar que, dada influência das duas empreiteiras, a investigação atingirá as demais siglas, incluindo o PSDB.
Nessa linha, um ministro citou o nome da operação "Erga Omnes" (expressão em latim que significa "para todos") para afirmar que não só o PT será afetado.
Durante a campanha presidencial de 2014, segundo esses interlocutores do governo, ambos executivos fizeram chegar reservadamente ao Planalto a sua intenção de votar na oposição.
Nesta sexta, Lula manteve sua agenda: um almoço com o ministro da Educação, Renato Janine, e o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, além do secretário municipal de Educação, Gabriel Chalita. Segundo participantes, ele exibia bom humor.
Apesar do argumento de que outros partidos serão afetados, a tensão é maior entre petistas. Desde o fim de 2014, a informação, que circulava no meio empresarial e político, era de que Marcelo Odebrecht não "cairia sozinho" caso fosse preso.
A empresa sempre negou ameaças. Entre executivos e políticos, contudo, as supostas ameaças eram vistas como um recado ao PT dada a proximidade entre a Odebrecht e Lula –a empresa patrocinou viagens do ex-presidente ao exterior, para tentar fomentar negócios na África e América Latina.
Um dos presos é Alexandrino Alencar, diretor da Odebrecht que acompanhava Lula nessas viagens patrocinadas pela empreiteira. Integrantes dizem que "querem pegar Lula". Lula também se encontrou com executivos da Odebrecht no exterior.

quarta-feira, 17 de junho de 2015

PETISTAS USARAM COMPUTADORES DO SERPRO NA ELEIÇÃO PRESIDENCIAL



Justiça aponta petista como autor de ataques a Aécio em rede social
DANIELA LIMA, Folha de São Paulo
Redes do Ministério da Fazenda e do Serpro, estatal responsável pelo sistema de tecnologia da informação de todo o governo federal, foram usadas por um petista que a Justiça diz ter disseminado mensagens com acusações de que o senador Aécio Neves (PSDB-MG) traficava e consumia drogas.
As informações estão em dados entregues pelo Twitter ao judiciário de São Paulo, após processo aberto pelo tucano contra usuários do site.
O perfil do responsável pelas postagens nesses órgãos é o do chefe da divisão de "projetos e tecnologias educacionais" do Serpro em Belo Horizonte, Márcio de Araújo Benedito.
Filiado ao PT, ele integra a comissão de ciência e tecnologia da sigla em Minas. O perfil mantido por ele na rede social está entre os 55 que foram alvo de uma ofensiva judicial de Aécio, durante a campanha presidencial do ano passado. O tucano disputou a eleição contra a presidente Dilma Rousseff.
Na ação, Aécio pediu a quebra do sigilo de dados dos perfis para tentar identificar os autores das postagens.
O juiz Helmer Augusto Toqueton Amaral determinou que o Twitter entregasse os dados ao tribunal e, depois de analisar o conteúdo, autorizou o acesso dos advogados de Aécio aos dados de 20 usuários.
Ele concluiu que esses perfis produziram conteúdos que vincularam Aécio ao tráfico e ao consumo de drogas, o que daria ao tucano o direito de identificar os detratores.
De acordo com os dados entregues à Justiça, o petista também usou equipamentos da Rede Nacional de Ensino e Pesquisa, uma organização social ligada aos Ministérios da Educação e da Ciência e Tecnologia. Ele acessou as redes dos órgãos por mais de três meses e usou estruturas de três Estados diferentes: Rio de Janeiro, Mato Grosso do Sul e Brasília.
Todos os órgãos citados negaram vínculo com o caso.
Procurado pela reportagem, Márcio Benedito negou ter feito "comentários que possam ser interpretados" como uma vinculação de Aécio ao tráfico e uso de drogas.
Notificado em setembro, ele diz que não apagou qualquer mensagem, embora publicações relacionadas nos dados entregues à Justiça não apareçam quando buscadas em sua conta. (Leia abaixo)
Em outro caso que corre em segredo de Justiça no Ministério Público apura o uso de um e-mail –que funciona como contato com jovens inscritos em um programa de assistência social do governo federal em Guarulhos (Grande São Paulo), cidade comandada pelo PT há 14 anos– para abastecer um dos perfis falsos do Facebook que vinculava Aécio a drogas e álcool.
OUTRO LADO
Márcio de Araújo Oliveira negou ter feito publicações que vinculassem Aécio Neves (PSDB-MG) ao uso e tráfico de drogas. "Meus comentários se restringiram a emitir opinião sobre as administrações de Minas", disse.
Ele afirma que "apenas os IPs [números que identificam o computador usado] não são suficientes para concluir que usou os equipamentos para atacar o tucano e que sua conta no Twitter é pessoal.
A Fazenda disse que vai abrir uma apuração interna sobre o caso. O Serpro afirmou que "repudia qualquer descumprimento à legislação" e informou que provê acesso à rede interna e de wi-fi, mas a utilização é "de responsabilidade de quem faz o acesso".
A Rede Nacional de Ensino e Pesquisa forneceu dados sobre seus equipamentos à Justiça e diz que, como provedora, não tem responsabilidade pelas publicações feitas a partir de sua rede.
- Veja a íntegra das alegações de Márcio de Araújo Benedito, servidor do Serpro que integra a lista de usuários do Twitter que, segundo a Justiça de São Paulo, usaram as redes sociais para disseminar mensagens vinculando o senador Aécio Neves (PSDB-MG) ao uso, apreensão e tráfico de drogas.
Folha - O sr. usou as redes desses órgãos para fazer postagens contra o senador Aécio Neves, vinculando-o ao uso de drogas, tráfico e apreensão?
Márcio de Araújo Benedito - Não. Primeiramente porque não fiz nenhum tipo de comentário que possa ser interpretado dessa forma. Meus comentários se restringiram a emitir a minha opinião sobre as administrações de Minas, fazendo uso de minha liberdade de expressão e pensamento. É preciso cuidado pois apenas os endereços IPs não são suficientes para juntar uma coisa a outra. Não tive tempo de verificar, pois alguns locais são diferentes de onde trabalho.
Que cargo o sr. ocupa no Serpro? Há quanto tempo trabalha no órgão?
Trabalho desde 2007, admitido por concurso público.
O sr. editou sua conta, apagando postagens que poderiam ser consideradas ofensivas ao senador?
Não, meu perfil continua igual sem nenhuma postagem apagada.
O sr. chegou a ser procurado pelo órgão em que trabalha para tratar da ação que o senador tucano move contra usuários do Twitter?
Não. Até porque minha conta é pessoal e não se mistura com nada do meu trabalho.
Os advogados do senador alegam na ação que ele move na Justiça que o sr. atuou em rede com outros perfis do Twitter para denegrir a imagem dele na internet. Como o sr. recebe essa acusação?
Recebo com estranheza, pois não conheço nenhum dos outros perfis. Alguns eu sigo por afinidade,mas outros nem sigo. Além disso, como já disse, o que falo é baseado em minhas opiniões, sem nenhuma influencia de grupos ou redes. Não atuo em rede nenhuma, seja pra o que for.






