sábado, 10 de março de 2018

BRASIL: SERÁ O FIM OU A CURA?



Será o fim ou é a cura?                              por ZUENIR VENTURA

O Brasil é hoje um nervo exposto. Pior: com licença de repetir uma imagem de mau gosto, mas inevitável, ele é um furúnculo, cujo carnegão precisa ser espremido
 
Há duas maneiras de ver o Brasil hoje. Uma visão pessimista, que parece predominar, enxerga um país à beira do caos, no fundo do poço, degenerado, corrompido, inviável do ponto de vista moral. 

A outra, oposta, vê um país sendo depurado, saneado, enfim passado a limpo. Qual dos dois pontos de vista terá razão? No primeiro caso, há evidências aritméticas. Temos um ex-presidente rondando a porta da prisão, condenado a mais de 12 anos por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. 

E temos o atual, que, a muito custo, literalmente, livrou-se na Câmara dos Deputados de duas denúncias e está enfrentando uma terceira mais grave. Por enquanto, continua leve e solto, mas, após terminar o seu mandato, será julgado e, sem foro privilegiado, quem aposta em seu futuro? Só esse conjunto de circunstâncias raras já seria suficiente para situar o país numa pouco invejável posição num ranking internacional de malfeitos. Mas tem mais. 

Com ajuda da Wikipédia, Ascânio Seleme fez as contas e concluiu que há 26 políticos, empresários e executivos condenados por Sergio Moro e sua turma, além dos 24 que tiveram a mesma sorte no mensalão. 

Apenas no Congresso, encontram-se estacionados mais de 160 deputados e senadores condenados em pelo menos uma instância. Nessa nossa terra dos escândalos, a primeira década do século ainda inconcluso já registrou 64 desses episódios indecorosos. E outros provavelmente ainda serão revelados (não quero nem falar do Rio, que é um caso patológico).

Por outro lado — o lado da boa vontade, do otimismo —, pode-se avistar um cenário desagradavelmente saudável, pois escancara o que desde sempre se encontrava encoberto e criminosamente impune. É normal que a ação de destampar a sujeira de um organismo em decomposição cheire mal. Afinal, se trata de um processo de purgação e catarse. O Brasil é hoje um nervo exposto. Pior: com licença de repetir uma imagem de mau gosto, mas inevitável, ele é um furúnculo, cujo carnegão precisa ser espremido. Dói, mas é o único meio de cura. Não adianta usar paliativos. A esperança é que, terminado o expurgo, da depuração, essa terapia radical promovida pela Lava-Jato, surja um outro país mais limpo.

Como sou um crente neste país, acredito na hipótese da cura. Só não acredito que ela virá no meu tempo. Que venha então para a geração de meus netos, Alice, de 8 anos, e Eric, de 5.
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Washington Fajardo está certo ao ensinar que o Rio não precisa de inteligência artificial para resolver problemas como o dos bueiros. Precisa é de inteligência natural, que é bem mais barata e eficaz. Fonte: https://oglobo.globo.com/ 10/03/18

sexta-feira, 9 de março de 2018

DELFIM NETTO É DENUNCIADO



PROPINA DE DELFIM NETTO SAIU DA PARTE DO PT
O ANTAGONISTA , 09.03.18 

No despacho da Operação Buona Fortuna, o MPF reproduz depoimento de Otávio de Azevedo, da Andrade Gutierrez, no qual ele explica o reparte de 10 milhões em propina para o PT, no esquema de Belo Monte.
Do bolo, 1,4 milhão de reais foram para Delfim Netto. O valor total recebido pelo ex-ministro chegou a 15 milhões de reais, segundo delatores.
A ordem para pagá-lo aparentemente partiu de Antonio Palocci Filho, segundo o MPF.

