Sobre Lula, Renan diz que não será
‘comentarista do abismo’
Presidente
do Senado defende criação da Autoridade Fiscal Independente para fiscalizar
contas e evitar ‘pedaladas’
Presidente
do Senado, Renan Calheiros - Givaldo Barbosa / Agência O Globo
BRASÍLIA -
Ao se perguntado sobre os ataques do ex-presidente Lula ao governo da
presidente Dilma e ao seu gabinete, o presidente do Senado, Renan Calheiros
(PMDB-AL), disse que não seria "comentarista do abismo" e que fazer
isso não resolve os problemas. Renan disse que é preciso apresentar saídas e,
dentro desse raciocínio, anunciou que vai criar a Autoridade Fiscal
Independente, para acompanhar as contas do governo e evitar problemas como as
chamadas "pedaladas” fiscais. O cargo já está sendo chamado de novo
Tribunal de Contas da União (TCU), já que o TCU é um órgão exatamente do
Legislativo. Fonte: http://oglobo.globo.com/brasil/ (23/06/15)
A pesquisa
Datafolha publicada no domingo (21/06/15) mostrou que o governo da presidente Dilma
Rousseff é considerado ruim ou péssimo por 65% dos eleitores, um novo recorde
negativo da petista que a deixa com uma taxa de reprovação melhor apenas que a
de Fernando Collor de Mello às vésperas do impeachment, em 1992. E essa nem foi
a pior notícia para o PT.
Mais que a
impopularidade de Dilma, com sutis diferenças já captada nos levantamentos
anteriores, o que chamou a atenção desta vez foi o desempenho do ex-presidente
Luiz Inácio Lula da Silva em uma hipotética disputa pelo Planalto.
Se o pleito fosse
hoje, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) lideraria a corrida presidencial com 35%
das preferências; Lula aparece em seguida, com 25%, à frente de Marina Silva
(PSB), com 18%.
É a primeira vez
que o petista figura em segundo lugar em uma pesquisa de intenção de voto desde
a campanha da reeleição, em 2006.
Não há dúvida
quanto à corrosão do capital eleitoral de Lula: no final de 2013, ele ostentava
56% das preferências; em meados de 2014, 44%. Vista dessa perspectiva, a
dilapidação de seu patrimônio em 2005, ano do mensalão, já não parece tão
acentuada, com uma queda (depois revertida) de 44% para 29% em 12 meses.
Tais números
decerto ajudam a entender as, digamos, liberdades que o ex-presidente passou a
se permitir nos últimos dias. Na semana passada, em encontro com um grupo de
padres e dirigentes de entidades religiosas em seu instituto, criticou o
governo Dilma como se a ele fizesse oposição.
Segundo o jornal
"O Globo", Lula disse, por exemplo, que ninguém se recorda da última
boa-nova que a gestão petista deu ao Brasil. As más notícias listadas pelo
ex-presidente, porém, eram várias: da inflação ao aumento de tarifas
controladas, passando por denúncias de corrupção e pelo descumprimento de
promessas de campanha.
Como se a mensagem
não tivesse sido clara o bastante, Lula voltou à carga nesta segunda (22). No
seminário "Novos desafios da democracia", promovido por seu
instituto, sustentou que o PT deveria passar por uma revolução, incorporando
quadros jovens e ideias frescas.
"Eu, que sou
uma figura proeminente do PT, tenho 69 [anos], estou cansado. Estou falando as
mesmas coisas que falava em 1980", asseverou, não sem condenar um pragmat
ismo excessivo na
sigla. "A gente só pensa em cargo, só pensa em emprego, só pensa em ser
eleito, ninguém trabalha mais de graça."
A começar do
próprio Lula, talvez seja o caso de acrescentar. Como o ex-presidente afirmou
na última semana, ele sabe que está no "volume morto", ao lado de
Dilma Rousseff e do PT. Sabe também, mas isso não disse, que a previsão do
tempo não é favorável ao governo –e por isso mesmo terá escassas chances em
2018 se não começar a se distanciar de sua pupila.
editoriais@uol.com.br (23/06/15)
editoriais@uol.com.br (23/06/15)
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