segunda-feira, 31 de maio de 2021

BRASIL, PAÍS PREDESTINADO

 

BRASIL - ESTADOS UNIDOS                E A NOVA SÍNTESE

Por Theodiano Bastos

O Brasil sempre se saiu melhor quando o Partido Republicano está no poder e agora com o excelente entrosamento  entre Trump e Bolsonaro poderemos esperar dias melhores para o Brasil e quem sabe a construção de uma “Nova Síntese”, de que fala Vianna Moog em seu extraordinário livro 'BANDEIRANTES E PIONEIROS".

Este texto está no blog O PERISCÓPIO: theodianobastos.blobspot.com.br

Nesta grande obra de Vianna Moog, consta: “Encontramos que entre os países de extensão continental e grandes populações, tais como os Estados Unidos, Rússia, China, o Brasil se insere com grandes possibilidades de obter êxito numa “NOVA SÍNTESE”, capaz de conciliar os vários conflitos que lavram no ocidente e no mundo... surgirá no Ocidente, não nos países situados na órbita protestante, mas algum dos países de origem e tradição latina, de preferência no México, no Brasil e no Canadá francês ou a hipótese de que a NOVA SÍNTESE acabe surgindo no sei das minorias católicas americanas”, diz profeticamente Vianna Moog. Creio que o Brasil, por ser de extensão continental, grande população multirracial e de língua única, falada em toda a sua extensão, apresenta-se como um laboratório social viável para a NOVA SÍNTESE

Trump: “Brasil e EUA nunca estiveram tão próximos como estão agora”

Donald Trump disse ser uma honra receber Jair Bolsonaro na Casa Branca.

“Ele tem feito trabalho espetacular e liderou uma das campanhas mais impressionantes dos últimos tempos. O Brasil é um grande amigo. Brasil e Estados Unidos nunca estiveram tão próximos como estão agora”.

O presidente americano citou a Venezuela e o comércio como temas das conversas. Deu de presente a Bolsonaro uma camisa da seleção americana de futebol, que retribuiu com uma da CBF com o número 10.                

   UM NOVO MUNDO É POSSÍVEL?

Tenho repetido nos livros de minha autoria “A Procura do Destino”, “O Triunfo das Ideias” e “Pegadas da Caminhada”, e em artigos, e onde mais posso, as obras de Erich Fromm, principalmente "A Revolução da Esperança" e "Ter ou Ser?", nelas encontramos luzes: "Creio que nem o capitalismo ocidental nem o comunismo soviético (que já faz parte do passado) — ou chinês, podem resolver o problema do futuro. Ambos criam burocracias que transformam o homem numa coisa". “O homem deve colocar as forças da natureza e da sociedade sob o seu controle consciente e racional, mas não sob o controle de uma burocracia que administra coisas e homem, mas sob o controle dos produtores livres e associados que administram coisas e as subordinam ao homem, medida de todas as coisas”.

                                    “O homem pode destruir toda a vida civilizada e os valores que restarem e construir uma organização bárbara, totalitária, que domine o que sobrar da humanidade. Ter consciência desse perigo, analisar as expressões dúbias por ambos os lados para impedir que os homens vejam o abismo para onde estão marchando, é obrigação, o mandamento intelectual e moral que o homem deve obedecer hoje. "Se não o fizer, seu fim será certo", alerta Erich Fromm.

                                    A resposta para o problema da liberdade não será encontrada na mudança da forma política de governo, mas na transformação econômica e social da sociedade. Mudanças simultâneas na esfera da organização industrial e política da estrutura do caráter e das atividades culturais. A concentração dos esforços em qualquer uma dessas esferas com a exclusão ou negligência de qualquer das outras, tem ação destrutiva sobre toda a modificação, continua ensinando Fromm, que conclui: "Um passo de progresso integrado em todas as esferas da vida, terá resultados de maior alcance e mais duradouros para o progresso da raça humana, do que cem passos numa só direção". Hoje, com os recursos disponíveis no Brasil na área de comunicação social de massa, e principalmente a televisão e o rádio, como também jornais e revistas, com o que é possível atingir até cidadãos analfabetos, hoje bem informados  do que acontece no Brasil e no mundo, com seu radinho a pilha, não é ser sonhador pensar que já se pode dar no Brasil um passo decisivo para o fim da história "humanóide", na qual o homem ainda não é completamente humano, mas ainda "O lobo do próprio homem", na visão pessimista de Hobbes.

