domingo, 16 de agosto de 2009

O MITO DO OPERÁRIO SALVADOR

                                       
O MITO DO OPERÁRIO OPERÁRIO SALVADOR                                        
THEODIANO BASTOS

Queiramos ou não, Lula é um fenômeno político. “Há pessoas que conseguem se destacar das massas, elevando-se como picos de montanha, escolhendo seu próprio caminho, enquanto a maioria se apega aos caminhos comuns, com medo de trilhar veredas desconhecidas, diz Carl Gustav Jung em sua obra “O Desenvolvimento da Personalidade”. Por que existem os que resolvem arriscar, abandonando os caminhos comuns? O que os impulsiona a trilhar caminhos desconhecidos? É a coação de acontecimentos, a necessidade premente que consegue ativar mudança da natureza humana, responde Jung. “Mas a personalidade jamais poderá desenvolver-se se a pessoa não escolher seu próprio destino”. Não há vento que sopre favorável para quem não tem rumo, diz a sabedoria popular. “Provém, enfim, da necessidade e também da decisão consciente, pois ninguém desenvolve sua personalidade porque alguém aconselhou, pois a natureza jamais se deixa impressionar por conselhos dados com boa intenção. Sem haver necessidade, algo que obrigue (o destino de cada um?), nada muda a natureza humana, ensina Jung.

Caçula de uma família de oito irmãos (os revolucionários sempre são os caçulas), metalúrgico, ex-vendedor de tapioca, engraxate, retirante nordestino, que chegou num pau-de-arara após 13 dias de viagem usando a mesma camisa, teve uma infância miserável e passou até fome em Caeté, sertão de Pernambuco; viúvo aos 39 anos quando perdeu no parto a esposa e o filho, casou-se com Maria Letícia, que foi babá aos nove anos e operária de uma fábrica de doces aos 13, também viúva de um motorista de táxi assassinado quando estava grávida de quatro meses, Luiz Inácio Lula da Silva se elege Presidente da República com 52.793.364 votos, derrotando no segundo turno o candidato da situação, José Serra, que ficou com 33.370.739 votos.

Em 2006 reelegeu-se no segundo turno com 58.295.042, (60% dos votos), (mas o PT só teve 18% dos votos) derrotando Geraldo Alckmin do PSDB que ficou com 37.543.178 votos. É um fenômeno político, queiramos ou não, um acontecimento inusitado, da maior significação na história do povo brasileiro. Líder nato, dotado de esperteza intuitiva, muito inteligente, carismático/messiânico, sem instrução formal, formado na universidade da vida, mas com grande desenvoltura, conforme se vê nas reuniões com líderes mundiais. É um orador carbonário, temido, porque pode incendiar o país acionando a CUT, o MST, o Movimento dos Sem-Tetos e outros. Sem nenhuma experiência administrativa, nem como prefeito, secretário de estado ou ministro, mas está cercado de cabeças coroadas da intelectualidade do país, artistas, empresários e militares. Elegeu-se presidente após sofrer quatro derrotas eleitorais: Em 1982, ficou em 4º lugar na disputa pelo governo de São Paulo, pleito vencido por Franco Montoro, teve uma passagem obscura na Assembléia Constituinte e perdeu três vezes para presidente da república: para Fernando Collor e duas derrotas para Fernando Henrique Cardoso, sempre no primeiro turno. Nenhum outro político brasileiro disputou a presidência por cinco vezes. Só queria ser presidente da república.

Lula corporifica o desejo real de mudança. Elegeu-se prometendo a mudança, e no governo praticou o continuísmo; é um neoliberal-populista. Transformou-se no porta-voz da indignação do povo, captando os votos da insatisfação, da revolta, do ressentimento e da insurreição. O povo clama por uma personalidade salvadora, clama por alguém que acenda o farol da esperança, mas tem pressa, quer soluções imediatas, quer mágica. Aí reside o grande perigo, o risco de uma decepção geral e existe a maldição do segundo mandato. O povo parece procurar um designado, um ungido, predestinado, iluminado, um salvador da pátria. Alguém enviado pelo destino, que aceite trilhar caminhos diferentes, aceitando com confiança o caminho inspirado pelo destino. O designado age como se fosse uma Lei de Deus, da qual não é possível esquivar-se. O salvador da pátria deve obedecer à sua própria lei, como se um demônio lhe insuflasse caminhos novos e estranhos. “Quem tem designação escuta a voz do seu íntimo, pois está designado”, daí a lenda que atribui a essa pessoa um demônio pessoa, que aconselha e cujos encargos deve executar, ensina o mestre Jung, que continua afirmando: “Designação é como uma convocação feita pela voz que provém do interior da pessoa. Assim será e assim deve ser, o que é próprio de líderes messiânicos. Essa voz interior lhe diz como chegar ao objetivo, faz com que ele se sinta designado, do mesmo modo que os grupos sociais por ocasião de uma guerra, revoluções ou outra ilusão qualquer”.

