Novo julgamento do mensalão depende de ministro mais
antigo do STF
Brasileiros 5 X 5 Mensaleiros
Brasileiros 5 X 5 Mensaleiros
Ficou para a semana
que vem o voto do ministro Celso de Mello, que decidirá se o STF (Supremo
Tribunal Federal) aceitará ou não os embargos infringentes, recursos que
permitem que 12 dos 25 condenados tenham direito a um segundo julgamento para
certos crimes.
A sessão desta
quinta-feira (12) acabou empatada em 5 votos a 5. Votaram a favor dos embargos
infringentes os ministros Luís Roberto Barroso, Teori Zavascki, Rosa Weber,
Dias Toffoli e Ricardo Lewandowski. Foram contra Joaquim Barbosa, Luiz Fux,
Cármen Lúcia, Gilmar Mendes e Marco Aurélio Mello. O único voto que falta é o
de Celso de Mello.
Os votos de Gilmar
Mendes e Marco Aurélio Mello foram os mais longos do dia, durando cerca de uma
hora cada. Foram os votos dos dois --os últimos a serem proferidos-- que
empataram a disputa. Antes, havia 5 ministros a favor dos recursos e 3 contra.
"[Aceitar um
novo julgamento é dizer que este é] um tribunal juvenil, de irresponsáveis, que
não sabe como vota. É essa a lógica, a lógica está na eternização", disse
o ministro Gilmar Mendes.
O voto de Marco
Aurélio foi marcado por um debate.
Tudo começou quando
Barroso interrompeu a fala do colega para dizer que não se importa com o que
sairá nos jornais: "Eu não estou aqui subordinado à multidão, estou
subordinado à Constituição.", disse. "Se o seu pai, seu irmão ou seu
filho, estivessem na reta final do seu julgamento e, na última hora, estivessem
mudando uma regra para agradar a multidão, você acharia correto?", afirmou
Barroso.
Marco Aurélio
rebateu afirmando que não vota por casuísmo e que iria "para o
paredão" pela sua opinião. "Vejo que é um novato: parte para a
crítica ao próprio colegiado", completou, criticando também o colega por
elogios feitos ao réu José Genoino, ex-presidente do PT, em sessão passada.
O bate-boca acabou
quando Barroso afirmou que não pretendia ofender Marco Aurélio ou qualquer
outro ministro da corte com suas declarações.
O
ministro Celso de Mello, o mais antigo do STF; a decisão sobre os embargos
será decidida por ele na próxima sessão
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OUTROS VOTOS
Antes, haviam
votado nesta sessão os ministros Lewandowski e Rosa Weber. Os demais
magistrados já haviam proferido sua decisão anteriormente.
Ao aceitar os
embargos infringentes, Lewandowski afirmou que "este é um recurso
existente no ordenamento legal (...) não se pode tirar casuisticamente um
recurso com o qual os réus contavam".
Já para Rosa Weber,
que foi contra, caso o STF aceitasse os chamados embargos infringentes, haveria
uma quebra na isonomia para os réus com foro privilegiado. Deputados e
senadores que fossem julgado pelo Supremo, por exemplo, poderiam conseguir uma
revisão em seus processos. Por outro lado, governadores, que respondem no STJ
(Superior Tribunal de Justiça), não teriam o benefício.
A aceitação ou não
do mecanismo é polêmica porque, embora os embargos infringentes sejam previstos
pelo regimento interno do STF, a lei 8.038 de 1990, que regulou o andamento dos
processos no Supremo e no STJ, não faz menção a eles. Fonte:
http://www1.folha.uol.com.br/poder/12/09/2013
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