A BAHIA E SEUS ENCANTOS 2
Theodiano Bastos
Saindo de Vitória para Salvador pela GOL e usando
ônibus e taxis, em três dias, conheci cinco cidades, uma maratona. Como sinto
fascínio pelo Farol da Barra, sempre fico hospedado na pousado O Ninho.
Sempre que vou a Salvador, visito a igreja de N. Sra.
Da Conceição, na praça Cayru, ao lado do Elevador Lacerda ou a do Senhor do
Bonfim, atravesso a praça, entro no Mercado Modelo e vou na Navegação Baiana
para pegar o barco, atravessar a Bahia de Todos os Santos (e de quase todos os
pecados) e desço em Mar Grande. Na volta peguei o barco à noite para Salvador, e
revi uma cidade presépio.
Rodando de táxi, sempre fico ao lado do motorista e
puxo conversa. O que me levou do Aeroporto para a pousada era um negro bem
forte, que disse ter 53 anos e que tinha 6 filhos com 4 mulheres, mas nunca se
casou. Disse que já foi traído, mas nunca tocou um dedo em nenhuma mulher e
relatou o caso do de um colega branco de olhos verdes, muito mulherengo e
esposa tolerava suas traições. Sua esposa era negra e tinha dois casais de
filhos, todos com pele escura, cabelos lisos, com olhos verdes, lindos. Os
colegas lhes davam conselhos mas ele retrucava dizendo: “Não adianta que morrer
em cima de boceta” e assim foi. Havia um motel em Plataforma, subúrbio de Salvador, já condenado pela
Defesa Civil por haver um barranco nos fundos, mas o Las Vegas continuou
funcionando em Plataforma, subúrbio de Salvador e durante uma tempestade o
motel foi soterrado e encontraram o colega transando com uma negra. Já outro
colega não teve a mesma sorte. Ele também era mulherengo e um dia ela jogou uma
panela de água fervendo na sua barriga e fugiu e nem a Polícia conseguiu encontrá-la.
Ele ficou 45 dias no hospital e mas passou a viver numa cadeira de rodas e seu
pênis ficou com menos de 3cm.
Já viagem de ônibus para Feira, sentava ao meu lado
um mulato bem forte que disse morar em Santo Estêvão e disse que tinha 10 filhos com
6 mulheres. e que nunca tinha se casado, mas que teve mais de 15 mulheres ou
mais, pois nunca fez as contas, mas nunca encostou a mão em nenhuma. Que estava
com a atual há mais de 10 anos, com um filho de 8 anos. Teve 8 filhos e uma
duas filhas, todas bem casadas e os filhos prosperam na vida em São Paulo e na
Bahia e um deles mandou para ele um carro quase novinho de presente e que se
considerava um homem feliz. Mas sempre teve muito cuidado na escolha das
mulheres, para não se embaraçar com uma mulher tomba homem ou barraqueira ou mulher mandona. Quando desconfio, escorrego e vou procurar outra
COISAS DA BAHIA
COISAS DA BAHIA
RELATO DA VIAGEM
Feira de Santana, onde mora meus irmãos e outros membros da Família de meu
pai, Ostiano (em Salvador moram os membros da Família de minha mãe Theodora)9. Segundo o IBGE
tem mais de 600.000 habitantes e sua população e cresce mais 100 mil habitantes
a cada 10 anos.
Feira, como comumente é apelidada, é a segunda
cidade mais populosa do estado e primeira cidade do interior nordestino em população, ou seja, é a maior cidade do interior das regiões Norte, Nordeste, Centro Oeste e Sul do Brasil, e é também a sexta maior cidade do interior do país, e
com uma população maior que oito capitais estaduais. Na Hierarquia
urbana do Brasil, Feira de
Santana é uma capital regional e sede da maior região metropolitana do interior nordestino. É a cidade-sede da Região
Metropolitana de Feira de Santana e
encontra-se a 108 quilômetros de Salvador.
Feira de Santana é o principal centro
urbano, político, educacional, tecnológico, econômico, imobiliário, industrial,
financeiro, administrativo, cultural e comercial do interior da Bahia e um dos
principais do Nordeste, exercendo influência sobre centenas de municípios do
estado. Além de maior, é também a principal e mais influente cidade do interior
da região Nordeste. Feira de Santana foi a primeira cidade da América Latina a ter um plano diretor, eleita pela revista Exame a melhor cidade da Bahia para investimentos
imobiliários, a sétima do Nordeste e a 44º do Brasil, por estudos da mesma
revista, é considerada a décima cidade do país em infraestrutura urbana, por
estudos da Editora 3 e revista Isto É, foi eleita
a 5º melhor cidade grande do país por indicadores sociais e está entre as 50
melhores cidades do Brasil para se viver, e foi
Pojuca, onde moramos
e
nasceram três irmãos. É um município da Região Metropolitana de Salvador com
39.519 habitantes e com
menos de 2 anos me recordo que a babá se chamava Carminha e usando uma sobrinha
me carregava no colo para ver as mulheres lavando roupas no rio Pojuca nos
fundos das casas. Era um sábado quando a visitei e tinha uma feira enorme,
ocupando três galpões e ruas adjacentes. A casa onde moramos era comércio.
Alagoinhas, onde nasci, tem uma
população estimada em 152 mil habitantes e de taxi conheci seus locais mais
interessantes, inclusive a igreja onde fui batizado. .
Candeias,
onde moramos e minha mãe foi sepultada aos 39 anos de doença de Chagas, deixando
7 filhos. A casa onde moramos agora era um banco. Eu tinha 11 anos e meu irmão
mais novo com apenas 8 meses.
Candeias tem mais de 86 mil habitantes, é o décimo primeiro maior PIB do estado da Bahia, suas maiores atividades econômicas
giram em torno de um consolidado parque industrial, um dos mais importantes
portos do Brasil, o Porto de Aratu, além de fazer parte do Centro Industrial de Aratu, e estar próxima a segunda maior refinaria do país, a Refinaria Landulfo Alves - Mataripe (RLAM). Em 1941, de Candeias saiu o primeiro
poço comercial de Petróleo do Brasil. A
festa religiosa de Nossa
Senhora das Candeias, que tem
seu ponto alto no dia 2 de fevereiro, atrai milhares de fiéis todos os anos,
regado a muita oração, alegria e animação. Cheguei a contar 110 caminhões paus
de arara com romeiros
Dentre os atrativos culturais,
destaque para as construções seculares, palco de fé e religiosidade, como a
Igreja Matriz de Nossa Senhora das Candeias, o Engenho Freguesia e a própria
Fonte Milagrosa de Nossa Senhora das Candeias. Uma cidade rica de povo pobre.
São Francisco do Conde com 40 mil
habitantes, localizado na Região Metropolitana de Salvador, é um recanto de belezas, história e muita
cultura, terceiro município do Recôncavo baiano,
guarda um grande patrimônio do Brasil Colonial. A cidade é rica em sobrados,
igrejas e engenhos, construídos durante a administração portuguesa no país. A
arquitetura imponente é um convite para um passeio ao século XVI, relembrando e
mantendo viva uma parte importante da história do Brasil. Possui seis capelas,
duas igrejas e dois conventos. Engenhos para a produção de açúcar que existiam:
do Meio, Engenho São Gonçalo, Lapa Cabana, São Paulo e Mataripe, o maior deles,
onde tinha até uma igreja e sobrado. A cidade cresceu ao lado de uma grande
igreja e um convento com palmeiras imperiais na frente, construído em 1698.
Uma
cidade rica de povo pobre. Tem um elevado PIB por conta da refinaria de
Mataripe, mas grande pobreza, com bairros sem água encanada sinal de roubalheira As palmeiras imperiais, símbolo da administração portuguesa,
estão por toda parte, as construções coloniais são majestosas e conservam a
memória da região. Os Tupinambás, os Caetés e Negros se misturavam e era
grande a produção da cana de açúcar. Tem inúmeras igrejas dos séculos XVIII e XIX e um casario colonial e um lindo portal na
entrada da cidade, mas não tem praia apesar de estar ao lado do Mar. Nossa Senhora do Perpétuo Socorro. A celebração, de
organização da Diocese de Camaçari, Paróquia de São Gonçalo – São Francisco do
Conde, ocorrerá de 30 de agosto a 08 de setembro. A Igreja do Socorro, distante 8km de Candeias, mas aos
13 anos participei sozinho, sem nenhum conhecido, da romaria que saía pela
madrugada e se andava no meio da lama levando os sapatos amarrados pelo cadarço
pendurado no pescoço e ao chegar se lavava os pés para calcá-los.
