segunda-feira, 4 de dezembro de 2023

DINO NO STF SERÁ O XANDÃO MERMELHO?

 


Por THEODIANO BASTOS

Flávio Dino foi filiado do PCdoB Partido Comunista do Brasil por 15 anos e governou o Maranhão desde a cisão com o PCB em 1962.                                           

Foi reeleito governador em 2018, também no primeiro turno, com 59,29% dos votos válidos. Em 2022, foi eleito senador. E deixou o partido depois de 15

STF, MANDATO DE 11 ANOS                                      

Em 6 de janeiro de 2009, O deputado Flávio Dino (PCdoB-MA) afirmou, nesta terça-feira (6/1), à revista Consultor Jurídico, que entregará uma proposta de emenda dos artigos 101 e 102 da Constituição Federal para fixar mandato de 11 anos para os ministros do Supremo Tribunal Federal, sem direito à reeleição. A proposta deverá ser entregue após as eleições das mesas das Casas do Legislativo, em fevereiro.

Michelle diz que Flávio Dino é ‘lobo em pele de cordeiro’ e que não existe ‘comunista cristão’

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, foi escolhido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva como seu segundo homem de confiança no Supremo Tribunal Federal (STF), após a indicação de seu ex-advogado Cristiano Zanin em junho.

A confirmação de Dino no cargo ainda depende da aprovação do Senado, o que costuma ocorrer com tranquilidade — nenhuma indicação para a Corte foi rejeitada desde 1894.

O perfil político combativo do atual ministro da Justiça, porém, cria mais resistência ao seu nome entre parte dos senadores do que se observou na indicação de Zanin

                                    

Família Dino está na política desde o império e o tetravô até ajudou Pedro II

 Indicado aoSupremo Tribunal Federal (STF), o ministro da Justiça,Flávio Dino, é representante de uma linhagem que ocupa postos de poder desde os tempos do Império (1822-1889). A ascensão do clã começou com seu tetravô,Francisco Manuel Antônio Monteiro Tapajós, o Herói de Tapajós, que ajudou o então imperadorDom Pedro IIa esmagar militarmente a Cabanagem, um levante popular de negros, indígenas e mestiços na Amazônia. O pai de Dino foi deputado estadual e o avô, desembargador numa época em que os cargos no Judiciário se davam por indicação.  

As informações sobre a genealogia de Flávio Dino foram levantadas por uma dissertação de mestrado em Ciências Sociais apresentada à Universidade Federal do Maranhão (UFMA) em 2007. O trabalho chama-se “A Tradição Engajada: origens, redes e recursos eleitorais no percurso de um agente”, do advogado José Barros Filho. Flávio Dino formou-se em Direito na mesma universidade em 1986 e foi coordenador do Diretório Central dos Estudantes (DCE). Fez mestrado em Direito na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e passou em 1º lugar no concurso para juiz federal em 1994, aos 26 anos. 

“Nicolau Dino (o avô de Flávio Dino) descende de uma tradicional família ‘amazonense’, a família Tapajós”, diz um trecho da dissertação. A linhagem começa com Francisco Tapajós (1815-1877), tetravô de Flávio Dino. Francisco “tornou-se um próspero proprietário de terras às margens do Rio Tapajós, na então província do Grão-Pará. Colaborou com o governo provincial no combate à ‘Revolta dos Cabanos’ (a Cabanagem) e, em sinal de gratidão pelos serviços prestados, foi proclamado pelo Imperador D. Pedro II ‘Herói de Tapajós’”. 

A dissertação destaca que, além de coronel-Comandante da Guarda Nacional, Francisco Tapajós enveredou pela política. Foi deputado provincial em 1874, ocupando a presidência da Assembleia Provincial do Grão-Pará”, diz a dissertação. Tapajós foi também empresário, tendo sido dono de uma grande olaria – que usava inclusive trabalho forçado de indígenas, segundo o artigo “Mundos cruzados: etnia, trabalho e cidadania na Amazônia Imperial”, apresentado em 2009 por Patrícia Melo Sampaio. 

O trabalho dos indígenas beneficiou “inúmeras vezes” o deputado “Francisco Antônio Monteiro Tapajós que contava também com o beneplácito de seus colegas de Assembleia para aprovar créditos, às custas dos cofres provinciais com juros e prazos amigáveis, para instalação de seus estabelecimentos industriais, entre eles, uma olaria destinada a fabricar tijolos e telhas para abastecer as obras públicas”, diz um trecho do artigo. 

Uma das filhas dele, Heloisa Clementina, casou-se com outro político, Nicolau Castro e Costa – este foi “deputado da Assembleia Provincial do Amazonas em 1874″, numa época em que o voto era censitário, isto é, restrito aos proprietários de terras. É daí que vem o ramo de Flávio Dino da família, e o político maranhense carrega hoje o sobrenome do trisavô (Castro e Costa), mas não o Tapajós. Desde Francisco Antônio Monteiro Tapajós até Flávio Dino, são cinco gerações de pessoas destacadas na política e na Justiça. Fonte: Agência estado 

SAIBA MAIS EM: https://www.bbc.com/portuguese/articles/cx018k98jdjo  - https://www.estadao.com.br/politica/familia-dino-esta-no-poder-desde-o-imperio-e-tetravo-ajudou-pedro-ii-contra-rebeliao-leia-perfil/

Um comentário:

  1. RUBENS PONTES,: com quase 101 anos, comenta:
    Muito bom o registro, levando-nos a conhecer melhor o exercício histórico e suas nuances e a atuação em tempos atuais do Ministro da Justiça Flavio Dino nas diversas faces da política brasileira. Muito bom o trabalho de Theodiano Bastos no seu procurado e festejado blog O Periscópio.

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