Por THEODIANO BASTOS
Destruição
em Gaza aumenta isolamento de Israel e põe em xeque aliança com os EUA, seu
fiel aliado. Agravamento da crise humanitária provoca uma onda de condenação contra
a operação militar em curso e testa o apoio até de Washington
Iminente incursão terrestre de soldados a Rafah, no sul da Faixa de Gaza, que motiva a recente escalada das críticas internacionais, está prevista para as próximas semanas
Há um sentimento comum em
praticamente todas as conversas com autoridades que a CNN participou desde a
semana passada em Israel: o de que o Ocidente cada vez mais isola Israel numa
guerra em que o país considera justa, mas que isso não será suficiente para que
a guerra pare.
No Ministério das
Relações Exteriores de Israel, em Jerusalém, por exemplo, é nítida a percepção
de que o mundo livre e o Ocidente deveriam apoiar Israel porque, na visão
deles, é justamente o mundo livre e o Ocidente que estarão ameaçados se o Hamas
e seu patrocinador Irã vencerem a guerra.
A indignação com
a ONU e suas agências que atuam direta ou indiretamente na guerra deixa claro
esse sentimento de isolamento.
Em uma fala de
cerca de trinta de minutos, Alon Simhayoff, diretor do Departamento de Assuntos
Políticos da ONU no governo israelense, acusa a entidade e suas subseções de
compactuar com o terrorismo.
“Estamos
profundamente desapontados com a ONU. Como um oficial da ONU pode dizer que o
Hamas não é terrorista?”, disse.
Quando questionados
sobre a grande diferença entre palestinos e israelenses mortos em Gaza, a
resposta é a mesma para diferentes autoridades: a culpa é do Hamas. Foi o que
disse à CNN Ophir Falk, conselheiro do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, na
segunda-feira pela manhã em Jerusalém.
De acordo com
ele, a estratégia das forças israelenses não é o que parte considerável do
mundo diz, mas o contrário: é minimizar o número de mortos enquanto a do Hamas
é maximizar, justamente para fazer da população em Gaza uma “arma de
propaganda” mundial” para se vitimizar.
Além disso, dizem
que o ministério da saúde palestino controlado pelo Hamas inflaciona o número
de mortos (o mais recente boletim fala em 29.200 mortos). Embora não tenha uma
contabilidade própria, Israel diz ja ter matado 10 mil integrantes do Hamas.
No Knesset, o
Parlamento israelense, a CNN conversou tanto com deputados da oposição ao
primeiro-ministro Benjamin Netanyahu quanto com integrantes do Likud, o partido
de Bibi. Embora haja divergências sobre questões relacionadas a guerra — como
em relação à estratégia para resgatar os israelenses sequestrados, o grande
clamor nacional —, há uma defesa unânime da campanha militar.
Em linhas gerais,
para eles, os israelenses mortos nos ataques de 7 de outubro de 2023 e os
sequestrados do Hamas são as grandes vítimas do conflito cujo resultado é
determinante para o futuro do país.
“Sentimos que o
que está em jogo é a própria existência de Israel”, disse à CNN a deputada de
oposição Mati Tzarfati Harkabi.
A alta cúpula do
governo segue a mesma linha. O ministro da Economia, Nir Barkat, um dos cotados
para a sucessão de Bibi, diz: “O que queremos é nos proteger”. E menciona um
dos principais argumentos comuns por aqui: “Não é apenas uma questão sobre
Israel, mas sobre os Estados Unidos e o Ocidente”.
Apesar das
críticas mundiais, ele ainda deixa claro que dinheiro não faltará para a
guerra. Diz que a economia de Israel é forte o suficiente para alcançar os
gastos que, calcula, podem chegar a 10% do PIB ao final.
Por onde se anda
em Israel, seja em Jerusalém ou Tel Aviv, na fronteira norte atacada
diariamente por bombas e mísseis do Hezbollah, ou ao sul (próximo ao combate em
Gaza), o país respira guerra.
SAIBA MAIS EM: https://www.cnnbrasil.com.br/blogs/caio-junqueira/internacional/israel-sente-que-mundo-o-isola-mas-nao-vai-barrar-guerra-por-isso/
E https://oglobo.globo.com/mundo/noticia/2024/02/23/destruicao-em-gaza-aumenta-isolamento-de-israel-e-poe-em-xeque-alianca-com-os-eua-seu-fiel-aliado.ghtml
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