por Theodiano Bastos
Em meio a pandemia, católicos e evangélicos estão perplexos, decepcionados e horrorizados com o Padre Robson de Oliveira e a Pastora, cantora gospel e deputada federal Flordelis: LOBOS COM PELE DE CORDEIRO.
O Padre Robson admite que pagou com doações homens que ameaçaram revelar seus supostos casos amorosos
Em depoimento ao Ministério Público de Goiás no
processo de extorsão do qual foi vítima, o padre Robson de Oliveira admitiu que
fez pagamentos usando dinheiro da Associação Filhos do Pai Eterno (Afipe).
Foram mais de R$ 2,9 milhões, segundo o próprio
sacerdote, repassados aos homens que ameaçavam tornar público os supostos casos
amorosos do sacerdote que comanda a segunda maior basílica do país.
Esse processo resultou na Operação
Vendilhões, deflagrada na semana passada e que investiga o desvio de R$
120 milhões doados por fiéis à Afipe.
Ordem religiosa diz que denúncia "está causando
escândalo" e proíbe padre Robson de dar entrevistas.
A Província Redentorista de Goiás, ordem religiosa à
qual pertence o padre Robson de Oliveira, proibiu o religioso de atender
confissões, fazer pregações e até de dar entrevistas.
Segundo os Redentoristas, as medidas são necessárias
porque a denúncia contra o padre Robson, responsável pela segunda mais
importante basílica do país, em Trindade (GO), “está causando escândalo entre
os fiéis, está prejudicando a vida pastoral do Santuário do Divino Pai Eterno,
a comunhão eclesial e a boa reputação do próprio sacerdote”.
O decreto da ordem religiosa também dispensa o
sacerdote de usar “o hábito eclesiástico”, ou seja, a roupa de padre.
Os
planos de Flordelis para matar o marido e “não escandalizar o nome de Deus”,
segundo os investigadores
A acusação diz que a parlamentar, que
também é pastora, ordenou que seus filhos matassem o pai em meio à disputa na
Igreja que ambos fundaram. Cinco filhas foram presas. Defesa nega crime
As suspeitas foram confirmadas. A
deputada federal Flordelis dos Santos, de 59 anos, foi acusada formalmente
nesta segunda-feira de ser a mandante do assassinato de seu marido, alvejado
ano passado na casa de Niterói onde o casal morava com seus 55 filhos, quatro
deles biológicos e os demais adotivos. O crime tem todos os ingredientes para
se transformar numa série de documentário de sucesso. A polícia afirma que a
parlamentar, que também é pastora evangélica, ordenou que seus filhos matassem
o pai em meio à disputa por poder e dinheiro na Igreja que ambos fundaram. Mais
cinco de seus filhos foram presos, além de uma neta, mas ela segue em liberdade
―por conta de sua imunidade parlamentar,
só poderia ser presa em flagrante de crime inafiançável.
Anderson do Carmo, 42, recebeu 30
disparos na garagem de sua casa após chegar com a esposa de um evento religioso. Era
junho de 2019. Ambos haviam passado até então uma imagem harmoniosa de
altruísmo e felicidade. Ela tinha uma longa carreira, que inspirou um filme
sobre sua vida, e ganhou um disco de ouro como cantora gospel.
Imediatamente após o assassinato,
dois dos filhos foram presos. Um deles, detido no velório do padrasto após ser
acusado de apertar o gatilho, confessou o crime; o outro foi preso por
conseguir a pistola. A investigação recentemente concluída indica que Flordelis
tentou matar o marido pelo menos outras quatro vezes com a cumplicidade de
parte da prole. Como afirmou um dos investigadores, “temos 20% da família
envolvida nesse crime”. Ele se referia aos 11 detidos no caso.
Os investigadores identificaram pelo
menos seis tentativas de envenenamento com arsênico, que levaram o pastor a ser
atendido mais de uma vez por sofrer com vômitos e diarreia, entre outros
sintomas. Em outro plano de assassinato, um homem teria sido pago para matar
Anderson, mas confundiu seu carro na hora em que cometeria o crime. Segundo o
promotor Sergio Lopes Pereira, numa troca de mensagens com um dos filhos,
Flordelis diz que não poderia se separar do marido por questões religiosas, e,
portanto, segundo o promotor, decidiu matá-lo: “Fazer o quê? Separar dele não
posso, porque senão ia escandalizar o nome de Deus”.
Terminava violentamente a história em
comum desse casal, que ao longo dos anos havia construído uma família imensa
com a adoção de crianças e adolescentes vulneráveis, uma Igreja (Ministério
Flordelis) e uma carreira política que foi coroada quando ela obteve uma
cadeira na Câmara dos Deputados por
um partido (PSD) que a expulsou nesta mesma segunda-feira.
Criada numa favela carioca, a
pastora-deputada ficou famosa nos anos noventa ao adotar 37 crianças que
sobreviveram de uma chacina na Central do Brasil, no centro do Rio. Isso foi
antes de conhecer o pastor Anderson. “A investigação demonstrou que toda aquela
imagem altruísta e de decência era apenas um enredo para alcançar a posição
financeira e política. Depois que ela alcançou esse objetivo principal de
chegar à Câmara dos Deputados, ela colocou em prática esse plano criminoso
intrafamiliar”, explicou o delegado do caso, Allan Duarte.
Segundo os investigadores, a origem
da disputa que acabou num crime chocante e destruiu a família é o controle
absoluto exercido por Anderson sobre as finanças da Igreja. O casal dirigia
pelo menos três templos em duas cidades próximas do Rio. As Igrejas evangélicas movimentam
enormes quantidades de dinheiro no Brasil, onde milhões de fiéis entregam seu
dízimo aos pastores. Além de poder econômico, o casal tinha uma notável
influência política na região. O Ministério Flordelis continua operando, mas
com um novo nome: Comunidade Evangélica Cidade do Fogo. A polícia diz que a
deputada recorreu a um crime com arma de fogo para se desfazer do marido após
tentar envenená-lo diversas vezes com a cumplicidade de algumas de suas filhas,
que buscaram como fazê-lo na Internet.
A viúva e os filhos sempre foram os
principais suspeitos, embora ela afirme que o assassinato tenha sido obra de um
ladrão que entrou na casa e todos tenham comparecido ao enterro compungidos.
Mas os policiais logo descobriram inúmeras contradições entre as versões de uns
e outros. A defesa da deputada segue negando o crime e diz que ela está muito
“aborrecida e chateada com tudo que está ocorrendo porque tem com ela a
inocência”. Os defensores garantem que Flordelis “jamais foi mandante desse
crime bárbaro”. Fonte: https://brasil.elpais.com/brasil/2020-08-24/os-planos-de-flordelis-para-matar-o-marido-e-nao-escandalizar-o-nome-de-deus-segundo-os-investigadores.html#:~:text=As%20suspeitas%20foram%20confirmadas.,biol%C3%B3gicos%20e%20os%20demais%20adotivos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário