sábado, 13 de janeiro de 2018

PORTO ALEGRE: JUÍZES AMEAÇADOS E BADERNAS



24/01/18: JULGAMENTO DO MITO LULA EM PORTO ALEGRE

Há uma grande expectativa quanto ao julgamento do mito Lula, o “operário salvador”, no TRF-4 em Porto Alegre.

Estão programadas badernas de militantes do PT, do “exército” de João Pedro Stedile, dirigente do MST, Guilherme Boulos e seu MTST e de outros movimentos sociais.


Justiça acuada        

‘As ameaças estão sendo públicas’
Roberto Veloso, presidente da Ajufe, à Rádio Gaúcha:
“As ameaças estão sendo públicas, não estão sendo veladas. Temos assistido a vídeos com ameaças públicas de que serão depredados prédios públicos, que irão tomar de assalto as dependências do tribunal, que irão fazer a acontecer, até de atear fogo nós ouvimos.”
Ele pediu “calma, tranquilidade e paz”.
“É lógico que é livre a manifestação do pensamento. As pessoas podem até se reunir nesse dia, mas pacificamente. Não com o intuito de causar confusão, baderna. Isso não faz parte do jogo democrático. Pedimos encarecidamente àqueles que organizam movimentos que o façam dentro da ordem, da lei.”             O Antagonista 15/01/18
TRF-4 ameaçado

 A bandidagem ameaça o TRF-4. O Jornal Nacional (13/01/18) confirmou que essas ameaças são direcionadas ao Tribunal e aos três desembargadores que vão julgar Lula: João Pedro Gebran Neto, Leandro Paulsen e Victor Laus. Eles são ameaçados por telefone, cartas e internet.


“Lula escancarou as portas do Estado para a corrupção”, diz um dos fundadores do PT


Um dos fundadores do PT e coordenador da campanha de Lula à presidência em 1989, César Benjamin, hoje secretário municipal de Educação do Rio de Janeiro, falou à Folha sobre o julgamento de Lula pelo TRF-4:
“Eu não sei se Lula deve ser condenado ou absolvido do ponto de vista jurídico, pois não estudei direito e não conheço os autos do processo. Mas, como cidadão, sei que ele deve ser condenado politicamente, pois, ao escancarar as portas do Estado para a corrupção e aceitar a função de lobista de grandes empresas, não manteve a dignidade que se espera de um presidente da República e um líder popular.”

Marcelo Bretas acaba de comentar no Twitter o post de O Antagonista sobre as ameaças a juízes relatadas pelo presidente do TRF-4, Carlos Eduardo Thompson Flores.

“A quem interessaria uma Justiça acuada, cumprindo seu papel sob pressão e ameaças?”, indaga o juiz da Lava Jato no Rio –que sabe muitíssimo bem do que está falando.

Ameaçados, juízes tiraram famílias do RS, disse Thompson Flores a petistas

Carlos Eduardo Thompson Flores disse aos petistas que se reuniram hoje com ele no TRF-4 estar preocupado com ameaças de conflitos durante o julgamento de Lula, no dia 24.
O presidente do tribunal, segundo a Folha, disse que os juízes estão recebendo ameaças e alguns deles tiraram suas famílias do Rio Grande do Sul.
Citou o caso de uma pessoa de Mato Grosso do Sul que tem ameaçado atacar fisicamente o prédio do TRF-4 e contou ter recebido um telefonema do presidente da associação de magistrados, com relatos de ameaças a juízes.

PT quer mandar 50 ônibus de SP para apoiar Lula em Porto Alegre



Até 50 ônibus com militantes do PT e membros de movimentos sociais sairão de São Paulo rumo a Porto Alegre para os atos do julgamento do ex-presidente Lula, segundo o jornal Folha de S. Paulo. Pelo menos trinta estão garantidos até agora, garantem lideranças do partido. O trajeto de ida e volta de cada um custará 15 000 reais, em média.
 

Lula vai a Porto Alegre para acompanhar julgamento no TRF-4
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai comparecer ao julgamento que pode torná-lo inelegível, no Tribunal Regional da 4.ª Região (TRF-4), dia 24, em Porto Alegre (RS), de acordo com informações do Estado de S. Paulo. O Partido dos Trabalhadores prepara um ato de recepção ao ex-presidente no mesmo dia, na volta a São Paulo. 

"O PT está organizando protestos em defesa do ex-presidente Lula nos dias 23 e 24/1 em Porto Alegre", diz a página oficial do PT no Facebook.
O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) afirmou anteriormente que vai manter a mobilização marcada para a semana de 24 de janeiro. O juiz Osório Avila Neto proibiu a instalação de acampamento nas proximidades do prédio do Tribunal na capital gaúcha, mas liberou o local para manifestações.

O petista deve participar das manifestações na capital gaúcha
A assessoria do Instituto Lula informou ao jornal paulista que a defesa do petista solicitou ao TRF-4 que o ex-presidente seja ouvido durante o julgamento, mas que o pedido ainda não foi apreciado pelos desembargadores. A expectativa de Lula é que o pedido seja acatado. Caso contrário, o petista deve estar na capital gaúcha para participar das manifestações. 

No dia 23, a ex-presidente Dilma Rousseff vai participar da abertura de uma vigília no Parque Harmonia, em frente ao TFR-4. 

