Na entrevista de Sérgio Moro, senador eleito, a VEJA, página amarela, edição 2.812 explica a reaproximação com Bolsonaro, diz que a Justiça passa a impressão de que o crime compensa
“Foi o início de uma reaproximação tática que
culminaria com o surpreendente aparecimento do ex-juiz ao lado do presidente da
República no debate do último domingo. Há interesses políticos de ambos os
lados nesse reencontro. Mas a cena do debate tinha um único objetivo:
constranger Lula, colocando o candidato petista frente a frente com seu
principal algoz. O plano, acertado entre ambos, foi mantido em sigilo até a
hora do programa. Seguindo o script, Moro entrou nos estúdios da TV
Bandeirantes minutos antes do início do confronto, seguiu direto para o palco,
onde cumprimentou Bolsonaro, gesticulou e cochichou algo no ouvido do
presidente, como se estivesse passando alguma orientação. sentou-se na área
reservada aos convidados, bem à frente do petista.
VEJA: Como foi a reaproximação com o presidente? O
presidente me ligou para conversar sobre o posicionamento no segundo turno e,
na minha interpretação, para estabelecer uma ponte e falar sobre o futuro. Para
mim o projeto do Lula é inaceitável, é dizer que o crime compensa. Foi muito
fácil me posicionar nessa perspectiva contra o Lula e contra o PT. Todos
conheceram os escândalos de corrupção do tempo do PT:
um esquema de suborno de parlamentares para obter
apoio ao governo federal, e o petrolão, um sistema de corrupção vinculado a um
projeto de poder. A volta disso seria um desastre do ponto de vista moral para
o Brasil.
VEJA: O senhor deixou o Ministério da Justiça
acusando Bolsonaro de tentar interferir na Polícia Federal e hoje está de volta
entre os apoiadores do presidente. Se fosse hoje, faria as mesmas acusações? Eu
não reinterpreto o passado. O passado permanece como está. A gente tem de olhar
para o futuro, trabalhar para fortalecer as nossas instituições e a democracia.
Entre os meus projetos está a busca de maior
autonomia dos órgãos de controle, inclusive da Polícia Federal. Defendo que
tenha um diretor-geral da PF com mandato fixo, para que possa ser demitido em em
caso de má conduta ou manifesta insuficiência de desempenho, como ocorre no
FBI. Independentemente de quem seja o governante, é importante que tenhamos
órgãos de controle que estejam sempre operando.”
SAIBA MAIS EM:
https://veja.abril.com.br/paginas-amarelas/sergio-moro-a-volta-do-lula-seria-um-suicidio-moral-e-economico/
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