Um estudo antecipava da CIA “o aparecimento de uma nova doença respiratória humana virulenta, extremamente contagiosa, para a qual não existe tratamento adequado". E fala especificamente no coronavírus
Orelatório foi escrito em setembro de
2005, mas podia ter sido feito hoje. Tal maneira são premonitórias as previsões
que lá constavam. O documento, mantido secreto até o jornalista francês
Alexandre Adler o revelar num livro (O Relatório da CIA: Como Será o
Mundo em 2020, Editora Bizâncio, na edição portuguesa), antevia “um possível
desenvolvimento de uma pandemia mundial”. Escrito por 25 especialistas de
política internacional do National Intelligence Council para a CIA, o relatório
traça uma análise das grandes tendências do mundo no futuro. Uma reflexão sobre
as forças dominantes e os perigos que rodeavam mundo, que inclui
indicações que deveriam guiar a política dos Estados Unidos da América nas décadas
seguintes.
Nele antecipava-se “o aparecimento de
uma nova doença respiratória humana virulenta, extremamente contagiosa, para a
qual não existe tratamento adequado, poderá desencadear uma pandemia mundial.”
Um cenário que conseguimos reconhecer. “O aparecimento de uma pandemia depende
da mutação genética natural, da recombinação de estirpes virais já em
circulação ou aind ana irrupção de um novo fator patogénico na populaça humana.
As estirpes altamente patogénicas da gripe das aves, como o H5N1, são candidatos
prováveis a este tipo de transformação, mas outros agentes patogénicos, como o
coronavírus da síndrome respiratória aguda grave e diversas estirpes da gripe
possuirão as mesmas propriedades”.
Capa
da edição portuguesa, de 2006
As consequências imediatas são também
familiares. “Se se declarar uma zona pandémica, será sem dúvida numa zona de
forte densidade populacional, de grande proximidade entre seres humanos e
animais, como acontece na China e no Sudeste Asiático”. Mais adiante pode
ler-se: “A doença tardaria a ser identificada se o país de origem não
dispusesse de meios adequados para a detetar. Seriam necessárias semanas para
os laboratórios fornecerem resultados definitivos confirmando a existência de
uma doença suscetível de se transformar em pandemia.”
O cenário de contágio global já
estava previsto. “Apesar de se restrições às deslocações internacionais,
viajantes com poucos ou nenhuns sintomas poderiam transportar o vírus para
outros continentes. Os doentes seriam cada vez mais numerosos, aparecendo novos
os casos todos os meses”.
A ausência de eficácia da vacina ou a
imunização exporia as populações ao contágio. As previsões são astronómicas:
centenas de milhões de mortos.
O resultado, para estes
especialistas, é evidente: tensões e conflitos. “Se essa doença surgir até
2025, não deixarão de se propagar tensões e conflitos internos e
transfronteiriços. Com efeito, as nações esforçar-se-ão, com capacidades
insuficientes, para controlar os movimentos das populações de modo a evitar a
infeção ou a preservar o seu acesso aos recursos naturais”. https://visao.sapo.pt/atualidade/mundo/2020-03-16-relatorio-da-cia-de-2005-previu-pandemia-grave-a-comecar-na-china-em-2020/
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