No poder, revelou-se um líder messiânico-pragmático e neoliberal-populista. Mas teve o bom senso de manter todo o arcabouço montado pelo governo do PSDB como o saneamento do sistema financeiro, as privatizações, as agências reguladoras, a Lei de Responsabilidade Fiscal, as metas de superávit primário e de inflação, o câmbio flutuante e a autonomia operacional do Banco Central. Com surpreendente desenvoltura e habilidade tem exaltado o Brasil aos olhos do mundo

Dilma Rousselff é na verdade é primeira-ministra e não chefe da Casa Civil. Deslumbrado com o poder, sem maioria na Câmara dos Deputados e no Senado, Lula governa na corda-bamba, dependendo dos votos do 14 partidos aliados: “o poder é um fardo em seu destino”. O corporativismo, o MST e a CUT e o sectarismo dos radicais do partido, de forte viés revolucionário e até totalitário. “Sem os exaltados não se fazem as revoluções; mas com eles, depois, é impossível governar”, alertava Joaquim Nabuco. Atualizando a advertência do estadista Joaquim Nabuco, podemos dizer: sem os “aloprados” não se ganham as eleições; mas com eles, depois, é impossível governar. 


A mensagem para o povão é clara: “Ele era um dos nossos, não importa o que tenha feito”.
 

Leia neste Blog: "OS MITOS POLÍTICOS NO BRASIL”, “OS LÍDERES MESSIÂNICOS” e " A REPÚBLICA SINDICAL PARALISOU AS REFORMAS"

O CAPITALISMO DE RAPINA

O CAPITALISMO DE RAPINA
(*) THEODIANO BASTOS

George Soros, o megaespeculador, diz em seu livro que “a grande ameaça de hoje no mundo não é o comunismo, mas o capitalismo. E explica: porque é um capitalismo que só obedece a regras que ele próprio cria, não aceita mudanças”. O capitalismo se tornou destrutivo ao esquecer o lado humano, o trabalhador e os Estados nacionais, na ganância do lucro fácil. Na sua entrevista a Veja de 06/01/99, intitulada “Assim Vai Quebrar”, diz ainda George Soros: “Hoje, a ideologia dominante é a que chamo de fundamentalismo de mercado. Por ela, o mercado tem seus próprios meios de corrigir os excessos do sistema e por isso não aceitam interferências externas... O mundo precisa estar preparado para reagir aos excessos do mercado financeiro. Não existe país que hoje possa enfrentar o capital financeiro”, alertava.
Mas dá para controlar, dizia Helmut Schmidt, ex-chanceler alemão, também em páginas amarelas de Veja de 21/02/01, diz: “Com a expressão capitalismo de rapina, refiro-me especificamente aos consultores e corretores que fazem as operações de anexação hostil de empresas, aos intermediários financeiros, aos palpiteiros de plantão do mercado de capitais, aos plantadores de boatos, enfim, a todos aqueles que participam dessa ciranda financeira desenfreada, ganhando rios de dinheiro, sem levar em conta as conseqüências de suas decisões, a ganância, impulso doentio para a riqueza fácil”. Vendem as ações num dia, soltam os boatos no outro, aí vendem o dólar na alta e assim ganham duplamente. Os governos perderam o controle no campo das finanças internacionais nos últimos vinte a trinta anos, alerta.
O capital financeiro-especulativo é da ordem de 167 trilhões de dólares, enquanto o capital real, empregado nos processos produtivos é de cerca de 48 trilhões de dólares anuais. Neste domínio se cometem os maiores atentados à razão e à moral nas manobras especulativas mais baixas, das especulações financeiras de curto prazo com papéis, ações e moedas. O que é absolutamente novo é o poder dos novos atores financeiros. Um poder nada transparente. É hora de os países mais desenvolvidos chegarem a um acordo sobre como controlar o fluxo do dinheiro”, diz. — Só se superarmos a “exuberância irracional, a ganância infecciosa”, de que falava o Alan Greenspan, presidente do banco central americano.
OS PARAÍSOS FISCAIS
Segundo levantamento do Banco Central pessoas físicas e jurídicas têm US$ 152,2 bilhões aplicados em outros países, dos quais US$ 75,7 bilhões estão em locais conhecidos como paraísos fiscais, em 53 países classificados como paraísos fiscais.(Mas quatro receberam US$ 72,3 bilhões): Ilhas Cayman, Ilhas Virgens Britânicas, Bermudas, Bahamas. Só as Ilhas Cayman receberam US$ 34,8 bilhões. .(JB 05/01/08 p.A17).
Helmut Schmidt é um estadista respeitado no mundo, autor de dezenas de livros, é um otimista com o futuro do Brasil, decorrente, em parte, de suas fantásticas riquezas minerais, do gigantesco potencial agrícola e também da formidável vitalidade de uma população em média ainda jovem. O Brasil será uma superpotência mundial em decorrência de sua capacidade econômica, de sua saúde social, da ausência de conflitos internos, do tamanho do território. Choques e crises econômicas mexicana (1994); asiática (1997), Russa (1998), Argentina e brasileira (1999), o estouro da bolha de tecnologia (2001), dos ataques de 11 de setembro de 2001 e com a perspectiva de eleição de Lula e agora a crise iniciada nos Estados Unidos contamina todos os países do mundo, sem exceção, de conseqüências imprevisíveis.
O que fazer, nos perguntamos? É o grande desafio à imaginação criadora dos sociólogos, economistas e pensadores. Como reintroduzir o social, o político, na relação da troca econômica, reencontrar o objetivo do bem comum, da busca de uma sociedade que não privilegie um bem-estar material destruidor do meio ambiente e do veículo social, de construir uma nova cultura.
(*) THEODIANO BASTOS É escritor e fundador e presidente do Círculo de Estudo, Pensamento e Ação CEPA - ES. Leia neste blog "A GLOBALIZAÇÃO É NEOCONIALISMO"
Esse texto está no Oficina de Idéias: theodiano.blog.terra.com.br

