Por Theodiano Bastos
Moro no balneário há
uns 20 anos e posso afirmar que Manguinhos, Serra/ES, é uma espécie de
“principado”, onde não há índios, pois todos são caciques e todos entendem de
tudo...
Com exceção da Av.
Auguste Saint Hilaire que é asfaltada para passagem dos ônibus e demais
veículos, as demais ruas são de terra.
Existe uma grande
maioria silenciosa, mas um grupo atuante e ruidoso e tudo aqui gera intensa
polêmica, e como não poderia deixar de ser, o ENGORDAMENTO DA PRAIA com areia
trazida da praia de Jacaraípe, está dando o que falar. Embora a maioria dos
moradores ache que uma ressaca do Mar levará toda a areia, torço para que dê
certo.
Carolina Pimentel de Almeida, secretária de Meio
Ambiente da Serra é Oceanógrafa, diz:
“Informo que o Estudo Morfodinâmico do
Litoral da Serra já se encontra disponível no Site da PMS desde sua
finalização.
O estudo prevê a utilização de
jazidas terrestres para o engordamento das áreas criticas de erosão. O
engordamento de praia e a utilização de Jazidas terrestres é amplamente
utilizado no Brasil e no mundo. Países como a Holanda, por exemplo, utilizam do
engordamento todos os anos para continuar mantendo sua área territorial.
A Serra não possui jazida marinha
licenciada em seu litoral e a mais próxima fica no município de Vitória o que
tornaria inviável a sua utilização devido a distância. Não obstante, caso
houvesse jazida marinha licenciada no nosso município sabemos que ela seria
formada por 80% de carbonato o que tornaria o engordamento com esse tipo de
sedimento ineficiente.
Vitória utilizou de jazida marinha
pois não possui em seu município Jazidas terrestres para a utilização. Os
impactos causados ao meio ambiente são consideravelmente menores ao utilizar
jazidas Terrestres, podemos observar isso pelo número de organismos (por
exemplo poliquetas) encontrados nas praias de Camburi após o engordamento. Vale
ressaltar, que uma areia proveniente de uma jazida terrestre de praia possui
características mais semelhantes ao local a ser engordado que as Jazidas
marinhas, tornando o impacto paisagístico menor e o assentamento e adaptação do
local mais eficiente.
Quanto a bibliografia comprovando
que essa técnica é eficiente, sites como o próprio Google e Google acadêmico
possui inúmeros artigos e exemplos de utilização de jazidas terrestres para
engordamento praial com sucesso, e inclusive de pontos que não possuíam jazida
terrestre e necessitaram importar essa areia de outros locais. Recomenda-se a
leitura do “Guia de Diretrizes de Prevenção e Proteção à Erosão Costeira” elaborado
pela Comissão Interministerial para Recursos do Mar - CIRM disponível no link https://www.mdr.gov.br/images/stories/ArquivosDefesaCivil/ArquivosPDF/publicacoes/Final_Guia-de-Diretrizes_09112018.pdf””
Em 23/08/20 encaminhei mensagem para Áurea da
Silva Galvão Almeida, Secretária de Meio Ambiente de Serra, aurea.almeida@serra.es.gov.br, daa.semma@serra.es.gov.br
Ao contrário do que foi dito no ES 2 da TV Gazeta de
22/08/20, não é verdade de que o Mar não avançou aonde tinha restinga.
Pelo contrário, foi o Mar que levou toda a vegetação
que existia na orla onde fazem o engordamento com areia e posso afirmar que nunca
ninguém arrancou nenhuma vegetação.
Acompanho quase diariamente o avanço do Mar sobre o
engordamento e fiquei triste com o que vi ontem e hoje. O Mar está levando toda
a areia. O jeito é fazer um muro de arrimo de pedras, com o alicerce começando
abaixo do nível do Mar para preservar a faixa de 15m que está no projeto. Fora disso será R$ 1,45 milhões do contribuinte jogado fora.
Embora seja voz corrente na Secretaria do Meio Ambiente da Serra, é
lenda urbana pensar que vegetação plantada sobre a areia pode conter o
avanço do Mar, principalmente em praias de Mar aberto como a de Manguinhos, nas
ressacas com ondas de mais de três metros.
Eu sou o Rogério, que era diretor do CMEI de Manguinhos e proprietário do Cerimonial Ponta dos Fachos.
ResponderExcluirA prefeitura não está interessada em fazer obra de infraestrutura, essa obra é uma satisfação pública/ política/ eleitoreira, inclusive a secretária de Meio Ambiente, nem formação na área ambiental tem.
Podemos até reclamar e mostrar outros caminhos, mais é muito difícil convencer pessoas sem formação.