domingo, 16 de agosto de 2009

O CAPITALISMO DE RAPINA

O CAPITALISMO DE RAPINA
(*) THEODIANO BASTOS

George Soros, o megaespeculador, diz em seu livro que “a grande ameaça de hoje no mundo não é o comunismo, mas o capitalismo. E explica: porque é um capitalismo que só obedece a regras que ele próprio cria, não aceita mudanças”. O capitalismo se tornou destrutivo ao esquecer o lado humano, o trabalhador e os Estados nacionais, na ganância do lucro fácil. Na sua entrevista a Veja de 06/01/99, intitulada “Assim Vai Quebrar”, diz ainda George Soros: “Hoje, a ideologia dominante é a que chamo de fundamentalismo de mercado. Por ela, o mercado tem seus próprios meios de corrigir os excessos do sistema e por isso não aceitam interferências externas... O mundo precisa estar preparado para reagir aos excessos do mercado financeiro. Não existe país que hoje possa enfrentar o capital financeiro”, alertava.
Mas dá para controlar, dizia Helmut Schmidt, ex-chanceler alemão, também em páginas amarelas de Veja de 21/02/01, diz: “Com a expressão capitalismo de rapina, refiro-me especificamente aos consultores e corretores que fazem as operações de anexação hostil de empresas, aos intermediários financeiros, aos palpiteiros de plantão do mercado de capitais, aos plantadores de boatos, enfim, a todos aqueles que participam dessa ciranda financeira desenfreada, ganhando rios de dinheiro, sem levar em conta as conseqüências de suas decisões, a ganância, impulso doentio para a riqueza fácil”. Vendem as ações num dia, soltam os boatos no outro, aí vendem o dólar na alta e assim ganham duplamente. Os governos perderam o controle no campo das finanças internacionais nos últimos vinte a trinta anos, alerta.
O capital financeiro-especulativo é da ordem de 167 trilhões de dólares, enquanto o capital real, empregado nos processos produtivos é de cerca de 48 trilhões de dólares anuais. Neste domínio se cometem os maiores atentados à razão e à moral nas manobras especulativas mais baixas, das especulações financeiras de curto prazo com papéis, ações e moedas. O que é absolutamente novo é o poder dos novos atores financeiros. Um poder nada transparente. É hora de os países mais desenvolvidos chegarem a um acordo sobre como controlar o fluxo do dinheiro”, diz. — Só se superarmos a “exuberância irracional, a ganância infecciosa”, de que falava o Alan Greenspan, presidente do banco central americano.
OS PARAÍSOS FISCAIS
Segundo levantamento do Banco Central pessoas físicas e jurídicas têm US$ 152,2 bilhões aplicados em outros países, dos quais US$ 75,7 bilhões estão em locais conhecidos como paraísos fiscais, em 53 países classificados como paraísos fiscais.(Mas quatro receberam US$ 72,3 bilhões): Ilhas Cayman, Ilhas Virgens Britânicas, Bermudas, Bahamas. Só as Ilhas Cayman receberam US$ 34,8 bilhões. .(JB 05/01/08 p.A17).
Helmut Schmidt é um estadista respeitado no mundo, autor de dezenas de livros, é um otimista com o futuro do Brasil, decorrente, em parte, de suas fantásticas riquezas minerais, do gigantesco potencial agrícola e também da formidável vitalidade de uma população em média ainda jovem. O Brasil será uma superpotência mundial em decorrência de sua capacidade econômica, de sua saúde social, da ausência de conflitos internos, do tamanho do território. Choques e crises econômicas mexicana (1994); asiática (1997), Russa (1998), Argentina e brasileira (1999), o estouro da bolha de tecnologia (2001), dos ataques de 11 de setembro de 2001 e com a perspectiva de eleição de Lula e agora a crise iniciada nos Estados Unidos contamina todos os países do mundo, sem exceção, de conseqüências imprevisíveis.
O que fazer, nos perguntamos? É o grande desafio à imaginação criadora dos sociólogos, economistas e pensadores. Como reintroduzir o social, o político, na relação da troca econômica, reencontrar o objetivo do bem comum, da busca de uma sociedade que não privilegie um bem-estar material destruidor do meio ambiente e do veículo social, de construir uma nova cultura.
(*) THEODIANO BASTOS É escritor e fundador e presidente do Círculo de Estudo, Pensamento e Ação CEPA - ES. Leia neste blog "A GLOBALIZAÇÃO É NEOCONIALISMO"
Esse texto está no Oficina de Idéias: theodiano.blog.terra.com.br

POR DETRÁS DA MÁSCARA

POR DETRÁS DA MÁSCARA
Theodiano Bastos (*)