POR DETRÁS DA MÁSCARA

POR DETRÁS DA MÁSCARA
Theodiano Bastos (*)

. “Quem vê cara não vê coração” diz a sabedoria popular; daí a necessidade de se ser um observador treinado para conhecer algumas características que ensejem se desconfiar o que se esconde atrás das máscaras, porquanto “coração de gente é terra que ninguém anda”, conforme se comprova nesse caso do assassinato de Isabella Nardoni, tendo os pais como suspeitos..
Por exemplo, a diferença entre o psicótico e o psicopata: o psicótico não reconhece o que faz e o psicopata reconhece, mas não dá importância. Ele é um típico exemplo da nova geração que deseja algo de maneira inconseqüente. Quer porque quer, e pronto; não conhece o caminho do não-limite.
O psicopata não é exatamente um problema mental. É preciso muita sensibilidade para se conhecer a fronteira oscilante entre a loucura e a mente sã, uma zona fronteiriça entre a sanidade e a loucura. Ainda é um desafio para médicos e cientistas, porquanto têm o perfil para se tornar chefes e líderes de rebeliões. Os psicopatas são sedutores, eloqüentes, charmosos, capazes de impressionar e de cativar rapidamente, são peritos em manipulação, sabem enganar e dizem exatamente o que se quer ouvir, daí serem perigosos. Não há método de análise de comportamento do psicopata, mas se sabe que é um distúrbio de comportamento anti-social, atinge uns 5% da população mundial, segundo a Organização Mundial de Saúde. Muitos não têm delírios e alucinações, nem perdem o sentido da realidade. Geralmente são inteligentes, mas uma inteligência a serviço do mal, não sentem pena ou piedade, não se enquadram nos padrões éticos e morais da sociedade. “perdem a capacidade de se reconhecerem e simpatizarem com os outros”, o que resulta em maneiras agressivas, anti-sociais e comportamento manipulativo. Não têm nenhum sentimento de culpa por fazerem o mal, até assassinatos em massa, como são exemplos líderes históricos como Hitler, Stalin, Mao Tse Tung, o atual Bin Laden etc.
Já o esquizofrenia ainda é um mistério para a ciência e ainda não tem cura. É uma doença crônica que atinge 60 milhões de pessoas do planeta. Não se conhecem as causas. Sabe-se que há uma predisposição genética.
O PSICOPATA ENTENDE INTELECTUALMENTE A DIFERENÇA ENTRE O BEM E O MAL, MAS É DESPROVIDO DE PIEDADE, EMPATIA, REMORÇO E EMOÇÕES QUE ESTÃO NA BASE DO SENSO MORAL DAS PESSOAS. INDIVÍDUOS ASSIM SÃO IRRECUPERÁVEIS.
É possível que alguns dos leitores já tenham conhecido ou até tenham sido vítimas de estelionatários, que também são psicopatas, pessoas que nasceram com o caráter deformado e este tipo de gente, dizem os criminalistas, serão sempre perigosas e são irrecuperáveis. Mas não podem deixar impunes pelos crimes que venham a cometer.

