Por THEODIANO BASTOS
“O crime organizado tomou conta do Rio de Janeiro. Eles fazem, eles solucionam, eles julgam e sentenciam, em geral, com a pena de morte.”
Vejamos, os
dois fugitivos da prisão de segurança máxima de Mossoró até hoje não foram
encontrados e tudo foi planejado pelo CV Comando Vermelho do Rio, embora os
fugitivos sejam do Acre... O tentáculo vai longe.
“Para a PF,
metade da Assembleia Legislativa do Rio tem ligação com o crime.
Dados levantados pela Polícia Federal, com base nas investigações sobre
o assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes,
apontam que pelo menos metade dos deputados da Assembleia Legislativa do Rio de
Janeiro (Alerj) tem ligação com o crime organizado, sejam as milícias, sejam os
traficantes.
Não por acaso, muitos policiais se
referem à Assembleia do Rio como a casa institucionalizada do crime, onde as
leis são feitas para atender, sobretudo, os interesses das organizações
comandadas por bandidos. “As demandas da população em geral ficam em quinto
plano, pois não rendem dinheiro”, diz um agente que mergulhou no assunto.
Há indícios claros de que os
gabinetes de deputado de todos os espectros políticos contam com representantes
do crime organizado. São pessoas indicadas pelas milícias e pelo tráfico para
acompanhar projetos de interesses desses grupos e, principalmente, para barrar
propostas que possam prejudicar seus negócios. Essas pessoas também são usadas
para intimidar adversários.
Para mapear todo o esquema criminoso
dentro da Alerj, os policiais vêm cruzando informações colhidas durante as
investigações do caso Marielle com processos que estão encalhados ou foram
“esquecidos”. Com isso, acreditam que terão condições de, muito em breve,
desarticular parte dos esquemas que aterrorizam a população do Rio.
É da Alerj que as organizações
criminosas se esparramam por órgãos dos governos estadual e municipal e do
Judiciário. “Está tudo muito ramificado, por isso, não há interesse em nenhuma
das pontas de que investigações andem”, ressalta um segundo policial. “O que
temos visto é que há muito, mas muito dinheiro em jogo, com corrupção
disseminada”, acrescenta.
Para a Polícia Federal, será preciso
em empenho grande o Supremo Tribunal Federal (STF) e mesmo do Ministério da
Justiça para que, realmente, se chegue a uma parcela dos agentes públicos que
se aliaram ao crime organizado. “Sabemos que não será possível acabar com todos
os esquemas. Mas temos condições de chegar a algumas cabeças coroadas dessas
organizações”, complementa um terceiro policial.
SAIBA MAIS EM: https://blogs.correiobraziliense.com.br/vicente/para-a-pf-metade-da-assembleia-legislativa-do-rio-tem-ligacao-com-o-crime/
E https://www.estadao.com.br/economia/elena-landau/tao-perto-tao-longe/
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