sexta-feira, 3 de julho de 2015

CÚPULA DO PT É CORRUPTA, DIZ BORIS FAUSTO



Flip: Boris Fausto diz que cúpula do PT é 'formada por corruptos que trabalham num esquema mafioso'
Historiador paulistano foi bastante aplaudido ao fazer críticas ao governo e à oposição
por André Miranda, enviado especial
03/07/2015

PARATY - Do luto à desolação, da morte de sua mulher à descrença com os rumos da política brasileira: a mesa com o historiador paulistano Boris Fausto, a primeira desta sexta-feira da Festa Literária Internacional de Paraty (Flip) primeiro emocionou a plateia pelo tom intimista e depois resultou em fortes aplausos pelos comentários políticos críticos a governo e oposição. Entrevistado pelo jornalista Paulo Roberto Pires, o momento mais marcante da fala de Fausto foi sua análise sobre a mudança de rumo no governo e no Partido dos Trabalhadores (PT). Fausto afirmou que a cúpula do PT é formada por "gente corrupta que trabalha num esquema mafioso". A plateia aplaudiu.
— Há uma coisa muito triste, que é a transformação da cúpula do Partido dos Trabalhadores; e não estou dizendo que não há pessoas honestas, claro que há; mas há uma transformação numa cúpula de gente corrupta que trabalha num esquema mafioso e de gangue — afirmou.
Fausto também criticou a oposição atual no Brasil, lembrando a votação do fator previdenciário, em que o PSDB se posicionou contra o governo. E, por isso, foi novamente muito aplaudido. O historiador ainda defendeu a presidente Dilma Rousseff:
— O governo Dilma é mais ideológico, e isso contraditoriamente conta a favor dela. Eu acho que ela não se envolveu nesses esquemas, ela tentou combater, ficar à margem desses esquemas — disse Fausto. — Já a oposição vai mal, obrigado. É muito comum as pessoas dizerem que a oposição tem que ir para frente, brigar pelo impeachment. Não é esse o fato. Não acho que o impeachment é uma brincadeira, mas ele pode se impor, a situação está se complicando muito rapidamente. Mas o problema da oposição é não ter sabido ser oposição, não ter tido a coragem de ser oposição e ter coerência em suas atitudes. Por exemplo, um partido que introduziu o fator previdenciário na época de Fernando Henrique Cardoso deveria votar a favor da manutenção do fator previdenciário mesmo que o PT estivesse votando a favor. Essa coerência é que a gente cobra da oposição. Passaram-se muitos anos, e agora é difícil construir uma alternativa séria e responsável de oposição. Isso seria vital neste momento, mas infelizmente nós não temos.
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Com uma vasta carreira acadêmica na USP, autor de livros como "A revolução de 1930", "Fazer a América" e "O crime do restaurante chinês: Carnaval, futebol e justiça na São Paulo dos anos 30", Fausto, de 84 anos, é um dos mais respeitados historiadores do Brasil, mas participa pela primeira vez da Flip. Em sua mesa, ele começou abordando o luto pela morte de sua mulher, Cynira Stocco Fausto, com quem foi casado por 49 anos: a educadora morreu em 2010, depois de sete anos lutando contra um câncer.
No fim do ano passado, Fausto publicou o livro "O brilho do bronze", em que trata do sentimento do luto e relembra histórias sobre Cynira. Ele citou como influência a obra "O brilho do pensamento mágico", em que a escritora americana Joan Didion abordou a morte de seu marido.
— A Cynira era uma mulher com muita determinação, muito séria, e com baixo nível de retórica. Num tempo em que queríamos mudar o mundo, ela, que era de uma vertente católica de esquerda, resolveu não apenas falar, mas fazer. Foi morar na periferia de São Paulo e ajudou a desenvolver um núcleo que desse abertura para meninos pobres da periferia — afirmou.
Fausto também recordou quando conseguiu superar o luto pela morte da mulher, citando inclusive que se permitiu abrir para a possibilidade de outras relações amorosas.
— Ela foi cremada, e eu resolvi que queria ficar com as cinzas. Identifiquei as cinzas como um lugar familiar da memória — disse. — Em algum momento, depois, consegui encaixar as memórias das Cynira num lugar tranquilo, e me abri para outras histórias. Daí o luto se encerrou. Tanto que hoje sou capaz de falar sobre a Cynira sem chorar.
Depois de analisar alguns momentos da história do Brasil (ele lembrou, por exemplo, que o Golpe de 64 serviu para nos ensinar que a democracia é essencial para a sociedade brasileira), apenas na parte final da mesa, nos últimos 10 minutos, é que Fausto passou a analisar a conjuntura atual do país.
— Houve momentos a partir da entrada do PT no poder de razoável equilíbrio financeiro combinado com a possibilidade realizar uma política social efetiva. Ninguém nega isso. Mas eu diria que, a partir do segundo governo Lula, e não estou fazendo propaganda, houve uma inflexão a favor de uma política econômica absolutamente inadequada, ideológica.
A pedido de Paulo Roberto Pires, o historiador também traçou um paralelo entre as manifestações de 2013 e os recentes protestos contra o governo da presidente Dilma Rousseff (PT):
— O movimento de 2013 foi realmente surpreendente, mas era claro que se tratava de um movimento e não de uma mudança política que levasse a alguma coisa. Estava integrado a um movimento geral de desencanto. Mas como eu vejo a situação hoje? A situação mudou velozmente de 2013 para 2015. Em 2013, embora os sinais da depressão e o processo do Mensalão estivessem em marcha, tudo isso não tinha a dimensão que tem hoje, de um país que entrou numa crise muito grande. Em substituição ao otimismo daquela época surgiu um desencanto muito grande. O que há hoje é a emergência de um movimento de classe média que foi às ruas por razões especificamente políticas, mas é um movimento que também chegou a um impasse. É um movimento contra, que não propõe como sair desse quadro espantoso, e que não é natural. Foram forças bem definidas que nos levaram a essa situação. Isso precisa ficar bem claro. Fonte: http://oglobo.globo.com/ 03/07/15