Minha Família materna nasceu em São Francisco do
Conde os avós Silvestre Nominando Lopes e Maria
da Silva Lopes foram sepultados no cemitério da igreja
do Socorro.
A SAGA DE SILVESTRE NOMINANDO LOPES
O Conselheiro LUIZ VIANA foi dono
do Engenho de Mataripe e tinha como seu capataz, administrador na época, o meu avô materno SILVESTRE
NOMINANDO LOPES, conhecido como Veveco, um cafuzo, filho de negro com
índia Tupinambá, com mais de 1,80m de altura, muito forte e fama de homem
destemido, de sangue no olho e que foi casado com Maria da Silva Lopes, com
quem teve 21 filhos, sobrevivendo 17.
“Imperava em
São Francisco do Conde naquela época uma política porca e violenta. Tinha um
chefe político chamado Gabriel que tinha costume de mandar pegar os desafetos,
colocar um funil no ânus e encher a barriga do infeliz com água e sal grosso
para desmoralizar o infeliz, que ficava com cólica violenta diarreia por alguns
dias”. Certa vez um compadre de papai se refugiou lá em casa para não sofrer a
violência e seu Veveco mandou recado para o Gabriel que a pessoa estava em sua
casa e que viesse pegá-lo. Ele tinha fama de homem que “tinha sangue no olho”,
valente e também era da confiança do dono do engenho que morava em Paris.
Claro que o mandachuva não foi, ficou desmoralizado,
mas trabalhou junto aos chefes em Salvador até que ele foi destituído,
perseguido e sem receber nenhum direito, nenhuma indenização do tempo que
gerenciou o engenho e tantos lucros deu para o proprietário, morreu pobre, de
desgosto. Era assim o Brasil daquela época... O chefe político agia coordenado
com o Vicente Porciúncula de Vila de São Francisco do Conde e tinha muito
prestígio com os poderosos em Salvador. E por isso toda a família foi morar
numa favela em Salvador.
Fotos do sobrado e capela no Engenho de Mataripe localizado em São
Francisco do Conde, recôncavo baiano: IPHAN - Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico
Nacional http://acervodigital.iphan.gov.br/xmlui/discover?rpp=10&etal=0&filtertype_0=titleAlternative&filtertype_1=format&filtertype_2=title&filter_relational_operator_1=equals&filtertype_3=spatial&filter_relational_operator_0=equals&filtertype_4=subject&filter_2=Engenho+do+Mataripe%3A+Casa+e+Capela&filter_relational_operator_3=equals&filter_1=Fotografias&filter_relational_operator_2=equals&filter_0=Capela+do+antigo+Engenho+Mataripe&filter_relational_operator_4=equals&filter_4=Identifica%C3%A7%C3%A3o&filter_3=S%C3%A3o+Francisco+do+Conde%2C+Bahia+%28BA%29
Uma verdadeira aula de história da nossa Bahia. Bom dia Célia, Salvador/BA
ResponderExcluirMercedes Lopes Coutinho, Salvador/BA: A Bahia sempre será a Bahia para os que estão e para os que visitam
ResponderExcluirVânia, Feira de Santana/BA:É sempre uma aventura retornar as origens...
ResponderExcluir[09:40, 07/03/2020] +55 75 9151-2266: Uma grande curva de aprendizagem e, nesse caso, não só pra ti como observador direto...vivendo essas experiências, como para os seus leitores
ResponderExcluirLuis Fernando
Belo, relato, Theo. Deu até vontade de viajar...
Grande abraço!
Rubens Pontes: O Sol nasceu prá todos, mas a sombra é pra quem merece.
ResponderExcluirVocês merecem..
kalergis:
ResponderExcluirRecordar o passado, é viver o presente