terça-feira, 21 de dezembro de 2021

MINISTÉRIO DA JUSTIÇA ABRE PROCESSO CONTRA A ITA


 Por THEODIANO BASTOS

Empresa tem até 20 dias para explicar as razões da suspensão das atividades e os planos de ressarcimento dos passageiros.   

Após suspender voos e não realocar mais de 45 mil passageiros, a companhia aérea ITA, do grupo Itapemirim, irá enfrentar um processo administrativo aberto pelo Ministério da Justiça                                                                                      Ver mais:  https://www.correiobraziliense.com.br/brasil/2021/12/4973378-ministerio-da-justica-abre-processo-contra-a-itapemirim-apos-voos-cancelados.html  

Crise da ITA tem nome, rosto e padrinho: Sidnei Piva e Governo Federal

Família Cola, fundadora da viação Itapemirim, não tem relação com a empresa aérea e tenta recuperar o controle do grupo na Justiça.

Piva tateou por meses os gabinetes de Brasília até convencer o ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, a abraçar seu projeto megalomaníaco de lançar uma companhia aérea em plena crise financeira mundial gerada pela pandemia do coronavírus. Tarcísio não só embarcou na furada como convenceu o presidente Jair Bolsonaro a ser um garoto propaganda e o alto escalão do Ministério da Economia a apadrinhar a aventura.

Compra da Itapemirim teve suspeita de pagamento a juiz e fila de credores

Suspensão de voos da Ita Transportes Aéreos deixou centenas de passageiros sem embarcar às vésperas do Natal

O empresário Sidnei Piva de Jesus, dono da Ita Transportes Aéreos – que deixou centenas de passageiros sem embarcar às vésperas do Natal – tem também explicações a dar aos credores do Grupo Itapemirim, que está em recuperação judicial desde 2016.

O executivo John Schulz diz ser um deles. Em 2006, o americano teria emprestado US$ 45 milhões – o equivalente hoje a R$ 256 milhões – ao grupo. Quando Piva assumiu a empresa já em recuperação judicial, onze anos depois, o pagamento do empréstimo parou. Schulz diz que ainda tem R$ 91 milhões a receber. Os dados foram confirmados no relatório da administradora judicial.

“Não é surpresa. Os credores têm muito pouca influência e institucionalmente têm dificuldade em suas garantias”, disse o executivo à CNN. Assim como Schulz, centenas de empresas e trabalhadores tentam de alguma maneira receber o que o empresário deve. Somadas, as dívidas com credores ultrapassam R$ 253 milhões. Além disso, ainda há o valor superior a R$ 2 bilhões em dívidas fiscais. Os dados constam no relatório da administradora.

A Itapemirim foi fundada em 1953 no Espírito Santo e leva o nome da cidade onde nasceu: Cachoeiro de Itapemirim. Os antigos donos acreditam que a venda do grupo, no final de 2016, foi cercada de fraudes.

De acordo com o advogado Olavo Chinaglia, que representa a família Cola (fundadora), houve a assinatura de dois documentos: um contrato de compra e venda e uma “declaração” entre as partes, na qual ficou convencionado que o contrato de compra e venda só produziria efeitos após a especificação, em anexos contratuais, dos bens que não entrariam no acordo.

“Os fundadores da empresa receberam uma proposta de compra feita pelo empresário, que à época disse ter créditos tributários na ordem de R$ 5 bilhões. Com esses recursos, ele pagaria as dívidas e ficaria com as empresas que já estavam em recuperação judicial”, explica Chinaglia.

O processo de aquisição do grupo e a recuperação judicial foram conduzidos pelo juiz Paulino José Lourenço, então titular da 13ª Vara Cível Empresarial de Recuperação Judicial e Falência de Vitória. Ele foi aposentado compulsoriamente do Tribunal de Justiça do Espírito Santo depois que a Corregedoria Geral de Justiça do Estado apontou que ele teria agido para mudar os quadros societários da empresa, contrariando a recomendação do Ministério Público de ouvir os antigos proprietários antes de tomar qualquer providência. Depois disso, ele teria proferido decisões parciais, ainda segundo a investigação.

“Piva teria, supostamente, subornado um juiz do Espírito Santo, que depois acabou afastado do cargo, para dar validade àquele documento e assim concretizar a negociação”, disse Chinaglia.

Voo internacional

Enquanto Piva de Jesus ainda planejava a Ita Transportes Aéreos, ele fundava uma outra empresa, em Londres: a SS Space Capital Group UK Ltd, com capital de R$ 5,8 bilhões.

Dados da Receita Federal do Brasil apontam que Piva tem mais de cem empresas em que ele já foi ou ainda é sócio. Ao todo, os capitais sociais dessas empresas ultrapassam R$ 2 bilhões.

Dono da Itapemirim comprou cobertura de R$ 12 milhões no litoral paulista

O empresário Sidnei Piva de Jesus, dono do Grupo Itapemirim, comprou recentemente um apartamento de cobertura na Riviera de São Lourenço, no litoral de São Paulo, diz O Globo.

Apesar de acumular um prejuízo de R$ 176,33 milhões desde dezembro de 2018, Sidinei pagou cerca de R$ 12 milhões pelo imóvel, no edifício Athenas.

“Estima-se que tenha gasto mais R$ 5 milhões na reforma que fez no apartamento, que não apresentava as condições ideais para moradia, segundo Piva.”

Fontes: https://istoe.com.br/crise-da-ita-tem-nome-rosto-e-padrinho-sidnei-piva-e-governo-federal/

 https://www.cnnbrasil.com.br/business/compra-da-itapemirim-teve-suspeita-de-pagamento-a-juiz-e-fila-de-credores/

https://www.oantagonista.com/brasil/dono-da-itapemirim-comprou-cobertura-de-r-12-milhoes-no-litoral-paulista/  -  https://www.cnnbrasil.com.br/business/compra-da-itapemirim-teve-suspeita-de-pagamento-a-juiz-e-fila-de-credores/

Um comentário:

  1. Rubens Pontes
    Quem acompanhou a trajetória da maior empresa de transporte terrestre da América Latina, criada por um modesto lavador de carros, depois pracinha da FEB no front italiano, o registro de Theodiano Bastos machuca. Dói profundamente.

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