Diz Dom Eugênio Salles, Cardeal-Arcebispo do Rio de Janeiro: “ENTRE AS OBRAS DE MISERICÓRDIA, ESTÁ O CASTIGO AOS QUE ERRAM”.
LEIA TAMBÉM no theodiano.blog.terra.com.br: O SEGUNDO EU DE TODOS NÓS, O CASO ISABELLA NARDONI, QUEM SOU EU?, ENTRE O AMOR E O ÓDIO, O AUTOCONHECIMENTO e A DIMENSÃO OCULTA DA VIDA.
(*)Theodiano Bastos é escritor, autor dos livros: O Triunfo das Idéias, A Procura do Destino e coletâneas e é presidente do Círculo de Estudo, Pensamento e Ação, - CEPA – Vitória – ES
( www.proex.ufes.br/cepa)

POÇOS DE CALDAS E SÃO PAULO

POÇOS DE CALDAS E SÃO PAULO
(*) THEODIANO BASTOS
Poços de Caldas está localizada ao sul de Minas Gerais, bem próximo da divisa entre São Paulo e Minas Gerais. (São 4, 20h de ônibus do Terminal do Tietê em São Paulo, em estrada de primeiro mundo, obras por todo o percursos). O município está a 1.186m de altitude, na Serra da Mantiqueira e fica dentro de uma cratera de um vulcão adormecido há milhões de anos, informam os geólogos que levaram equipamentos modernos e atestaram: “O vulcão está extinto”... A cidade possui mais de 155 mil habitantes e cerca de 70 milhões de metros quadrados de áreas verdes, além de reservas da Serra de São Domingos. Poços de Caldas, ou Poços, como carinhosamente chamam seus simpáticos e acolhedores habitantes, conta com uma série de pontos turísticos de grande beleza natural, entre os quais destacamos o Recanto Japonês, o Cristo Redentor, que só perde para o do Rio em tamanho, Fonte dos Amores, o teleférico, Relógio Floral, Thermas Antônio Carlos, Basílica N. S. da Saúde e as lindas majestosas praças e parques com expressiva qualidade ambiental e paisagística e um povo hospitaleiro. Poços tem uma grande rede de bons hotéis, destacando-se o majestoso Pálace Hotel e o Hotel Minas Gerais, no qual nos hospedamos por três dias. A cidade é muito freqüentada pelos paulistas, principalmente os que vêm de Campinas e lotam os hotéis de quinta a domingo e na Alta Temporada. Poços faz parte do circuito das Águas e no passado a cidade era procurada por pessoas doentes por suas águas sulfurosas. O tratamento era de 21 dias para tratamento de diversas enfermidades. Chama a atenção dos que visitam a cidade o moderno monotrilho, cujos pilares margeiam o rio que corta a cidade, talvez o único do Brasil, desativado há mais de cinco anos, e que foi construído por uma empresa local para ligar o moderno Terminal de Linhas Urbanas ao Terminal Turístico e Rodoviário, Dois modernos e lindos vagões estão abandonados no Terminal de Linhas Urbanas. Conversamos a respeito com a primeira dama do município, Sra. Marlene, com o assessor do prefeito, José Paulo e por e-mail apelamos ao prefeito Paulo César Silva para que encontrem meios para reativar o monotrilho, porquanto será mais um importante atrativo turístico para a cidade. Pegamos um ônibus circular e fomos conhecer a periferia da cidade e acabamos em Água da Prata, já no estado de São Paulo, passando pelo pátio de embarque de minérios da CBA – Cia. Brasileira de Alumínio.
SÃO PAULO Conheci São Paulo em 1956 quando ainda estava na FAB e servi no Campo de Marte, em Santana, por três meses. Peguei um táxi e fui rever a entrada militar, mas visitas só nos dias de semana e era um domingo. Não conheci mais nada no entorno. Tudo mudou ao longo de tanto tempo. São Paulo naquela época era uma cidade deliciosa, com bondes para tudo quanto era bairro. No Rio Tietê, naquela época, muitos pescavam nas suas margens na Ponte Grande, onde até existia o Clube de Regatas Tietê, no qual eram disputadas as regatas e vejam o que é hoje o Rio Tietê, um esgoto à céu abeto. Na Av. Santo Amaro, um bonde corria sobre trilhos igual ao de uma ferrovia. Não havia ruas. De um lado havia chácaras e do outro um mato ralo e veja o que é hoje a Av. Santo Amaro; uma floresta de prédios. A negócios, voltei muitas