. “Quem vê cara não vê coração” diz a sabedoria popular; daí a necessidade de se ser um observador treinado para conhecer algumas características que ensejem se desconfiar o que se esconde atrás das máscaras, porquanto “coração de gente é terra que ninguém anda”, conforme se comprova nesse caso do assassinato de Isabella Nardoni, tendo os pais como suspeitos..
Por exemplo, a diferença entre o psicótico e o psicopata: o psicótico não reconhece o que faz e o psicopata reconhece, mas não dá importância. Ele é um típico exemplo da nova geração que deseja algo de maneira inconseqüente. Quer porque quer, e pronto; não conhece o caminho do não-limite.
O psicopata não é exatamente um problema mental. É preciso muita sensibilidade para se conhecer a fronteira oscilante entre a loucura e a mente sã, uma zona fronteiriça entre a sanidade e a loucura. Ainda é um desafio para médicos e cientistas, porquanto têm o perfil para se tornar chefes e líderes de rebeliões. Os psicopatas são sedutores, eloqüentes, charmosos, capazes de impressionar e de cativar rapidamente, são peritos em manipulação, sabem enganar e dizem exatamente o que se quer ouvir, daí serem perigosos. Não há método de análise de comportamento do psicopata, mas se sabe que é um distúrbio de comportamento anti-social, atinge uns 5% da população mundial, segundo a Organização Mundial de Saúde. Muitos não têm delírios e alucinações, nem perdem o sentido da realidade. Geralmente são inteligentes, mas uma inteligência a serviço do mal, não sentem pena ou piedade, não se enquadram nos padrões éticos e morais da sociedade. “perdem a capacidade de se reconhecerem e simpatizarem com os outros”, o que resulta em maneiras agressivas, anti-sociais e comportamento manipulativo. Não têm nenhum sentimento de culpa por fazerem o mal, até assassinatos em massa, como são exemplos líderes históricos como Hitler, Stalin, Mao Tse Tung, o atual Bin Laden etc.
Já o esquizofrenia ainda é um mistério para a ciência e ainda não tem cura. É uma doença crônica que atinge 60 milhões de pessoas do planeta. Não se conhecem as causas. Sabe-se que há uma predisposição genética.
O PSICOPATA ENTENDE INTELECTUALMENTE A DIFERENÇA ENTRE O BEM E O MAL, MAS É DESPROVIDO DE PIEDADE, EMPATIA, REMORÇO E EMOÇÕES QUE ESTÃO NA BASE DO SENSO MORAL DAS PESSOAS. INDIVÍDUOS ASSIM SÃO IRRECUPERÁVEIS.
É possível que alguns dos leitores já tenham conhecido ou até tenham sido vítimas de estelionatários, que também são psicopatas, pessoas que nasceram com o caráter deformado e este tipo de gente, dizem os criminalistas, serão sempre perigosas e são irrecuperáveis. Mas não podem deixar impunes pelos crimes que venham a cometer.

Diz Dom Eugênio Salles, Cardeal-Arcebispo do Rio de Janeiro: “ENTRE AS OBRAS DE MISERICÓRDIA, ESTÁ O CASTIGO AOS QUE ERRAM”.
LEIA TAMBÉM no theodiano.blog.terra.com.br: O SEGUNDO EU DE TODOS NÓS, O CASO ISABELLA NARDONI, QUEM SOU EU?, ENTRE O AMOR E O ÓDIO, O AUTOCONHECIMENTO e A DIMENSÃO OCULTA DA VIDA.
(*)Theodiano Bastos é escritor, autor dos livros: O Triunfo das Idéias, A Procura do Destino e coletâneas e é presidente do Círculo de Estudo, Pensamento e Ação, - CEPA – Vitória – ES
( www.proex.ufes.br/cepa)

