domingo, 30 de junho de 2019

TRAGÉDIA BRASILEIRA


TRAGÉDIA BRASILEIRA      Theodiano Bastos


A guerra do trânsito

Brasil registra uma morte a cada 15 minutos nas ruas e estradas

Tragédia nas vias do país já custou R$ 5,3 bilhões ao SUS em 20 anos, informa O GLOBO.

A cada hora, 7 pessoas morrem assassinadas no Brasil

O Anuário Brasileiro de Segurança Pública, divulgado na quinta-feira (9), revela o agravamento da situação de violência no Brasil. No ano passado, 63,8 mil pessoas foram vítimas de assassinato, o maior número da história do país.

São casos que envolvem homicídios, latrocínios, lesões corporais seguidas de morte e mortes em intervenção policial. Os números são de 2017 e revelam aumento de 2,9%, em relação ao ano anterior.
Os estados com as maiores taxas de mortes violentas, a cada 100 mil habitantes, foram Rio Grande do Norte, Acre e Ceará. O Rio de Janeiro foi o campeão de mortes em intervenções policiais e também o estado onte mais agentes foram assassinados. http://tvbrasil.ebc.com.br/
 
APOCALYPSE NOW Pedro Valls Feu Rosa

Quem não se lembra do filme “Apocalypse Now”, um clássico dirigido por Francis Ford Coppola retratando os horrores da Guerra do Vietnã? Eram cenas chocantes mostrando helicópteros sendo derrubados a tiros de metralhadora e pessoas morrendo como moscas.

Naquela guerra o exército norte-americano lutou ferozmente durante dez longos anos, perdendo 58.198 soldados. Enquanto isso, só no ano de 2003, o pacífico Brasil, que não estava em guerra, perdeu 51.043 filhos assassinados pelas suas ruas.
Há também a Segunda Guerra Mundial, reputada o maior conflito da história. O exército norte-americano lutou praticamente no mundo inteiro – desde os campos da Europa até o Oceano Pacífico. Enfrentou desde os tanques de guerra nazistas até os kamikazes japoneses. Nesta guerra, que durou uns cinco anos, os Estados Unidos perderam 291.557 soldados em combate. Enquanto isso, entre 2002 e 2006, 243.232 brasileiros morreram assassinados em nossas cidades, que vivem em paz.
E que dizermos da Primeira Guerra Mundial? Em uns quatro anos de conflito encarniçado pelas trincheiras da Europa, 53.402 soldados norte-americanos foram mortos em combate. Enquanto isso, só no ano de 2005, a população brasileira assistiu 47.578 homicídios, algo espantoso para um país que vive em paz!
Diante destes dados resolvi fazer umas contas. Verifiquei quantos soldados norte-americanos morreram em combate na Guerra do México, Guerra Hispano-Americana, I Guerra Mundial, II Guerra Mundial, Guerra da Coréia, Guerra do Vietnã, Guerra do Golfo, Guerra do Iraque e Guerra do Afeganistão. Cheguei a 666.056 baixas ao término de uns 34 anos de batalhas terríveis. Enquanto isso, em apenas 16 anos (1990 a 2006), 697.668 civis brasileiros morreram a tiros, facadas ou pauladas pelas ruas deste tranquilo país.

Já horrorizado diante destes números, fiz mais alguns cálculos e constatei algo assustador: o Exército dos Estados Unidos em guerra perde uma média de 53,67 soldados por dia. Já o Brasil, usufruindo de uma paz absoluta, perde 119,46 habitantes assassinados por dia – mais do que o dobro! Talvez devêssemos nos alistar nas Forças Armadas dos EUA – lá deve ser mais seguro e menos violento!

Voltei às planilhas. Constatei que nos cerca de cinco anos da Segunda Guerra Mundial, a pior de todos os tempos, o número de soldados mortos em combate dos exércitos da Bélgica, Bulgária, Canadá, Tchecoslováquia, Dinamarca, Grécia, Holanda, Noruega, Austrália, Índia, Nova Zelândia e África do Sul somados foi de 166.914. Nós não precisamos de cinco anos de guerra para tanto – só entre 2000 e 2003 enterramos, absolutamente em paz, 193.925 compatriotas!

