Os problemas que ameaçam arrastar ladeira a baixo o governo
Dilma 2
Ricardo Noblat (01/01/2015)
2015 chegou com
pelo menos três graves problemas a serem enfrentados pelo governo Dilma 2. Um
deles deverá nos atingir diretamente no bolso. Portanto, comecemos por esse.
A política
econômica do governo Dilma1 foi um desastre para o país – e uma maravilha para
reeleger Dilma.
Em 2014, a
presidente passou batida pela maioria das medidas que, uma vez tomadas, talvez
lhe custasse o segundo mandato.
A política
econômica do governo Dilma 2 está destinada a pôr ordem nas contas
públicas – e a desarranjar as contas particulares de muita gente.
Domar a inflação e
fazer o país voltar a crescer de forma sustentável – eis o complicado desafio a
ser vencido ou não pelo governo Dilma 2.
Faça-se o mal de
início e com todo o vigor para ao cabo se fazer o bem aos poucos. A receita
servirá para pavimentar o caminho de retorno de Lula em 2018.
Os outros dois
problemas graves que o novo governo Dilma terá pela frente: o que fazer para
recuperar a Petrobras? Como lidar com os políticos citados no escândalo da
roubalheira na Petrobras?
A Petrobras perdeu
em 2014 40% do seu valor. A empresa com mais de 80 mil funcionários deixou de
ser o orgulho dos brasileiros.
Não seria tão
complicado assim reabilitá-la. Primeiro, Dilma deveria substituir toda a sua
diretoria – da presidente Graça Foster até o mais desimportante dos gerentes.
Segundo, anunciar o
fim do loteamento político dos cargos da empresa. Terceiro, escalar para
comandar a empresa uma equipe de técnicos reconhecidamente capazes.
O que impede que
Dilma proceda assim? Ela mesma e sua fidelidade eterna à amiga Graça.
O último dos três
mais graves problemas a marcarem o início do Dilma 2: os políticos que se
beneficiaram da corrupção na Petrobras. Como o governo deverá agir em relação a
eles?
Dê-se de barato que
a quase totalidade desses políticos faz parte da base de apoio do governo
dentro do Congresso e fora dele. Eles esperam que Dilma seja capaz de
socorrê-los, mantida a devida discrição.
Aqui mora o perigo:
se o distinto público se convencer da cumplicidade do governo com esses
políticos em apuros, o Dilma 2 correrá o perigo de ser arrastado pelo escândalo
ladeira a baixo. E aí adeus ao Lula3.
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