“Segundo o MPF, em depoimento prestado por Otávio Marques de Azevedo perante a Força-Tarefa, na data de 23/11/2017, ele teria declarado que os valores acertados a título de propina ao PT foram pagos em parcelas, como doação eleitoral oficial, no valor total de R$ 10 milhões, sendo R$ 2,5 milhões no ano de 2010; R$ 1,6 milhão no ano de 2012 e R$ 4,5 milhões no ano de 2014, além dos R$ 1,4 milhão que teriam sido redirecionados a Antonio Delfim Netto.
Em consulta ao sítio eletrônico do Tribunal Superior Eleitoral o MPF identificou o montante de doações eleitorais realizadas pela Andrade Gutierrez em prol da direção nacional do Partido dos Trabalhadores, entre os anos de 2010 a 2014 (período dos fatos apurados neste processo).
No ano de 2010, as doações eleitorais somaram R$ 15.700.000,00. No ano de 2012, totalizaram R$ 21.470.000,00; no ano de 2014, R$ 14.680.000,00, sempre contabilizando somente o montante destinado à direção nacional.“

Moro manda bloquear contas de Delfim e empresas investigadas

Sérgio Moro determinou o bloqueio de valores de Delfim Netto, seu sobrinho Luiz Appolonio Neto e das empresas investigadas.
Confira a lista:

“Em que pese o pedido formulado pelo MPF, resolvo limitar, por ora, o montante a ser constrito em relação a Antonio Delfim Netto, Luiz Appolonio Neto, e as empresas de ambos, a R$ 4.444.314,00 que teria sido o montante pago, valores brutos, em cognição sumária, às empresas de ambos pelas empreiteiras participantes do consórcio (R$ 2.700.000,00 + R$ 160.000,00 + R$ 200.000,00 + R$ 300.000,00 + R$ 720.000,00 + R$ 181.307,00 + R$ 183.007,00).
Em relação à J. Malucelli e a Celso Jacomel Junior, o valor deverá ser de R$ 183.007,00, pois correspondente ao valor identificado como pago.
Indefiro, pelos mesmos motivos esposados no item 3 supra, o bloqueio de valores pertencentes a Theophilo Garcez Duarte Neto.
Considerando os indícios do envolvimento dos investigados em vários episódios de intermediação de propina e de lavagem de dinheiro,  resolvo decretar o bloqueio das contas dos investigados acima nominados até o montante alhures estipulado.
Defiro, portanto, parcialmente o requerido e decreto, com base no art. 4º da Lei nº 9.613/1998, o bloqueio dos ativos mantidos em contas e investimentos bancários dos seguintes investigados:
1) ANTONIO DELFIM NETTO, CPF 008.580.998-53;
2) BUONA FORTUNA PARTICIPACOES S.A. CNPJ 14.359.114/0001-37;
3) CAPRES CONSULTORIA LTDA. – EPP CNPJ 55.066.732/0001-76;
4) ASPEN ASSESSORIA E PLANEJAMENTO ECONOMICO LTDA. CNPJ 02.733.219/0001-25;
5) IDEIAS CONSULTORIA LTDA. – EPP CNPJ 46.546.941/0001-26;
6) LUIZ APPOLONIO NETO CPF 277.998.088-53;
7) LS CONSULTORIA EMPRESARIAL AGRO PECUARIA E COMERCIAL LT – EPP CNPJ 54.576.038/0001-36;
8) J. MALUCELLI CONSTRUTORA DE OBRAS S/A CNPJ 76.519.974/0001-48;
9) J. MALUCELLI ENERGIA S/A CNPJ 04.407.406/0001-44; e
10) CELSO JACOMEL JUNIOR CPF 752.302.329-00.”

quarta-feira, 7 de março de 2018

DECADÊNCIA PETISTA



Militantes do PT devem ter ficado pesarosos com a cena, ontem, em frente ao Superior Tribunal de Justiça: apenas quatro pessoas protestavam contra a condenação de Lula por 5x0, naquela corte.

As sucessivas derrotas na Justiça desmentem a acusação favorita, de “julgamento político”. O processo do tríplex no Guarujá é só o primeiro.

Lula responde em cinco ações 246 vezes de lavagem de dinheiro, 21 de corrupção passiva e três de formação de quadrilha. Total: 269.

O petista é acusado quatro vezes por tráfico de influência e duas por obstrução à Justiça, nas ações e denúncias pelas quais responde.

A goleada que Lula sofre na Justiça, condenado por corrupção e lavagem de dinheiro, supera o vexame de 7x1 da Seleção, em 2014.
 Fonte: http://www.diariodopoder.com.br 07/03/18