O carro elétrico do Brasil, foi o precursor dessa tecnologia limpa e moderna.
Mas quando se fala em carro elétrico, normalmente as pessoas associam à Tesla.
Grande parte dos jovens, sequer sabem que o carro
elétrico funcional, nasceu aqui em terras Brasileiras, há cerca de 46 anos
atrás.
A Gurgel Motores S/A, nasceu do sonho de João
Augusto Conrado do Amaral Gurgel (1926-2009), engenheiro e sonhador.
Ele foi um inovador da indústria automobilística
nacional, além de brilhante e defensor da energia limpa.
O carro elétrico do Brasil
Quando Gurgel apresentou seu primeiro modelo elétrico,
Musk era apenas uma criança de aproximadamente 3 anos de idade. Este modelo de
1974 era o primeiro projeto da Itaipu E-150.
O nome era de origem indígena, como todos os demais
da marca e também um referimento à hidrelétrica de Itaipu.
O Itaipu era um projeto único, com linhas que se
assemelhavam a um trapézio isósceles, para sua época já era bastante moderno e
inovador.
O conceito mini do E-150 era algo que foi visto com
certa estranheza no início. Porque, por se tratar de algo novo e contraditório
ao que se via na indústria automobilística da época.
Normalmente se viam nas ruas carros com carrocerias
robustas, (o famoso termo “carro americano”). Outro ponto era consumo de
combustível fóssil, altamente poluente que dominava e domina até os dias
atuais.
Aliás, os protótipos de carros elétricos atuais seguem
a mesma linha do Gurgel, ser compacto.
Isso se considerarmos o conceito de mobilidade, são
muito mais fáceis de estacionar e práticos no dia-a-dia urbano. Não é mesmo?
O protótipo Itaipu
O protótipo Itaipu comportava duas pessoas e pesava
cerca de 780Kg, todo em fibra de vidro.
Com chassi tubular integrado à carroceria, modelo
patenteado pela Gurgel, com o nome de Plasteel. Já possuía freios hidráulicos e
alcançava em média 35Km/h de velocidade máxima.
No carro de linha a velocidade máxima atingia de 50
a 60Km/h. Equipado com um motor elétrico de 3.000 Watts/ 120 Volts e cerca de
4,2HP (horse power).
Já falando em baterias, para alimentar todo o motor
e sistema, eram necessárias 10 baterias de 120 Volts cada com tempo de
carregamento total de 10 horas.
A ideia inicial era que fosse um carro elétrico
fácil de andar, recarregar em qualquer tomada elétrica, como um eletrodoméstico
qualquer.
O problema é que as baterias eram extremamente
pesadas e a tecnologia da época não permitia que fossem tão viáveis.
A Gurgel tinha planos de colocar o CENA, Carro
Elétrico Nacional, um dos carros elétricos da empresa se tudo estivesse indo
bem.
Mas o problema estava no quesito autonomia e esta
era a grande barreira para a Gurgel Motores.
Após cerca de 5 anos de pesquisa, em 1980 a Gurgel
apresentou seu novo modelo elétrico, Itaipu E-400.
O modelo era um furgão elétrico com desenho
aerodinâmico e moderno, foi vendido no primeiro momento para empresas, para
assim testarem o veículo.
Este modelo era mais fechado, com vidros apenas nas
portas e quebra-ventos e remetia aos furgões tradicionais de carga, por
exemplo.
O modelo trazia um motor Villares de 8Kw (11cv) e
3.000Rpm, possuí 4 marchas alcançando cerca de 80km/h em máxima.
Com baterias que pesavam cerca de 80kg e com 40
Volts cada, com tempo de recarga completa em 7 horas. sendo necessárias tomadas
de 220 Volts.
Porém, mais uma vez a tecnologia limitada
atrapalhava os planos da Gurgel. Peso e baixa autonomia das baterias, impediam
que o projeto fosse para frente.
Com este seu carro elétrico do Brasil, João Gurgel
deixou seu legado na história do automobilismo tanto nacional, quanto
internacional.
E seus passos serviram de inspiração para Elon Musk
criar seu primeiro carro elétrico no início dos anos 2000.
E você já conhecia
esse veículo elétrico brasileiro? Ou pelo menos já ouviu falar na marca Gurgel?
Fonte: Gurgel800 / Imagem em destaque: Foto/Reprodução internet / Engenharia Hoje
SAIBAMAIS EM: https://deolhonaengenharia.com/brasileiro-criou-carro-eletrico-anos-antes-elon.html
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RUBENS PONTES, comenta aos 100 anos de idade:
ResponderExcluirMuito bom. Primeiro foi o aeroplano de Santos Dumont. Agora, João Gurgel e o carro elétrico.
Com orgulho,
Rubens