sexta-feira, 21 de fevereiro de 2020

GOLPE ORÇAMENTÁRIO: General Heleno gera atrito com o Congresso


Palácio do Planalto é um quartel general das Forças Armadas, só tem militares.

 

Rubens Pontes, 96 anos: Convivi com dolorosos e amargos momentos da História brasileira. Muitas delas antecipando períodos truculentos, sem defesa. Isso é o que mais me assusta. Há muitos ombros estrelados nos mais altos estamentos do Poder. Parlamentares agem e desafiam como uma onça sendo cutucada com vara curta. A carabina está do lado da onça.

 

Ministro do Gabinete de Segurança Institucional disse que o Executivo é vítima de chantagem de parlamentares. Os presidentes da Câmara e do Senado reagiram.


Uma declaração do ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) gerou atrito na relação com o Congresso. Augusto Heleno disse que o Executivo é vítima de chantagem de parlamentares. Os presidentes da Câmara e do Senado reagiram.

O ministro Augusto Heleno fez o comentário na manhã da terça-feira (18), durante a cerimônia pública da troca da bandeira no Palácio da Alvorada, que estava sendo transmitida ao vivo numa rede social pelo perfil do presidente Jair Bolsonaro. Augusto Heleno conversava com os ministros Paulo Guedes, da Economia, e Luiz Eduardo Ramos, da Secretaria de Governo, a respeito da negociação entre o Palácio do Planalto e o Congresso sobre o controle do orçamento. Os três não aparecem nas imagens quando Heleno fez a afirmação.
“Mas nós não podemos aceitar esses caras chantagearem a gente o tempo todo”, afirmou.
A declaração foi publicada nesta quarta (19) pelo jornal “O Globo”. Augusto Heleno criticava o acordo que chegou a ser anunciado na semana passada entre o governo e o Congresso. No fim de 2019, o presidente Jair Bolsonaro vetou vários trechos aprovados pelo Congresso na Lei de Diretrizes Orçamentárias. Neste momento, os vetos estão para ser votados e podem acabar sendo derrubados.

O governo tenta negociar um mínimo de mudanças, mas prometeu ceder em alguns pontos, como deixar com os parlamentares o direito de indicar a ordem de liberação das emendas no orçamento. Em troca, o Executivo não seria punido se não cumprisse o prazo para execução dos pagamentos. O acordo acabou não acontecendo.
Ao chegar à Câmara no fim da manhã desta quarta, o presidente Rodrigo Maia, do Democratas, disse que o ministro Augusto Heleno virou “um radical ideológico”.

“É uma pena que o ministro com tantos títulos tenha se transformado em um radical ideológico contra a democracia, contra o Parlamento. Triste. Eu não ouvi da parte dele nenhum tipo de ataque ao Parlamento quando a gente estava votando o aumento do salário dele como militar da reserva. Quero saber dele se ele acha que o Parlamento foi chantageado por ele ou por alguém para votar, ou chantageou alguém para votar o projeto das Forças Armadas. É uma pena que o ministro tenha dito isso e a gente espera que a gente possa continuar com o nosso diálogo com o governo, organizando as pautas e votando aquilo que a gente considera mais importante para o Brasil”, afirmou o deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), presidente da Câmara.

Pouco depois, Augusto Heleno usou uma rede social para se manifestar. Apesar de a declaração dele ter sido feita em uma cerimônia pública com transmissão ao vivo da própria Presidência da República, reclamou de invasão de privacidade. Disse que externou a visão dele sobre “as insaciáveis reivindicações de alguns parlamentares por fatias do orçamento impositivo, o que reduz substancialmente o orçamento do Poder Executivo e de seus respectivos ministérios”, e que isso “prejudica a atuação do Executivo e contraria os preceitos de um regime presidencialista”.

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre, do Democratas, reagiu em nota. Disse que nenhum ataque à democracia será tolerado pelo Parlamento; que o momento, mais do que nunca, é de defesa da democracia, independência e harmonia dos poderes para trabalhar pelo país; e que o Congresso seguirá cumprindo com as suas obrigações.                                              JN 19/02/20 https://g1.globo.com/

A temperatura esquentou em Brasília.

Um acidente fortuito revelou que certa ala do Congresso que dar um basta em certas práticas de certa ala o Congresso.
Certo, vamos dar nomes aos bois.

Em conversa privada que veio a público, o general Heleno, do núcleo duro do governo Bolsonaro, afirmou que governo não deveria se submeter a chantagens vindas do Congresso. Por fim, emendou um " Foda-se".

Os líderes do Congresso reagiram em tom belicoso. O general aumentou a aposta.

Por trás das declarações, está a disputa por bilhões de reais do Orçamento entre a ala reformista do governo -- aquela que quer controlar os gastos públicos -- e a ala fisiologista do Congresso -- aquela que só pensa em gastar o dinheiro do pagador de impostos. https://www.oantagonista.com/


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