sexta-feira, 24 de abril de 2020

BOLSONARO X MORO



Finalmente aparece a cara de quem vai enfrentar Bolsonaro em 2022
Moro desmente Bolsonaro e diz que não usou nomeação para o STF como ‘moeda de troca’
Assim que terminou o pronunciamento de Jair Bolsonaro, o ex-ministro Sergio Moro foi ao Twitter desmentir o presidente.
“A permanência do Diretor Geral da PF, Maurício Valeixo, nunca foi utilizada como moeda de troca para minha nomeação para o STF. Aliás, se fosse esse o meu objetivo, teria concordado ontem com a substituição do Diretor Geral da PF.”
Moro: Valeixo estava ‘cansado de ser assediado’ pelo presidente
No Twitter, Sergio Moro também rebateu a declaração de Jair Bolsonaro –repetida pela tropa bolsonarista– de que Maurício Valeixo estava “cansado” e pedira para sair da chefia da PF.
“De fato, (…) Maurício Valeixo estava cansado de ser assediado desde agosto do ano passado pelo Presidente para ser substituído. Mas, ontem, não houve qualquer pedido de demissão, nem o decreto de exoneração passou por mim ou me foi informado”, escreveu o ex-ministro da Justiça.

Guedes não bate palmas como demais ministros
Usando máscara, mas sem paletó e sapato, Paulo Guedes não bateu palmas ao final do discurso de Jair Bolsonaro, como os demais ministros. Bateu as mãos apenas duas vezes no sentido de ‘vamos lá’.

 A estraégia de Bolsonaro é pintar Moro como oportunista e incompetente
Com o seu pronunciamento, Jair Bolsonaro deixou clara a sua estratégia para enfrentar a saída de Sergio Moro.
A estratégia é pintar Moro como um oportunista que só pensa no seu projeto de ser candidato à Presidência da República ou de ocupar um cargo no Supremo Tribunal Federal. E afirmou até mesmo que o ex-ministro teria feito uma proposta de escambo: tirar Maurício Valeixo da direção geral da PF apenas em novembro, em troca da indicação para o STF.
Além disso, Bolsonaro sugeriu que Moro foi um ministro incompetente, cuja PF não tinha nem sequer um serviço de inteligência eficiente. E deixou nas entrelinhas que Moro, além de incompetente, também demonstrou má vontade para investigar o atentado sofrido pelo então candidato à Presidência, em 2018.
Por último, o presidente quis passar a impressão de que o ex-ministro é pusilânime, por não o ter procurado para pedir a demissão irrevogável — deixando de lado que ele, Bolsonaro, exonerou Maurício Valeixo sem avisar o então ministro, e como se o então diretor-geral da PF quisesse mesmo sair do cargo e o seu desejo estivesse sendo apenas atendido.
O problema dessa estratégia é que todo mundo conhece a biografia de Moro — e todo mundo conhece a biografia de Bolsonaro. Não vai colar.
ENFRENTAMENTO TERÁ DESDOBRAMENTO
pedido de investigação de Aras sobre Bolsonaro
Leia a íntegra do pedido de Augusto Aras ao STF para investigar as revelações de Sergio Moro sobre possível interferência de Jair Bolsonaro nas investigações da Polícia Federal.

Parlamentares da Rede protocolam pedido de impeachment de Bolsonaro
Parte inferior do formulário
Parlamentares da Rede protocolaram há pouco um pedido de impeachment de Jair Bolsonaro.
Segundo o pedido, Bolsonaro cometeu os crimes de responsabilidade, obstrução de justiça e concussão ao tentar interferir na Polícia Federal.
“A interferência serviria justamente para tentar garantir verdadeira blindagem a priori a investigados do círculo do Presidente, ou seja, teriam verdadeiros ‘superpoderes’ de cometerem eventuais crimes, mas nunca serem por eles responsabilizados.”
No documento, assinado por Randolfe Rodrigues e outros cinco integrantes da Rede, os parlamentares citam as declarações de Sergio Moro e declarações recentes de Bolsonaro, como o “eu sou, realmente, a Constituição”, para acusar o presidente de autoritarismo.
“Não bastasse isso, sobressai como mais grave, o fato de que o Presidente pretende, de todas as formas e maneiras, alterar os rumos de investigações criminais. Tais declarações representam derradeiro estopim para o devido processamento do Presidente da República por crimes de responsabilidade e por outros crimes comuns. Esses fatos nada mais são do que uma conduta absolutamente criminosa, irracional, indesculpável e absolutamente irresponsável.”
Por fim, o pedido destaca que não é necessário apresentar provas sobre as acusações, uma vez que a coleta das provas “só pode se dar no curso do próprio processamento da presente denúncia”, por meio de depoimentos ao Senado. https://www.oantagonista.com/ 24/04/20


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