PF fez buscas contra advogados de Adélio Bispo em investigação de possível ligação com PCC
Ação foi realizada em 14 de março, mas não houve
divulgação porque foi embutida dentro de outra operação no mesmo dia
A Polícia
Federal (PF) cumpriu
seis mandados de busca e apreensão em escritórios e casas de ex-advogados
de Adélio Bispo, autor da facada em Jair Bolsonaro (PL),
então candidato à Presidência, em 2018.
A ação foi
em 14 de março, no entanto, não houve divulgação porque, segundo apurou a CNN,
a operação foi embutida dentro de outra ação deflagrada no mesmo dia, a “Habeas
Pater”.
Esse
segundo inquérito investiga suposta venda de sentenças de um desembargador do
Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1) para beneficiar traficantes
juntamente ao filho advogado. O caso foi revelado pela “Folha de S. Paulo” e
confirmado pela CNN.
Os mandados
contra os advogados foram cumpridos por integrantes da Diretoria de
Inteligência da PF em Belo Horizonte e Juiz de Fora (MG), autorizados pelo
juiz Bruno Savino, da 3ª Vara Criminal de Juiz de Fora.
A decisão
do magistrado foi publicada em 11 de novembro do ano passado, ainda durante a
gestão de Jair Bolsonaro (PL), e desde então a PF preparava uma operação para
cumprir os mandados, dentro desse inquérito presidido pelo delegado Martin
Bottaro Purper.
A ação, inclusive, recebeu o nome de “Fênix” no ano passado. Mas a CNN apurou que, agora, com a nova gestão, a nova Direção da PF não quis dar publicidade ao caso.
Suposta ligação com o PCC
No ano
passado, novos elementos foram incluídos na investigação, que corre sob sigilo.
Entre eles, pagamentos fracionados de milhares de reais a um dos advogados de
Adélio Bispo durante meses. No total, foram recebidos R$ 315 mil, segundo a PF,
em uma empresa aberta pelo advogado Magalhães.
Durante a
investigação e análise dos celulares dos advogados, os investigadores da
polícia também encontraram um grupo de mensagens chamado “Adélio-PCC”, onde os
defensores traçavam estratégias. Uma ligação do advogado com um suposto
integrante da facção também faz parte da investigação.
“É razoável
inferir que o pagamento fracionado de R$
315 mil tenha constituído auxílio prestado pela referida facção para o custeio
dos honorários dos advogados do autor do atentado, lançando mão dos recursos
movimentados pelo citado Setor das Ajudas do PCC”, escreveu o juiz do caso,
Bruno Savino, na decisão que autorizou as buscas.
A CNN entrou
em contato com os advogados Zanone Oliveira Junior, Fernando Magalhães e Fábio
Costa Rodrigues.
“Não temos
nenhum tipo de envolvimento”, disse o escritório de Zanone, reforçando que as
buscas foram nas casas dos ex-advogados do escritório.
À
reportagem, Magalhães explicou que tem uma empresa de prestação de serviço e
que recebe os honorários advocatícios por meio dela.
“Não tenho
ligação nenhuma com organizações criminosas. Tenho 23 anos de advocacia e não
advoguei ou advogo para nenhum membro de facção. Sobre o caso Adélio, eu tive
muito prejuízo financeiro e psicológico, recebi mais de 60 mil ameaças de morte
e reforço que esses valores pagos dois anos depois do caso não têm relação com
Adélio Bispo”, pontuou. SAIBA MAIS EM: https://www.cnnbrasil.com.br/politica/pf-fez-buscas-contra-advogados-de-adelio-bispo-em-investigacao-de-possivel-ligacao-com-pcc/
Nenhum comentário:
Postar um comentário