sexta-feira, 11 de janeiro de 2019

ROSEMARY NORONHA: Pegue-me se for capaz


               Pegue-me se for capaz
Rosemary Noronha submergiu. Não se apresenta à Justiça a cada 15 dias, contrariando ordem judicial, e despista oficiais que tentam intimá-la em sua residência. Mais magra, sem dinheiro e sob o risco de perder um imóvel, a ex-amante de Lula quebra o silêncio e diz à ISTOÉ ser apenas um “peão” e uma “assessora de bastidor”
ISTOÉ, Germano Oliveira 10/01/19 

Rosemary Nóvoa Noronha, a ex-amante de Lula, foge dos oficiais de Justiça como o diabo da cruz. Ninguém consegue intimá-la desde 2017. No Edifício Sagarana, perto do Shopping Paulista, no bairro do Paraíso, em São Paulo, o porteiro já está devidamente instruído: ela sai bem cedo e só volta tarde da noite – os oficiais de Justiça precisam intimá-la em horário comercial. Ela deveria se apresentar à Justiça de 15 em 15 dias, por conta de medidas cautelares adotadas contra ela pela juíza Adriana Freisleben de Zanetti, da 5ª Vara Federal, de São Paulo, mas não cumpre o determinado. Ela foi proibida pela Justiça também de exercer qualquer cargo público e de se ausentar do País sem autorização judicial. Ao menos essa determinação, ela está cumprindo. Afinal, só deixa apartamento de cobertura do Sagarana, onde mora desde o início dos anos 2000, para despistar as autoridades. Além de se recusar a receber intimações judiciais, Rose, como é conhecida, também se nega a dar entrevistas. Depois de muita insistência, ligou para a reportagem da ISTOÉ. Mas para reclamar que o fotógrafo da revista fazia campana na porta do seu edifício. Durante a conversa, desabafou: “Vocês só falam mentira. Não sou amante do Lula. Sou assessora, de bastidor. Um peão. Não preciso aparecer em revista. Não sou ninguém”.
Rose mente que nem sente, como diz o adágio popular. A ex-secretária da Presidência em São Paulo – sabe-se – não é irrelevante. Ela já foi muito poderosa – também é notório. Quase uma segunda primeira-dama. Por dezenove anos foi de fato amante de Lula. O petista conheceu Rose quando era presidente nacional do PT e ela uma funcionária de agência do Banco Itaú, no centro de São Paulo. Lula ia com freqüência à agência, encantando Rose, que “passou a fazer recortes dos jornais em que Lula aparecia e a guardar o material em caixas de papelão”, como recorda sua irmã, Sônia Maria Nóvoa. “Ela me dizia que um dia ainda seria namorada de Lula”. Em 1993, Lula ascendeu Rose à secretária na sede nacional do PT. A partir daí, Rose e Lula viveram um romance tórrido. Ao alcançar o poder, em 2003, Lula nomeou Rose como assessora especial em São Paulo. Nessa condição, Rose passou a viajar mundo afora no jato da Presidência da República, sempre ao lado de Lula. Enquanto isso, Marisa Letícia, a primeira-dama oficial, era alijada das comitivas internacionais. Logo, ficou enciumada e proibiu o marido de levá-la nas viagens. Na esteira, o petista nomeou-a chefe de gabinete do escritório da Presidência em São Paulo em 2006. Foi quando alcançou o ápice do poder pessoal. Mandava e desmandava, sempre em nome da Presidência e do, claro, presidente Lula. Depois da prisão do petista, caiu em desgraça. Emagreceu, perdeu prestígio e dinheiro. Hoje, tenta exibir humildade, característica que jamais foi o seu forte.