POÇOS DE CALDAS E SÃO PAULO

POÇOS DE CALDAS E SÃO PAULO
(*) THEODIANO BASTOS
Poços de Caldas está localizada ao sul de Minas Gerais, bem próximo da divisa entre São Paulo e Minas Gerais. (São 4, 20h de ônibus do Terminal do Tietê em São Paulo, em estrada de primeiro mundo, obras por todo o percursos). O município está a 1.186m de altitude, na Serra da Mantiqueira e fica dentro de uma cratera de um vulcão adormecido há milhões de anos, informam os geólogos que levaram equipamentos modernos e atestaram: “O vulcão está extinto”... A cidade possui mais de 155 mil habitantes e cerca de 70 milhões de metros quadrados de áreas verdes, além de reservas da Serra de São Domingos. Poços de Caldas, ou Poços, como carinhosamente chamam seus simpáticos e acolhedores habitantes, conta com uma série de pontos turísticos de grande beleza natural, entre os quais destacamos o Recanto Japonês, o Cristo Redentor, que só perde para o do Rio em tamanho, Fonte dos Amores, o teleférico, Relógio Floral, Thermas Antônio Carlos, Basílica N. S. da Saúde e as lindas majestosas praças e parques com expressiva qualidade ambiental e paisagística e um povo hospitaleiro. Poços tem uma grande rede de bons hotéis, destacando-se o majestoso Pálace Hotel e o Hotel Minas Gerais, no qual nos hospedamos por três dias. A cidade é muito freqüentada pelos paulistas, principalmente os que vêm de Campinas e lotam os hotéis de quinta a domingo e na Alta Temporada. Poços faz parte do circuito das Águas e no passado a cidade era procurada por pessoas doentes por suas águas sulfurosas. O tratamento era de 21 dias para tratamento de diversas enfermidades. Chama a atenção dos que visitam a cidade o moderno monotrilho, cujos pilares margeiam o rio que corta a cidade, talvez o único do Brasil, desativado há mais de cinco anos, e que foi construído por uma empresa local para ligar o moderno Terminal de Linhas Urbanas ao Terminal Turístico e Rodoviário, Dois modernos e lindos vagões estão abandonados no Terminal de Linhas Urbanas. Conversamos a respeito com a primeira dama do município, Sra. Marlene, com o assessor do prefeito, José Paulo e por e-mail apelamos ao prefeito Paulo César Silva para que encontrem meios para reativar o monotrilho, porquanto será mais um importante atrativo turístico para a cidade. Pegamos um ônibus circular e fomos conhecer a periferia da cidade e acabamos em Água da Prata, já no estado de São Paulo, passando pelo pátio de embarque de minérios da CBA – Cia. Brasileira de Alumínio.
SÃO PAULO Conheci São Paulo em 1956 quando ainda estava na FAB e servi no Campo de Marte, em Santana, por três meses. Peguei um táxi e fui rever a entrada militar, mas visitas só nos dias de semana e era um domingo. Não conheci mais nada no entorno. Tudo mudou ao longo de tanto tempo. São Paulo naquela época era uma cidade deliciosa, com bondes para tudo quanto era bairro. No Rio Tietê, naquela época, muitos pescavam nas suas margens na Ponte Grande, onde até existia o Clube de Regatas Tietê, no qual eram disputadas as regatas e vejam o que é hoje o Rio Tietê, um esgoto à céu abeto. Na Av. Santo Amaro, um bonde corria sobre trilhos igual ao de uma ferrovia. Não havia ruas. De um lado havia chácaras e do outro um mato ralo e veja o que é hoje a Av. Santo Amaro; uma floresta de prédios. A negócios, voltei muitas vezes a São Paulo ao longo do tempo. Ficamos três dias em São Paulo. Em 21/03/04, assistimos na Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, a solenidade de premiação dos trabalhos que participaram da FEBRACE 7, onde seis alunos e três professores de escolas públicas do Espírito Santo, representavam o estado na FEBRACE 7– Feira Brasileira de Ciências e Engenharia USP/FEBRACE – “Criatividade e Inovação – Escola Politécnica da USP – Universidade de São Paulo – (http://www.lsi.usp.br/febrace/) onde a escola EEEFM CLÓVIS BORGES MIGUEL – Serra, sede – ES, com o Projeto: Robótica na Escola – Lixeira Seletiva Automatizada, tendo como Orientador o Prof. Leonardo Máximino Bernardo e como Alunos: CRISTIANO ARNDT, JÉSSICA LAIZA COELHO e JARLEY MIRANDA teveram o trabalho premiado, para surpresa e honra, porquanto concorria com 280 trabalhos. O mesmo trabalho já havia obtido o primeiro lugar no 3º Concurso Jovem Cientista Capixaba, em Vitória, evento realizado pelo Círculo de Estudo, Pensamento e Ação – CEPA –ES, (do qual sou fundador e presidente), em parceria com a UFES – Universidade Federal do Espírito Santo. Em São Paulo ficamos hospedados num hotel na Av. Consolação, nos Jardins, ao lado da Av. Paulista, coração financeiro do Brasil e da América Latina e assim pudemos ver todo aquele burburinho num entardecer de uma sexta-feira e nos arredores, o contrastes de muitos moradores de rua, alguns em situação deprimente. São recolhidos pela assistência social aos albergues, mas voltam para as ruas. Conhecemos o extraordinário Museu da Língua Portuguesa, na Estação da Luz. Só São Paulo poderia montar algo tão espetacular. É imperdível. Sempre que visito uma cidade, costumo pegar um meio de transporte para conhecer as periferias e desta vez resolvemos pegar no Braz, o trem metropolitano até Rio Grande da Serra, passando pela Mooca, Ipiranga, Tamanduateí, São Caetano, Utinga, Prefeito Saladino, Santo André, Capuava, Mauá, Guapituba, Ribeirão Pires e finalmente Rio Grande da Serra, de onde voltamos no mesmo três. De cinco em cinco minutos sai uma composição, c om modernos vagões, semelhantes aos usados pelo metrô. Vimos muitos prédios de indústrias desativadas que mudaram para o Nordeste, chamando atenção o da cervejaria Antártica em Santo André e a quantidade de composição abandonadas e apodrecidas. Vendedores ambulantes entram e saem dos vagões oferecendo todo tipo de guloseimas e quinquilharias. Teve uma vez que tinham seis ambulantes no mesmo vagão apregoando e um idoso pedindo esmolas usando uma bengala e que foi escorraçado por um passageiro que o conhecia e denunciou como vigarista, pois não tinha nenhuma deficiência física e queria se aproveitar. Não só a capital e como na periferia, São Paulo parece um canteiro de obras. (*)Theodiano Bastos é escritor, autor dos livros: O Triunfo das Idéias, A Procura do Destino e coletâneas e é fundador e presidente da ONG CEPA – Círculo de Estudo, Pensamento e Ação, em Vitória – ES www.proex.ufes.br/cepa