Durante aqueles cinco anos de guerra a França, invadida pelos nazistas, perdeu 201.568 soldados. A Itália, sob Mussolini, 149.496. E o Brasil, durante cinco anos de paz e sossego (2001 a 2005), viu serem brutalmente assassinados 244.471 civis.
Há poucos anos ganhou o mundo a imagem de um helicóptero da Polícia abatido a tiros em pleno Rio de Janeiro. Dentro daquela frase de Victor Hugo, segundo quem “as ilusões sustentam a alma como as asas a um pássaro”, ficamos a defender o orgulho nacional dizendo ter sido aquele um episódio isolado. Sustentamos, com o peito inflado por um falso patriotismo, que normalmente este imenso país vive em paz. Em paz? Só se for aquela famosa “paz dos cemitérios”.
Pedro Valls Feu Rosa é desembargador do Tribunal de Justiça do Espírito Santo. https://diariodopoder.com.br/ 23/06/19

sábado, 29 de junho de 2019

MERCOSUL E UNIÃO EUROPEIA


Mercosul e União Europeia selam esperado acordo após 20 anos de negociações
O pacto representará um incremento do PIB brasileiro de 87,5 bilhões de dólares a 125 bilhões em 15 anos, segundo o Ministério da Economia
Após vinte anos de negociação, o Mercosul (Argentina, Brasil, Uruguai e Paraguai)  e a União Europeia selaram, nesta sexta-feira, um acordo de livre comércio entre os dois blocos. A informação é dos ministérios da Economia e das Relações Exteriores. O pacto é um marco histórico no relacionamento entre os dois blocos, que representam, juntos, cerca de 25% do PIB mundial e um mercado de 780 milhões de pessoas. Ele cobre temas tanto tarifários quanto de natureza regulatória, como serviços, compras governamentais, facilitação de comércio, barreiras técnicas, medidas sanitárias e fitossanitárias e propriedade intelectual.
O texto deve obter ainda a autorização dos Estados membros e do Parlamento Europeu, que podem exigir mudanças, informam os repórteres Lluís Pellicer e Álvaro Sánchez. De acordo com estimativas do Ministério da Economia, o acordo entre Mercosul e UE "representará um incremento do PIB brasileiro de 87,5 bilhões de dólares em 15 anos, podendo chegar a 125 bilhões de dólares", considerando a redução das barreiras não-tarifárias e o aumento esperado na produtividade do país. 
Ainda segundo o comunicado do Governo brasileiro, o aumento dos investimentos previstos para o Brasil no mesmo período é de 113 bilhões de dólares. E as exportações para a UE podem crescer quase 100 bilhões de dólares até 2035.
O presidente Jair Bolsonaro, que participa da cúpula do G20 em Osaka (Japão), classificou o pacto comercial entre o Mercosul e a União Europeia como um dos mais importantes "de todos os tempos". "Histórico!", escreveu ele no Twitter. "Esse será um dos acordos comerciais mais importantes de todos os tempos e trará benefícios enormes para nossa economia". Na avaliação do Governo brasileiro, o pacto com a UE deve ser visto como um “acordo ponte”, que facilitará a negociação de futuros acordos entre o Mercosul e outros parceiros.
Com a vigência do acordo, produtos agrícolas terão suas tarifas eliminadas, como suco de laranja, frutas e café solúvel. Os exportadores brasileiros obterão ampliação do acesso, por meio de quotas, para carnes, açúcar e etanol, entre outros.
O Governo informou, ainda, que o acordo reconhecerá como "distintivos do Brasil" vários produtos, como cachaças, queijos, vinhos e cafés, e garantirá "acesso efetivo em diversos segmentos de serviços, como comunicação, construção, distribuição, turismo, transportes e serviços profissionais e financeiros".
Ainda segundo a nota, as empresas brasileiras serão beneficiadas com a eliminação de tarifas na exportação de 100% dos produtos industriais. "Serão, desta forma, equalizadas as condições de concorrência com outros parceiros que já possuem acordos de livre comércio com a UE", informou o governo federal.
"A redução de barreiras e a maior segurança jurídica e transparência de regras irão facilitar a inserção do Brasil nas cadeias globais de valor, com geração de mais investimentos, emprego e renda", avaliou o comunicado.
O texto fechado entre os dois blocos estabelece ainda contrapartidas sociais e ambientais às duas partes expostas no capítulo “Desenvolvimento sustentável”. A principal delas é a permanência e defesa do Acordo de Paris e inclui ainda respeito aos direitos trabalhistas e garantia aos direitos das comunidades indígenas.
Participaram das negociações entre Mercosul e UE em Bruxelas o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo; a ministra da Agricultura, Tereza Cristina; e o Secretário Especial de Comércio Exterior e Assuntos Internacionais do Ministério da Economia, Marcos Troyjo. https://brasil.elpais.com/brasil/2019/06/28/

