IDOSOS EM PÂNICO:
75% DE AUMENTO
EM 5 ANOS
INFLAÇÃO DE 2,9% E
REAJUSTE DE 10% EM 2018
Pelo quinto ano seguido,
os planos de saúde individuais terão reajuste bem acima da inflação, vejam:
Todos esperavam a redução da
velocidade da inflação, resultasse nos reajustes dos planos de saúde voltasse à
casa de um dígito, que ocorreu em 2013 (9,04%, para uma inflação de 5,91%), em
2014 (9,65% para uma inflação de 6,41%). Em 2015, a inflação bateu em 10,67% e
os planos foram reajustados em 13,55%, índice que subiu a 13,57% em 2016
(inflação de 6,29%) e em 2017, quando o IPCA baixou a 2,95%, mas a febre
inflacionária dos planos de saúde permaneceu em 13,55%. e em 2018, aumento de 10%, para
uma inflação de 2,9%
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Fiel ao impressionante histórico que
garante lucros siderais aos planos de saúde e prejuízos aos usuários, a
“agência reguladora” ANS está tramando mais uma medida contra os cidadãos: a
adoção de “franquia” nos planos de saúde, semelhante ao de seguro de carros.
Segundo o mecanismo, celebrado pelas operadoras, além das mensalidades os
clientes também terão de pagar por consultas e demais procedimentos.
Para a ANS, que parece composta de
robôs a serviço das operadoras, a cobrança vai “melhorar” os planos. E aumentar
os lucros, faltou dizer.
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por Luciana Casemiro - 19/04/2018
RIO - O índice
de reajuste de planos de saúde individuais ou familiares só deve ser divulgado
em maio pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), mas fontes do mercado
apostam num percentual semelhante ao do ano passado, em torno de 13%. Para os
planos coletivos com até 30 pessoas, o percentual variou entre 20% e 30%, em
2017. O setor teme a reação dos consumidores diante da perspectiva de inflação
para este ano de 3,48%, segundo a última estimativa do Boletim Focus, do Banco
Central. O limite só é válido para cerca de 20% dos contratos do setor. Para os
outros 30 milhões de beneficiários de planos coletivos, o reajuste é livre,
tendo chegado à casa dos 40% em alguns casos em 2017.
— Teremos a
inflação mais baixa dos últimos 20 anos, em torno dos 3%, e um reajuste na casa
de dois dígitos. A nossa luta é informar melhor o nosso consumidor para poder
ser compreendido — disse João Alceu Amoroso Lima, presidente da Comissão de Comunicação
da FenaSaúde, na abertura do 2º Encontro de Comunicação da Saúde Suplementar,
cujo tema foi o reajuste de planos de saúde.
Marilena
Lazzarini, presidente do Conselho Diretor do Instituto Brasileiro de Defesa do
Consumidor (Idec), por sua vez, diz que o setor precisa entender que vivemos
uma crise:
— O país está
vivendo uma crise e todos os setores diminuíram as suas receitas, mas a a saúde
suplementar quer continuar crescendo. E a pior parte da história é que o limite
de reajuste é só para os individuais, que também não têm opções, já que nos
planos coletivos esses percentuais podem ser ainda mais altos. E as empresas
querem crescer vendendo “planinhos”e comparando o consumidor a carros, como
faziam antes da lei de planos de saúde há 20 anos — diz Marilena, numa
referência à adoção de franquia pelos planos de saúde.
José Cechin,
diretor executivo da FenaSaúde, por sua vez, diz que os reajustes altos também
não são bons para as empresas. Ele explica que se o consumidor perde a sua
capacidade de pagamento, quem deixa o plano, num primeiro momento, é
beneficiário sadio. Isto significa que reduz o equilíbrio na carteira já que
quem fica é aquele que precisa de tratamento e que gera maior custo. Mudar a
inclinação da curva da variação de custo, no entanto, diz Cechin, depende de
vários fatores, inclusive do comportamento do consumidor:
— O consumidor
precisa entender, por exemplo, que nem sempre fazer exames é bom. E tem que
aprender a perguntar ao médico porque repeti-los se fez na semana anterior.
Passa também por uma mudança na formação do médico, que ele aprenda
economicidade, fazer o melhor pelo menor custo. É preciso mudar a forma de
remuneração dos hospitais para que se garanta valor sem estimular o
desperdício. E ainda temos as questões dos materiais, há casos de aumentos que
correspondem a dez vezes o IPCA. É preciso verificar se há concorrência nesse
mercado — conclui Cechin.
A diferença
entre a inflação geral e variação de custo médico-hospitalar não é mais uma das
jabuticabas brasileiras. Segundo levantamento apresentado pelo Instituto
Estudos de Saúde Suplementar (IESS), em 18 países, essa é uma questão que
aflige inclusive os mais desenvolvidos, como Reino Unido e Canadá, em que a
variação é, em média, respectivamente 2,9 e 4,7 vezes a inflação geral.
