sábado, 31 de agosto de 2013

RESGATE EM LA PAZ - PERGUNTAS A SEREM RESPONDIDAS




RESGATE EM LA PAZ 2
Há interrogações demais no noticiário. Há também muitas meias verdades. E o perigo da meia verdade, como se sabe, é o governo dizer exatamente a metade que é mentira. Para evitar fazer papel de bobo, você precisa cobrar meia dúzia de respostas:
1. Por que Dilma Rousseff não exigiu para Roger Pinto o que Evo Morales aceitou para Edward Snowden?

Reunidos em 12 de julho na cidade de Montevidéu, os presidentes dos países-membros do Mercosul assinaram uma valente declaração conjunta. No texto, solidarizaram-se com os países que haviam oferecido asilo político a Edward Snowden –entre eles Venezuela, Bolívia e Equador.
Subscrito por todos, inclusive por Dilma Rousseff e Evo Morales, o documento defende “o direito de todo Estado soberano de conceder asilo a qualquer cidadão conforme as normas de direito internacional.” Mais: “É fundamental assegurar que seja garantido o direito dos asilados de transitar com segurança até o país que tenha concedido o asilo.”
No caso do senador boliviano, Dilma exerceu “o direito soberano” do Brasil de conceder-lhe asilo político. E Evo provou que asilo no governo dos outros é refresco. Negou ao desafeto Roger Pinto o salvo-conduto que lhe permitiria “transitar com segurança” até a fronteira com o Brasil.
Nessa hora, Dilma deveria ter puxado Evo para um canto. Perguntaria: “Meu querido, por que não aplicarmos ao caso do senador Roger, seu inimigo, a mesma fórmula que aprovamos para o Snowden, inimigo do Barack Obama?” Ao silenciar, a presidenta fez do seu governo uma batalha no escuro entre soldados desorientados e comandantes bêbados.

2. Por que o Itamaraty ignorou avaliação médica que apontava deterioração do Estado de saúde do senador boliviano?

No último dia 19 de agosto, uma segunda-feira, o diplomata Eduardo Saboia, embaixador interino do Brasil na Bolívia, enviou uma mensagem da embaixada em La Paz para o Itamaraty. No texto, informava sobre a deterioração do estado geral de Roger Pinto Molina. O senador boliviano aparentava desânimo, comia pouco e falava em suicídio.
Saboia pediu orientação aos seus superiores. Deveria chamar um médico para examinar o “hóspede” do governo brasileiro na própria embaixada? Levá-lo a um hospital na Bolívia, com o risco de vê-lo preso? Enviá-lo para tratar-se no Brasil não seria uma opção? O Itamaraty autorizou seu homem em La Paz a providenciar atendimento ao senador nas dependências da embaixada.
Na quinta-feira (22), Saboia informou a Brasília os resultados do exame. Entre outros problemas, Roger Pinto apresentava: baixa resistência imunológica, sinais de depressão, pressão alta, alteração nos batimentos cardíacos e inapetência. Teria de submeter-se a uma bateria de exames e a um bom tratamento. O Itamaraty emudeceu.

No dia seguinte, sexta-feira (23), Saboia apertou o botão de “seja o que Deus quiser” e deflagrou a operação de fuga que levaria o líder da oposição a Evo Morales até Corumbá (MS) e, dali, para Brasília. O diplomata informara ao Itamaraty que, num quadro extremo, não descartava a hipótese de tomar medidas de “contingência”. Para bom entendedor, suas meias palavras bastavam.
3. Os fuzileiros navais que escoltaram o senador boliviano até o Brasil fizeram isso com autorização de quem?

