quarta-feira, 31 de agosto de 2016

LEGADO DE TERRA ARRASADA



DILMA E O PT DEIXAM LEGADO DE TERRA ARRASADA, por Theodiano Bastos

O lulopetismo, nos treze anos de poder, deixou a economia do Brasil na UTI, rombo fiscal DE 170 bilhões em 2016, recessão, 12 milhões de desempregados e 40% dos jovens sem empregos, quase 60% das famílias endividadas, destruíram a Petrobras e os fundos de pensões das estatais, as drogas domaram conta do país, onde é perigoso se viver, e o brasileiro está se matando nas ruas e nas estradas.

O Brasil é um dos países mais violentos do mundo: são 160 assassinatos por dia em 2016...

 “Número de mortes no trânsito chega a 45 mil por ano no Brasil

Número elevado de óbitos é reflexo da violência nas vias das cidades brasileiras. Ocorrências envolvendo motociclistas chamam a atenção
 Dados do Ministério da Saúde comprovam o que não é difícil de observar nas ruas, avenidas e estradas brasileiras: a violência no trânsito. Por ano, cerca de 45 mil pessoas perdem a vida em acidentes no país, segundo dados da pasta, e a carnificina do asfalto também atinge em cheio os motociclistas.” Fonte: Estado de Minas, 21/05/15

Este texto está no blog: theodianobastos.blogspot.com

Brasil registra 58,5 mil assassinatos em 2014, maior número em 7 anos
Wellington Ramalhoso, do UOL, São Paulo, 08/10/15
O número de pessoas mortas de forma violenta e intencional chegou a 58.559 no Brasil em 2014, de acordo com dados do 9º Anuário Brasileiro de Segurança Pública. É a marca mais alta em sete anos e representa 160 assassinatos por dia, quase sete por hora. Houve um aumento de 4,8% em relação ao recorde anterior, registrado em 2013, quando 55.878 pessoas foram assassinadas no país.
A taxa nacional de mortos por cem mil habitantes ficou em 28,9 em 2014, também a marca mais alta em sete anos. O crescimento em relação ao índice de 27,8 verificado em 2013 foi de 3,9%.
"O Brasil ostenta taxas tão altas há tantos anos que se pode falar em uma violência endêmica, e não epidêmica. É um problema grave e crônico. Nós concentramos 2,8% da população do mundo e 11% dos homicídios. Somos um país extremamente violento", afirma a socióloga Samira Bueno, diretora-executiva do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, organização responsável pela elaboração do anuário.
O primeiro anuário compilou dados de 2005, mas, por questões metodológicas, o Fórum informa que os dados mais antigos comparáveis aos mais recentes são os de 2008.
O estudo de 2015, que traz os recordes da série, leva em consideração os homicídios dolosos (quando há intenção de matar), os latrocínios, as lesões corporais seguidas de morte, os policiais mortos e as vítimas de violência policial de 2014.
Processo que chegou ao fim em 31/08/16,  se estendeu por quase nove meses, isto é, desde 02/12/15  encerrou hegemonia do PT por treze anos.

61 SENADORES VOTARAM SIM E SOMENTE 20 VOLTARAM NÃO.
 

Os 61 senadores que aprovaram o afastamento da ex-presidente Dilma Rousseff, nesta quarta-feira (31), foram eleitos por um total de 83,1 milhões de votos, em todos os estados e no Distrito Federal. Em 2010, foram eleitos dois senadores em cada unidade da federação e um senador em 2014. A representatividade popular dos 61 senadores supera em mais de 29 milhões a votação que reelegeu Dilma em 2014.
A soma de votos representa todos os votos individuais recebidos por senadores que se encontram no exercício do cargo.
Os votos de alguns senadores não foram considerados: caso de José Serra, eleito com 11 milhões de votos, mas agora licenciado do cargo.
Somente a votação dos senadores paulistas e mineiros pró- impeachment representa impressionantes 48 milhões de eleitores.
Fonte: http://diariodopoder.com.br/ 01/09/16


Para protestar contra o impeachment, Venezuela, Equador e Bolívia anunciaram a retirada de seus representantes no Brasil.

O golpe no artigo 52 da Constituição

A Constituição é clara, transparente, o impeachment de um presidente significa a perda do cargo, COM INABILITAÇÃO, POR OITO ANOS, PARA O EXERCÍCIO DE FUNÇÃO PÚBLICA... Leiam:
Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal:
I - processar e julgar o Presidente e o Vice-Presidente da República nos crimes de responsabilidade, bem como os Ministros de Estado e os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica nos crimes da mesma natureza conexos com aqueles;
II - processar e julgar os Ministros do Supremo Tribunal Federal, os membros do Conselho Nacional de Justiça e do Conselho Nacional do Ministério Público, o Procurador-Geral da República e o Advogado-Geral da União nos crimes de responsabilidade; (...)
Parágrafo único. Nos casos previstos nos incisos I e II, funcionará como Presidente o do Supremo Tribunal Federal, limitando-se a condenação, que somente será proferida por dois terços dos votos do Senado Federal, à perda do cargo, com inabilitação, por oito anos, para o exercício de função pública, sem prejuízo das demais sanções judiciais cabíveis. O impeachment e a inabilitação são INDISSOCIÁVEIS. O PT e Lewandowski estão promovendo um golpe na Constituição.”                                                                        Fonte: http://www.oantagonista.com/ 31/08/16
ROLANDO LERO
“A autodefesa de Dilma Rousseff no Senado foi  cenográfica. Sabendo-se cassada, Dilma teve a pretensão de falar para a história, não para os 81 senadores. Ensaiou suas melhores poses para as lentes dos documentaristas que filmam o último capítulo de sua Presidência. Dilma sobe no palco sob a direção do caos —ou de Lula, que muitos acreditam ser a mesma coisa.

Entre 2013 e 2016, a economia brasileira encolheu 6,8%. O desemprego saltou de 6,4% para 11,2%. Foram ao olho da rua algo como 12 milhões de patrícios. A Lava Jato demonstrou que o único empreendimento que prosperava no Brasil era a corrupção. A força-tarefa de Curitiba já produziu 106 sentenças condenatórias. Juntas, somam 1.148 anos, 11 meses e 11 dias de cadeia. Em Brasília, encontram-se sob investigação no Supremo Tribunal Federal 364 pessoas e empresas.

Diante desse cenário, com a ruína a pino, as causas invocadas para cassar Dilma —o uso de recursos de bancos públicos para pedalar despesas que eram de responsabilidade do Tesouro e a abertura de créditos orçamentários sem a autorização do Congresso— são pretextos para condenar uma administradora precária pelo conjunto de sua obra.

No papel de ‘inocenta inútil’, Dilma evoca os 54 milhões de votos que recebeu em 2014 para defender seu retorno à poltrona de presidente. Não para governar, mas para convocar um plebiscito capaz de livrar o país dela própria e de Michel Temer simultaneamente. Cética, a plateia se diverte com as palavras de Dilma como quem brinca de roleta russa, na certeza de que a sinceridade que a oradora manipula está completamente descarregada.
Em poucas horas, Dilma irá embora. Levará com ela as lentes dos documentaristas. Mas deixará a crise, que continuará fervilhando como uma telenovela sem fim. Livres dos desafios da interinidade, Temer e seu exército de brancaleone —liderado por renans, jucás e outros xamãs— serão relegados a tarefas menores como, digamos… trabalhar.”