REFORMAS: A REPÚBLICA SINDICAL NÃO DEU CONTUIDADE

REFORMAS: A REPÚBLICA SINDICAL NÃO DEU CONTUIDADE

Theodiano Bastos

Lula dissipou o imenso capital político após as vitórias nas urnas e não deu continuidade às reformas iniciadas por Fernando Henrique Cardoso, de que o Brasil tanto precisa.
Não agiu como estadista ao não seguir o exemplo de Felipe González na Espanha. Este agiu como um estadista e implantou as reformas que transformaram de maneira positiva a Espanha. Perderam a oportunidade histórica de aprovar as reformas de base necessárias para modernização do Brasil por não querer pagar o alto preço político, porquanto muitas delas seriam impopulares. Teve tudo nas mãos: a presidência e os controles do Senado e da Câmara. Mas acabou consumindo o poder político na tentativa de perpetuar-se no poder, sem foco nas idéias.

O avanço das conquistas na área social, tanto alardeado pelo atual governo, é fruto das políticas macroeconômicas implantadas no governo Fernando Henrique: plano Real, câmbio flutuante, privatizações, o maior controle das finanças públicas pela Lei de responsabilidade Fiscal e à abertura da economia que ampliaram as concorrências, foram iniciativas do governo FHC, do PSDB, PFL (hoje Democratas) e partidos aliados, e que foram duramente criticadas e combatidas pelo PT e pelo próprio Lula. O aumento da quantidade de domicílios com telefones, computadores, eletrodomésticos, computadores, luz elétrica e abastecimento de água, redução da pobreza, o da construção civil, só foi possível graças à estabilização dos preços do Plano Real. Lula teve a lucidez de renunciar às teses antes defendidas pelo seu partido e com isso, pode comemorar resultados auspiciosos obtidos até agora.

MODELOS DA ERA MUSSOLINI
Apesar de ser uma contribuição obrigatória da Constituição Federal de 1988, o Tribunal de Contas da União diz não ter poderes para fiscalizar as finanças dos Não há embasamento legal específico para fiscalizar as contas dos sindicatos, tanto dos trabalhadores como patronais, como também dos conselhos federais. e  mesmo diz o Ministério Público Federal, o Ministério Público do Trabalho e até a Polícia Feral e aí se pergunta, qual o órgão público com poderes para fiscalizar os recursos do imposto sindical? O modelo sindical brasileiro e a CLT – Consolidação das Leis Trabalhistas, são da Constituição de 1937, cópia da Carta del Lavoro do ditador Benito Mussolini e introduzida no Brasil pela então ditador Getúlio Vargas no Estado Novo para manter-se no poder às custas dos pelegos do sindicalismo. Nem a Constituição de 1946, nem o Movimento Militar de 64, nem a Nova República e muito menos a Constituição de 88 – que até piorou a situação com as benesses criadas ao sindicalismo, conseguiram
 romper o tabu da legislação sindical brasileira.

 “O maior desafio que enfrentei como Ministro do Trabalho, foi descobrir a folha de pagamento das estatais e o balanço das contribuições sindicais”,
disse Almir Pazzianoto. O que está em jogo são dezenas de milhões de reais de arrecadação compulsória do imposto sindical e a contribuição obrigatória de 20% do diferencial de reajuste salarial nos acordos coletivos de trabalho.

O Brasil é o único país do mundo a manter intacta a legislação sindical fascista, copiado do ditador Benito Mussolini. Está na hora de quebrar a espinha dorsal do peleguismo no movimento sindical brasileiro, acabando com a contribuição sindical obrigatória. Que mudança podemos esperar, se vivemos a era da República Sindicalista? E, segundo Fernando Gabeira, “o sonho do PT é o modelo chinês: autoritarismo político e liberalismo econômico”.

