Theodiano
Bastos
O candomblé possui cerca de 16 Orixás, desde que considerados também os chamados Ibeji, conhecidos como os Orixás infantis. (Dos 300 existentes na África Ocidental) as entidades cultuadas no candomblé e na umbanda – corresponde a um ou mais santos católicos. Universo povoado de entidades espirituais (ou guias) que entram em contato com os homens através de um iniciado ou médium que os incorpora, como no espiritismo. Cada um deles atua em sua própria simbologia, possuindo caraterísticas próprias, representações e ocupações; á eles também são atribuídos dias específicos da semana para os cultos nos terreiros. Ainda que seu número pareça fixo, até os dias atuais não foi possível enumerar todos os deuses e representações desta crença, podendo ser estipulado um número até mesmo superior a 400 entidades, se consideradas todas as tribos africanas praticantes.
Dá para explicar essa ligação contando um pouco da
história do período colonial no Brasil. Naquela época, chegaram ao país os
primeiros africanos de origem iorubá, um povo que ocupava a região onde hoje
ficam Nigéria, Benin e Togo. A religião dos iorubás era o candomblé, mas eles
aportaram no Brasil como escravos e não podiam cultuar suas divindades
livremente – você sabe, a religião oficial do país era (e é) o catolicismo. Por
causa dessa proibição, os escravos começaram a associar suas divindades com os
santos católicos para exercerem sua fé disfarçadamente. Como os santos
católicos são bem numerosos, existem divindades que são identificadas com mais
de um santo. Por exemplo: Oxóssi, o rei da caça, é associado a São Jorge e a
São Sebastião. “Essa relação com um ou outro santo depende da região do país,
variando de acordo com a popularidade do santo no local”, diz o sociólogo
Reginaldo Prandi, autor do livro Mitologia dos Orixás. Claro que a associação
não é exata: ao contrário dos santos católicos, os orixás são entidades com
virtudes e defeitos, e seus seguidores acreditam que eles conhecem o destino de
cada um dos mortais. Bom, só faltou falar um pouquinho da relação dos orixás
com a umbanda, uma religião genuinamente brasileira, surgida na década de 30 no
Rio de Janeiro a partir da combinação de elementos do candomblé, do catolicismo
e do espiritismo. Assim como o candomblé, a umbanda também cultua os orixás.
Mas os umbandistas representam essas divindades com imagens diferentes, além de
cultuarem outros três espíritos, o preto-velho, o caboclo e a pomba-gira. Mas nenhum
deles aparece no candomblé
O primeiro dos Orixás do
Candomblé tem a segunda feira como seu dia de celebração e, apesar de ser visto
por muitos de fora do candomblé como uma entidade maléfica, ele na verdade é um
mensageiro do Orixás, executando o que lhe é comandado, independente das
consequência.
Outro Orixá celebrado durante as
segundas-feiras com a saudação “Atotô!”, ele é a divindade da medicina, possui
sincretismo às figuras de São Roque e São Lázaro e está sempre olhando pelos doentes.
Destinado à
terça feira, esse é o orixá guerreiro representado por Santo Antônio em
sincretismo com a Igreja Católica. Com a saudação “Ogunhê!” junto ao ato de
curvar-se, ele simboliza a luta pela vida e a força física e espiritual. Ogum de Ronda é Santo Antônio da Barra na Bahia, onde também tem Ogum Apará.
Representado por São Bartolomeu no catolicismo,
Oxumarê é o Orixá da riqueza e fortuna, sendo também conhecido como o ciclo da
vida. Celebrado durante as terças-feiras, a saudação de sua chegada é
“Arroboboi!”.
IROKO
Iroko é uma entidade pouco presente e
tem sua manifestação restrita, sendo ela muito ligada a outro Orixá, Xangô.
Representa o tempo e é ligado no catolicismo a São Pedro Nolasco, sendo
celebrado na terça-feira sob a saudação “Iroko y Só! Eeró!”. IANSÃ
Representa a força natural feminina
dos ventos e das tempestades, comemorando seu dia às quartas-feiras. Seu sincretismo
na igreja católica é a figura de Santa Bárbara e tem como saudação o grito de
guerra “Epahey Oyá”.
Esse orixá é uma figura muito popular
mesmo entre os leigos do candomblé, representado na igreja católica pelo santo
São Jerônimo, sob a personificação da justiça. Comemorado na quarta-feira, sua
celebração tem um como grito de saudação “Kao Kabiesilê!”.
OBÁ
Essa é a representação de outra forma
do poder dos ventos, através da senhora dos redemoinhos, sendo sua santa
católica a famosa Joana d’Arc. Também celebrada em uma quarta-feira, a saudação
de Obá é “Xiré Yá!”.
Representado por São Sebastião na
Igreja Católica e também como São Jorge, tem seu dia na quinta-feira e sua
saudação é “Okê aro!”. Oxóssi é o grande senhor das matas, protetor dos animais
e seres que lá habitam, atuando também como o Orixá da caça.
LOGUN EDÉ
Filho de Oxum e Oxóssi, este é o
famoso Orixá caçador e, justamente por isso, seu representante na igreja
católica é o poderoso Santo Expedito. Sua saudação é dita “Olorikim!” e tem sua
comemoração feita na quinta-feira.
OSSAIM
Representado por São Benedito na
igreja católica, ele divide a quinta-feira com as celebrações de Oxóssi e Logun
Edé, (o único orixá bissexual) sendo muito respeitado como o Orixá das plantas
e saudado com “Ewê ô!”.
O maior e mais conhecido de todos os
orixás do Candomblé, tem seu nome usado em diversas expressões populares. Sua
saudação é o “Êpa Babá!” e representa sua fama na igreja católica através do
Senhor do Bonfim. Devido a sua grande importância, Oxalá tem o dia de
sexta-feira reservado somente para si.
Outro grande e conhecido Orixá, Oxum é o representante do amor, da
maternidade e da fertilidade. Essa característica materna faz com que a
divindade seja representada pela grande mão da igreja católica, Nossa Senhora
Aparecida. Seu dia é o sábado e é saudada com o dizer “Ora yê yê ô!”.
A figura popular da grande deusa e
senhora dos mares, Iemanjá é a mãe de todos e o espelho do mundo. Seu dia é
celebrado aos sábados, junto a Oxum e através da Nossa Senhora da Conceição (ou
também pela Virgem Maria, variando de acordo com a região de celebração). Sua
saudação é “Odô iyá!”.
Um dos mais antigos Orixás do
Candomblé e representada por Sant’Ana, Nanã é a deusa associada aos idosos, à
maternidade e aos castigos como forma de educar, tendo seu dia celebrado às
terças-feiras. Sua saudação se pronuncia “Salubá!”
IBEJI (ERÊS)
Aos domingos também pode ser
celebrado o dia de Ibeji que, na verdade, são orixás crianças representados por
São Cosme e São Damião. Dizem que são amigos de todas as crianças e,
normalmente suas celebrações estão acossadas a presença de muitos doces
brinquedos. São saudados por “Omi beijada! Beijiróó!”.
Fontes: https://www.wemystic.com.br/ https://orixasdabahia.blogspot.com/ - https://super.abril.com.br/ e https://www.iquilibrio.com/
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