domingo, 16 de agosto de 2009

SER FELIZ, SEGUNDO JUNG E EPICURO


            


SER FELIZ, SEGUNDO JUNG E EPICURO,            por (*) Theodiano Bastos 



“Mens sana in corpore sano”
Mens sana in corpore sano ("uma mente sã num corpo são") é uma famosa citação latina, derivada da Sátira X do poeta romano Juvenal. No contexto, a frase é parte da resposta do autor à questão sobre o que as pessoas deveriam desejar na vida (tradução livre): Deve-se pedir em oração que a mente seja sã num corpo são.
Peça uma alma corajosa que careça do temor da morte, que ponha a longevidade em último lugar entre as bênçãos da natureza,que suporte qualquer tipo de labores,desconheça a ira, nada cobice e creia mais nos labores selvagens de Hércules do que nas satisfações, nos banquetes e camas de plumas de um rei oriental.
Revelarei aquilo que podes dar a ti próprio; Certamente, o único caminho de uma vida tranquila passa pela virtude.

FELICIDADE; O QUE FAZ UMA PESSOA FELIZ?    

É um tema muito caro neste mundo atribulado que vivemos, em que muitos de nós questiona o objetivo da vida e o que é "ser feliz". Para Carl Gustav Jung, para se ser feliz, é preciso se ter seis coisas na vida, que são:
1 - Boa saúde. 2 - Gosto pela beleza nas artes e na natureza. 3 - Um razoável padrão de vida. 4 - Um trabalho que dê satisfação. 5 Uma religião ou filosofia para enfrentar as vicissitudes da vida 6 - Um casamento feliz.
Mas adverte: “Um homem completo sabe que mesmo seu mais feroz inimigo, não um só, mas um bom número deles, não chega aos pés daquele terrível adversário, ou seja, aquele “outro” que habita em seu seio. Enfim, “O inimigo mais perigoso que você poderá encontrar será sempre você mesmo”. O “animus” é a polarização sombria e masculina da mulher. Já a “anima” é o lado sombrio e feminino do homem .” C.G. Jung Daí a necessidade do “Conhece-te a ti mesmo para conheceres os deuses e o
universo”, pregado por Sócrates.
Em busca na internet  conseguimos conhecer a filosofia de Epicuro.  O Epicurismo é o sistema filosófico ensinado por Epicuro de Samos, filósofo ateniense do século IV a.C., e seguido depois por outros filósofos, chamados epicuristas.
Epicuro propunha uma vida de contínuo prazer como chave para a felicidade, esse era o objetivo de seus ensinamentos morais. Para Epicuro, a presença do prazer era sinônimo de ausência de dor, ou de qualquer tipo de aflição: a fome, a abstenção sexual, o aborrecimento etc.
A finalidade da filosofia de Epicuro não era teórica, mas sim bastante prática. Buscava sobretudo encontrar o sossego necessário para uma vida feliz e aprazível, na qual os temores perante o destino, os deuses ou a morte estavam definitivamente eliminados. Para isso fundamentava-se em uma teoria do conhecimento empirista, em uma física atomista e em uma ética hedonista.
No antigo mundo da zona Mediterrânea, a filosofia epicurista conquistou grande número de seguidores. Foi uma escola de pensamento muito proeminente por um período de sete séculos depois da morte do fundador. Posteriormente, quase relegou-se ao esquecimento devido ao início da Idade Média, período em que se perderam a maioria dos escritos deste filósofo grego.
A idéia que Epicuro tinha, era que para ser feliz o homem necessitava de três coisas: Liberdade, Amizade e Tempo para meditar, isto é, aprender a se proteger de si mesmo. Essa filosofia é o que rege muitas empresas de marketing e propaganda, em vez de vender o produto ela vende uma destas três opções associadas ao produto. Na Grécia antiga existia uma cidade na qual, em um muro na frente de um mercado, tinha escrito toda a filosofia da felicidade de Epicuro, procurando conscientizar as pessoas que comprar não as tornaria mais felizes como elas acreditavam.
Uma agência de publicidade, Inspirada na filosofia de Epicuro anuncio uma bela mansão com um caríssimo carro estacionado na frente e no rodapé do anúncio: “A felicidade não está incluída”.  Certa vez uma grã-fina carioca  pediu que Oscar Niemayer fizesse uma planta de uma casa “que deixasse a pessoa feliz”, ao que Niemayer respondeu: “Quem é que vai morar nessa casa”?
Diz um provérbio escocês:  Procure ser feliz enquanto estiver vivo porque você vai ficar muito tempo morto...