terça-feira, 30 de agosto de 2016

DESCONSTRUINDO DILMA



Afastada discursa para cineasta, conta mentiras sobre o passado, o presente e o futuro e prova: ela quer os brasileiros trocando porrada nas ruas
Em discurso que repete nove vezes a palavra golpe, presidente não admite um só erro, atribui todos os seus desastres a seus adversários e demonstra por que não pode governar o país. E ainda: o estoque de cadáveres do passado “democrático” de Dilma
Por: Reinaldo Azevedo 29/08/2016  
Conforme o esperado, e lamento que seja assim, Dilma fez o pior discurso da sua vida. Contou mentiras sobre o passado, o presente e o futuro. Se conseguiu falar com a firmeza convicta que tão bem a caracteriza, ainda que nem sempre se entenda o que diz, o conteúdo, também desta vez, destoa dos fatos. Para sua má sorte, sua sintaxe foi clara. E, ao ser clara, entendemos por que caiu, nos espantamos que tenha chegado lá e nos damos conta do risco que corríamos. Havia certa dúvida se empregaria a palavra “golpe”. Não o fez apenas uma vez, mas nove. Dilma, em suma, repete Gleisi Hoffmann e, no fundo, não reconhece moral no Senado para julgá-la. Seu discurso não foi feito para os senadores. Ela falava para a cineasta Petra Costa, que está fazendo um documentário.
Vou mudar a ordem cronológica escolhida por ela. Começo a falar sobre o futuro, evidenciando o risco que esta senhora, de fato, representava ainda que não tivesse cometido crime nenhum — e destaco sempre que devemos lhe ser gratos por ser tão irresponsável com as contas públicas e incompetente no trato da gestão.
Dilma atribui ao governo Temer a intenção de cortar programas sociais, de cassar benefícios das mulheres e dos negros, de cortar recursos para a saúde e as crianças, de vitimar os mais velhos, ceifando-lhes a aposentadoria, de querer punir o Nordeste, de não ter compromisso com o salário mínimo, de conspirar contra o pré-sal. No auge da mistificação, chega mesmo a atribuir a seus adversários um conluio contra a estabilidade fiscal — justo ela, que destruiu as contas públicas.
Ainda que não tenha feito menção ao Partido dos Trabalhadores em seu discurso, eis o PT de sempre: arrogante, monopolista do bem, dono da verdade, incapaz de ouvir uma crítica, autossuficiente nas suas escolhas desastradas, discriminador, surdo para o contraditório. O mais curioso é que, ao apontar as intenções malévolas dos seus adversários, sabe que tocou em problemas cruciais para o futuro do Brasil, que deverão ter uma resposta. Repete rigorosamente o procedimento adotado na campanha eleitoral de 2014, o que a levou a cometer o maior estelionato eleitoral da história do Brasil.
A mesma Dilma que fez esse discurso diz reconhecer os seus erros. Mas quais? Não se ouviu um só. Tudo o que deu errado no seu governo, entende-se, derivou da conspiração dos seus adversários.
Pensemos o óbvio: caso Dilma retornasse o poder — na hipótese de obter os votos necessários ou de aqueles favoráveis à sua saída não conquistarem 54 senadores —, pergunta-se: ela iria governar com quem? Quais forças políticas lhe dariam sustentação? Ela julga ter uma resposta: a convocação de novas eleições. É impressionante que uma presidente que está sendo julgada aponte como resposta para o país uma saída que ela sabe ser inconstitucional.
O presente
Ao fantasiar sobre a disposição do governo Temer de cassar benefícios sociais como ação deliberada e malévola de quem vê o povo como adversário, Dilma busca conferir uma roupagem de economia política à tese mentirosa do golpe. Assim, a sua deposição seria uma expressão da tal “luta de classes”, a tese vigarista que lhe assopraram aos ouvidos alguns marxistas mixurucas, que conhecem da obra de Marx o que sabem de búlgaro antigo — a exemplo da própria Dilma, diga-se.
Isso lhe impõe, então, que conte mentiras assombrosas sobre o presente — refiro-me ao presente histórico. Sob qualquer argumento que se queira, Dilma cometeu crime de responsabilidade. Incidiu no Artigo 85 da Constituição, especialmente em seu Inciso VI, atentando explicitamente contra a Lei Orçamentária, crime definido pela Lei 1.079, uma senhora de 66 anos, que prevê impeachment àqueles presidentes que não a respeitarem.