quarta-feira, 1 de julho de 2015

DILMA SÓ TEM 9% DE APROVAÇÃO



O que resta de aprovação de Dilma cai de 12% para 9%
Pesquisa do Ibope mostra que rejeição subiu de 64% para 68%

Dilma tem agora a menor taxa de aprovação da História, no Brasil.

Pesquisa encomendada ao Ibope pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), e divulgada nesta quarta-feira (1º), indica que a avaliação positiva do governo Dilma Rousseff caiu de 12% para apenas 9%, a menor da História. A avaliação “não positiva”, com a soma de “ruim/péssimo” (68%) com “regular” (21%), chega a 89%.
O Ibope entrevistou 2.002 eleitores em 141 municípios brasileiros, entre os dias 18 e 21 de junho, e a margem de erro é de dois pontos percentuais.
Na pesquisa divulgada em abril passado, a aprovação de Dilma era de 12% e 64% rejeitavam seu governo. Naquele levantamento, 23% consideraram a gestão "regular".
De acordo com a pesquisa divulgada nesta quarta pela CNI, 20% dos entrevistados disseram ter confiança na presidente Dilma; já 78% afirmaram não confiar na petista; e 3% não souberam ou não opinaram.
Comentário: Arabutan Rocha · Top Commenter · Works at Eu sou aposentado
ENQUANTO DILMA CAI NA AVALIAÇÃO POSITIVA PARA 9%, O AUMENTO NA DOTAÇÃO ORÇAMENTÁRIA N° 25.000 DO MINISTÉRIO DA FAZENDA PASSA DE R$ 28,5 BILHÕES EM 2014 PARA O ABSURDO DE R$ 1,633 TRILHÃO EM 2015, UM AUMENTO DE NADA MAIS DO QUE MÍSEROS 5.730%. MAIS OUTRA MANOBRA DE ESCONDER O QUE TEM POR TRÁS DA FAMIGERADA DÍVIDA PÚBLICA, QUE EM 31 DE DEZEMBRO DE 2002 ERA DE APENAS R$ 160 bilhões E HOJE ULTRAPASSA DOS R$ 3,5 TRILHÕES (DÍVIDA i + e). CADÊ QUE O misterioso ministro QUINCAS LEVY ATRÁS OS BRASILEIROS DAR ALGUMA EXPLICAÇÃO AO POVO BRASILEIRO DO PORQUE EXTERMÍNIO DOS CÓDIGOS ORÇAMENTÁRIOS SOB N° 71.000 + 74.000 + 75.000 TODOS COM RELAÇÃO A TAL FAMIGERADA DÍVIDA E O DE N° 73.000 RELATIVO AS TRANSFERÊNCIAS AOS ESTADOS, DISTRITO FEDERAL E MUNICÍPIOS, COM DETALHES AOS 27 ESTADOS + 1 DISTRITO FEDERAL + 5.570 MUNICÍPIOS. ESSA OMISSÃO DO DESGOVERNOS DILMA É PORQUE SE ESTOURAR ESSA BOMBA, VAMOS NO MESMO CAMINHO DA GRÉCIA. ATENÇÃO MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL UMA FORÇA TAREFA PODE TIRAR O BRASIL DA FALÊNCIA MÚLTIPLA E SEM COMBATER A SONEGAÇÃO DO NIÓBIO, É MORTE CERTA DE UMA GRANDE NAÇÃO. Fonte: http://www.diariodopoder.com.br/ 01/07/15