Veja também neste blog:

SER FELIZ, SEGUNDO TAL BEM-SHAHAR



 (*) Theodiano Bastos  é escritor, autor dos livros: O Triunfo das Idéias, A Procura do Destino, BRASIL O LULOPETISMO NO PODER, “PEGADAS DA CAMINHADA" e LIDERANÇA, CHEFIA E COMANDO e coletâneas publicadas pelo CEPA/UFES e é fundador e presidente do Círculo de Estudo, Pensamento e Ação, CEPA – ES www.cepa.ufes.br


 

OS QUATRO INIMIGOS DO HOMEM

OS QUATRO INIMIGOS DO HOMEM

                                                              THEODIANO BASTOS
                                           “O poder é uma carga em seu destino” e um dos quatro piores inimigos do homem, já alertava Don Juan, feiticeiro da tribo Yaque de Sonora, México, contado por Carlos Castaneda em seu livro A Erva do Diabo,


                                          O PODER é o mais forte de todos os inimigos do homem. Afinal de contas, o homem é realmente invencível. Ele comanda; começa correndo risco calculados e termina estabelecendo regras, porque é o Senhor. “Um homem nesse estágio, quase nem nota seu terceiro inimigo se aproximando. E de repente, sem saber, certamente terá perdido a batalha. Seu inimigo o terá transformado num homem cruel e caprichoso. Um homem derrotado pelo poder morre sem realmente saber manejá-lo. E um homem desses não tem domínio sobre si e não sabe quando ou como usar o poder! “Terá de desafiar propositadamente o poder para poder derrotá-lo. Deve aprender a controlá-lo em todas as ocasiões, tratando com cuidado e lealdade tudo o que aprendeu. O primeiro dos inimigos do homem é o
                                          O MEDO. O medo que permanece oculto em todas as voltas do caminho à espreita. A solução é enfrentar e desafiar o medo. Não se deve fugir dele. “Deve-se ter medo, plenamente, e no entanto não se deve parar”, pois o derrotado pelo medo, jamais será um homem de conhecimento e muito pior, se transformará num tirano, ou um pobre homem apavorado e inofensivo, será um homem vencido. A vitória sobre o medo, traz ao homem a segurança de si mesmo, não sente mais medo de aprender, adquiriu confiança em si, ele agora é um homem de
                                      A CLAREZA... uma clareza de espírito que apaga o medo. O homem ´, então, já conhece seus desejos; sabe como satisfazê-los. Pode antecipar os novos passos na aprendizagem e uma clareza viva cerca tudo. O homem sente que nada se lhe oculta. “E assim o homem encontra seu segundo inimigo: A clareza; essa clareza que é tão difícil de obter, continua ensinando o índio feiticeiro Dom Juan. Elimina o medo, mas também o cega”, obriga o homem a nunca duvidar de si. Dá-lhe a segurança de que ele poder fazer o que bem entender, pois vê tudo claramente. Ele é corajoso porque é claro e não pára diante de nada porque é claro. Mas tudo isso é engano; é como uma coisa incompleta. Se o homem sucumbir a essa tentação, terá sido derrotado pelo segundo inimigo natural. Mas se enfrentar e também vencer essa tentação, será um homem de PODER. Se for derrotado, não será ainda um homem de conhecimento, mas poderá ser um guerreiro valente, ou um palhaço. Não terá mais medo, dominará a clareza e atingirá o verdadeiro poder. E assim, o homem estará no fim de sua jornada do saber, e quase sem perceber encontrará seu último inimigo:
                                            A VELHICE. Este inimigo, alerta o feiticeiro mexicano Dom Juan, é o mais cruel de todos, o único que ele não conseguirá derrotar completamente, mas apenas afastar. O homem não tem mais receios nem impaciência, pois seu poder está controlado. O perigo é sentir o irresistível desejo de descansar. Se ele ceder completamente a seu desejo de se deitar e esquecer, se ele se afundar na fadiga, terá perdido a última batalha da vida e seu inimigo o reduzirá a uma criatura velha e débil. Mas se o homem sacode sua fadiga, e vive seu destino completamente, então poderá ser chamado de um HOMEM DE CONHECIMENTO.