Esconde-esconde
Mas, afinal, por que Rosemary Noronha brinca de esconde-esconde com a Justiça? Ela ainda responde a três processos decorrentes das fraudes cometidas na Operação Porto Seguro, desenvolvida pela Polícia Federal em 2012. Segundo pessoas próximas a ela, teme ser presa a qualquer momento. Por isso, prefere não se apresentar quinzenalmente à 5ª Vara Federal, desobedecendo ordem judicial. Em rápida entrevista por telefone à ISTOÉ, no entanto, ela alega que ainda não foi condenada. “O que existe por enquanto é muita mentira dita pela imprensa. E não dizem que cometi crimes. Falam apenas da minha vida pessoal, que fui amante do Lula. Tudo mentira. Agora, se a Justiça disser que eu devo alguma coisa, eu vou pagar”, desabafou Rosemary. Confrontada com os fatos apurados pela Polícia Federal na Porto Seguro, Rose recuou. “Não estou dizendo que tudo o que a PF apurou é mentira, mas isso ainda tem que ser referendado pela Justiça. Cada um que pague pelo que fez”.
Quando teria cometido os delitos, Rose ainda era chefe de gabinete do escritório da Presidência da República em São Paulo. Foi demitida por Dilma logo depois do escândalo, depois de acerto prévio com Lula, que passou a bancar seus advogados – mais de 40, segundo a irmã de Rose – por meio de Paulo Okamoto. Segundo as acusações dos procuradores da República José Roberto Oliveira e Thaméa Danelon Vielengo, Rosemary se valeu do cargo para nomear os irmãos Paulo Vieira e Rubens Vieira para a Agência Nacional de Águas (ANA) e Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), respectivamente. Para sacramentar a nomeação, o próprio juiz Fernando Américo Figueiredo Porto, da 5ª Vara Federal Criminal, afirmou que Rose usou como tráfico de influência um contato na presidência da República identificado como JD, que para o juiz tratava-se do ex-ministro José Dirceu, à época cumprindo ordens de Lula.

Boquinhas para a família
Com os amigos nos cargos estratégicos, Rose amealhou dinheiro de empresários com interesses nessas agências. Paulo e Rubens ainda arrumaram empregos para as filhas de Rose nas autarquias. Até mesmo o seu ex-marido José Claudio de Noronha arranjou uma boquinha. O atual esposo, João Batista de Oliveira Vasconcelos, não ficou de mãos abanando. Para ele, Rose conseguiu contratos para obras de reformas de uma agência do Banco do Brasil, serviço pelo qual a empresa de Vasconcelos, a New Talent, faturou R$ 1,12 milhão. Em decorrência dessa denúncia por improbidade administrativa, corrupção, formação de quadrilha e falsidade ideológica, Rose teve os bens indisponíveis, em decisão referendada pelo Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF-3).
Não é a única encrenca que Rosemary tem com a Justiça. Oficiais de Justiça de Santos tentam intimá-la para que o juiz Carlos Ortiz Gomes conclua o leilão do apartamento que Rose possui na rua Oswaldo Cruz. Até agora, as tentativas são infrutíferas. Como no filme “prenda-me se for capaz”, Rosemary lança mão de toda sorte de estratégias para escapar dos agentes. Ela é herdeira do imóvel, que pertencia à sua mãe Adrelina, morta há cinco anos de AVC. O imóvel ficou para Rose, sua irmã Sônia e o irmão Edson. Mas sem recursos desde que Lula foi preso, eles não pagam despesas do apartamento – incluindo R$ 4.600,00 do condomínio.

O síndico Tibúrcio Roberto Marques de Souza mandou a Justiça executar a dívida. Para não ver o imóvel ser leiloado, Rose se recusa a receber intimações judiciais.
Além dos processos resultantes da Porto Seguro, Rosemary responde a uma ação na Justiça de São Paulo por crimes de lavagem de dinheiro envolvendo imóveis da Cooperativa Habitacional dos Bancários (Bancoop) repassados para a Construtora OAS concluir. A Bancoop, então presidida por João Vaccari Neto, ex-tesoureiro do PT, também preso em Curitiba, faliu e transferiu os imóveis para a OAS concluir, em razão das excelentes relações da empreiteira com o PT de Lula. Rose é uma das investigadas no caso, atualmente nas mãos do promotor Cássio Conserino, do Ministério Público de São Paulo. O inquérito estava sob a batuta do juiz Sergio Moro, na 13ª Vara Federal do Paraná, e como consequência resultou na prisão de Lula. Rosemary Noronha e outros petistas foram denunciados no mesmo processo. A ex-chefe de gabinete da Presidência tem pelo menos dois apartamentos da Bancoop e que tiveram as obras terminadas pela OAS. A Justiça de São Paulo investiga se houve propina envolvida.