Diretor de ministério também postou mensagens vinculando Aécio a drogas
DANIELA LIMA, Folha de São Paulo
Um diretor do Ministério do Desenvolvimento Social é dono de um perfil em redes sociais que, segundo a Justiça de São Paulo, disseminou mensagens na internet vinculando o senador Aécio Neves (PSDB-MG) a apreensão de drogas.
Luiz Müller é militante do PT do Rio Grande do Sul e ocupa o cargo de diretor de inclusão produtiva na pasta. Sua área é vinculada à Secretaria Extraordinária de Superação da Extrema Pobreza (SESEP).
O petista é um dos alvos da ação que o tucano move na Justiça desde o ano passado para ter acesso aos dados de internautas que publicaram mensagens em redes sociais vinculando Aécio ao consumo ou tráfico de drogas. Seu perfil está entre os que o juiz Helmer Augusto Toqueton Amaral determinou a quebra de sigilo por entender que, dado o conteúdo de algumas mensagens, Müller vinculou o senador a "apreensão" de drogas.
É o segundo caso de um servidor federal que atuou nas redes durante a campanha presidencial de 2014 e acabou alvo da ação movida por Aécio.
Como revelou a Folha nesta quarta (17), redes do Ministério da Fazenda e do Serpro, estatal responsável pelo sistema de tecnologia da informação de todo o governo federal, foram usadas por um petista, Márcio de Araújo Benedito, que a Justiça diz ter disseminado mensagens com acusações de que o senador Aécio Neves (PSDB-MG) traficava e consumia drogas.
Benedito é chefe da divisão de "projetos e tecnologias educacionais" do Serpro em Belo Horizonte.
A reportagem não conseguiu localizar Müller por telefone, mas ele publicou um texto em um blog, em setembro do ano passado, após ser notificado da ofensiva judicial de Aécio. No artigo, ele condena a iniciativa do senador e se defende das acusações.
"Reproduzo no perfil do Twitter textos deste e de outros blogs, com conteúdo e argumentos. Nunca fiz nenhuma 'acusação' a ninguém e a nenhum candidato", escreveu Muller. "Publico neste blog e repercuto no Twitter ideias e propostas e contesto com argumentos, ideias e propostas das quais eu discordo", afirmou.
Ele afirmou no texto que "os representantes do neoliberalismo têm medo dos que professam ideias. Por isto acusam a mim e a outros tuiteiros". "Querem calar os que contestam o entreguismo do patrimônio nacional, explícito em seus programas. Não me calarão. Ajudei a construir o PT. E junto com tantos milhões de Brasileiros ajudamos a eleger um operário e uma mulher para a Presidência da República", concluiu.                                    Fonte: Folha de São Paulo, 17/06/2015