O PT e lideranças têm compartilhado nas redes sociais o manifesto “Eleição Sem Lula é Fraude”. Com versões em português, inglês, espanhol, francês e árabe, o documento já recebeu mais de 100 mil assinaturas, entre elas a do linguista e filósofo norte-americano Noam Chomsky e dos possíveis concorrentes de Lula na eleição presidencial Guilherme Boulos e Manuela D’Ávila (PC do B).

3 X 0 contra Lula valem mais do que qualquer reforma, diz O Antagonista de 13/01/18
A economia depende do TRF-4.
Uma fonte do governo disse para O Globo que o julgamento de Lula conta mais do que a reforma previdenciária:
“É muito mais importante para as pessoas acreditarem que os ajustes necessários realmente serão feitos.”
O economista Álvaro Bandeira acrescentou que, se Lula for condenado, o mercado financeiro deve comemorar:
“Se o placar no TRF-4 for de 3 a 0, aí o processo fica mais limpo. Depois, virá a discussão de quem é candidato e quais serão seus programas econômicos.”

domingo, 7 de janeiro de 2018

LULA: A ELE NÃO INTERESSA A LEI



A ELE NÃO INTERESSA A LEI,                                    por Carlos José Marques

O azougue petista entrou em campo. A agremiação convoca a todos para a arruaça. Desavergonhados representantes da cúpula como José Dirceu – condenado por vários crimes e, não se sabe por que, ainda fora da cadeia – falam em colocar fogo no País se condenarem seu líder máximo, Luiz Inácio Lula da Silva, no próximo dia 24 na Corte do TRF-4, em Porto Alegre. Os incendiários João Pedro Stédile, Guilherme Boulos e quetais fazem o mesmo. Até a deposta Dilma, sem um pingo de vergonha na cara pelo que já causou de mal aos brasileiros, promete vigília na porta do Tribunal. O próprio Lula tenta politizar um julgamento que é eminentemente técnico. Faz firula. Diz que estará presente no dia para animar a claque. Reivindica o direito de se manifestar na ocasião – algo completamente fora de propósito nesse estágio do processo. Confronta os juízes. Tripudia das decisões. Ataca os investigadores. 

Tempos atrás ameaçou prender, caso volte ao poder, aqueles que hoje querem colocá-lo atrás das grades. Continua a se fazer de vítima numa estratégia que não cola mais. Exacerba na tática de procrastinação. Catimba como pode. Lula se coloca como um réu político quando não passa de mero condenado comum por crime de corrupção em sentença já beirando os dez anos. Pode vir mais tempo de pena. A militância, os asseclas do lulopetismo, a trupe de agitadores dos MSTs da vida tratam a apelação em segunda instância como final de Copa do Mundo ou um Fla/Flu que devem levar no grito ou no tapetão. Querem armar uma fuzarca sem tamanho. Não entenderam nada. Nas palavras de ordem falam em “defesa da democracia” e no “direito” de Lula em ser candidato. A questão não tem nada a ver com democracia. Não há ninguém sendo perseguido por viés ideológico ou o que valha. O que o TRF-4 vai julgar também não é a candidatura presidencial de Lula. São crimes previstos na Constituição, evidenciados por um calhamaço de provas testemunhais e documentais. Não há nada de defesa da democracia nesse movimento que tenta impor à força a sua vontade, à revelia da Justiça, radicalizando manifestações que, de mais a mais, só carregam um único objetivo: provar que Lula tem de estar acima da lei. Parece piada. Mas não é.

Do ponto de vista institucional, está nas mãos do TRF-4 delinear a cara do Brasil daqui para frente. Seu veredito não pode vir contaminado pela antiga ideia de que alguns são mais iguais que outros perante o primado das regras em vigor. Condenação em segunda instância dá cadeia. Políticos com “ficha suja” não devem concorrer. Qualquer regime de exceção fora desses parâmetros deixará na sociedade a sensação de que transgredir compensa. Que a impunidade vai continuar a prevalecer, não obstante a Lava Jato e todos os esforços para frear a bandalheira que tomou conta do Estado. Lula é réu em inúmeros processos. Do triplex ao sítio em Atibaia, do terreno do Instituto às palestras regiamente pagas em troca de favores, não faltam demonstrações de seus desvios. E mesmo assim o PT prega com veemência a entrada dele na disputa de 2018 como algo legítimo. Deliberadamente ignora a Lei da Ficha Limpa, aprovada, diga-se de passagem, por pressão popular, imaginando talvez que só o Partido detém o monopólio sobre o que é do interesse do povo ou não. 

Na prática, os talibãs do PT apelam com falsas bandeiras para convencer a turba, mas não conseguem arregimentar hoje em dia sequer meia dúzia de gatos pingados em seus protestos, além dos militantes de sempre. O exército de araque se pinta para a “guerra”. No lero-lero para driblar o inevitável incluiu até um manifesto em inglês, espanhol e francês para levantar a lorota de que tudo não passa de um grande esquema com o objetivo de evitar a volta de Lula ao poder. 

A mesma ladainha de golpe. Debocha-se dos fatos. O PT se apequenou e Lula, que nem remotamente lembra mais aquele idealista de outrora, agora confronta a Lei como um Quixote sem destino.
Carlos José Marques é diretor editorial da Editora Três