“A Justiça ainda não me condenou, mas se disser que eu devo alguma coisa, vou pagar” Rosemary Noronha
Um dos imóveis está localizado no Edifício Torres da Mooca e encontra-se em nome do irmão de Rose, Edson Lara Nóvoa. O outro apartamento, no Edifício Ilhas D’Itália, um duplex, está registrado em nome de sua filha, Mirelle Nóvoa. A OAS entregou os edifícios onde Rose tinha os imóveis, mas deixou de finalizar prédios ao lado, como ISTOÉ constatou esta semana. Segundo a síndica do edifício Gisele Moreira, o apartamento da filha de Rose permanece vinculado à OAS, assim como dezenas de outros imóveis. “A OAS terminou os edifícios em 2014, mas não transferiu os bens para os nomes dos verdadeiros donos. O risco agora é que a OAS vá à falência, como dizem, deixando centenas de famílias sem os apartamentos”. Como na Pasárgada da Bancoop, Rose era amiga do rei e este recebia favores da OAS, a empreiteira teve o cuidado de, prioritariamente, concluir as obras dos imóveis ligados a ela. Agora, resta saber se a Justiça vai ou não confiscar de vez os bens bloqueados de Rose, assim como fez com o tríplex no Guarujá que Lula ganhou de presente da empreiteira. Aí sim seus destinos estarão definitivamente entrelaçados.

Fonte: https://istoe.com.br 11/01/19


terça-feira, 8 de janeiro de 2019

CEARÁ, DESAFIO PARA BOLSONARO E SÉRGIO MORO


CEARÁ, DESAFIO PARA MORO E BOLSONARO

Camilo Santana (PT), governador do Ceará, deve tomar as mesmas providências do governo do Espírito Santo em fevereiro de 2017

Em 2017, o governo do Espírito Santo publicou decreto transferindo o controle da segurança pública no estado para as Forças Armadas.
O responsável pela operação foi o general de brigada Adilson Carlos Katibe, comandante da Força-Tarefa Conjunta.
Em fevereiro de 2017, para debelar a violência causada pela rebelião de parte da Polícia Militar, o Governo do Estado do Espirito Santo, pediu o apoio das Forças Armadas, de acordo com o que prevê a Lei Complementar Nº 97, de 9 de JUNHO de 1999, que dispõe sobre as normas gerais para a organização, o preparo e o emprego das Forças Armadas, no Parágrafo  5º do Art. 15:
"§ 5o Determinado o emprego das Forças Armadas na garantia da lei e da ordem, caberá à autoridade competente, mediante ato formal, transferir o controle operacional dos órgãos de segurança pública necessários ao desenvolvimento das ações para a autoridade encarregada das operações, a qual deverá constituir um centro de coordenação de operações, composto por representantes dos órgãos públicos sob seu controle operacional ou com interesses afins".

A Força Nacional de Segurança (FNS) constituída em 2004 no governo Lula, está mais para invenção de marqueteiro do que para projeto sério de combate ao crime. Serve para o governo federal fazer pose de preocupação com a criminalidade fora do controle, mas o impacto é mínimo, até do ponto de vista estatístico. Apenas os desavisados acham que 300 homens da FNS fariam diferença em um Estado como o Ceará, cuja Policia Militar tem um contingente superior 17.500 policiais.
Solução cosmética A Força Nacional nada resolve, mas os governadores ficam felizes porque também podem fingir empenho na solução do problema.
Irrelevância Ainda que 40% da PM do Ceará (7.000 homens) estivessem “de folga”, como circula nas redes, os 300 da FNS seriam quase irrelevantes.
Mãos erradas Em vez de enviar PMs para locais que não conhecem, na operação “me engana que eu gosto”, o dinheiro seriam mais útil nas mãos das PMs. https://www.poder360.com.br/ 08/01/18