Mas tudo se explica. É preciso apelar à mais qualificada das testemunhas de defesa, que falou, a pedido do próprio advogado de Dilma, como informante: o professor e economista Luiz Gonzaga Belluzzo. Ele deixou claro aquela que é uma convicção do governo que está caindo: eles não concordam com o Artigo 36 da Lei de Responsabilidade Fiscal, justamente aquele que estabelece ser “proibida a operação de crédito entre uma instituição financeira estatal e o ente da Federação que a controle, na qualidade de beneficiário do empréstimo”. Para o doutor e para o PT, se o dinheiro é de um banco público e se é usado pelo governo, então não é crédito, mas mera operação fiscal. Foi assim que esse pensamento quebrou o Brasil várias vezes ao longo da história. Mais recentemente, no governo Dilma.
Sim, a presidente cometeu crime de responsabilidade.
O passado
Todo homem público que provoca grandes desastres; que investe em crises sistêmicas; que faz a infelicidade de milhões — a pessoa, em suma, com esse perfil — exibe uma mitologia pessoal do sacrifício e da renúncia. Dos grandes facínoras da humanidade aos nossos patetas do presente e do passado, todos têm uma história triste ou heroica para contar.
A de Dilma é conhecida. Mas ganha especial sentido neste momento. É claro que a presidente afastada não deveria, por bom senso e por bom gosto, ter evocado o seu câncer no discurso de despedida. Doenças não existem para lisonjear ou para punir; doenças não são o contraponto de malfeitos ou sua justificativa moral. Menos ainda é decente que se apele a esse sofrimento como elemento constitutivo do caráter, como ingrediente de sua têmpera. Pessoas boas e detestáveis já foram acometidas de câncer. Alguns saíram do tratamento com um temperamento melhor; outros experimentaram o contrário. E há ainda aqueles para os quais a ocorrência foi irrelevante. O câncer não é guia moral de ninguém. A desordem nas contas públicas brasileiras, deixada por Dilma, não poderá se beneficiar das lições que ela eventualmente recebeu nesse tempo.
Ao contrário até: se a pessoa pública se aproveita da doença, como Dilma fez durante a eleição e faz agora, então é lícito que se veja, no seu caso, a moléstia como um deformador do caráter.
Finalmente, é preciso voltar, e eu lamento, aos anos 70. Dilma se refere de novo ao período em que foi torturada. De maneira ofensiva compara os senadores de agora àqueles que a julgaram; toma o triunfo da lei e do Estado de Direito, que estão prestes a lhe cassar o mandato, como se fossem leis de exceção. E mente sem cerimônia sobre o próprio passado.
Isso a leva a comparar-se a figuras como Getúlio Vargas, Juscelino Kubitschek e João Goulart, todos vítimas, na visão da presidente, de conspirações golpistas — o amor pela precisão me obriga a lembrar que o marechal Lott deu um golpe para garantir o poder a Juscelino, não o contrário. Mas Dilma certamente não é do tipo que repudia “golpes do bem”. Getúlio e Jango são maus exemplos de heróis democráticos. O primeiro foi o maior assassino da história republicana no Brasil, e o segundo investiu de forma deliberada na bagunça, arquitetando ele próprio um golpe, frustrado porque seus inimigos foram mais rápidos ao golpeá-lo.
Dilma finge não saber a diferença entre uma ditadura e uma democracia. Por isso evoca como credencial democrática o seu passado de membro de uma organização terrorista, chamando aquilo de amor à democracia. É chato fazer o que vou fazer, eu sei. Mas é preciso ter um compromisso com a história.
Dilma foi militante da VAR-Palmares, organização surgida da fusão do Colina (Comando de Libertação Nacional), ao qual ela pertencia, com a VPR (Vanguarda Popular Revolucionária), de Carlos Lamarca. Os familiares das pessoas assassinadas por essas organizações (próximo post) certamente não concordam com o apreço que ela teria, então, pelo regime democrático. 
Encerro
Foi Dilma quem resolveu apelar à história. Então é preciso dizer tudo. Afinal, os cadáveres sumiram no tempo. Os amigos de esquerda da Afastada, aboletados na academia, deram um jeito de escondê-los.
Fonte: http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/ 29/08/16