No Estado brasileiro, só uma corporação devota mais respeito à hierarquia do que os diplomatas: os militares. Nos 1.600 km que separam La Paz de Corumbá (MS), o fugitivo Roger Pinto e seu acompanhante Eduardo Saboia foram escoltados por dois fuzileiros navais brasileiros.
Ou a dupla de soldados rasgou o manual ou o chanceler Antonio Patriota deveria ter sido mandado ao olho da rua com acompanhantes. Eis as sub-interrogações que boiam na atmosfera: o comando da Marinha não foi avisado? O ministro Celso Amorim (Defesa), ele próprio um diplomata de carreira, foi mantido no escuro?
4. Quem acionou a Polícia Federal?

Após cruzar a fronteira brasileira, Roger Pinto e o comboio da fuga instalaram-se num hotel em Corumbá (MS). Passaram cerca de oito horas na cidade antes que o senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES) pousasse no aeroporto local um jato que tomara emprestado para resgatar o colega boliviano. Em entrevista ao blog, Ferraço contou:
“Fui abordado por um agente da Polícia Federal. Eu me identifiquei, dei meus documentos. O cara ligou para o superior dele. Dali a mais ou menos uma hora, chegou o agente com o senador boliviano. […] Umas sete pessoas davam segurança a ele. Cinco agentes da Polícia Federal, bem armados, e os dois fuzilileiros navais que o haviam acompanhado desde La Paz.”
Quem acinonou a Polícia Federal? “Eu não tenho esse detalhe”, disse Ferraço. “Sei que o Saboia estava tentando fazer contato com o ministro Celso Amorim [Defesa], com o José Eduardo Cardozo [Justiça]. Não sei se conseguiu.” Se Saboia conseguiu, o petista Cardozo sabia da encrenca. Se não conseguiu, alguém sapateou em cima da ‘autoridade’ do titular da Justiça.
5. Por que Patriota apanha sozinho na Esplanada?

Ao “punir” Antonio Patriota transferindo-o para a representação brasileira na ONU, em Nova York, Dilma lavou o bebê e jogou fora a água do banho. Se não fizer nada com Celso Amorim, superior dos fuzileiros que escoltaram o fugitivo, jogará fora o bebê junto com a água do banho. Se além de Amorim a presidente poupar o petista José Eduardo Cardozo, roçará o inusitado: com bebês demais à sua volta, Dilma se auto-arremessará bem longe. Sem água e sem banho.
6. Por que a polícia da Bolívia não prendeu o senador fugitivo em cinco postos de fiscalização?

No trajeto entre La Paz e Corumbá, o senador Roger Pinto e seus acompanhantes tiveram de passar por pelo menos cinco postos policiais. Parados e observados, não foram importunados. Numa inspeção, um policial chegou a lançar fachos de lanterna no interior do carro. E nada. Cruzaram a froteira sob céu claro. Nenhum entrevero.
Líder da oposição a Evo Morales, Roger Pinto é personagem manjado em seu país. Ora, se a polícia de Evo Morales não algemou sua presença de espírito, não pode agora reclamar da sua ausência de corpo.


 Fonte: Circula nas redes sociais

quarta-feira, 28 de agosto de 2013

RESGATE EM LA PAZ



AMÉRICA DO SUL ESTÁ CONVULSIONADA




O CASO DO SENADOR BOLIVIANO ASILADO NA ENBAIXADA DO BRASIL EM LA PAZ nos leva a constatar que:



Na Argentina, Venezuela, Bolívia e Equador, há governos autoritários e que trabalham com método para impedir a crítica e a veiculação de notícias objetivas que lhes desagradem. No Brasil há esse mesmo desejo dos atuais detentores do poder, ainda não concretizado. Mas o Brasil, de governo populista, como todos nós sabemos, tem se mostrado solidário com o que ocorre em Cuba, Venezuela, Bolívia, Equador e Argentina.
No caso do RESGATE EM LA PAZ e na contratação dos médicos cubanos, a polêmica ainda está no início, mas essa novela terá vida longa.
Vejam os comentários abaixo:
“O governo tem o dever de condecorar o ato de bravura e de respeito aos direitos humanos do diplomata brasileiro Eduardo Saboia, em vez de abrir inquérito para investigar sua conduta, segundo afirmou o deputado Bruno Araújo (PSDB-PE) em pronunciamento na Câmara.
Araújo considera que Sabóia precisa ser saudado pela iniciativa corajosa ao ter acompanhado o senador boliviano Roger Pinto até Corumbá (MS), na fronteira do Brasil com o país vizinho. “Ele tomou uma atitude corajosa no sentido de preservar, em última análise, uma própria decisão de Estado brasileiro, que era conceder o asilo diplomático ao senador Roger Pinto”, observou.
O governo deveria era reconhecer o gesto do diplomata e outorgar a ele a condecoração da Medalha do Rio Branco. “No fundo, nós deveríamos assistir por parte do Itamaraty uma recomendação para a entrega da Medalha do Rio Branco a esse funcionário público que tomou a iniciativa, sobretudo que um país que preserva a relação de direitos humanos. Vendo a situação em que se encontrava o senador Roger Pinto refém na embaixada brasileira, de forma corajosa cuidou do transporte até a fronteira com o Brasil e hoje o senador Roger Pinto cumpre seu asilo aqui no país”, afirmou o ex-líder do PSDB na Casa.
Segundo Araújo, o embaixador brasileiro Eduardo Sabóia era a autoridade que detinha lá na Bolívia as prerrogativas claras de decidir entre uma ação humanitária e submeter a burocracia diplomática e tomar as medidas objetivas. De acordo com o tucano, o Estado brasileiro tem a tradição de proteger a adversidade política, e aquele asilo concedido pelo Brasil era o reconhecimento que a adversidade política não poderia ser objeto de uma perseguição por parte do presidente boliviano Evo Morales ao senador.”
Existe algo de podre no reino da Bolívia
Teresa Barros
“O céu desabou para um brasileiro chamado Antônio, que é patriota até no nome. Não o conheço pessoalmente – apenas vejo sua discrição e refinamento no trato com os jornalistas. Sei das brigas com a presidente Dilma e dos desaforos que levou da chefe da Nação, o que deve ter aterrorizado o agora ex-chanceler – visivelmente incapaz de dar um grito ou soltar um palavrão até mesmo em casa. Sei também que é um diplomata experiente e preparado, tanto que “caiu pra cima”, como se diz, ganhando, após ser “demitido”, a representação do Brasil na ONU. Do que sei e do que não sei, salta-me uma dúvida elementar que também deve saltar aos olhos de quem raciocina com alguma lógica.
Se o senador de oposição boliviano Roger Pinto recebeu do Brasil o sagrado direito internacional de asilo, mas ficou por mais de um ano recolhido a uma “cela” de 20 metros quadrados na nossa embaixada em La Paz porque o presidente Evo Morales não lhe dava o salvo-conduto, o que deveria ter feito o Brasil do chanceler Patriota e da presidente Dilma? Mostrar que não somos uma república de cocaleiros e que o prezado companheiro do Mercosul deve cumprir a lei internacional que agora exige para si, como se ultrajado fora. Mas, não. Arrastaram-se negociações em meio a uma crise pela soltura de torcedores do Corinthians, de um avião da FAB revistado como se nele estivessem perigosos traficantes de drogas e não o ministro da Defesa Celso Amorim, e tocou-se o bonde, que dia após dia continuou passando à porta da embaixada do Brasil com o senador Pinto esperando o salvo-conduto.
Sei que o bravo diplomata brasileiro Eduardo Saboia deu um “basta” a tanta lenga-lenga e trouxe “na marra” o desafeto de Morales, para mostrar ao mundo que o Brasil cumpre as leis internacionais não só de asilo, mas de direitos humanos. A presidente está brava porque Saboia agiu por contra própria, arriscando a vida do asilado sem o necessário salvo-conduto. Sei que os serviços de Inteligência do Brasil e da Bolívia não honram o nome que ostentam, porque nada detectaram de anormal na movimentação de uma sede diplomática em plena capital boliviana.
Não sei quem se saiu pior na história, mas certamente o diplomata não foi. Ele pagará caro pela atitude de apressar um processo que evidencia não só a suposta tibieza do refinado Patriota, mas também a tardia reação de sua chefe que, acho que sei, conhece as regras do jogo do esperto parceiro, que oficializou carros roubados de brasileiros e nacionalizou refinarias da Petrobras “na marra”. Morales agora terá um caso internacional para chamar de seu na imprensa internacional, deixando o “mico” na mão de Dilma. Ela não sabia. Mas eu sei que quem nunca sabia de nada era o ex-presidente Lula.”

