Cinquenta e sete
anos após ser desativada por inviabilidade econômica, e depois de ter sua
história imortalizada na música "Ponta de Areia", de Milton
Nascimento e Fernando Brant, a Ferrovia Bahia-Minas pode ser reativada por um projeto a ser lançado no
próximo dia 30,, com investimento previsto de R$ 12 bilhões.
A Estrada de Ferro Bahia-Minas, com 578 km de extensão, foi construída por volta de 1882 e ligava Araçuaí em Minas a Ponta da Areia em Caravelas na Bahia, passando por
Teófilo Otoni, Nanuque e outras cidades.
Parlamentares
da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) e representantes da Multimodal
Caravelas (MTC) se reuniram, nesta quarta-feira (12/4/23), para discutirem
a reconstrução de cerca de 500 quilômetros da Ferrovia Bahia-Minas. O
projeto, que vai recuperar o trecho do modal ferroviário, será lançado em 29
deste mês, após permanecer 57 anos desativado.
O trajeto fará a ligação entre Caravelas, no Sul da Bahia, e Araçuaí, no
Vale do Jequitinhonha. Dos 500 km, 400 km estão situados em território
mineiro. A estrada de ferro vai passar pelas mesmas cidades que a antiga
ferrovia, criada em 1881. As adaptações serão feitas conforme os atuais
traçados e planos diretores municipais, explica o diretor da empresa, Divino
Passos. Segundo ele, os investimentos serão da ordem de R$ 12 bilhões e as
obras terão início assim que concluídos os processos de licenciamento
ambiental.
O presidente da Assembleia Legislativa, deputado Tadeu Martins Leite
(MDB), celebrou o anúncio e se comprometeu, juntamente aos demais parlamentares
presentes, a mediar e cobrar as providências necessárias que cabem ao
Executivo. Para ele, o empreendimento trará desenvolvimento econômico e social
não só para a região como para todo o Estado.
“Esse projeto é histórico”, afirmou o deputado Bosco (Cidadania).
Segundo ele, a linha férrea vai impulsionar o escoamento da produção
nas regiões Norte e Jequitinhonha, economias que contam, hoje, com a extração
de lítio, elemento utilizado na fabricação de baterias elétricas. Ele ressaltou
ainda que a recuperação do modal vai minimizar o tráfego nas rodovias, que
se encontram em condições precárias e com uma frota de veículos já envelhecida.
Comissão Pró-Ferrovias
Parlamentares lembraram que a reativação do modal ferroviário é, também,
desdobramento do trabalho realizado pela Comissão Pró-Ferrovias da ALMG,
vigente na última legislatura, e presidida pelo ex-deputado João Leite, que
também participou da reunião.
João Leite afirmou que 80%
do leito do trem está preservado e que, nesse sentido, apenas 20% do trajeto
precisará passar pelo licenciamento ambiental: “Esse é apenas o começo da
recuperação e expansão da malha ferroviária mineira”. Ele destacou ainda que o
marco ferroviário, aprovado pela Assembleia de Minas, é exemplo para todo o
País; e que o transporte de carga terá prioridade em um primeiro momento, mas
que ainda será avaliada a implantação do transporte de passageiros.
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