sexta-feira, 26 de agosto de 2016

VAIAS DO MARACANÃ



O Maracanã tem longa tradição de vaias a autoridades
O escritor Nelson Rodrigues escreveu em “A Pátria de Chuteiras” que “o Maracanã vaia até um minuto de silêncio”. E não é nenhum exagero. Apesar de todos os esforços para se esconder na cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos, o presidente interino Michel Temer não escapou de uma sonora vaia e poucos aplausos. Bastou um discurso protocolar de apenas 12 segundos de duração para Temer engrossar a lista de autoridades, artistas e atletas que receberam vaias em grandes eventos.
Até o prefeito Eduardo Paes tomou a sua vaia na cerimônia do  encerramento, mas com muitos aplausos.
O ex-presidente Lula sentiu seu gosto amargo na cerimônia dos Jogos Pan-Americanos de 2007.
A presidente afastada, Dilma Rousseff, ouviu-a constrangida, quando entregava a taça de campeã do mundo à Alemanha em 2014. 
E a famosa vaia a minuto de silêncio ocorreu em 19 de julho de 1967, na partida entre Botafogo e América, em pleno regime militar. O general Humberto Castello Branco, presidente da República entre 1964 e 1966, havia morrido no dia anterior, em um acidente aéreo. Quando o locutor pediu um minuto de silêncio em sua homenagem, vaias tomaram parte do Maracanã.

