domingo, 10 de março de 2019

MOURÃO, UM VICE EQUILIBRADO E PONDERADO


A VOZ DA SENSATEZ

Em meio a um governo em sobressalto, o general Hamilton Mourão mudou: de boquirroto e polêmico, transformou-se num vice-presidente equilibrado e ponderado — um fator de sustentação para o País

Na sua ampla sala no anexo do Palácio do Planalto, o vice-presidente general Hamilton Mourão promove sessões diárias de “espancamento”. Nada, porém, que se relacione às práticas condenáveis dos tempos sombrios do regime militar. O espancamento de Mourão é de ideias. Ele repete como mantra para sua equipe que “ideias precisam ser espancadas”. O que ele quer dizer é que todo tema precisa ser exaustivamente discutido, os diferentes pontos de vista confrontados e todos os lados envolvidos ouvidos. Só assim será possível chegar às melhores decisões. Para ele, ideias precisam ser cotejadas para que desse confronto saia um consenso. Em um governo marcado pela confusão, pelos posicionamentos extremados, tão caros ao debate estridente nas redes sociais, onde filhos demitem ministros e tenta-se impor a cor das roupas de meninos e meninas, o general gaúcho, de 65 anos, surpreende pela sensatez e pelo papel de mediador que adotou no governo.

Nas últimas semanas, Mourão recebeu, entre outros, o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT),Vagner Freitas, militante do PT e um dos coordenadores da campanha de Fernando Haddad à Presidência da República. Esteve também com o governador do Maranhão, Flávio Dino, do PCdoB. Líderes de outros sindicatos de esquerda, representantes de fundos de pensão e também empresários de diversos setores, como ruralistas. Nesses encontros, o vice-presidente vai colecionando posicionamentos diversos, especialmente para medir as chances de aprovação de temas polêmicos, como a reforma da Previdência. Quando julga relevante, repassa o que ouviu ao presidente Jair Bolsonaro. “Tem o nível tático e o estratégico. O tático é esse combate aqui direto. O nível estratégico é o do presidente”, diz Mourão.

Um outro tom
A agenda de Mourão surpreende se for confrontada com trechos dos áudios das conversas vazadas entre o ex-ministro Gustavo Bebianno e Bolsonaro. Nas conversas, fica clara a contrariedade do presidente com alguns nomes que constavam na agenda de Bebianno, como o de um diretor da TV Globo. Bolsonaro repreende Bebianno por levar “inimigos” para dentro do Planalto. E ordena que ele cancele a agenda. Mourão garante que nunca recebeu reprimenda semelhante de Bolsonaro. O tom entre eles é outro. A amigos, Mourão já comentou: a diferença que há entre ele e qualquer outro ministro é que ele também foi eleito, não é demissível.

Mourão tem sido o reverso do presidente, que não admite nem dialogar com quem pensa diferente dele. Se o governo aproxima-se de Israel e cogita seguir os Estados Unidos na mudança da embaixada de Telaviv para Jerusalém, Mourão foi na direção oposta: falou com jornalistas da rede de TV Al Jazeera, porta-voz do mundo árabe. A entrevista fez parte de uma série de conversas com jornais estrangeiros, como o Wall Street Journal e El País. Para Mourão, há uma grande curiosidade sobre o novo governo no mundo, por ser o primeiro assumidamente de direita desde a redemocratização. Por isso, ele age também como uma espécie de embaixador. Em outro front, o vice-presidente também colocou-se ao lado do diálogo e em favor do contraditório. Foi quando chegou a criticar a decisão do ministro da Justiça, Sergio Moro, ao dispensar Ilona Szabó do Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária, depois da determinação de Bolsonaro nesse sentido. O presidente cedeu à pressão da militância nas redes que demonizaram Ilona, uma das mais respeitadas especialistas em segurança pública. “Perde o Brasil todas as vezes que você não pode sentar numa mesa com gente que diverge de você”, sapecou Mourão na quarta-feira 6.

A figura do vice-presidente afável, sensato e ponderado tem, porém, um certo toque de construção de imagem. Até a posse, estava longe de ser esse o perfil que se enxergava em Mourão. No passado, chegou a elogiar o coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, acusado de torturador nos tempos da ditadura. Ainda na ativa, deu uma declaração numa reunião na Loja Maçônica Grande Oriente, em Brasília, fazendo a defesa de eventual intervenção militar no país. “Quando nós olhamos com temor e com tristeza os fatos que estão nos cercando, a gente diz: ‘por que não vamos derrubar esse troço todo’?” Na época, cogitou-se afastar Mourão da ativa, o que não aconteceu por ele já se encontrar perto de entrar para a reserva. Depois de assumir o poder, Mourão mudou da água para o vinho.
Mas, para isso, foi preciso lapidar seu estilo original. O vice-presidente aceitou se submeter a longas sessões de media training ministradas pelo hoje Secretário de Imprensa da Presidência, tenente-coronel Alexandre Lara de Oliveira. “Aprendemos um pouco”, afirmou. Mais do que entender como atua a imprensa, o trabalho serviu para que Mourão segurasse seus impulsos pela polêmica. E também para que o vice exercitasse a capacidade de ouvir e conviver com o contraditório. Foi nascendo, assim, o general Mourão sensato e ponderado.