CONSTITUINTE EXCLUSIVA
É um desafio neste mundo conturbado e preso à síndrome do medo, deseja-se mudanças profundas O Brasil precisa é de Estadista com “E“ maiúsculo, não de um messias, que convoque uma Assembléia Geral Constituinte exclusiva, isto é, que seja dissolvida após a promulgação da nova Constituição, e que seus membros não concorram nas eleições gerais de 2010, único jeito de aprovação das reformas políticas, fiscal e tributária, trabalhista e sindical, o que propiciará a execução de projeto ambicioso de “engenharia social” no Brasil, preservando-se do Estado Democrático de Direito que dêem outro rumo ao Brasil no interesse das maiorias  sempre marginalizadas e excluídas”

A VIDA PELA METADE

                                A VIDA PELA METADE


                               “Os males que a mente causa, a mente cura”. Karen Horney.

                              THEODIANO BASTOS



Karen Horney, em sua obra a “Personalidade Neurótica de Nosso Tempo”, relata que foram trazidas duas jovens pacientes com suspeita de oligofrenia e imbecilidade, malgrado, ulteriormente se demonstrassem bastante capazes e inteligentes. Ambas tinham ambições vigorosas, agressividade dissimulada — a mais perigosa das agressividades. Havia nelas uma violência reprimida, não sublimada; faziam grandes esforços para se conter. Engolfadas com destruição, ansiedade e um medo imenso de ser desmascarado ou reprovado, daí a hipersensibilidade a qualquer forma de crítica, como a planta não-me-toques, que se fecha ao ser tocada. Uma das moças era francesa, a quem tratou na Alemanha. Ela chegou a ter dúvida sobre a sua capacidade mental, ela parecia não entender nada do que eu dizia, embora falasse perfeito alemão, mesmo usando linguagem mais simples; mas elucidou o enigma analisando seus sonhos e sua astúcia ao enganar um funcionário de imigração, ao fingir que não entendia o alemão, quando falava fluentemente a língua germânica. Daí em diante mostrou-se ser uma jovem bastante inteligente; abrigara-se por detrás da obscuridade e ignorância para fugir ao perigo de ser acusada e punida. Como toda neurose, surgiu na infância, como tática “para viver”. Todos nós somos um pouco neuróticos (um estado de desunião consigo mesmo e com o próximo) e muitos se refugiam na ignorância, na doença e na incapacidade. É difícil e dolorosa a convivência com uma pessoa de dupla personalidade, problemática. É como se estivesse ouvindo um rádio sem sintonia fina, que estivesse ligado numa freqüência e subitamente passasse para outra emissora, tornando difícil a audiência.

Quem sofre da enfermidade da alma, é acima de tudo um sofredor e se deve olhá-lo com compaixão e não com raiva. Vidiadhar Surajprasad Naipaul, (V.S. Naipaul), prêmio Nobel de Literatura em 2.001, autor do livro “Meia Vida”, diz que muitos se refugiam na religião, sem coragem para evoluir, conhecendo-se a si mesmo; acaba usando-a como escudo para esconder-se de seus erros e assim muitos passam pela existência vivendo uma vida pela metade. Ao chegar no crepúsculo da vida, olha para trás e vê, ou não vê, o significado da vida vivida. Inventa um passado de grandeza, mente sobre os pais e sobre si mesmo e uma sensação de assombrosa inutilidade, a platitude, a monotonia lhe acomete mas já sem forças para recomeçar e viver uma vida menos ordinária, inexpressiva e medíocre. Triste, descobre que não era apenas olhado com menosprezo, pena, compaixão.

A revista VEJA de 30/09/09, em suas páginas amarelas, trás a entrevista intitulada “Eu me achava uma burra” com a psiquiatra Ana Beatriz Barbosa Silva, na qual confessa que além de se achar burra, relata como sofreu e superou o transtorno do déficit de atenção (TDA) na infância e como aprendeu a conviver com essa deficiência mental e afirma que, embora não tenha cura, o transtorno permite uma vida normal e criativa. A informação é a chave para desmistificar os transtornos mentais. A neurose não é hereditária; é contagiosa.

C. G. Jung também aborda esse tema em “Psicologia e Religião”, e fala que mesmo que confie no seu médico, o paciente se sente envergonhado dele e hesitará em confessar certas coisas a si mesmo, como se fosse perigoso tomar consciência de si próprio. Em geral, temos medo daquilo que pode nos subjugar. Mas existe no homem algo que seja mais forte do que ele mesmo? Não devemos esquecer que toda neurose é acompanhada por um sentimento de desmoralização. O homem perde confiança em si mesmo na proporção de sua neurose. Se os meus sintomas são imaginários, dirá – “de onde me vem esta maldita imaginação?” O médico e psicanalista Erich Fromm ensina: “O objetivo da vida: é nascer plenamente, mas a maior parte de nós morre sem ter nascido verdadeiramente. Viver é nascer a cada instante”

O texto está na Internet no Blog OFICINA DE IDÉIAS – (theodianobastos.blogspot.com e no Blog do Thede theodiano.blog.terra.com.br).