Mourão responsabiliza Camilo Santana por crise na segurança do Ceará

O vice-presidente da República, general Hamilton Mourão, responsabilizou o governador do Ceará, Camilo Santana (PT), pela violência no Estado.
“O problema é do governador, que sempre tratou mal a PM. E pelas informações que recebemos, 40% do efetivo da polícia está de férias agora. Como ele pode deixar isso?”, disse Mourão em entrevista à revista Crusoé, publicada no site O Antagonista.
“Ele quer jogar no colo da gente. É a velha tática do PT”, completou o vice-presidente. https://www.poder360.com.br/ 04/01/19

domingo, 6 de janeiro de 2019

ESTADOS UNIDOS: 800 BASES MILITARES; 13 PRÓXIMAS AO BRASIL


ESTADOS UNIDOS:  800 BASES MILITARES; 13 PRÓXIMAS AO BRASIL   
    

Há no Brasil uma base dos “Marines” (US Marine Corps), reativada durante o governo Lula, em 1º de julho de 2008. A esquerda não deu um pio. A base pertence à 4ª Frota da Marinha dos EUA, responsável pelo Atlântico Sul e Caribe e fica em São Paulo.

Especialistas militares insistem que a base militar dos Estados Unidos no Brasil reinstalada no país em 2008, no governo Lula, é “apenas um destacamento”. É base, mas não é o tipo de “Base” que desejam. Diário do Poder, 08/01/19
                                                                                    
© Sputnik / Denis Voroshilov Américas 06.05.2017
Em declarações à Sputnik, o presidente do Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos e Luta pela Paz, Antônio Barreto, alertou para a eminência de um conflito bélico atômico devido à presença militar norte-americana na península coreana.

Representantes de cerca de 30 países participam na base de Guantánamo, em Cuba, do V Seminário de Paz e pela Abolição das Bases Militares Estrangeiras. Como o próprio nome do encontro indica, os participantes defendem a extinção da presença militar estrangeira em territórios nacionais e pede, no caso cubano, a devolução do território de Guantánamo, ocupado pelos Estados Unidos, ao país caribenho.

"Os lutadores pela paz defendemos o fechamento das bases militares estrangeiras. Apostamos em uma ampla campanha, sobretudo neste momento em que estamos à beira de um conflito armado de grandes proporções, que pode incluir a utilização de armas nucleares na península coreana. Ali já se encontram navios de guerra, submarinos atômicos e muita presença militar dos Estados Unidos, ameaçando a China, ameaçando os povos de toda a área, ameaçando a paz mundial", alertou à Sputnik Mundo Antônio Barreto, presidente do Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos e Luta pela Paz (Cebrapaz).

Na opinião de Barreto, o seminário é fundamental para consciencializar os povos do perigo que representam as bases militares estrangeiras. De acordo com o pacifista, os Estados Unidos são a principal referência de uma política intervencionista, com grandes investimentos na área militar em países alheios.
"Essas bases, que representam uma ameaça para a humanidade, têm como protagonista o imperialismo norte-americano, que tem atualmente mais de 800 bases militares presentes em todos os continentes. O atual Governo dos Estados Unidos, chefiado por Donald Trump, não tende a reduzi-las, mas, ao contrário, está construindo novas bases, como vem fazendo na Argentina, na Colômbia e em outros territórios, particularmente aqui na nossa América", disse Barreto.

O seminário termina em 6 de maio com uma série de propostas para uma campanha mundial antibelicista. Entre elas, o estabelecimento do Dia Mundial pelo Fechamento das Bases Militares Estrangeiras no dia 28 de fevereiro. A data servirá de marco para desenvolver atividades em torno da problemática em questão. "Esta luta pelo fim das bases militares em todo o mundo é uma luta pela paz mundial", reforçou o pacifista brasileiro e acrescentou que "pessoas de 36 países e organizações de todos os continentes" estão presentes no encontro em Guantánamo, sede do congresso, desde sua primeira edição.

De acordo com os organizadores, o terreno é estratégico para a demanda que se coloca devido a que a província "tem usurpados 117 quilômetros de seu território pela ocupação ilegal do mesmo por uma base naval norte-americano, transformada em centro de tortura e das mais terríveis violações dos direitos humanos dos supostos terroristas que lá se encontram há mais de uma década".
A conferência foi organizada pelo Conselho Mundial pela Paz com o copatrocínio da Organização de Solidariedade com os Povos da África, Ásia e América Latina (OSPAAAL) e algumas organizações cubanas de ativistas da paz. 

