quarta-feira, 12 de fevereiro de 2020

O QUE VEM POR AÍ? TEMPESTADE TROPICAL OU FURACÃO?


O QUE VEM POR AÍ? TEMPESTADE TROPICAL OU FURACÃO? 
Por Theodiano Bastos

Deus queira que eu esteja enganado, mas sinto cheiro de tempo ruim na política nacional por conta das ligações do presidente Bolsonaro e seu filho, o senador Flávio, com Adriano Magalhães da Nobrega, capitão do BOPE, miliciano no Rio, apelidado de Caveira, morto na Bahia, e alguns órgãos da impressa dizem que foi queima de arquivo.

Vivenciei os idos de 1964, no auge da Guerra Fria, da crise dos mísseis instalados em Cuba pela URSS, quando os militares deram um contragolpe. Não veja risco de um novo golpe. Os atuais miliares chegaram ao poder pelo voto. O governo está nas mãos dos militares do Exército, da Marinha e da Aeronáutica, com Generais, Almirantes e Brigadeiros competentes, preparados e não vejo risco de regime de exceção. 
  
E felizmente estamos vendo o Parlamentarismo branco em ação, que vem trabalhando de forma institucional, com distanciamento do governo, sem que isso possa comprometer a sobrevivência política dos parlamentares, segundo Marcos Augusto de Queiroz A inoperância política da gestão de Jair Bolsonaro no Congresso Nacional tem impulsionado a ideia de se instalar no país um sistema de governança a partir do Legislativo. “Parlamentarismo branco” ou “semipresidencialismo” são algumas das denominações que têm sido dadas a essa empreitada.

“Miliciano e ex-capitão do Bope Adriano da Nóbrega é morto em confronto com a polícia na Bahia

Ele é apontado como chefe do Escritório do Crime, grupo de matadores suspeito de ligação com as mortes da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes. A Polícia Civil do Rio, que monitorava o miliciano, participou da ação com informações de inteligência

Rio - O miliciano e ex-capitão do Bope Adriano da Nóbrega morreu, na manhã deste domingo, em confronto com a polícia na Bahia. Ele é apontado como chefe do Escritório do Crime, grupo de matadores suspeito de ligação com as mortes da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, ocorrida em março de 2018. A Polícia Civil do Rio, que monitorava o miliciano, participou da ação com informações de inteligência. 
O confronto com a polícia aconteceu na Zona Rural da cidade de Esplanada, onde o ex-capitão mantinha um esconderijo. Contra Adriano da Nóbrega, que estava foragido, havia um mandado de prisão expedido em janeiro de 2019. Segundo a Secretaria de Segurança Pública (SSP) da Bahia, quando os policiais tentaram cumprir o mandado de prisão ele resistiu com disparos e acabou ferido.” https://odia.ig.com.br/rio-de-janeiro/2020/02/
“Memórias de Adriano”
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A Folha de S. Paulo, em editorial, evocando as “Memórias de Adriano”, comentou a morte do miliciano:
“Em 2019, investigações do Ministério Público do Rio revelaram conexões entre o miliciano e o senador Flávio Bolsonaro quando este era deputado estadual.
Adriano mantinha a mãe e a mulher no gabinete do filho do presidente. Contas controladas por ele destinaram grana a Fabrício Queiroz (…).
Há mais fatos estranhos. Flávio homenageou o ex-capitão na Assembleia do Rio com moção de louvor e medalha. Até Jair Bolsonaro fez um discurso em sua defesa quando era deputado federal.
Diante de tudo isso parece óbvio que, preso, Adriano poderia ajudar a esclarecer as atividades das milícias e suas ramificações. Não é à toa, portanto, que suspeita-se de uma possível ‘queima de arquivo’. Pela versão oficial, o foragido resistiu à bala e foi morto em confronto.
A dúvida é se o fato de o ex-capitão estar isolado em área rural não favoreceria uma atuação mais cautelosa da PM, de modo a preservar a sua vida – e os relatos que poderia oferecer à Justiça.”

Jair Bolsonaro e seu filho Flávio até agora não se pronunciaram sobre a morte do miliciano Adriano da Nóbrega. José Casado comentou: “Escolheram o silêncio, estranharam amigos de ambos na Polícia Militar do Rio. Até há pouco não perdiam chance de louvá-lo: um ‘brilhante oficial’, nas palavras do patriarca Jair, ou, um homem de ‘excepcional comportamento’, na definição do primogênito Flávio (…).
Estavam numa cruzada por alguma forma de legitimação das milícias. No plenário da Assembleia, o deputado Flávio argumentava: ‘Será que um vagabundo sendo preso poderá se recuperar? Temos de deixar de ser hipócritas! Não há recuperação mesmo’. E justificava o avanço desses grupos à margem da lei: ‘Não podemos generalizar, dizendo que esses policiais, que estão tomando conta de algumas comunidades, estão vindo para o lado do mal. Não estão'”. https://www.oantagonista.com/brasil/ 11/02/20





Um comentário:

  1. Rubens Pontes: "Há mais coisas entre o céu e a terra do que sonha sua vã filosofia..". Mestre Shakespeare nunca foi tão atual.

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