Por THEODIANO BASTOS
Flávio Dino foi filiado do PCdoB Partido Comunista do Brasil por 15 anos e governou o Maranhão desde a cisão com o PCB em 1962.
Foi
reeleito governador em 2018, também no primeiro turno, com 59,29% dos votos
válidos. Em 2022, foi eleito senador. E deixou o partido depois de 15
STF, MANDATO DE 11 ANOS
Em 6 de
janeiro de 2009, O deputado Flávio Dino (PCdoB-MA)
afirmou, nesta terça-feira (6/1), à revista Consultor Jurídico, que
entregará uma proposta de emenda dos artigos 101 e 102 da Constituição Federal
para fixar mandato de 11 anos para os ministros do Supremo Tribunal Federal,
sem direito à reeleição. A proposta deverá ser entregue após as eleições das
mesas das Casas do Legislativo, em fevereiro.
Michelle diz que Flávio Dino é ‘lobo em
pele de cordeiro’ e que não existe ‘comunista cristão’
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, foi escolhido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva como seu segundo homem de confiança no Supremo Tribunal Federal (STF), após a indicação de seu ex-advogado Cristiano Zanin em junho.
A
confirmação de Dino no cargo ainda depende da aprovação do Senado, o que
costuma ocorrer com tranquilidade — nenhuma indicação para a Corte foi
rejeitada desde 1894.
O
perfil político combativo do atual ministro da Justiça, porém, cria mais
resistência ao seu nome entre parte dos senadores do
que se observou na indicação de Zanin
Família Dino está na política desde o
império e o tetravô até ajudou Pedro II
Indicado ao Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro da Justiça, Flávio Dino, é representante de uma linhagem que ocupa postos de poder desde
os tempos do Império (1822-1889). A ascensão do clã começou com seu tetravô, Francisco Manuel Antônio Monteiro Tapajós, o “Herói de Tapajós”, que ajudou o então imperador Dom Pedro II a esmagar militarmente a Cabanagem, um levante popular de
negros, indígenas e mestiços na Amazônia. O pai de Dino foi deputado
estadual e o avô, desembargador – numa época em que os cargos no Judiciário se davam por indicação.
As informações sobre a
genealogia de Flávio Dino foram levantadas por uma dissertação de mestrado em
Ciências Sociais apresentada à Universidade Federal do Maranhão (UFMA) em 2007.
O trabalho chama-se “A Tradição Engajada: origens, redes e recursos eleitorais
no percurso de um agente”, do advogado José Barros Filho. Flávio Dino formou-se
em Direito na mesma universidade em 1986 e foi coordenador do Diretório Central
dos Estudantes (DCE). Fez mestrado em Direito na Universidade Federal de
Pernambuco (UFPE) e passou em 1º lugar no concurso para juiz federal em 1994,
aos 26 anos.
“Nicolau Dino (o avô de Flávio
Dino) descende de uma tradicional família ‘amazonense’, a família Tapajós”, diz
um trecho da dissertação. A linhagem começa com Francisco Tapajós (1815-1877),
tetravô de Flávio Dino. Francisco “tornou-se um próspero proprietário de terras
às margens do Rio Tapajós, na então província do Grão-Pará. Colaborou com o
governo provincial no combate à ‘Revolta dos Cabanos’ (a Cabanagem) e, em sinal
de gratidão pelos serviços prestados, foi proclamado pelo Imperador D. Pedro II
‘Herói de Tapajós’”.
A dissertação destaca que, além
de coronel-Comandante da Guarda Nacional, Francisco Tapajós enveredou pela
política. Foi deputado provincial em 1874, ocupando a presidência da Assembleia
Provincial do Grão-Pará”, diz a dissertação. Tapajós foi também empresário,
tendo sido dono de uma grande olaria – que usava inclusive trabalho forçado de
indígenas, segundo o artigo “Mundos cruzados: etnia, trabalho e cidadania na
Amazônia Imperial”, apresentado em 2009 por Patrícia Melo Sampaio.
O trabalho dos indígenas
beneficiou “inúmeras vezes” o deputado “Francisco Antônio Monteiro Tapajós que
contava também com o beneplácito de seus colegas de Assembleia para aprovar
créditos, às custas dos cofres provinciais com juros e prazos amigáveis, para
instalação de seus estabelecimentos industriais, entre eles, uma olaria
destinada a fabricar tijolos e telhas para abastecer as obras públicas”, diz um
trecho do artigo.
Uma das filhas dele, Heloisa
Clementina, casou-se com outro político, Nicolau Castro e Costa – este foi
“deputado da Assembleia Provincial do Amazonas em 1874″, numa época em que o
voto era censitário, isto é, restrito aos proprietários de terras. É daí que
vem o ramo de Flávio Dino da família, e o político maranhense carrega hoje o
sobrenome do trisavô (Castro e Costa), mas não o Tapajós. Desde Francisco
Antônio Monteiro Tapajós até Flávio Dino, são cinco gerações de pessoas
destacadas na política e na Justiça. Fonte: Agência estado
SAIBA MAIS EM: https://www.bbc.com/portuguese/articles/cx018k98jdjo - https://www.estadao.com.br/politica/familia-dino-esta-no-poder-desde-o-imperio-e-tetravo-ajudou-pedro-ii-contra-rebeliao-leia-perfil/
RUBENS PONTES,: com quase 101 anos, comenta:
ResponderExcluirMuito bom o registro, levando-nos a conhecer melhor o exercício histórico e suas nuances e a atuação em tempos atuais do Ministro da Justiça Flavio Dino nas diversas faces da política brasileira. Muito bom o trabalho de Theodiano Bastos no seu procurado e festejado blog O Periscópio.