vezes a São Paulo ao longo do tempo. Ficamos três dias em São Paulo. Em 21/03/04, assistimos na Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, a solenidade de premiação dos trabalhos que participaram da FEBRACE 7, onde seis alunos e três professores de escolas públicas do Espírito Santo, representavam o estado na FEBRACE 7– Feira Brasileira de Ciências e Engenharia USP/FEBRACE – “Criatividade e Inovação – Escola Politécnica da USP – Universidade de São Paulo – (http://www.lsi.usp.br/febrace/) onde a escola EEEFM CLÓVIS BORGES MIGUEL – Serra, sede – ES, com o Projeto: Robótica na Escola – Lixeira Seletiva Automatizada, tendo como Orientador o Prof. Leonardo Máximino Bernardo e como Alunos: CRISTIANO ARNDT, JÉSSICA LAIZA COELHO e JARLEY MIRANDA teveram o trabalho premiado, para surpresa e honra, porquanto concorria com 280 trabalhos. O mesmo trabalho já havia obtido o primeiro lugar no 3º Concurso Jovem Cientista Capixaba, em Vitória, evento realizado pelo Círculo de Estudo, Pensamento e Ação – CEPA –ES, (do qual sou fundador e presidente), em parceria com a UFES – Universidade Federal do Espírito Santo. Em São Paulo ficamos hospedados num hotel na Av. Consolação, nos Jardins, ao lado da Av. Paulista, coração financeiro do Brasil e da América Latina e assim pudemos ver todo aquele burburinho num entardecer de uma sexta-feira e nos arredores, o contrastes de muitos moradores de rua, alguns em situação deprimente. São recolhidos pela assistência social aos albergues, mas voltam para as ruas. Conhecemos o extraordinário Museu da Língua Portuguesa, na Estação da Luz. Só São Paulo poderia montar algo tão espetacular. É imperdível. Sempre que visito uma cidade, costumo pegar um meio de transporte para conhecer as periferias e desta vez resolvemos pegar no Braz, o trem metropolitano até Rio Grande da Serra, passando pela Mooca, Ipiranga, Tamanduateí, São Caetano, Utinga, Prefeito Saladino, Santo André, Capuava, Mauá, Guapituba, Ribeirão Pires e finalmente Rio Grande da Serra, de onde voltamos no mesmo três. De cinco em cinco minutos sai uma composição, c om modernos vagões, semelhantes aos usados pelo metrô. Vimos muitos prédios de indústrias desativadas que mudaram para o Nordeste, chamando atenção o da cervejaria Antártica em Santo André e a quantidade de composição abandonadas e apodrecidas. Vendedores ambulantes entram e saem dos vagões oferecendo todo tipo de guloseimas e quinquilharias. Teve uma vez que tinham seis ambulantes no mesmo vagão apregoando e um idoso pedindo esmolas usando uma bengala e que foi escorraçado por um passageiro que o conhecia e denunciou como vigarista, pois não tinha nenhuma deficiência física e queria se aproveitar. Não só a capital e como na periferia, São Paulo parece um canteiro de obras. (*)Theodiano Bastos é escritor, autor dos livros: O Triunfo das Idéias, A Procura do Destino e coletâneas e é fundador e presidente da ONG CEPA – Círculo de Estudo, Pensamento e Ação, em Vitória – ES www.proex.ufes.br/cepa

REFORMAS: A REPÚBLICA SINDICAL NÃO DEU CONTUIDADE

REFORMAS: A REPÚBLICA SINDICAL NÃO DEU CONTUIDADE

Theodiano Bastos

Lula dissipou o imenso capital político após as vitórias nas urnas e não deu continuidade às reformas iniciadas por Fernando Henrique Cardoso, de que o Brasil tanto precisa.
Não agiu como estadista ao não seguir o exemplo de Felipe González na Espanha. Este agiu como um estadista e implantou as reformas que transformaram de maneira positiva a Espanha. Perderam a oportunidade histórica de aprovar as reformas de base necessárias para modernização do Brasil por não querer pagar o alto preço político, porquanto muitas delas seriam impopulares. Teve tudo nas mãos: a presidência e os controles do Senado e da Câmara. Mas acabou consumindo o poder político na tentativa de perpetuar-se no poder, sem foco nas idéias.