13 BASES NORTE-AMERICANAS PRÓXIMAS DO BRASIL…..
PARA QUÊ TANTAS BASES MILITARES NA FRONTEIRA E NAS PROXIMIDADES DA FRONTEIRA DO BRASIL????
O Governo e os políticos brasileiros estão atentos a esta realidade , tanto em relação aos E.U.A. como  às intenções dos governantes dos países vizinhos ???
Se pesquisarem no GOOGLE, terão mais informação substancial sobre biopirataria  e  ONGS estrangeiras na Amazônia, bem como a origem de muitos conflitos sobre a demarcação de terras para os índios e simultânea perda das mesmas pelos brasileiros não índios, que as cultivaram e desenvolveram por muitas décadas  ou séculos.

Um notável fato político da atual conjuntura é que a América do Sul e particularmente o Brasil, foram praticamente excluídos das estratégias globais dos EUA nos últimos anos, situação que sugere a imagem de uma aeronave que desapareceu da tela do radar. Pesquisa realizada com base nos artigos publicados de 2000 a 2005, em três das mais prestigiadas revistas do mundo (Foreign Affairs, International Relations e International Security), nas quais pontificam os principais analistas e formuladores da política internacional contemporânea e particularmente norte-americana, comprovou essa tendência geral. Salvo referências esparsas a questões periféricas e pontuais envolvendo, sobretudo, o conflito colombiano e a suposta presença de grupos islâmicos de apoio ao terrorismo na Tríplice Fronteira de Iguaçu, a nossa região de referência não tem sido objeto de preocupações desses formuladores. 

Os documentos de governo que explicitam essas políticas, revelam também que os rumos adotados para os cenários estratégicos da superpotência passam ao largo dos países situados ao sul do Panamá. Eles se dirigem agora para as novas prioridades: o combate ao terrorismo em escala global e o fortalecimento da sua atuação política e militar na Ásia Central, na China e na Índia, no Sudeste do Pacífico, no Oriente Médio, na Europa Ocidental (e agora particularmente na Oriental). Nos últimos dois anos, essas prioridades também têm incluído a ampliação da sua presença militar na África.

Essas mudanças recentes na sua estratégia global correspondem de certo modo à nova configuração geopolítica do poder mundial que requer, portanto, uma outra logística do seu aparato de guerra, a qual implicou, a partir de 2005, na adoção do mais abrangente programa de reordenamento da sua rede de bases militares espalhadas por todos os continentes, a qual expressava, claramente, os antigos arranjos correspondentes ao quadro que resultou do Pós-Segunda Guerra e da Guerra Fria. É nesse contexto que ocorreu a transferência do South Comand das suas forças armadas para Miami, decisão que aparentemente tem a ver com alguns eventos recentes e marcantes, como o estreitamento das suas relações com o México, o alargamento da sua influência (e da presença militar) na América Central e em parte do Caribe, a intensificação da sua intervenção no conflito colombiano, a consolidação da sua estratégica base militar no Equador e a radicalização do discurso e da prática anti-americanista do Presidente da Venezuela, Hugo Chávez. 

48Atualmente, a rede logística das forças armadas norte-americana – bases militares ou centros/núcleos de apoio – nessas regiões e na América do Sul está posicionada em mais de vinte áreas e territórios: 

Guantánamo (Cuba), Soto Cano (Honduras), Aruba, Curaçao (Ilhas Holandesas), Comalapa (El Salvador), Manta (Equador), Colômbia e Peru (nesses dois países estão instalados por volta de 17 centros e núcleos de apoio para operações militares). A ampliação da presença militar norte-americana na América do Sul, ainda que em escala incomparavelmente inferior à das novas “regiões estratégicas” do mundo, tem provocado reações diversas dos governos dos seus países. O novo Presidente do Equador, por exemplo, declarou na sua posse que não renovará – em 2010 – o acordo militar que permitiu aos EUA instalar a sua importante base aeronaval de Manta. Por outro lado, os norte-americanos também estão desenvolvendo gestões junto ao governo paraguaio, visando implantar naquele país uma base de apoio logístico-militar (em área relativamente próxima ao Brasil), com a declarada justificativa de que esta se destinaria às atividades de monitoramento direto da Tríplice Fronteira e do suposto apoio da sua comunidade árabe ao terrorismo islâmico. https://br.sputniknews.com/ 06.05.2017