Comentário de Francisco Alves sobre o texto acima:
A administração petista foi e é de uma incompetente cavalar. Uma política externa acovardada que não garante os interesses do Brasil lá fora, melhor dizendo, sem uma política externa e interna. Uma conta simples para mostrar a dimensão da política nociva do PT. O PIB da Bolívia é de apenas 2,2% (2012) do PIB do Brasil.Expropria a PETROBRAS, força a passagem do gasoduto Bolívia/argentina pelo território brasileiro e aumenta o preço do gás que vende para o Brasil. O que é que nos podemos esperar de um desgoverno como esse. Só lamentar."

Dilma deveria saber que há várias formas de tortura, além de choques elétricos e pau-de-arara no DOI-Codi. Ficar em um cubículo por 452 dias, sem direito a visita e com restrições a banho de sol, por exemplo.

sexta-feira, 23 de agosto de 2013

MEDICOS CUBANOS:GRANDE POLÊMICA



GRANDE POLÊMICA COM A CONTRATAÇÃO DOS MÉDICOS CUBANOS

REPERCUSSÃO
A entrada massiva de médicos estrangeiros é rejeitada pelas entidades médicas, que criticam o fato de o governo brasileiro dispensar os médicos formados no exterior da revalidação de seus diplomas.
Em nota divulgada logo após o anúncio do acordo com Cuba, o CFM (Conselho Federal de Medicina) classificou a decisão de "eleitoreira, irresponsável e desrespeitosa".
"Trata-se de uma medida que nada tem de improvisada, mas que foi planejada nos bastidores da cortina de fumaça do malfadado programa Mais Médicos. O anúncio de nesta quarta-feira coloca em evidência a real intenção do governo de abrir as portas do país para profissionais formados em Cuba, sem qualquer avaliação de competência e capacidade. Estratégia semelhante já ocorreu na Venezuela e na Bolívia, com consequências graves para estes países e suas populações", diz a nota.
Serão cidadãos de segunda classe os 4 mil médicos cubanos, que receberão da ditadura castrista apenas 7% dos R$ 10 mil pagos pelo Ministério da Saúde: o artigo 5º da Constituição diz que estrangeiros e brasileiros têm iguais direito à vida, liberdade, igualdade e segurança. Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/
Anunciada pelo Ministério da Saúde na quarta (21), a “importação” de 4 mil médicos cubanos ao Brasil desperta, além de controvérsias sobre a legalidade da contratação, expectativa sombria sobre a continuidade do serviço, através da Organização Panamericana de Saúde e seu braço-direito cubano privado, a Servimed: a possibilidade de deserção. Mas Cuba contorna o “problema” com um passaporte válido apenas na ilha.
Alerta vermelho - Presidente nos EUA da ONG Cuba Archive, a cubana Maria Werlau diz que o “passaporte vermelho” substitui papéis retidos por “supervisores”.
  • Grande irmão - Muitos médicos se inscrevem em Cuba visando possível fuga, mas o controle depende do país: cerca de 2 mil fugiram entre 2006 e 2010.
  • Porta fechada - Se aplicada aqui a “Lei de Tarso” (Genro), que deportou dois pugilistas cubanos que queriam asilo, o “passaporte vermelho” está descartado.
  • Vai vendo - Lula e Dilma são a prova viva da eficiente medicina cubana: curaram o câncer em São Paulo, mas Hugo Chávez morreu da doença em Cuba.