DILMA CONFUNDIU O STF COM O DOI



Num processo de mistificação do passado a serviço da corrupção do presente, a doutora confundiu o STF com o DOI

Elio Gaspari, O Globo 01/07/2015 

Um dos enigmas do comportamento político de Dilma Rousseff está na sua capacidade de viver numa realidade própria. É a essa característica que se deve atribuir parte do descrédito que acompanha sua administração. Diz uma coisa, faz outra e vai em frente. Recuando quase meio século na história do país para manipular os desdobramentos da Operação Lava-Jato, a doutora afirmou o seguinte:
“Eu não respeito delator, até porque estive presa na ditadura militar e sei o que é. Tentaram me transformar numa delatora. A ditadura fazia isso com as pessoas presas e garanto a vocês que resisti bravamente”.
Mistificando o presente, associou o comportamento de quem passa pela carceragem de Curitiba com o dos presos do DOI durante a ditadura. Seu paralelo ofende o Ministério Público, o Judiciário e o Supremo Tribunal Federal, que homologa cada um dos acordos onde estão as confissões. Nenhum preso da Lava-Jato passou por qualquer constrangimento físico. Até agora, todos os atos praticados pelos investigadores respeitaram o devido processo legal.
Deixando-se essa questão de lado, o que não é pouca coisa, vai-se ao coração da fala: “Eu não respeito delator". Num lance de autoexaltação, lembrou que “resisti bravamente". Ela sabe que o comportamento de um preso sob tortura nada tem a ver com sua bravura. Relaciona-se apenas com o caráter do torturador e do regime a quem ele serve. Quem fala sob tortura não é delator, é apenas um cidadão torturado e a doutora respeita muitos deles. Dilma Rousseff, a “Wanda” do Comando de Libertação Nacional, sabe que o “Kleber” não foi um delator. Em 1969, depois de ter sido torturado por vários dias, ele indicou para a polícia o endereço de um aparelho da Rua Atacarambu, em Belo Horizonte, onde estavam sete de seus companheiros. Dos milhares de presos torturados durante a ditadura, talvez não tenham chegado a uma dezena aqueles que, livres, continuaram colaborando com os agentes da repressão. Se os acusados que estão colaborando com a Lava-Jato são mentirosos, não merecem respeito e seus acordos devem ser cancelados. Insultá-los leva a lugar nenhum.
Misturar empreiteiros milionários com militantes torturados é um truque que desmerece o estado de direito e o regime democrático de hoje. Nas palavras de um ministro do governo Médici, referindo-se aos presos de seu tempo, “a delação, para eles, é o supremo opróbrio". Outro hierarca elaborou o lance seguinte: os presos, tendo delatado, justificavam-se inventando que haviam sido torturados. Donde, não havia tortura, mas delatores. No paralelo de Dilma não haveria roubalheiras, mas delatores que não merecem respeito.
Há ainda outra diferença entre os presos que eram torturados nos DOI e os que passam pela Lava-Jato. Uns sequestravam diplomatas, assaltavam bancos e roubaram o cofre onde a namorada de um ex-governador de São Paulo guardava dois milhões de dólares, parte dos quais vindos de empreiteiras. Seus alvos faziam parte do arco de interesses que todos, inclusive a doutora, pretendiam destruir. Nenhum deles pensava em aumentar seu patrimônio. Os empreiteiros da Lava-Jato buscavam o enriquecimento pessoal e o PT enfiou-se nesse mundo de pixulecos porque quis. Fonte: http://noblat.oglobo.globo.com 01/07/15