Mas em 1969, num Fla x Flu, ao anuciarem a presença do ditador Garrastazu Medici na tribuna de honra do Maracanã todo o estádio ficou de pé e o aplaudiu efusivamente o ditador e o mesmo aconteceu no Morumbi...
Marcelo Duarte, Jornalista e autor da série de livros “O Guia dos Curiosos escreveu no blog http://guiadoscuriosos.com.br/
“1. Em 19 de julho de 1967, Botafogo e América fizeram um jogo válido pelo Campeonato Carioca. Um dia antes, Humberto de Alencar Castello Branco, o primeiro presidente do Regime Militar (1964-66), havia morrido em um acidente aéreo. O locutor do estádio anunciou que seria respeitado um minuto de silêncio em homenagem ao general. A reação não foi a esperada: imediatamente a torcida vaiou o morto. A vaia só foi interrompida com o início da partida.
2. Em 13 de maio de 1959, a escalação da Seleção Brasileira campeã mundial de 1958 estava na ponta da língua de todo os brasileiros. Especialmente daqueles que foram ao mesmo Maracanã acompanhar o amistoso entre Brasil e Inglaterra. No anúncio da escalação, tudo corria dentro do esperado até o anúncio do camisa 6, Nilton Santos. Pois foi aí que o locutor Victorio Gutenberg fez uma longa pausa e disparou: “camisa 7… Julinho Botelho!”. A presença do jogador do Palmeiras no lugar de Garrincha foi recebida com uma quase unânime vaia que durou cerca de três minutos. Sacado do time pelo técnico Vicente Feola por ter se esbaldado na noite carioca no dia do jogo, Garrincha viu seu substituto ser vaiado a cada toque na bola. Mas, aos 7 minutos, Julinho deixou a marcação inglesa para trás e fez 1 a 0. Aos 30, deu o passe para o segundo, o gol que decretou a primeira vitória brasileira sobre os ingleses na história. Ao final do jogo, o Maracanã gritou o nome de Julinho e o palmeirense deixou o gramado sob os aplausos das mesmas 100 mil pessoas que o vaiaram no anúncio da escalação.
3. Em 2007, o Brasil iniciou sua jornada na busca por grandes eventos esportivos. Considerados a chance de ouro para o país impulsionar as candidaturas à Copa de 2014 (àquela altura já muito bem encaminhada) e, principalmente, aos Jogos Olímpicos de 2016 (cuja escolha da sede seria dois anos depois), os Jogos Pan-Americanos começaram com uma bela cerimônia de abertura no Maracanã. No momento mais aguardado da festa, porém, uma impressionante vaia. Reeleito presidente da República com a maior votação proporcional da história no ano anterior, Luiz Inácio Lula da Silva foi tão repreendido pelo público, que, no improviso, quebrou o protocolo e deixou de abrir oficialmente a competição. A honra acabou por cair nas mãos do presidente do Comitê Olímpico Brasileiro, Carlos Arthur Nuzman. Em 2014, quatro meses antes de ser reeleita presidente, Dilma Rousseff também foi vaiada na abertura da Copa do Mundo, na Arena Corinthians.
4. Outro chefe de Estado altamente popular que passou por maus bocados em um estádio de futebol foi Getúlio Vargas. Em 1940, ele participou da inauguração do Pacaembu, em São Paulo. À época o maior estádio da América do Sul, o Pacaembu estava lotado de paulistanos ainda engasgados com a subida de Getúlio ao poder após o golpe de estado contra o paulista Washington Luís em 1930. Além disso, Vargas ainda havia reprimido a Revolução que eclodiu em São Paulo em 1932. Com isso, a Terra da Garoa era um dos poucos lugares no país onde era possível que o Presidente, conhecido pela habilidade na hora de discursar, fosse implacavelmente vaiado. Curiosamente, quatro anos depois, ele transferiu os festejos do Dia do Trabalho do Rio de Janeiro para São Paulo como forma de exaltar a disciplina dos trabalhadores paulistas, que não aderiram greves como as que estavam ocorrendo na então capital federal. Com o Pacaembu mais vazio e a crise política no país menos intensa, foi recebido com aplausos e fez até desfile em carro aberto.
5. Em 1967, o músico Sérgio Ricardo iria se apresentar no palco do Festival da Música Popular Brasileira, então realizado anualmente pela TV Record. Porém, assim que começou a cantar a música “Beto Bom de Bola”, passou a receber uma impressionante vaia do público no Teatro Paramount, em São Paulo. Depois de alguns segundos tentando contornar a situação, o cantor se irritou. Quebrou o violão, atirou em direção a plateia e deixou o palco inconformado: “Vocês conseguiram! Esse é um país de animais!”. Essa é uma das cenas mais marcantes daquele que é considerado o maior dos festivais musicais do Brasil, vencido por Edu Lobo com “Ponteio”. O ocorrido passou a perseguir Sérgio, hoje com 84 anos. Em 2012, durante um show na capital paulista, ele riu quando um espectador pediu a música que não caiu nas graças do público em 1967 e ainda brincou: “Agora eu toco piano, não posso atirá-lo em vocês”.

segunda-feira, 22 de agosto de 2016

DILMA É CULPADA, AFIRMA PEDRO SIMON



Pedro Simon avalia situação de Dilma: "Pelo amor de Deus, ela é culpada"
Ex-senador afirma que Dilma cometeu crime de responsabilidade e que não há golpe
Correio Braziliense, Julia Chaib, 22/08/6 

“Aos 86 anos, dos quais 60 na política, o ex-senador pelo PMDB Pedro Simon (RS) avalia que o Brasil passa pelo momento mais importante da sua história. Simon, que chegou a defender a renúncia do presidente em exercício Michel Temer e da presidente afastada Dilma Rousseff para que fossem convocadas eleições gerais antecipadas, hoje acredita que a melhor saída para o Brasil é que o processo de impeachment seja concluído.

Para a provável presidência efetiva de Temer, porém, Simon defende trocas no Ministério e um governo de diálogo, em que o Congresso seja consultado em qualquer mudança. O ex-governador do Rio Grande do Sul defende também que o presidente interino se comprometa efetivamente a não disputar a reeleição.