O que o Mercosul tem a ganhar após acordo com a União Europeia
Com 264 milhões de habitantes e um PIB de quase 1/8 do bloco europeu, países do grupo americano devem se beneficiar com o novo acordo.
Mercosul: Acordo com a União Europeia pode dar benefícios comerciais para Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai O Mercosul é uma “união aduaneira imperfeita”. A frase se repete como um mantra na história do bloco, criado em 1991 com o objetivo de integração comercial, que avançou lentamente e pode, agora, encontrar um novo estímulo com um acordo com a União Europeia (UE).
Especialistas consultados pela AFP concordam que, além dos benefícios comerciais que Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai podem obter do acordo com a UE, o pacto funcionaria como catalizador institucional para um bloco estagnado, com 264 milhões de habitantes e um Produto Interno Bruto (PIB) que é quase 1/8 do seu colega europeu.
Meio do caminho
“A quase 30 anos de sua criação, não se alcançou sequer o cenário de União Aduaneira” no Mercosul, explica Nicolás Albertoni, especialista em Comércio da Georgetown University, em Washington, nos EUA. Embora exista uma Tarifa Externa Comum (TEC), há muitas exceções e, por isso, fala-se de “imperfeição”: os países-membros aplicam tarifas próprias em vez da TEC quando negociam com terceiros, explica.
Veja também
 “O Mercosul não consolidou sua união aduaneira, nem seu mercado comum; conta com uma zona de livre-comércio precária, já que tem exceções (setor automotivo e o açúcar, por exemplo), e ainda conta com um nível muito elevado de barreiras não tarifárias que afetam o crescimento do comércio intra-regional”, afirma Ignacio Bartesaghi, especialista em Comércio e Mercosul da Universidade Católica de Montevidéu, onde fica a sede do bloco sul-americano. https://exame.abril.com.br/

quinta-feira, 27 de junho de 2019

CONVULSÃO SOCIAL: FLAGELO DA VIOLÊNCIA E DAS DROGAS


CONVULSÃO SOCIAL: FLAGELO DA VIOLÊNCIA E DAS DROGAS
Theodiano Bastos

Sargento preso com cocaína acompanhou 3 presidentes

Manoel Silva Rodrigues realizou pelo menos 29 viagens e já voou em comitivas com Temer e Dilma

“39 kg de cocaína constrangem o Governo Bolsonaro Prisão de sargento flagrado com droga na Espanha vira notícia internacional e meme e pressiona Aeronáutica e Planalto por falha em segurança de comitiva presidencial Bolsonaro, antes de embarcar rumo ao Japão. REUTERS

, eleito prometendo combater o crime e as drogas como nunca antes no país, tenta responder uma pergunta incômoda desde a noite de terça-feira: como um militar de sua comitiva ousou e conseguiu levar 39 kg de cocaína em um avião oficial, destacado como apoio à sua viagem ao G-20 no Japão? A prisão do sargento Manoel Silva Rodrigues, 38 anos, em Sevilha, na Espanha, com o carregamento da droga, de valor estimado de mercado de mais de 8 milhões de reais, se transformou num constrangimento político maiúsculo para o Planalto. 

Para qualquer ocupante do Planalto o caso seria um dissabor importante: a detenção ganhou destaque na imprensa espanhola e apareceu em jornais como o Financial Times, New York Times e Le Monde (que pôs "o caso do aerococa" no título). Para Bolsonaro, tem ainda um viés adicional. Defensor dos militares como uma espécie de reserva moral do país, o capitão reformado do Exército tentou se antecipar e comentar o tema no Twitter ainda na noite de terça, defendendo que o flagrante com o sargento Rodrigues não representava a corporação. 

Nesta quarta, Bolsonaro voltou ao Twitter para dizer que o militar não tinha relação com a equipe dele e tratou o episódio como "inaceitável". Longe de colocar panos quentes sobre a situação, o presidente em exercício Hamilton Mourão classificou a conduta do sargento como sendo de uma "mula qualificada" e afirmou que ele não agiu sozinho. "É óbvio que, pela quantidade de droga que ele estava levando, que não comprou na esquina e levou, né? Ele estava trabalhando como mula. Uma mula qualificada", definiu Mourão, em entrevista nesta quarta-feira à Rádio Gaúcha. Outras coincidências reforçaram o constrangimento. Enquanto a notícia se espalhava, o ministro da Justiça, Sergio Moro, em viagem aos EUA, visitava a Agência Antidrogas norte-americana. "Não vamos medir esforços para investigar e punir o crime", disse Moro também no Twitter.

