PT já não acredita na volta de Dilma à Presidência
Planalto quer até 62 votos pró-saída de Dilma, diz Padilha Afirmação foi feita pelo ministro da Casa Civil Eliseu Padilha (diz O Globo)
Afastada da Presidência em 12 de maio por 55 votos a 22, Dilma Rousseff teve três meses para reverter o placar que fez dela uma deposição esperando para acontecer. Além de não seduzir nenhum voto, Dilma conseguiu encolher sua infantaria. Restaram-lhe 21 aliados. O senador João Alberto (PMDB-MA), cujas posições são guiadas pela vontade de José Sarney, trocou de lado.
A tropa de Michel Temer, recebeu quatro novos alistamentos, subindo para 59. Além do soldado de Sarney, engrossaram o pelotão três senadores que faltaram à votação de maio: os peemedebistas Eduardo Braga (AM) e Jader Barbalho (PA), além de Pedro Chaves (PSC-MS), suplente do senador cassado Delcídio Amaral. Renan Calheiros (PMDB-AL), embora estivesse presente, não quis votar.Assim, o parecer redigido por Antonio Anastasia (PSDB-MG), que transformou Dilma em ré, prevaleceu por um placar de 59 votos a 21 —prenúncio do que está por vir no julgamento final. Considerando-se que são necessários apenas 54 votos para que madame seja enviada mais cedo para casa, o impeachment de Dilma ganhou, definitivamente, a aparência de jogo jogado, diz Josias de Souza. http://josiasdesouza.blogosfera.uol.com.br/ 11/08/16
MICHEL MIGUEL
ELIAS TEMER LULIA.
Ele tem 75 anos,
é de ascendência árabe, católico, e sua família saiu de Betabura, na região de
El Koura, norte do Líbano, e pode substituir Dilma que é de
origem búlgara.
Michel Temer iniciou a carreira política como
secretário de Segurança Pública de São Paulo, em 1985. No ano seguinte,
elegeu-se deputado constituinte pelo PMDB e, após a
constituinte, foi reeleito deputado federal.
Eleito três vezes presidente da
Câmara dos Deputados, Michel Temer assumiu a presidência da República
interinamente por duas vezes: de 27 a 31 de janeiro de 1998 e em 15 de junho de
1999.
Presidente do PMDB, o maior partido do País, Michel Temer costurou a aliança que rende um
valioso tempo na propraganda eleitoral no rádio e televisão para o PT. Temer
comanda a legenda que conta com 17 senadores, nove governadores, 172 deputados
estaduais, 1.201 prefeitos e seis ministros do atual governo.
Casado com Marcela Tedeschi Temer, que é 43 anos mais jovem e atraiu as atenções na cerimônia de posse da
presidenta Dilma por sua beleza, Temer tem um filho do atual casamento e outros
quatro de outros relacionamentos.
Recomendações a Michel Temer, Por Mario Sabino
Agora que
o impeachment de Dilma Rousseff é irreversível, temos de nos
haver com Michel Temer na sua plenitude mesoclítica e mesozoica. Dessa condição
de político antiquado, ele tem a chance de passar à história como o presidente
que conseguiu recolocar o País na rota do crescimento econômico, depois de
quase treze anos de lambanças descomunais – que o tiveram como cúmplice omisso,
na melhor das hipóteses.
Ele já recolocaria o Brasil nos trilhos se errasse o menos possível. Errar o menos possível significa cortar gastos e levar a corrupção endêmica aos patamares pré-petistas. Michel Temer poderia almejar mais, aproveitando-se da sua impopularidade, e fazer reformas estruturais, como a trabalhista, a fiscal e a previdenciária. No entanto, o fato de ser mesozoico talvez o impeça de seguir adiante. Cogitar candidatar-se a presidente em 2018, por exemplo, é uma característica bastante mesozoica. Dinossauros relutam em aposentar-se e costumam sair de cena somente quando atingidos por um meteoro gigante.
Para que Michel Temer cumpra o seu ano e meio de mandato de forma tranquila, não apenas a questão econômica tem de ser apaziguada. As policiais e políticas também.
Acima de tudo, ele não pode ser enredado pela Lava Jato. Já veio à tona que o PMDB levou 10 milhões de reais em espécie da Odebrecht, em 2014, depois que Michel Temer pediu "apoio financeiro" ao incontornável Marcelo, em jantar no Palácio do Jaburu. O presidente confirmou o jantar e que pediu dinheiro, "dentro dos limites da legalidade". Parece conto da carochinha, mas talvez seja difícil obter provas concretas contra Michel Temer. A ver.
Graças à autonomia da Lava Jato, Michel Temer não terá como deter as investigações. Em outros aspectos, porém, é recomendável que ele aja.
José Yunes, o seu assessor especial, representa um enorme risco de embaraços. Há boataria a respeitos das relações perigosas entre ele e o presidente. Meu conselho a Michel Temer: afaste-o de Brasília. Outro personagem que deveria ser gentilmente convidado a sair do governo: Geddel Vieira Lima. Digamos que as suas latitudes são demasiadamente largas.
Por último, Henrique Meirelles. Não é possível que o Brasil tenha, neste momento de crise profunda, um ministro da Fazenda com pretensão de ocupar cargo eletivo. Tal pretensão o leva a fazer concessões na austeridade necessária – como, aliás, vem fazendo, até por inabilidade no trato com parlamentares. Na minha opinião, Henrique Meirelles não foi uma boa escolha. É um sujeito de muito gogó e, segundo quem entende do assunto, pouco conhecimento na área fiscal. O ideal seria contar com um ministro da Fazenda sem pretensões políticas, perseverante no caminho do ajuste (até para não deixar Michel Temer cair em tentações), com conhecimento profundo da máquina estatal e da Constituição, além de hábil em negociar com o Congresso e avesso a plantar notinhas na imprensa contra quem tenta auxiliá-lo.
Como tirar Henrique Meirelles seria traumático neste momento, Michel Temer precisa contê-lo. É o contrário do que ocorre.
Ajude-se, presidente, a ter boa sorte.
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