Desde o último
aumento, no ano passado, a ANS trabalhava numa nova fórmula de cálculo para o
reajuste nos planos individuais. A meta era dar mais transparência, uma crítica
frequente dos órgãos de defesa do consumidor, e previsibilidade. De três em três
meses o consumidor poderia verificar a tendência de reajuste. Apresentado em
março à diretoria colegiada da agência, o novo modelo garantiria um reajuste
menor este ano, além de dar clareza à fórmula de cálculo. No entanto, foi
rejeitado pela maioria dos diretores e não poderá ser usado para o cálculo de
2018. A proposta de mudança de modelo coincide com a divulgação do relatório do
Tribunal de Contas da União (TCU) que identificou falhas na definição de tetos
de reajuste para a ANS e determinou que a agência reguladora faça mudanças para
melhorar o controle e evitar aumentos abusivos.
— O relatório
do TCU reforça o que o Idec e outras entidades dizem há anos, que a ANS não vêm
atuando como deveria no controle dos reajustes. Só a agência e as empresas sabem
como é feito esse cálculo, para os consumidores ainda é uma caixa preta. O que
tribunal mostra é que falta zelo e fiscalização nos índices dos reajustes dos
coletivos que são, pelo que entendemos, uma parte importante da formulação do
percentual de aumento dos individuais — reforça Marilena.
Fontes do
setor dizem ainda que as empresas temem que em um ano eleitoral parta do
legislativo alguma nova regulação que possa vincular o reajuste dos planos de
saúde a um índice geral de preços como o IPCA, por exemplo.
— Isso poderia
comprometer a sustentabilidade do setor. Historicamente, o aumento dos custos
médico-hospitalares são mais altos do que a inflação média. Mas já há casos de
empresas que conseguiram fazer um reajuste com percentual correspondente à metade
do teto estipulado pela ANS no ano passado, com mudança de gestão e sem
prejudicar seu balanço — afirma um executivo do setor.
A mudança de
modelo assistencial é vista como a única saída para reduzir a diferença entre
os custos médicos e hospitalares e a inflação geral da economia (medida pelo
IPCA). Para Reinaldo Camargo Scheibe, presidente da Associação Brasileira de
Medicina de Grupo (Abramge), essa mudança demandará um esforço conjunto dos
ministérios da Saúde, da Fazenda, do Planejamento e da Educação, das
operadoras, da agência reguladora e dos prestadores de serviço.
— Falta uma
política de gestão de saúde no Brasil. E não se pode pensar em separado saúde
suplementar e pública, até porque precisamos pensar e gerir de melhor maneira
os recursos disponíveis. Temos que pensar desde a formação nas universidades de
medicina, para avançar num modelo de assistência que privilegie a qualidade e o
resultado para o paciente e não promova excesso de procedimentos. Não faz
sentido que sejamos o país que mais realiza tomografias — exemplifica Scheibe.
Segundo Luiz
Augusto Carneiro, superintendente executivo do IESS, dos dez países com maior
diferença entre a variação de custo médico-hospitalar e inflação, seis têm como
modelo de remuneração o de pagamento por serviço (fee for service). A mudança
para um sistema de pagamento por diagnóstico ou pacote, diz Carneiro, tem se
mostrado eficaz na redução de custos e na melhora na qualidade da prestação do
serviço.
— A África do
Sul, por exemplo, que tem um mercado de saúde suplementar semelhante ao nosso
fez essa mudança e hoje tem um custo muito próximo ao da inflação geral (1,6) —
exemplifica Carneiro.
Próxima Planos
de saúde individuais devem ter reajuste de 13%, estima o mercado
Planos de saúde individuais e familiares devem ficar até 19% mais caros
Os idosos estão pânico com a notícia de aumento do valor das
mensalidades em 19% e mais uma grande leva idosos não terá condições de pagar
os planos de saúde e agravará ainda mais o SUS. Será mais uma maldade da
Agência Nacional de Saúde - ANS com os velhinhos.
Percentual de dois dígitos é defendido pelas
operadoras para cobrir inflação médica; ANS não confirma, mas admite que alta
de custos dos serviços ultrapassa os índices de carestia
No ano
passado, a Agência Nacional de Saúde (ANS) tinha autorizado um aumento de
13,57%
Os consumidores podem se preparar para um aumento
de dois dígitos nos planos de saúde individuais e familiares este ano. A
Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), órgão que autoriza o reajuste, não
confirmou a alta de 14% ventilada esta semana. No entanto, especialistas do
setor estimam que, para acompanhar a elevação dos preços médicos, a correção
nos valores dos planos pode chegar a 19%. Bem acima, portanto, da inflação
oficial. O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), em 2016, foi de 6,29%.
Para 2017, a estimativa do Banco Central é de 3,6% e a do mercado, de 4,10%.