Imprensa estrangeira destaca superação para realizar Jogos e aumenta o astral do país. Realmente superamos
todas as adversidades, e o Brasil surpreendeu o mundo com as Olimpíadas do Rio
pela organização e com as cerimônias de abertura e de encerramento que
encantaram a todos. O projeto era ficar em 10º lugar com 25 medalhas. Mas só ficou em 13º lugar com 19 medalhas, sendo 7 de ouro, 6 de
prata e 6 de bronze.
No encerramento o Maracanã se transformou num grande baile, como a Marquês de Sapucaí no Carnaval.
“Fomos muito injustos com vocês. Tudo na Rio 2016 foi perfeito”
Felipe
Betim Rio de Janeiro
Turistas
chegaram assustados com o marketing negativo do evento antes dele começar.
Voltam satisfeitos com a organização e destacam a gentileza dos cariocas que
partilharam a cidade http://brasil.elpais.com/
22/08/16
VAIAS DO MARACANÃ
Segundo Nelson Rodrigues, no Macanã se vaia até um minuto de silêncio. Em 2007, no Pan-Americano Lula foi vaiado com tanto intensidade que desistiu de falar. Dilma foi vaiada e até mandaram ela tomar no c e Temer tomou sua dose de vaia, como também o bom prefeito do Rio, Eduardo Paes. Somente Medici foi aplaudido de pé num Fla x Flu em 1969...
E a famosa vaia a minuto de silêncio ocorreu em 19 de julho de 1967, na partida entre Botafogo e América, em pleno regime militar. O general Humberto Castello Branco, presidente da República entre 1964 e 1966, havia morrido no dia anterior, em um acidente aéreo. Quando o locutor pediu um minuto de silêncio em sua homenagem, vaias tomaram parte do Maracanã.
VAIAS DO MARACANÃ
Segundo Nelson Rodrigues, no Macanã se vaia até um minuto de silêncio. Em 2007, no Pan-Americano Lula foi vaiado com tanto intensidade que desistiu de falar. Dilma foi vaiada e até mandaram ela tomar no c e Temer tomou sua dose de vaia, como também o bom prefeito do Rio, Eduardo Paes. Somente Medici foi aplaudido de pé num Fla x Flu em 1969...
E a famosa vaia a minuto de silêncio ocorreu em 19 de julho de 1967, na partida entre Botafogo e América, em pleno regime militar. O general Humberto Castello Branco, presidente da República entre 1964 e 1966, havia morrido no dia anterior, em um acidente aéreo. Quando o locutor pediu um minuto de silêncio em sua homenagem, vaias tomaram parte do Maracanã.
Olimpíada do Rio de Janeiro superou as expectativas, por Celso Rocha de Barros (*)
“Supondo que a festa de
encerramento da Olimpíada não tenha tido Paulinho da Força repetindo a
performance de Gisele Bundchen na abertura, já é possível dizer que os jogos do
Rio de Janeiro superaram as expectativas. E isso não foi só porque as
expectativas eram completamente alucinadas: a impressão era de que hordas de
zumbis canibais devorariam os atletas e uma nova peste negra surgida na Baía de
Guanabara daria início a outra idade das trevas.
Por que as expectativas eram tão
ruins? Na verdade, as Olimpíadas acabaram servindo para que inúmeros analistas,
no Brasil e no exterior, tentassem compensar o excesso de otimismo com o Brasil
nos anos 2000 sendo excessivamente pessimistas agora. A Olimpíada não era a
Nova Matriz Econômica, não era nosso impeachment bananeiro, não era Dilma nem Temer, mas
apanhou como se fosse.
É óbvio que há muito o que criticar, mas a Olimpíada provavelmente
estive perto do melhor possível em um país pobre, desigual e democrático.
Esse último ponto foi, na maioria
das vezes, ignorado nas análises. As desapropriações em comunidades pobres
foram péssimas, mas foram fortemente contestadas na sociedade civil, e uma
pequena parte dos moradores da Vila Autódromo, ao fim de uma luta heroica,
conseguiu mesmo o direito de permanecer onde estavam, agora com casas decentes
construídas pelo poder público. O caminho até a Olimpíada do Rio foi bagunçado
pelo escândalo das empreiteiras, mas só houve escândalo porque o judiciário
pegou as empreiteiras. Não é fácil imaginar essas coisas na China ou na Rússia.
A China e a Rússia, aliás,
puderam alocar muito mais dinheiro em suas Olimpíadas porque suas populações
têm menos voz no processo orçamentário. Tanto a belíssima Olimpíada de Pequim
quanto a Olimpíada de Inverno de Sochi, na Rússia, foram muito mais caras do
que a Olimpíada na terra de Bezerra da Silva.
Há toda uma tradição de usar
grandes eventos para denúncias sociais, e isso é excelente. Parabéns aos
ativistas que aproveitaram o foco internacional no Rio de Janeiro para
denunciar o descaso com a Baía de Guanabara ou a situação das comunidades
pobres. Até mais do que antes dos jogos, agora é a hora de tentar incorporar
essas críticas à discussão sobre a cidade. Como integrar a Zona Norte ao Centro
renovado? Afinal, o que fazer para limpar a Baía? Essas são as perguntas para
os próximos anos.
Mas também é preciso tomar
cuidado com a história de que os jogos olímpicos foram apenas um festival de
exclusão: não tenho dúvida de que a decisão de construir a Cidade Olímpica da
Barra foi influenciada pela especulação imobiliária, mas a infraestrutura de
transportes construída está longe de servir só aos mais ricos. Dêem uma olhada
na lista de estações dos corredores de ônibus do BRT, procurem os bairros
ricos. O centro da cidade do Rio de Janeiro foi reorganizado com evidente
ênfase no transporte coletivo. Os jogos foram uma luta em que também houve
vitórias para o projeto de uma cidade mais inclusiva.
Enfim, se não foi a Olimpíada dos
sonhos, foi porque não foi nos sonhos que ela aconteceu. Mas as Olimpíadas
provaram que mesmo nesta cidade aqui, real, concreta, há mais tarefas possíveis
do que se pensava.” (*) É doutor em
sociologia pela Universidade de Oxford, com tese sobre as desigualdades sociais
após o colapso de regimes socialistas no Leste Europeu. É analista do Banco
Central. Fonte: http://www1.folha.uol.com.br
22/08/16
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