Ex-líder de governo do ex-presidente Itamar Franco, Simon acredita que o principal fator que levou o país à crise política é a corrupção. Cita também erros, incluindo falta de diálogo do governo da presidente Dilma. Simon ainda avalia que o PMDB foi escanteado no governo, mas não conspirou para o afastamento da petista.
Na avaliação do senhor, quais os fatores que levaram à crise política?
Havia o sentimento de que o presidente pode fazer o que quer, o ministro pode fazer o que quer, o militar pode fazer o que quer. O cara que tem dinheiro pode fazer o que quer. Pela primeira vez na história do Brasil, gente importante está indo para a cadeia. Estamos vivendo o momento mais importante do país.
A Operação tem uma função importante?
É a coisa mais importante que aconteceu no Brasil. O líder do governo no Senado foi para a cadeia, três tesoureiros foram para a cadeia, o empresário foi para a cadeia.

Há quem critique excessos por parte do juiz federal Sérgio Moro. Um rigor extremo em determinadas condutas, inclusive contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O senhor concorda?
Em um país onde a impunidade foi permanente, eu não posso atirar pedra assim. Agora temos que avançar. Ainda mais que esses gritos vêm dos grandes advogados, das grandes empreiteiras, dos grandes processos de colarinho branco. Querer terminar com ficha limpa é uma desgraça.

O senhor acha que há perseguição a Lula?
Não acho. Mas não precisava da condução coercitiva. O Lula estava querendo a cabeça do ministro da Justiça, porque ele não estava sendo firme. O ministro disse não, eu sou firme. Porque queria que ele demitisse o chefe da polícia.

Agora, em meio à Operação, Temer assume e coloca um ministério com nomes de investigados…
Eu imagino que ela (Dilma) vai ser afastada. Se ela for, aí o personagem Michel Temer entra em cena. E, na minha opinião, Michel vai viver uma fase fantástica da vida dele. Temer tem que garantir que, na Lava-Jato, não se mete. Nomear um ministro da Justiça de alto gabarito. Esse que está aí não deve ficar, é muito jovem. Eu colocaria o Ayres Britto. O Collor foi um cometa que passou, caiu e não sobrou nada dele. O PT, não. O PT tem ideias, pensamentos. É o Lula, a Dilma e muita gente que está aí. Mas Temer tem capacidade, tem gabarito, é um jurista, constitucionalista e, ao contrário do Itamar, é um homem de entendimento.

O senhor foi líder do governo Itamar Franco. Temer já vinha montando um governo antes do afastamento. Com Itamar foi assim?
O Itamar, como não tinha compromisso com o partido, com ninguém, só foi montar governo quando Collor tinha caído fora. Itamar convocou todos os presidentes dos partidos. E ele disse: eu não fui eleito presidente, foi o Collor. Eu estou aqui porque o Congresso cassou, então o Congresso tem que me ajudar a levantar as teses. Em primeiro lugar, eu não sou candidato à reeleição.

Por que tem que estabelecer isso?
Se ele falar que vai sair candidato, a briga começa no dia seguinte.

Voltando, o senhor defende a Lava-Jato, mas o Temer colocou ministros importantes que são investigados pela operação. Eles devem ficar?
Eu acho que quem está sendo investigado pela Lava-Jato não deve ficar.

Além da impunidade, quais foram os outros fatores, na opinião do senhor, que levaram a essa crise política?
Primeiro, foi a corrupção. Foi institucionalizada a roubalheira no Brasil. Isso nunca tinha acontecido antes. Nem no mundo inteiro. Não fui eu que disse essa frase, mas vou dizer, se a gente comparar as razões do impeachment do Collor com as daqui, o do Collor vai para o juizado de pequenas causas.

O senhor acha que houve crime de responsabilidade por parte da presidente Dilma Rousseff?
Não posso falar porque não estou lá dentro. Eu, Pedro Simon, se sou senador hoje, voto com a minha consciência. O juiz pode votar pelo que está nos autos. O político, não. O político vota com a consciência do que conhece. E, do que se conhece, pelo amor de Deus, ela é culpada. É culpada por ação, por omissão, por irresponsabilidade. Agora, achar que ela botou a mão no dinheiro, eu não acredito”