                                      A mídia vem sendo usado para tornar as criaturas infelizes com o que possuem, impingindo uma sociedade de consumo com o uso da propagando subliminar, a saturação psicológica inconsciente de nossas crianças. As empresas do futuro, numa "nova síntese", ficarão com a iniciativa privada, mas de natureza comunitária de fins comuns, que tenham de viver do lucro, porque sem lucro não sobrevivem, mas cujo fim não seja o lucro em si, mas a prestação de serviços públicos. O mundo se tornou uma imensa aldeia e a interdependência dos países é de tal ordem, tão estreita, que quando se fala do destino do Brasil, também se fala do destino de Gaia, a nave mãe Terra em viagem pelo espaço sideral, e creio que o Brasil tem um grande destino a cumprir na história da humanidade, na sobrevivência da espécie humana, com possibilidade de criar as condições que apontem para um futuro de convivência mais fraterna. Todavia  se observa e nos faz refletir, é a atual ausência de reações por parte dos jovens diante do que se vê nesse descomunal descalabro no Brasil dos nossos dias. Alienação, desesperança, egoísmo, dos jovens?  “Como explicar e compreender os jovens brasileiros diante do descomunal descalabro que está marcando a realidade brasileira. É voz corrente que jamais, em tempo algum da história brasileira”?, pergunta a escritora Raquel Stivelman, em seu artigo Jovens: ontem e hoje. (JB 08/4/06 p.All). 

                              André Malreaux diz: "A civilização atual está ocupada, provavelmente, em inventar algo tão importante quanto o que o século XIX inventou. Mas não sabemos exatamente o que é. É o ponto de passagem com as três hipóteses para o futuro da humanidade: a) Uma grande tragédia; b) Um grande fenômeno espiritual (não necessariamente religioso); c) Uma espécie de "terra de ninguém", como a que já é habitada pelos especialistas". Almeja-se uma globalização solidária: "Esse novo projeto crítico da sociedade não pretenderia mais mudar o modo de produzir — do capitalismo para o socialismo — mas procuraria universalizar direitos e bens dentro da sociedade de mercado". Mesmo sem mudanças no modo de produzir, se está buscando um aumento do bem-estar", disse ainda, citando Eric Hobsbawm, pensador inglês, e Norberto Bobbio, filósofo italiano.

 

                                      Enfim, os humanos estão, hoje em dia, diante da escolha mais fundamental: não é a escolha entre o capitalismo e o comunismo (já reprovado pela história), mas entre o robotismo e o socialismo comunitário humanista, um socialismo com liberdade, com produtores livres e associados, que administram coisas e as subordinam ao homem, medida de todas as coisas, continua ensinando o mestre Erich Fromm, que em suma diz que estamos a ponto de atingir um estado humano correspondente à visão dos nossos grandes Mestres, tais como Lao-Tsé, Buda, Cristo, Isaías, Sócrates e Maomé, pois todos ensinaram o uso da razão, do amor e da justiça; no entanto, estamos diante do perigo da destruição da civilização, ou da robotização, e dentre deste contexto é missão do Brasil realizar essa "nova síntese". Se a Inglaterra e os Estados Unidos moldaram a economia mundial, e a França, a partir de sua revolução de 1789, se transformou em laboratório de experiências políticas, o Brasil moldará a "nova síntese" no Século XXI. "Os grandes líderes da raça humana são os que despertam o homem de seu meio-sono", diz Fromm.

                                    Mas com o advento da Internet – o mundo tornou-se uma grande aldeia, com os  e-mails, Orkuts, Blogs, Chats, vlogs, os chamados instant messengers (Ims)  etc,  o ágora (da civilização grega) é agora, porquanto permite, de forma global,  uma propagação de idéias na busca de outro mundo possível. “Todo grande país se faz pelas idéias, nunca pelos acontecimentos, pois os acontecimentos têm sempre a dimensão das ideias que o produzem... os fatos, sem as idéias, não criam realidades, mas sucessivas ilusões, que trazem erros aos atos daí decorrentes.... A ideia é a verdadeira orientadora da ação política, ensina Afonso Arinos de Melo Franco. Como Gabriel Garcia Márquez, continuo obcecado pela fé na possibilidade de existirem outras formas de se viver — mais justas, menos absurdas, mais dignas.

                                    José Samarago: “...estou a manifestar a minha perplexidade por este tempo que vivemos, cínico, desesperançado, sombrio, terrível em mil dos seus aspectos, ter gerado uma pessoa (é um homem, podia ser uma mulher) que levanta a voz para falar de valores, de responsabilidade pessoal e coletiva, de respeito pelo trabalho, também pela memória daqueles que nos antecederam na vida”.

Estes conceitos que alguma vez foram o cimento da melhor convivência humana sofreram por muito tempo o desprezo dos poderosos, esses mesmos que, a partir de hoje (tenham-no por certo), vão vestir à pressa o novo figurino e clamar em todos os tons - “Eu também, eu também”. Barack Obama, no seu discurso, deu-nos razões (as razões) para que não nos deixemos enganar. O mundo pode ser melhor do que isto a que parecemos ter sido condenados. No fundo, o que Obama nos veio dizer é que outro mundo é possível. Muitos de nós já o vínhamos dizendo há muito. Talvez a ocasião seja boa para que tentemos pôr-nos de acordo sobre o modo e a maneira. Para começar. Este texto foi publicado em meia página pelo jornal A GAZETA

 

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