O índice de famílias endividadas subiu no Brasil pelo terceiro mês
seguido e, em setembro, chegou a 79,3%, segundo pesquisa divulgada nesta
segunda-feira (10/02/23) pela Confederação Nacional do Comércio de Bens,
Serviços e Turismo (CNC). A entidade destaca que o número cresceu, mas com
menos fôlego. O incremento em relação a agosto foi de 0,3 ponto, o menor desde
abril deste ano.
“A melhora progressiva do mercado de trabalho, as políticas de
transferência de renda mais robustas e a queda da inflação geral nos últimos
meses refletem-se positivamente na renda disponível. Mas o orçamento das
famílias de menor renda segue apertado com nível de endividamento alto, bem
como os juros elevados, que pioram as despesas financeiras associadas às
dívidas em andamento”, destaca a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do
Consumido (Peic).
O levantamento traz que 80,3% das famílias que têm renda de até dez
salários mínimos estão endividadas. É o maior patamar já registrado na série
histórica da Peic, que teve início em 2010, e a primeira vez com a taxa acima
dos 80%. Entre agosto e setembro, a contratação de compromissos financeiros dos
grupos familiares de menor renda subiu 0,4 p.p.
Já entre as famílias com renda superior a dez salários mínimos, o
endividamento se manteve estável, atingindo 75,9% desse público.
Segundo o levantamento, o cartão de crédito é o maior vilão entre os
brasileiros. A modalidade de dívida representa mais de 85,6% das contas
registradas. Logo em seguida aparecem os carnês, que correspondem a 19,4%.
A Peic considera para o cálculo do endividamento as pessoas que têm
contas a vencer, como cheque especial, cartão de crédito, carnês de loja,
crédito consignado, empréstimos e financiamentos de carros e imóveis.
A pesquisa da CNC apontou ainda outro recorde negativo para o mês de
setembro: 30% dos brasileiros estão inadimplentes, ou seja, com contas
atrasadas. Foi a terceira alta seguida no índice, com 0,4. p.p. em relação a
agosto.
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