O avanço das conquistas na área social, tanto alardeado pelo atual governo, é fruto das políticas macroeconômicas implantadas no governo Fernando Henrique: plano Real, câmbio flutuante, privatizações, o maior controle das finanças públicas pela Lei de responsabilidade Fiscal e à abertura da economia que ampliaram as concorrências, foram iniciativas do governo FHC, do PSDB, PFL (hoje Democratas) e partidos aliados, e que foram duramente criticadas e combatidas pelo PT e pelo próprio Lula. O aumento da quantidade de domicílios com telefones, computadores, eletrodomésticos, computadores, luz elétrica e abastecimento de água, redução da pobreza, o da construção civil, só foi possível graças à estabilização dos preços do Plano Real. Lula teve a lucidez de renunciar às teses antes defendidas pelo seu partido e com isso, pode comemorar resultados auspiciosos obtidos até agora.

MODELOS DA ERA MUSSOLINI
Apesar de ser uma contribuição obrigatória da Constituição Federal de 1988, o Tribunal de Contas da União diz não ter poderes para fiscalizar as finanças dos Não há embasamento legal específico para fiscalizar as contas dos sindicatos, tanto dos trabalhadores como patronais, como também dos conselhos federais. e  mesmo diz o Ministério Público Federal, o Ministério Público do Trabalho e até a Polícia Feral e aí se pergunta, qual o órgão público com poderes para fiscalizar os recursos do imposto sindical? O modelo sindical brasileiro e a CLT – Consolidação das Leis Trabalhistas, são da Constituição de 1937, cópia da Carta del Lavoro do ditador Benito Mussolini e introduzida no Brasil pela então ditador Getúlio Vargas no Estado Novo para manter-se no poder às custas dos pelegos do sindicalismo. Nem a Constituição de 1946, nem o Movimento Militar de 64, nem a Nova República e muito menos a Constituição de 88 – que até piorou a situação com as benesses criadas ao sindicalismo, conseguiram
 romper o tabu da legislação sindical brasileira.

 “O maior desafio que enfrentei como Ministro do Trabalho, foi descobrir a folha de pagamento das estatais e o balanço das contribuições sindicais”,
disse Almir Pazzianoto. O que está em jogo são dezenas de milhões de reais de arrecadação compulsória do imposto sindical e a contribuição obrigatória de 20% do diferencial de reajuste salarial nos acordos coletivos de trabalho.

O Brasil é o único país do mundo a manter intacta a legislação sindical fascista, copiado do ditador Benito Mussolini. Está na hora de quebrar a espinha dorsal do peleguismo no movimento sindical brasileiro, acabando com a contribuição sindical obrigatória. Que mudança podemos esperar, se vivemos a era da República Sindicalista? E, segundo Fernando Gabeira, “o sonho do PT é o modelo chinês: autoritarismo político e liberalismo econômico”.

CONSTITUINTE EXCLUSIVA
É um desafio neste mundo conturbado e preso à síndrome do medo, deseja-se mudanças profundas O Brasil precisa é de Estadista com “E“ maiúsculo, não de um messias, que convoque uma Assembléia Geral Constituinte exclusiva, isto é, que seja dissolvida após a promulgação da nova Constituição, e que seus membros não concorram nas eleições gerais de 2010, único jeito de aprovação das reformas políticas, fiscal e tributária, trabalhista e sindical, o que propiciará a execução de projeto ambicioso de “engenharia social” no Brasil, preservando-se do Estado Democrático de Direito que dêem outro rumo ao Brasil no interesse das maiorias  sempre marginalizadas e excluídas”

A VIDA PELA METADE

                                A VIDA PELA METADE


                               “Os males que a mente causa, a mente cura”. Karen Horney.

                              THEODIANO BASTOS



Karen Horney, em sua obra a “Personalidade Neurótica de Nosso Tempo”, relata que foram trazidas duas jovens pacientes com suspeita de oligofrenia e imbecilidade, malgrado, ulteriormente se demonstrassem bastante capazes e inteligentes. Ambas tinham ambições vigorosas, agressividade dissimulada — a mais perigosa das agressividades. Havia nelas uma violência reprimida, não sublimada; faziam grandes esforços para se conter. Engolfadas com destruição, ansiedade e um medo imenso de ser desmascarado ou reprovado, daí a hipersensibilidade a qualquer forma de crítica, como a planta não-me-toques, que se fecha ao ser tocada. Uma das moças era francesa, a quem tratou na Alemanha. Ela chegou a ter dúvida sobre a sua capacidade mental, ela parecia não entender nada do que eu dizia, embora falasse perfeito alemão, mesmo usando linguagem mais simples; mas elucidou o enigma analisando seus sonhos e sua astúcia ao enganar um funcionário de imigração, ao fingir que não entendia o alemão, quando falava fluentemente a língua germânica. Daí em diante mostrou-se ser uma jovem bastante inteligente; abrigara-se por detrás da obscuridade e ignorância para fugir ao perigo de ser acusada e punida. Como toda neurose, surgiu na infância, como tática “para viver”. Todos nós somos um pouco neuróticos (um estado de desunião consigo mesmo e com o próximo) e muitos se refugiam na ignorância, na doença e na incapacidade. É difícil e dolorosa a convivência com uma pessoa de dupla personalidade, problemática. É como se estivesse ouvindo um rádio sem sintonia fina, que estivesse ligado numa freqüência e subitamente passasse para outra emissora, tornando difícil a audiência.

