O QUE VEM POR AÍ? TEMPESTADE TROPICAL OU FURACÃO?
Por Theodiano Bastos
Deus
queira que eu esteja enganado, mas sinto cheiro de tempo ruim na política
nacional por conta das ligações do presidente Bolsonaro e seu filho, o senador Flávio,
com Adriano
Magalhães da Nobrega, capitão do BOPE, miliciano no Rio, apelidado de Caveira,
morto na Bahia, e alguns órgãos da impressa dizem que foi queima de arquivo.
Vivenciei os idos de 1964, no auge da Guerra Fria, da
crise dos mísseis instalados em Cuba pela URSS, quando os militares deram um
contragolpe. Não veja risco de um novo golpe. Os atuais miliares chegaram ao
poder pelo voto. O governo está nas mãos dos militares do Exército, da Marinha
e da Aeronáutica, com Generais, Almirantes e Brigadeiros competentes, preparados
e não vejo risco de regime de exceção.
E felizmente
estamos vendo o Parlamentarismo branco em ação, que vem trabalhando de forma
institucional, com distanciamento do governo, sem que isso possa comprometer a
sobrevivência política dos parlamentares, segundo Marcos
Augusto de Queiroz A inoperância política da gestão de
Jair Bolsonaro no Congresso Nacional tem impulsionado a ideia de se instalar no
país um sistema de governança a partir do Legislativo. “Parlamentarismo branco”
ou “semipresidencialismo” são algumas das denominações que têm sido dadas a
essa empreitada.
“Miliciano e
ex-capitão do Bope Adriano da Nóbrega é morto em confronto com a polícia na
Bahia
Ele é apontado como
chefe do Escritório do Crime, grupo de matadores suspeito de ligação com as
mortes da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes. A Polícia
Civil do Rio, que monitorava o miliciano, participou da ação com informações de
inteligência
Rio - O miliciano e ex-capitão do
Bope Adriano da Nóbrega morreu, na manhã deste domingo, em confronto com a
polícia na Bahia. Ele é apontado como chefe do Escritório do Crime, grupo de
matadores suspeito de ligação com as mortes da vereadora Marielle Franco e do motorista
Anderson Gomes, ocorrida em março de 2018. A Polícia Civil do
Rio, que monitorava o miliciano, participou da ação com informações de
inteligência.
O confronto com a polícia aconteceu
na Zona Rural da cidade de Esplanada, onde o ex-capitão mantinha um
esconderijo. Contra Adriano da Nóbrega, que estava foragido, havia um mandado
de prisão expedido em janeiro de 2019. Segundo a Secretaria de Segurança
Pública (SSP) da Bahia, quando os policiais tentaram cumprir o mandado de
prisão ele resistiu com disparos e acabou ferido.” https://odia.ig.com.br/rio-de-janeiro/2020/02/
“Memórias de Adriano”
A Folha de S. Paulo, em editorial,
evocando as “Memórias de Adriano”, comentou a morte do miliciano:
“Em 2019, investigações do Ministério
Público do Rio revelaram conexões entre o miliciano e o senador Flávio
Bolsonaro quando este era deputado estadual.
Adriano mantinha a mãe e a mulher no
gabinete do filho do presidente. Contas controladas por ele destinaram grana a
Fabrício Queiroz (…).
Há mais fatos estranhos. Flávio
homenageou o ex-capitão na Assembleia do Rio com moção de louvor e medalha. Até
Jair Bolsonaro fez um discurso em sua defesa quando era deputado federal.
Diante de tudo isso parece óbvio que,
preso, Adriano poderia ajudar a esclarecer as atividades das milícias e suas
ramificações. Não é à toa, portanto, que suspeita-se de uma possível ‘queima de
arquivo’. Pela versão oficial, o foragido resistiu à bala e foi morto em
confronto.
A dúvida é se o fato de o ex-capitão
estar isolado em área rural não favoreceria uma atuação mais cautelosa da PM,
de modo a preservar a sua vida – e os relatos que poderia oferecer à Justiça.”
“Jair
Bolsonaro e seu filho Flávio até agora não se pronunciaram sobre a morte do
miliciano Adriano da Nóbrega. José Casado comentou: “Escolheram o silêncio,
estranharam amigos de ambos na Polícia Militar do Rio. Até há pouco não perdiam
chance de louvá-lo: um ‘brilhante oficial’, nas palavras do patriarca Jair, ou,
um homem de ‘excepcional comportamento’, na definição do primogênito Flávio
(…).
Estavam numa cruzada por alguma forma
de legitimação das milícias. No plenário da Assembleia, o deputado Flávio
argumentava: ‘Será que um vagabundo sendo preso poderá se recuperar? Temos de
deixar de ser hipócritas! Não há recuperação mesmo’. E justificava o avanço
desses grupos à margem da lei: ‘Não podemos generalizar, dizendo que esses policiais,
que estão tomando conta de algumas comunidades, estão vindo para o lado do mal.
Não estão'”. https://www.oantagonista.com/brasil/
11/02/20
Rubens Pontes: "Há mais coisas entre o céu e a terra do que sonha sua vã filosofia..". Mestre Shakespeare nunca foi tão atual.
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