  • Menos iguais - Serão cidadãos de segunda classe os 4 mil médicos cubanos, que receberão da ditadura castrista apenas 7% dos R$ 10 mil pagos pelo Ministério da Saúde: o artigo 5º da Constituição diz que estrangeiros e brasileiros têm iguais direito à vida, liberdade, igualdade e segurança.”                                                                      Fonte: http://diariodopoder.com.br/Cláudio Humberto
  • QUEM SÃO? 
  • Diz Reinaldo Azevedo de Veja: "
  • Os médicos que chegarão ao Brasil já atuaram em democracias bolivarianas exemplares como Venezuela, Bolívia e Equador. Conheço bem a questão por razões que não vêm ao caso. Se os jornalistas investigativos forem apurar (eu só investigo a falta de lógica), vão descobrir que Cuba tem uma espécie de exército de jaleco para trabalhar mundo afora. Todos eles, sem exceção, são filiados ao Partido Comunista e considerados “quadros” do regime. Não! Não se trata de inferir que, no Brasil, tentarão fazer a revolução ou implantar o comunismo. Isso é besteira. A questão é de outra natureza
    Em todos os países onde atuam, eles se tornam, aí sim, prosélitos do governo que os importou. Se assim não agem por vontade, fazem-no porque não têm alternativa. Os países que os abrigam não fazem contrato com eles, mas com ditadura cubana. A Organização Pan-Americana de Saúde entra na história apenas para, como direi?, lavar a natureza do acordo indecente. Indecente?
    ·         Sim! O Brasil pagará R$ 10 mil por cubano importado — e esse dinheiro será repassado a Cuba. A ilha, então, se encarregará de pagar os médicos. Esse mesmo tipo de contrato vigorou com a Venezuela, Equador e Bolívia. Os médicos chegam sem suas respectivas famílias. Nem sonham, portanto, em desertar. A atividade, no entanto, rende um pouco mais dinheiro do que permanecer naquela ditadura paradisíaca.
    ·         Atenção! Embora trabalhando para o sistema público de saúde no Brasil, os médicos obedecem ao comando de cubanos. Estarão por aqui, mas sob a estrita vigilância de bate-paus do Partido Comunista. Deles se exige que, no contato com as comunidades pobres, sejam agentes de propaganda do governo. É evidente que, caso criasse as condições para interiorizar médicos brasileiros, Padilha não contaria com essa sujeição.
    ·         E por que os cubanos se submetem? Ideologia? Não necessariamente. É que não têm alternativa. Para o seu futuro e o de sua família, ficar na ilha é pior. O Brasil não terá nenhum controle dos médicos que vão entrar ou sair. Serão os cubanos a decidir quem fica e quem vai . Como eles não terão o seu diploma validado aqui, não têm como, por exemplo, abandonar o programa e passar a clinicar por conta própria.
    ·         ENTÃO VEJAM QUE MARAVILHA! OS CUBANOS SÓ SÃO CONSIDERADOS APTOS A TRABALHAR AQUI SE ESTIVEREM LIGADOS AO GOVERNO DA ILHA. SEM ISSO, NÃO!"
     

Advogado-geral da União diz que médicos cubanos não terão direito a asilo

Segundo Adams, caso peçam refúgio no País, os profissionais do programa Mais Médicos serão devolvidos à Cuba (23 de agosto de 2013)