Quem sofre da enfermidade da alma, é acima de tudo um sofredor e se deve olhá-lo com compaixão e não com raiva. Vidiadhar Surajprasad Naipaul, (V.S. Naipaul), prêmio Nobel de Literatura em 2.001, autor do livro “Meia Vida”, diz que muitos se refugiam na religião, sem coragem para evoluir, conhecendo-se a si mesmo; acaba usando-a como escudo para esconder-se de seus erros e assim muitos passam pela existência vivendo uma vida pela metade. Ao chegar no crepúsculo da vida, olha para trás e vê, ou não vê, o significado da vida vivida. Inventa um passado de grandeza, mente sobre os pais e sobre si mesmo e uma sensação de assombrosa inutilidade, a platitude, a monotonia lhe acomete mas já sem forças para recomeçar e viver uma vida menos ordinária, inexpressiva e medíocre. Triste, descobre que não era apenas olhado com menosprezo, pena, compaixão.

A revista VEJA de 30/09/09, em suas páginas amarelas, trás a entrevista intitulada “Eu me achava uma burra” com a psiquiatra Ana Beatriz Barbosa Silva, na qual confessa que além de se achar burra, relata como sofreu e superou o transtorno do déficit de atenção (TDA) na infância e como aprendeu a conviver com essa deficiência mental e afirma que, embora não tenha cura, o transtorno permite uma vida normal e criativa. A informação é a chave para desmistificar os transtornos mentais. A neurose não é hereditária; é contagiosa.

C. G. Jung também aborda esse tema em “Psicologia e Religião”, e fala que mesmo que confie no seu médico, o paciente se sente envergonhado dele e hesitará em confessar certas coisas a si mesmo, como se fosse perigoso tomar consciência de si próprio. Em geral, temos medo daquilo que pode nos subjugar. Mas existe no homem algo que seja mais forte do que ele mesmo? Não devemos esquecer que toda neurose é acompanhada por um sentimento de desmoralização. O homem perde confiança em si mesmo na proporção de sua neurose. Se os meus sintomas são imaginários, dirá – “de onde me vem esta maldita imaginação?” O médico e psicanalista Erich Fromm ensina: “O objetivo da vida: é nascer plenamente, mas a maior parte de nós morre sem ter nascido verdadeiramente. Viver é nascer a cada instante”

O texto está na Internet no Blog OFICINA DE IDÉIAS – (theodianobastos.blogspot.com e no Blog do Thede theodiano.blog.terra.com.br).

Theodiano Bastos é escritor, autor dos livros: O Triunfo das Idéias, A Procura do Destino e coletâneas publicadas pela UFES e é idealizador e presidente da ONG CEPA – Círculo de Estudo, Pensamento e Ação, em Vitória – ES www.proex.ufes.br/cepa

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

AS RELIGIÕES E A MÚSICA



Este texto está no blog:                         theodianobastos.blogspot.com


AS RELIGIÕES E A MÚSICA,                                                                                           por Theodiano Bastos