MAIS INFORMAÇÕES


Os Bolsonaro, mestres no jogo de dominar a agenda das redes sociais, viram o tema ganhar a Internet: a procura pelo tema em buscadores como o Google estourou, assim como memes e uma guerra entre apoiadores do Governo e detratores no Twitter. Aos críticos coube lembrar episódios em que a família presidencial foi implacável ao falar de temas relacionados ao tráfico de drogas. Em março, após um encontro em Washington entre Bolsonaro e o presidente da Organização dos Estados Americanos, Luis Almagro, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL), filho do presidente, deu nova munição para ser usada agora. Afirmou que a conversa havia girado em torno de "Cuba e da narcoditadura de Nicolás Maduro". A acusação, respaldada pelo Governo Trump, mas também por alguns organismos independentes, já havia sido inaugurada pelo Itamaraty em janeiro, quando divulgou uma nota afirmando que o regime de Maduro é baseado no tráfico de drogas e pessoas e no terrorismo. "O sistema chefiado por Nicolás Maduro constitui um mecanismo de crime organizado. Está baseado na corrupção generalizada, no narcotráfico, no tráfico de pessoas, na lavagem de dinheiro e no terrorismo". 

Tráfico de drogas é o 2º crime mais comum na pauta da Justiça Militar https://brasil.elpais.com/ 26/06/19


Em 1999, 33 kg de droga foram encontrados em avião da FAB

Comandante do voo e oito tripulantes não foram presos, pois a investigação conjunta da FAB e da PF apontava que eles não saberiam da carga

Há 20 anos, foram encontrados 32,9 quilos num avião cargueiro Hércules C-130

Sargento Johnson/Força Aérea Brasileira
A prisão do segundo-sargento da Aeronáutica Manoel Silva Rodrigues não foi a primeira de integrantes da Aeronáutica envolvidos com o tráfico internacional de drogas. 
Há 20 anos, foram encontrados 32,9 quilos de cocaína num avião cargueiro Hércules C-130 da FAB na Base Aérea do Recife. O avião de prefixo 2466 seguia do Rio de Janeiro para Palma de Mallorca, na Espanha, em 19 de abril de 1999.

O comandante do voo e oito tripulantes não foram presos na hora, pois a investigação conjunta da FAB e da PF apontava que eles não saberiam da carga. Dias depois, o tenente-coronel-aviador Paulo Sérgio Pereira Oliveira foi preso e confessou ter entregue as malas com cocaína ao piloto major-aviador Antonio Takuo Tani, a pedido do seu irmão, José Carlos Oliveira, que receberia a encomenda na Espanha.
Três oficiais da Aeronáutica e três civis foram indiciados no IPM (Inquérito Policial Militar) que investigou o caso. Os outros militares indiciados foram o tenente-coronel da reserva Washington Vieira da Silva e o major-aviador Luiz Antônio da Silva Greff. Condenados a penas de 16 e 17 anos, os militares acusados foram presos, mas receberam habeas corpus em recursos judiciais. https://noticias.r7.com

Em 1999, 33 kg de droga foram encontrados em avião da FAB

Comandante do voo e oito tripulantes não foram presos, pois a investigação conjunta da FAB e da PF apontava que eles não saberiam da carga

Há 20 anos, foram encontrados 32,9 quilos num avião cargueiro Hércules C-130

Sargento Johnson/Força Aérea Brasileira
A prisão do segundo-sargento da Aeronáutica Manoel Silva Rodrigues não foi a primeira de integrantes da Aeronáutica envolvidos com o tráfico internacional de drogas. Há 20 anos, foram encontrados 32,9 quilos de cocaína num avião cargueiro Hércules C-130 da FAB na Base Aérea do Recife. O avião de prefixo 2466 seguia do Rio de Janeiro para Palma de Mallorca, na Espanha, em 19 de abril de 1999.

O comandante do voo e oito tripulantes não foram presos na hora, pois a investigação conjunta da FAB e da PF apontava que eles não saberiam da carga. Dias depois, o tenente-coronel-aviador Paulo Sérgio Pereira Oliveira foi preso e confessou ter entregue as malas com cocaína ao piloto major-aviador Antonio Takuo Tani, a pedido do seu irmão, José Carlos Oliveira, que receberia a encomenda na Espanha.

Três oficiais da Aeronáutica e três civis foram indiciados no IPM (Inquérito Policial Militar) que investigou o caso. Os outros militares indiciados foram o tenente-coronel da reserva Washington Vieira da Silva e o major-aviador Luiz Antônio da Silva Greff. Condenados a penas de 16 e 17 anos, os militares acusados foram presos, mas receberam habeas corpus em recursos judiciais. https://noticias.r7.com