Diz o ministro da Defesa, general Fernando Azevedo e Silva pós atos contra o Congresso e o STF:
As Forças Armadas trabalham com o propósito de
manter a paz e a estabilidade do País, sempre obedientes à Constituição Federal.
O momento que
se apresenta exige entendimento e esforço de todos os brasileiros.
Nenhum país
estava preparado para uma Pandemia como a que estamos vivendo. Essa realidade
requer adaptação das capacidades das Forças Armadas para combater um inimigo
comum a todos: o Coronavírus e suas consequências sociais.
Um dia depois
de atos em que manifestantes pediam intervenção militar e o fechamento do
Congresso e do STF (Supremo Tribunal Federal), o ministro da Defesa, general
Fernando Azevedo e Silva, disse nesta segunda-feira (20) que "as Forças
Armadas trabalham com o propósito de manter a paz e a estabilidade do País,
sempre obedientes à Constituição Federal." O presidente Jair Bolsonaro (sem
partido) discursou no ato ocorrido em Brasília.
A manifestação
de Azevedo veio em nota oficial que não menciona os atos de domingo (19). No
texto, o ministro diz que "o momento que se apresenta exige entendimento e
esforço de todos os brasileiros", e que "o coronavírus e suas
consequências sociais" são um "inimigo comum".
Mais cedo
hoje, o procurador-geral da República, Augusto Aras, solicitou ao Supremo
Tribunal Federal (STF) a abertura de um inquérito para
apurar possíveis crimes cometidos durante os atos de ontem.
Comunicado divulgado pela PGR diz que "o inquérito visa apurar possíveis
violações da Lei de Segurança Nacional", e lembra que "uma das pautas
de parte dos manifestantes era a reedição do AI-5, o ato institucional que
endureceu o regime militar no país."
No ato de
ontem em Brasília, Bolsonaro fez um discurso em que pediu que a população
"faça tudo o que for necessário para o país ter o lugar de destaque que
merece" e declarou que não iria "negociar nada". Os
manifestantes gritavam "Mito", "Fora, Maia" -- em alusão ao
presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ) -- e
"AI-5".
Instituído em
1968, o AI-5 foi o ato institucional mais duro da ditadura militar (1964-1985).
A medida revogou direitos fundamentais e delegou ao presidente da República o
direito de cassar mandatos de parlamentares, assim como intervir nos municípios
e estados. O AI-5 também suspendeu quaisquer garantias constitucionais, como o
direito a habeas corpus, e instalou a censura nos meios de comunicação. A
partir da medida, a repressão do regime militar recrudesceu.
Por ter
comparecido a um ato pró-intervenção militar e a favor do fechamento do
Congresso e do STF, o presidente recebeu críticas de
diversos setores, como ministros do Supremo, parlamentares e
governadores de diferentes espectros políticos, além de representantes da
sociedade civil.
Hoje de
manhã, Bolsonaro disse que defende o STF e
o Congresso abertos. A declaração ocorreu enquanto o presidente
falava à imprensa na saída do Palácio da Alvorada e um apoiador dele gritou
para que houvesse o fechamento do Supremo.
"Esquece
essa conversa de fechar. Aqui não tem que fechar nada, dá licença aqui. Aqui é
democracia. Aqui é respeito à Constituição Brasileira. Aqui é a minha casa, é a
tua casa. Eu peço, por favor, que não se fale isso aqui. Supremo aberto,
transparente. Congresso aberto, transparente", disse Bolsonaro.
Rubens Pontes, Capim Brabci/MG Idas e vindas nitidamente premeditadas. Tem funcionado, registra a História.
ResponderExcluirEliminar ou ocultar isto
Silvio Moraes, Vitória/ES:Se nosso presidente é um democrata e realmente quer que continuemos em uma democracia ele deveria tomar ações concretas, e não de discursos, e liderar o país com todas as correntes de pensamentos para um entendimento no sentido de união. Vamos aguardar os próximos passos dele.
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