O terrorismo do fundamentalismo islâmico desencadeou a 3ª Guerra Mundial. Não se encontra no Alcorão, — as revelações de Deus, Alá, ao profeta Maomé (570-632) — nada que justifique a matança de inocentes em 11de setembro de 2001 nos EUA, agora na Espanha, ou homens-bombas em toda parte do mundo; como não se justifica o uso da Bíblia e o nome de Cristo para que os católicos promovessem a Inquisição e as Cruzadas, ou que Ariel Sharon use a Torá e o Talmude para que Israel use o nome de Jeová, Javé, para fazer o que faz com os palestinos. Não se justifica matar em nome de Deus. Cristianismo, judaísmo e islamismo têm origem comum. As três religiões surgiram no mesmo lugar. Moisés e Jesus são aceitos como profetas no islamismo. Abraão, por exemplo, é patriarca dos cristãos, judeus e muçulmanos.
Diz Dom Hélder Câmara em seu livro “Revolução Dentro da Paz”: “Quando eu nasci, meu pai era maçom convicto, não se interessava por religião. Meu pai me ajudou a ver que é possível ser bom, sem ser religioso. Mais tarde, eu mesmo compreendi como é possível ser católico praticante e ser egoísta”. No mesmo livro, Dom Hélder (Hélder quer dizer céu limpo) conta que um prolongado temporal interditou completamente todas as estradas de chão que ligavam um vilarejo. Velhos, mulheres e crianças já não tinham o que comer. Duas carroças foram mandadas aonde tinham víveres. Na volta, as carroças ficaram atoladas. Um dos carroceiros era devoto e ali mesmo na lama e embaixo de chuva ajoelhou-se pedindo ajuda de Deus. O outro, arranjou um pedaço de pau que colocava embaixo da roda e tentava levantá-lo com o outro; e aconteceu o milagre: Um anjo veio do Céu e foi direto ao carroceiro que xingava, batia no burro e tentava desatolar a carroça. O carroceiro perplexo disse: “É ele que é devoto”. Não, respondeu o anjo: “Deus ajuda a quem trabalha. Faz por ti que eu te ajudarei”.
Recebi a Graça da Fé; Vivenciei o dogma da Cruz: a redenção que sucede ao sofrimento e conheci a Ressurreição em vida. Creio na existência do Criador, o Panteísmo que considera e vê Deus em tudo e que só o homem, por seus próprios meios, pode despertar de suas ilusões. Precisamos, sim, de uma filosofia ou religião para suportar as vicissitudes da vida, até mesmo na música clássica: Bach, Mozart, Beethoven, Chopin, Dvorák, Brahms, Haendel, o Adágio de Tomaso Albinoni etc. “A música tem o poder de dissolver as tensões do coração e a violência de emoções sombrias, ensina o I Ching. É também a companheira na alegria, o bálsamo nas dores e serve como refúgio, consolo e deleite. A música oferece, mais que simples entretenimento, a oportunidade de experimentar sensações profundas e mergulhar na introspecção. Música é vida interior. E quem tem vida interior, jamais padece de solidão”

Jung, no livro “Psicologia e Religião”, alerta para os perigos da alma, para temer as forças impessoais que se acham ocultas em seu inconsciente, pois quando as pessoas se reúnem em grande número, elas se transformam em turba desordenada, desencadeando-se as feras e demônios que dormitam no fundo de cada indivíduo. Um homem afável pode tornar-se um louco varrido ou uma fera selvagem. Na realidade, vivemos sempre como que em cima de um vulcão, e a humanidade não dispõe de recursos preventivos contra uma possível erupção que aniquilaria todas as pessoas ao seu alcance, quando nele irrompem as forças coletivas (a epidemia psíquica) capazes de transformar aviões de passageiros em mísseis, explodir trens de passageiros, igrejas, clubes, gases venenosos em metrôs, como fizeram no Japão, ou mesmo usar alguns dos 80 artefatos nucleares portáteis roubados dos arsenais da antiga União Soviética. A batalha de Armagedon de que fala Nostradamus em suas Profecias, é o nome de um monte no Iraque. A Humanidade corre um grande risco.

"Ao homem de oração implica um diálogo profundo com seu eu interior, cujo efeito é a radiação da serenidade e de infinita paciência e crer em Deus a partir de todo o seu ser.
A experiência cósmica da religião é o motivo mais nobre da pesquisa científica. O sentimento de mais alta e mais nobre repercussão é a vivência da realidade mística. Só dai surge a verdadeira ciência. Quem estiver alheio a este sentimento, incapaz de admirar-se e abismar-se em profundo respeito, conta como espiritualmente morto. Saber que o insondável realmente existe, manifestando-se como verdade suprema e beleza irradiante das quais temos apenas uma vaga intuição, constitui o âmago da verdadeira religiosidade. Minha religião consiste numa humilde adoração de um Ser infinito, de natureza superior e que se manifesta mesmo nos pequenos detalhes da vida. (ALBERT EINSTEIN)


 (*)Theodiano Bastos é escritor, autor dos livros: O Triunfo das Idéias, A Procura do Destino, Liderança, Chefia e Comando, O Lulopetismo no Poder e coletâneas e é presidente da ONG CEPA – Círculo de Estudo, Pensamento e Ação, em Vitória – ES (www.cepa.ufes.br).