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Há sete meses e meio, candidata à reeleição, Dilma vangloriou-se de ter sancionado a lei 12.850/2013, que regulamentou a colaboração de criminosos com a Justiça.
Num debate presidencial em que mediu forças com o então antagonista tucano Aécio Neves, em 14 de outubro de 2014, Dilma citou a delação com outro propósito — um propósito autopromocional. Postulante à reeleição, Dilma disse, diante das câmeras da TV Bandeirantes, ter mudado a realidade que potencializava a impunidade no Brasil.
“Quero lembrar que duas leis, aprovadas no meu governo, no ano passado, dão base para esse processo de investigação da Petrobras”, jactou-se Dilma. “A primeira: a lei 12.830, que garante a independência do delegado. […] A outra, que regulamentou justamente a delação premiada, a 12.850.”

terça-feira, 23 de junho de 2015

LULOPETISMO EM DECOMPOSIÇÃO





Sobre Lula, Renan diz que não será ‘comentarista do abismo’

Presidente do Senado defende criação da Autoridade Fiscal Independente para fiscalizar contas e evitar ‘pedaladas’
Presidente do Senado, Renan Calheiros - Givaldo Barbosa / Agência O Globo
BRASÍLIA - Ao se perguntado sobre os ataques do ex-presidente Lula ao governo da presidente Dilma e ao seu gabinete, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), disse que não seria "comentarista do abismo" e que fazer isso não resolve os problemas. Renan disse que é preciso apresentar saídas e, dentro desse raciocínio, anunciou que vai criar a Autoridade Fiscal Independente, para acompanhar as contas do governo e evitar problemas como as chamadas "pedaladas” fiscais. O cargo já está sendo chamado de novo Tribunal de Contas da União (TCU), já que o TCU é um órgão exatamente do Legislativo.
Fonte:  http://oglobo.globo.com/brasil/ (23/06/15)



LULOPETISMO EM DECOMPOSIÇÃO     NO VOLUME MORTO
A pesquisa Datafolha publicada no domingo (21/06/15) mostrou que o governo da presidente Dilma Rousseff é considerado ruim ou péssimo por 65% dos eleitores, um novo recorde negativo da petista que a deixa com uma taxa de reprovação melhor apenas que a de Fernando Collor de Mello às vésperas do impeachment, em 1992. E essa nem foi a pior notícia para o PT. 

Mais que a impopularidade de Dilma, com sutis diferenças já captada nos levantamentos anteriores, o que chamou a atenção desta vez foi o desempenho do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em uma hipotética disputa pelo Planalto.
Se o pleito fosse hoje, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) lideraria a corrida presidencial com 35% das preferências; Lula aparece em seguida, com 25%, à frente de Marina Silva (PSB), com 18%.
É a primeira vez que o petista figura em segundo lugar em uma pesquisa de intenção de voto desde a campanha da reeleição, em 2006. 

Não há dúvida quanto à corrosão do capital eleitoral de Lula: no final de 2013, ele ostentava 56% das preferências; em meados de 2014, 44%. Vista dessa perspectiva, a dilapidação de seu patrimônio em 2005, ano do mensalão, já não parece tão acentuada, com uma queda (depois revertida) de 44% para 29% em 12 meses. 

Tais números decerto ajudam a entender as, digamos, liberdades que o ex-presidente passou a se permitir nos últimos dias. Na semana passada, em encontro com um grupo de padres e dirigentes de entidades religiosas em seu instituto, criticou o governo Dilma como se a ele fizesse oposição. 

Segundo o jornal "O Globo", Lula disse, por exemplo, que ninguém se recorda da última boa-nova que a gestão petista deu ao Brasil. As más notícias listadas pelo ex-presidente, porém, eram várias: da inflação ao aumento de tarifas controladas, passando por denúncias de corrupção e pelo descumprimento de promessas de campanha.
Como se a mensagem não tivesse sido clara o bastante, Lula voltou à carga nesta segunda (22). No seminário "Novos desafios da democracia", promovido por seu instituto, sustentou que o PT deveria passar por uma revolução, incorporando quadros jovens e ideias frescas. 

"Eu, que sou uma figura proeminente do PT, tenho 69 [anos], estou cansado. Estou falando as mesmas coisas que falava em 1980", asseverou, não sem condenar um pragmat
ismo excessivo na sigla. "A gente só pensa em cargo, só pensa em emprego, só pensa em ser eleito, ninguém trabalha mais de graça." 

A começar do próprio Lula, talvez seja o caso de acrescentar. Como o ex-presidente afirmou na última semana, ele sabe que está no "volume morto", ao lado de Dilma Rousseff e do PT. Sabe também, mas isso não disse, que a previsão do tempo não é favorável ao governo –e por isso mesmo terá escassas chances em 2018 se não começar a se distanciar de sua pupila.
editoriais@uol.com.br (23/06/15)