ES: Boatos que espalharam o
caos durante greve da PM foram criados fora do ES
"Isso é um indicador
importante, que demonstra de forma clara dois interesses: um interesse político
forte, e interesse econômico, ligado à indústria de armas", explicou
Investigações monitoradas pelo
Governo do Estado apontam que 80% do que foi publicado nas redes sociais
durante a greve da Polícia Militar - principalmente os boatos - tem ligação com
um grupo articulado que usou o movimento para fins políticos e
econômicos. As investigações mostram ainda que essas publicações vieram de
fora do Espírito Santo, ou até mesmo de outros países. Quem afirma é o
secretário da Secretaria de Estado de Controle e Transparência, Eugênio Ricas.
“Está sendo feita
uma análise profunda de inteligência, de mídias sociais, desde o começo do
movimento. Ela mostra que 80% desse terrorismo digital, uma ação idêntica à
Al-Qaeda, um terrorismo fundamentalista, veio de fora do Estado, e até de
outros Países. Isso é um indicador importante, que demonstra de forma clara
dois interesses: um interesse político forte, e interesse econômico, ligado à
indústria de armas”, explicou.
Em reportagem
publicada neste sábado, o jornal O Estado de São Paulo mostrou que um relatório
parcial da Polícia Federal, do dia 17 de fevereiro, cita os nomes do
ex-deputado federal Capitão Assumção, do deputado federal Carlos Manato
(SD-ES), aliados do deputado Jair Bolsonaro, e de assessores como membros desse
grupo.
A reportagem fez um levantamento
que revela uma intensa troca de mensagens entre pessoas ligadas ao grupo, e que
este é influente na PM. Esse levantamento foi feito por meio da coleta de
informações de internautas e do rastreamento das interações de pessoas e
entidades, e contou com a ajuda de uma equipe de mestres e doutores nas áreas
de Sociologia e Comunicação Digital.
Além disso, o levantamento
destaca que, um dia antes do início da greve, 3 de fevereiro, o Capitão
Assumção divulgou em uma rede social uma lista de reivindicações da PM e as
primeiras imagens de mulheres fazendo protesto em frente ao Destacamento de
Polícia Militar (DPM) de Feu Rosa, na Serra.
O ex-deputado, que mantém uma
foto de Bolsonaro nessa rede social, teria publicado a frase “Já que os
militares não podem se manifestar, os familiares estão fazendo por eles”, e a
postagem teria chegado a quase 300 mil compartilhamentos.
“O que foi publicado na matéria é
que temos indícios que ligam essas pessoas ao grupo. Muitos indícios estão se
materializando em provas, e a coisa está avançando muito rápido. É possível que
outras pessoas apareçam. O indício no fomento de posturas radicais, na
utilização de uma rede bem construída, com jornais próprios, Whatsapp, Twitter,
blogs, para fomentar o terrorismo”, frisou.
O secretário acrescentou que as
investigações podem ir para o âmbito federal, e que o grupo pode ser penalizado
criminalmente sobre essas ações.
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