segunda-feira, 17 de outubro de 2022

ELEIÇÃO SERÁ DECIDIDA NO DETALHE


Por THEODIANO BASTOS

No debate de ontem, 18/10 na Band, prevaleceu a ironia por parte de Bolsonaro e a novidade é que Lula resolveu sair do púlpito e ir para a boca do palco e logo foi seguido por Bolsonaro. Ficaram cara a cara como nas cenas de box antes da luta. Achei que deu empate.

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Já na última pesquisa de intenção de votos do Datafolha: Lula tinha 49% e Bolsonaro, 44%; os mesmos percentuais da pesquisa anterior. Mas chamou atenção o aumento de rejeição de Lula que saiu de 36 para 46% e Bolsonaro caiu um ponto, para 51% de rejeição. Nos debates, pouca influência faz para os que já decidiram seus votos, no caso a maioria. Resta 10% de eleitores indecisos não está interessado em acusações, diz cientista político. E não houve no debate propostas dos candidatos; só um acusando o outro...   

“Um relatório para clientes produzido pelo setor de câmbio do Deutsche Bank apontou que o Brasil é uma “joia polida” pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, que pode ser “entregue” ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Segundo o relatório, a apresentação de Guedes no Fundo Monetário Internacional (FMI) foi “espetacular” e o Brasil seria um grande destino para investimentos “se não fosse por Lula”. “O Brasil seria o maior mercado com potencial de alta para todas as classes de ativos se não fosse por Lula. Na verdade, provavelmente com Lula também. Eles estão entregando a ele uma joia polida”, diz o banco.

Para o cientista político Creomar de Souza, fundador da consultoria política Dharma, que analisa risco político, o segundo turno das eleições presidenciais entre Luiz Inácio Lula da Silva e Jair Bolsonaro (PL), que acontecerá no dia 30 de outubro, pode ter margem apertada, se tornando uma disputa "decidida no detalhe".

Com o país fortemente dividido em suas preferências políticas e uma diferença pequena no resultado do primeiro turno (de pouco mais de cinco pontos percentuais), a menor margem histórica entre dois candidatos à presidência que foram para 2º turno, o cenário não parece imutável na percepção do cientista, deixando espaço para uma possível virada inédita em eleições brasileiras.

"Não se pode desprezar a capacidade do bolsonarismo de comparecer no dia 30 de outubro e nem o interesse do presidente da República usar a máquina pública para fazer campanha. Também não se pode ignorar o interesse de forças políticas que hoje apoiam o presidente da República de criarem 'bondades' [anúncios de políticas públicas voltadas à conquista de eleitores] diversas nessas próximas semanas para que eles tenham resultados favoráveis a eles", disse de Souza, que também é professor na Fundação Dom Cabral

Entre as "bondades" citadas pelo analista, está a estratégia adotada pelo governo de antecipar o calendário de pagamentos do Auxílio Brasil em outubro. Os repasses estavam previstos entre o dia 18 e 31, conforme o Número de Identificação Social (NIS) dos beneficiários. Agora os pagamentos serão feitos a partir do dia 11 e terminarão no dia 25, cinco dias antes do segundo turno das eleições.

Bolsonaro também prometeu pagar o 13º salário a mulheres chefes de família e anunciou um programa de renegociação de dívidas da Caixa. O banco também reduziu a taxa de juros a micro e pequenas empresas, o que, na visão do especialista, visa captar mais votos.

Ataques à imagem do adversário

A diferença de votos entre Bolsonaro e Lula foi de 6,1 milhões no primeiro turno.

Para conseguir o que seria uma virada inédita no segundo turno, Bolsonaro precisa aumentar sua votação — atraindo votos de eleitores que optaram por outros candidatos (como Ciro Gomes e Simone Tebet), dos que não votaram no primeiro turno e também de eleitores que votaram em Lula.

O analista aponta que os institutos de pesquisa acertaram, dentro da margem de erro, sobre a quantidade de votos que Lula poderia receber, mas tiveram dificuldade em medir o desempenho de Bolsonaro, que causou surpresa ao alcançar um resultado um tanto quanto mais expressivo do que as pesquisas indicavam.                                                                                    SAIBA MAIS EM: https://www.bbc.com/portuguese/brasil-63205895 - https://veja.abril.com.br/coluna/radar-economico/banco-aponta-risco-de-se-entregar-joia-polida-por-guedes-a-lula/

 

 

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