O advogado-geral da União, Luís Inácio Adams, afirmou nesta sexta-feira, dia 23, que nenhum dos 4 mil médicos cubanos contratados por meio do convênio com a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) receberá asilo diplomático caso faça o pedido após desembarcar no Brasil. “Nesse caso, parece-me que não teriam direito a essa exceção. Eles seriam devolvidos”. O advogado-geral da União diz acreditar que isso não vai acontecer. “São pessoas que estão entrando no País não como refugiados. São profissionais que têm de respeitar as regras do convênio com a Organização Pan-Americana da Saúde."
Adams disse ainda que os médicos cubanos correm o risco - como qualquer estrangeiro - de serem deportados caso participem de manifestações públicas violentas no País. “Mas se for pacífica, não vejo problema algum.” De acordo com ele, cada município que receber esses médicos terá de providenciar alojamento e alimentação aos profissionais. Ele afirmou que as cidades já estão preparadas para fornecer moradia aos cubanos.
O governo federal vai contratar 4 mil médicos cubanos em um convênio com a Organização Panamericana de Saúde (Opas), segundo informações do Ministério da Saúde. Os profissionais irão suprir as vagas não preenchidas no programa Mais Médicos.
Em um primeiro momento, virão 400 médicos para 701 municípios, a maioria do Norte e Nordeste do País. O investimento será de R$ 511 milhões até fevereiro de 2014.  
De acordo com o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, o Brasil repassará à Opas a mesma quantia que pagará aos brasileiros: R$ 10 mil por mês e até R$ 30 mil de custos de mudança. A diferença é que os cubanos verão uma pequena parte desse dinheiro.  
Todos os recursos serão entregues ao governo cubano, que fará o pagamento - em média, em outros contratos semelhantes, os profissionais ficam com 30%. Padilha, no entanto, afirma que não cabe ao governo brasileiro questionar o método e que não sabe qual será o salário dos cubanos.  
O representante da OPAS no Brasil, Joaquín Molina, responsável direto pela negociação, também disse não saber quanto os profissionais ganhariam. “A preocupação do ministério é que esses profissionais tenham qualidade para fazer o atendimento e condições de atender bem a população", afirmou o ministro, lembrando que os profissionais receberão moradia e alimentação dos municípios onde vão trabalhar.  
A chegada dos primeiros 400 profissionais foi adiantada, para que pudessem participar da primeira rodada de treinamento e avaliação, de três semanas, nas oito universidades que participam do programa.  
O Ministério da Saúde pediu, e teria conseguido, médicos com residência em saúde da família, que tivessem experiência internacional e em países de língua portuguesa, de preferência que tivessem atuado com o Brasil em ações no Haiti e possuam experiência também na região amazônica.
Inscrições. O programa Mais Médicos busca incentivar a ida de profissionais para as periferias das grandes cidades e para o interior do País e prevê a contratação de estrangeiros.
Duramente criticado pela categoria, o programa teve, na sua primeira seleção, um total de 1.618 médicos inscritos - número que representa apenas 10,5% da demanda de 3.511 cidades. Desse total, 522 profissionais atuam hoje no exterior.
Segundo o Ministério da Saúde, a previsão é de que sejam atendidos cerca de 6,5 milhões de usuários do Sistema Único de Saúde (SUS).
Contrato com médicos cubanos é como 'trabalho escravo', diz federação de São Paulo
As principais entidades médicas do país elevaram o tom das críticas ao governo diante do acordo para a vinda de 4.000 cubanos.
O CFM (Conselho Federal de Medicina), a Fenam (Federação Nacional dos Médicos) e a AMB (Associação Médica Brasileira) contestam que estrangeiros atuem no país sem que antes passem por rígidos testes de conhecimento da área e da língua.
Segundo Geraldo Ferreira, presidente da Fenam, a qualidade dos profissionais é "extremamente duvidosa" e a forma de contratação desses médicos tem "características de trabalho escravo".
Para Ferreira, a atuação de cubanos em outros países da América Latina se assemelha a uma "brigada militar".
"O melhor caminho para o preenchimento de vagas de médicos, onde eles não estejam, é o concurso médico nacional, com contratação pelo governo federal e distribuição desses profissionais para os municípios."
O presidente do CFM, Roberto D'Ávila, afirmou que a medida é "eleitoreira".
Ele diz que a medida "poderá causar um genocídio", mas ressaltou que os conselhos vão fiscalizar os estrangeiros. "Vamos à Justiça para barrar os registros desses profissionais e tentar caracterizar exercício ilegal da medicina", declarou.