Theodiano Bastos é escritor, autor dos livros: O Triunfo das Idéias, A Procura do Destino e coletâneas publicadas pela UFES e é idealizador e presidente da ONG CEPA – Círculo de Estudo, Pensamento e Ação, em Vitória – ES www.proex.ufes.br/cepa

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

AS RELIGIÕES E A MÚSICA



Este texto está no blog:                         theodianobastos.blogspot.com


AS RELIGIÕES E A MÚSICA,                                                                                           por Theodiano Bastos

O terrorismo do fundamentalismo islâmico desencadeou a 3ª Guerra Mundial. Não se encontra no Alcorão, — as revelações de Deus, Alá, ao profeta Maomé (570-632) — nada que justifique a matança de inocentes em 11de setembro de 2001 nos EUA, agora na Espanha, ou homens-bombas em toda parte do mundo; como não se justifica o uso da Bíblia e o nome de Cristo para que os católicos promovessem a Inquisição e as Cruzadas, ou que Ariel Sharon use a Torá e o Talmude para que Israel use o nome de Jeová, Javé, para fazer o que faz com os palestinos. Não se justifica matar em nome de Deus. Cristianismo, judaísmo e islamismo têm origem comum. As três religiões surgiram no mesmo lugar. Moisés e Jesus são aceitos como profetas no islamismo. Abraão, por exemplo, é patriarca dos cristãos, judeus e muçulmanos.
Diz Dom Hélder Câmara em seu livro “Revolução Dentro da Paz”: “Quando eu nasci, meu pai era maçom convicto, não se interessava por religião. Meu pai me ajudou a ver que é possível ser bom, sem ser religioso. Mais tarde, eu mesmo compreendi como é possível ser católico praticante e ser egoísta”. No mesmo livro, Dom Hélder (Hélder quer dizer céu limpo) conta que um prolongado temporal interditou completamente todas as estradas de chão que ligavam um vilarejo. Velhos, mulheres e crianças já não tinham o que comer. Duas carroças foram mandadas aonde tinham víveres. Na volta, as carroças ficaram atoladas. Um dos carroceiros era devoto e ali mesmo na lama e embaixo de chuva ajoelhou-se pedindo ajuda de Deus. O outro, arranjou um pedaço de pau que colocava embaixo da roda e tentava levantá-lo com o outro; e aconteceu o milagre: Um anjo veio do Céu e foi direto ao carroceiro que xingava, batia no burro e tentava desatolar a carroça. O carroceiro perplexo disse: “É ele que é devoto”. Não, respondeu o anjo: “Deus ajuda a quem trabalha. Faz por ti que eu te ajudarei”.
Recebi a Graça da Fé; Vivenciei o dogma da Cruz: a redenção que sucede ao sofrimento e conheci a Ressurreição em vida. Creio na existência do Criador, o Panteísmo que considera e vê Deus em tudo e que só o homem, por seus próprios meios, pode despertar de suas ilusões. Precisamos, sim, de uma filosofia ou religião para suportar as vicissitudes da vida, até mesmo na música clássica: Bach, Mozart, Beethoven, Chopin, Dvorák, Brahms, Haendel, o Adágio de Tomaso Albinoni etc. “A música tem o poder de dissolver as tensões do coração e a violência de emoções sombrias, ensina o I Ching. É também a companheira na alegria, o bálsamo nas dores e serve como refúgio, consolo e deleite. A música oferece, mais que simples entretenimento, a oportunidade de experimentar sensações profundas e mergulhar na introspecção. Música é vida interior. E quem tem vida interior, jamais padece de solidão”

Jung, no livro “Psicologia e Religião”, alerta para os perigos da alma, para temer as forças impessoais que se acham ocultas em seu inconsciente, pois quando as pessoas se reúnem em grande número, elas se transformam em turba desordenada, desencadeando-se as feras e demônios que dormitam no fundo de cada indivíduo. Um homem afável pode tornar-se um louco varrido ou uma fera selvagem. Na realidade, vivemos sempre como que em cima de um vulcão, e a humanidade não dispõe de recursos preventivos contra uma possível erupção que aniquilaria todas as pessoas ao seu alcance, quando nele irrompem as forças coletivas (a epidemia psíquica) capazes de transformar aviões de passageiros em mísseis, explodir trens de passageiros, igrejas, clubes, gases venenosos em metrôs, como fizeram no Japão, ou mesmo usar alguns dos 80 artefatos nucleares portáteis roubados dos arsenais da antiga União Soviética. A batalha de Armagedon de que fala Nostradamus em suas Profecias, é o nome de um monte no Iraque. A Humanidade corre um grande risco.

"Ao homem de oração implica um diálogo profundo com seu eu interior, cujo efeito é a radiação da serenidade e de infinita paciência e crer em Deus a partir de todo o seu ser.
A experiência cósmica da religião é o motivo mais nobre da pesquisa científica. O sentimento de mais alta e mais nobre repercussão é a vivência da realidade mística. Só dai surge a verdadeira ciência. Quem estiver alheio a este sentimento, incapaz de admirar-se e abismar-se em profundo respeito, conta como espiritualmente morto. Saber que o insondável realmente existe, manifestando-se como verdade suprema e beleza irradiante das quais temos apenas uma vaga intuição, constitui o âmago da verdadeira religiosidade. Minha religião consiste numa humilde adoração de um Ser infinito, de natureza superior e que se manifesta mesmo nos pequenos detalhes da vida. (ALBERT EINSTEIN)


 (*)Theodiano Bastos é escritor, autor dos livros: O Triunfo das Idéias, A Procura do Destino, Liderança, Chefia e Comando, O Lulopetismo no Poder e coletâneas e é presidente da ONG CEPA – Círculo de Estudo, Pensamento e Ação, em Vitória – ES (www.cepa.ufes.br).

UM NOVO BRASIL É POSSÍVEL?

UM NOVO BRASIL É POSSÍVEL?
THEODIANO BASTOS

O povo brasileiro parece procurar um Messias. A expectativa de um messias é um modismo comum que ocorre em países com alto índice de desigualdade social, baixo grau de escolaridade da população e descrédito das instituições ou tremendamente injustos como é o caso do Brasil, onde existe a fantasia de que cada parto, se esteja dando a luz a um messias... Elegeram Getúlio Vargas em 1950 vendo nele o “Pai dos Pobres” e que deixou a presidência cometendo suicídio em 24.08.1954. Elegeram Jânio Quadros em 1960 e que renunciou em 08.08.1961 como Homem da Providência e depois em 1989 elegeram Fernando Collor de Mello como o Salvador da Pátria e na quarta tentativa elege como Presidente da República Luís Inácio Lula da Silva como o Messias, O Operário Salvador, e que consto no livro de minha autoria O Triunfo das Idéias. “Quanto mais um país depende de pessoas, e não de instituições, menos republicano ele é”, diz Roberto Romano, da Unicamp.
. É um desafio neste mundo conturbado e preso à síndrome do medo, deseja-se mudanças profundas O Brasil precisa é de Estadista com “E“ maiúsculo, não de um messias, que convoque uma Assembléia Geral Constituinte exclusiva, isto é, que seja dissolvida após a promulgação da nova Constituição, e que seus membros não concorram nas eleições gerais de 2010, único jeito de aprovação das reformas políticas, fiscal e tributária, trabalhista e sindical, o que propiciará a execução de projeto ambicioso de “engenharia social” no Brasil, preservando-se do Estado Democrático de Direitoque dêem outro rumo ao Brasil no interesse das maiorias sempre marginalizadas e excluídas” Mas é preciso que se entenda que não se consegue fazer o que queremos mas o que podemos ou que nos deixam fazer, pois o terreno é minado. Em 2005, 20 mil famílias ganharam R$ 105 bilhões, graças aos juros obscenos que o governo do PT pagou, ao passo que apenas R$ 7 bilhões para os 8 milhões para os 8 milhões de beneficiários das bolsas-esmolas, segundo Márcio Pochmann. Quem comanda o mundo? Responde Leonardo Boff: Com a autonomização da economia e o enfraquecimento dos estados-nações é ilusório pensar que os presidentes eleitos sejam os que têm o comando sobre o país. Quem decide os destinos reais do povo não é o presidente, mas o Ministro da Fazenda e Presidente do Banco Central que por sua vez são reféns do sistema econômico-financeiro mundial a cuja lógica se submetem. Os donos do mundo estão sentados atrás dos bancos, são os que controlam os mercados financeiros, as taxas de juros, as infovias de comunicação, as tecnologias biogenéticas e as indústrias de informação, conclui.
“A ganância tomou o lugar do caráter; o lucro e a vitória passaram a ser desculpas para todos os crimes; a publicidade deu uma surra nas artes; os escritores foram vencidos pela mídia”. E Sílvio de Abreu, autor de novelas famosas da Globo, como Belíssima, seu último sucesso, em entrevista nas páginas amarelas de VEJA de 21/06/06, diz: “A moral está torta; a esperteza desonesta é vista como um valor. O simples fato de o presidente Lula dizer que não sabia de nada e não viu as mazelas trazidas à tona pelas CPIs e pela imprensa basta — as pessoas fingem que acreditam porque acham mais conveniente que fique tudo como está. O nível intelectual do brasileiro está abaixo do que era nos anos 60 e 70, porque as escolas são piores e o estudo não é valorizado. O valor não é mais fazer algo dignificante. As pessoas querem subir na vida, e dane-se o resto”, conclui.
A prioridade nesse novo Brasil deverá ser a educação, privilegiando-se o ensino fundamental e médio, com os estudantes em dois turnos nas escolas. Nesse novo mundo possível, os jovens têem de se conscientizar que diminuirá significativamente o trabalho formal, a era do garantismo, da carteira assinada, isto é contrato com direitos, condições fundamental para ser cidadão, sujeito de direitos, vai ser cada dia mais difícil. Prevalecerá no futuro o cidadão com: “O espírito empreendedor, a capacidade de se automotivar, autoliderar, autogerenciar, autoliderar são ferramentas indispensáveis. Se não tem trabalho para mim, eu tenho de criar esse trabalho -–essa é a idéias. Ter olho para perceber oportunidades, ter visão. O desencanto com a falta de emprego no mundo, que tende a se agravar, gera instabilidade, insegurança, desmotiva muitos jovens”, alerta Maria Tereza Maldonado, em entrevista a Istoé de 24/04/06. O mercado de trabalho está exigindo autodisciplina, empreendedorismo, capacidades de tomar iniciativas, a gerenciar o tempo. Isto traz a necessidade, desde cedo, de trabalhar nas crianças o espírito empreendedor, a tomar iniciativa, a trabalhar em equipe, e é dentro de casa que tudo que tudo se inicia, continua ensinando Maria Maldonado.
Longe de gerar mais igualdade, e integração social, a Globalização provocou ampliação dos setores vulneráveis e dos excluídos, com diferença de oportunidades e acesso desigual às oportunidades de emprego, educação, saúde e proteção social, por isso coexiste uma sociedade de risco. Clama-se por un novo contrato social, sem imitar as inovações dos países do Norte, mas que o sistema de ciência e tecnologia deva abrir-se às preocupações sociais, reorientando-se para o desenvolvimento econômico solidário, de face humanística , que integre as universidades, o governo, os empresários, as instituições financeiras e os cidadãos.
O “fundamentalismo mercantil” de que falava Celso Furtado é quem está impondo a ordem no mundo. Filósofos do mercado, a terra dos iluminados banqueiros... O sistema financeiro conseguiu acorrentar a democracia, e democracia deve deles livrar-se, mediante a Justiça, a fim de continuar a ser construída. A humanidade não pode ficar à mercê dos que, controlando o dinheiro, pretendem controlar o poder político – como ocorre nos nossos dias, denuncia Mauro Santayana em sua coluna Almanaque (JB 24/09/05, pág. A2) A democracia está à espera dos que possam reinventá-la. “A falta de horizontes para os jovens profissionais é trágica, levando nossos filhos ao desalento ou a tentar a vida no exterior. Muitos têm sua adolescência prolongada, não por preguiça ou inépcia, mas porque não conseguem se firmar no mercado de trabalho, mesmo com talento, preparo e títulos. Não é por nada que alguns começam a pensar: é realmente importante ter diploma, competência e honradez?”, diz Lia Luft (Veja, 19/10/05 pág. 22).
O violento êxodo rural fez inchar as periferias das cidades, onde grassa o desemprego, a falta de expectativa de vida dos jovens, a desesperança e a desestruturação das famílias, tornaram o Brasil um dos países mais violentos do mundo, principalmente a partir da década de 80 com a deterioração social, ética e moral. Mauro Santayana em seu artigo O difícil desembarque (JB 11/02/06 pág. 2: “Nas periferias das grandes cidades e nos morros, as escolas estão sendo substituídas, pouco a pouco, pelos traficantes e contrabandistas que, astutamente, passaram a assumir o poder político, oferecendo, ao mesmo tempo, a ordem e a solidariedade. A ordem contra as leis republicanas, contra os princípios de convivência que a razão ocidental construiu ao longo da História. São pequenos tiranos, que torturam, condenam e matam os que desafiam seus interesses e sua autoridade, mas asseguram tranqüilidade aos neutros” Desenvolveram a pedagogia do crime que se alastra, e passaram a cooptar jovens da classe média. Também Paulo Blank, em artigo na revista Domingo do Jornal do Brasil, diz: “Nesse nosso paraíso da artificialidade, por baixo do ar bonachão que os estrangeiros dizem que ostentamos, vem fermentando a hipocrisia do homem cordial. Mas, agora, quando a trama social vem se esgarçando a olhos vistos, o que surge é a violência real e simbólica que ficava escondida sob o mando paternalista de relações supostamente tranqüilas”. O que se vê nas grandes cidades do Brasil é a explosão da brutalidade no varejo de nossas vidas de cidadão desprotegido que exteriorizou o medo que agora conhecemos em todos os andares da sociedade, completa.
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