Entrevista
“O vice-presidente é uma garantia de estabilidade”
Ao receber ISTOÉ na quarta-feira 27, o vice-presidente Hamilton Mourão discorreu sobre o estresse emocional vivido por Jair Bolsonaro desde a facada, mas diz que, aos poucos, ele estará “mais senhor de si”.
Dizia-se que o senhor era polêmico, muitas vezes desastrado nas suas declarações. Mas agora está sendo visto como alguém ponderado…
É um trabalho grande. A gente vai apreendendo, evoluindo.

Qual o papel do vice, no seu entender?
O vice-presidente é um cara que constitucionalmente existe para substituir o presidente. E isso é uma garantia de estabilidade. Se não houvesse o vice, o substituto seria o presidente da Câmara. O que poderia ser arriscado, se ele for um adversário político.

Mas o senhor não fica somente esperando esses momentos de substituir o presidente, certo?
Me comporto como alguém capaz de assessorar o presidente. Montei uma equipe própria eficiente para me auxiliar nisso. E venho trabalhando aqui para receber pessoas diversas e debater com elas os assuntos do país.

Quem o senhor já recebeu, por exemplo?
O presidente da CUT (Central Única dos Trabalhadores, Vagner Freitas). Representantes de sindicatos como o dos Metalúrgicos. Conselheiros de Fundos de Pensão. Políticos de vários partidos. Discuto com eles. Recebo as demandas. Quando acho relevante, encaminho para o presidente. É um papel secundário. E alinhado com ele.

O presidente compreende essa função de mediador? Porque naqueles áudios vazados do ex-ministro Gustavo Bebianno ele parecia criticá-lo justamente por receber determinadas pessoas na agenda…
A facada fez com que o presidente ficasse estressado emocionalmente. É preciso avaliar isso. Foram sete meses nos quais ele não teve controle absoluto do seu estado físico. Uma tensão grande de alguém que correu, em alguns momentos, risco de morte. Creio que agora e aos poucos o presidente estará mais tranquilo, mais senhor de si. Como se diz no meio militar, agora o presidente está a cavaleiro da situação.

Houve, então, uma tensão desnecessária no episódio da demissão de Gustavo Bebianno?
O presidente estava hospitalizado. Numa situação de fragilidade. Então, não era o momento do Bebianno ficar enchendo o saco. Deveria ter esperado. Dar tempo ao tempo. Mas eu julgo que a relação entre os dois já vinha se desgastando. Lembre que não foi o presidente que o anunciou como ministro. Demorou para sair o anúncio. Havia algo ali. Não dá para se analisar sob uma ótica só.

Como o senhor avalia a interferência dos filhos do presidente?
A gente vê uma família unida, que enfrentou junta muitas coisas. Esse drama do atentado. São três rapazes bem sucedidos. Tanto que todos estão aí vivendo suas trajetórias políticas. Aos poucos, eles seguirão cada um as suas funções, como deputado, vereador, senador. O pai escuta filhos. Bolsonaro vai escutá-los. É normal. Com o tempo, tudo vai se encaixando.

A sua posição de saída democrática para a crise na Venezuela está sendo um consenso no governo?
O princípio da não intervenção foi um pressuposto básico desde sempre, conversado com o presidente Jair Bolsonaro. A posição acertada se baseava nos seguintes pontos: o governo de Nicolás Maduro é ilegítimo; o governo legítimo é o de Juan Guaidó; não poderíamos jamais apoiar trazer para nosso continente um conflito que não nos pertence.
https://istoe.com.br/ 10/03/19



sábado, 9 de março de 2019

BOLSONARO: REDES PARA ROMPER ISOLAMENTO


Segundo Cláudio Humberto no Diário do Poder                   Redes permitem a Bolsonaro romper isolamento
Muita gente estranha a dedicação extremada de Jair Bolsonaro às redes sociais, endossando as críticas duras a postagens do presidente durante o Carnaval. Mas poucos sabem que é através das redes sociais que Bolsonaro, em seu isolamento no palácio Alvorada, imposto pelo poder, mantém contato com o seu povo. Adora um bate papo, contar piadas, dar risadas, e nas redes sociais ele vive um pouco disso.

Quem faz, quem lê

“Zero Dois”, como Bolsonaro chama seu filho Carlos, administra suas contas nas redes sociais. Mas o presidente gosta de ler as mensagens.
Como qualquer pessoa, ele adora a força que recebe dos seguidores, e também se aborrece e às vezes não consegue ignorar os ataquesDescrição: Facebook
Fora de redes sociais, Bolsonaro gosta de conversar “sobre a vida lá fora” com auxiliares humildes do Alvorada, além de seguranças. https://diariodopoder.com.br/ 09/03/19

quinta-feira, 7 de março de 2019

BOLSONARO COMPARTILHA VÍDEO E VIOLA LITURGIA DO CARGO



Parece que o presidente ainda não saiu do palanque e continua agindo por impulso e está prejudicando seu governo às véspera da votação da reforma da Previdência.  

Seguidores virulentos
Um levantamento da Secom sobre o golden shower de Jair Bolsonaro revelou que 69% das mensagens a respeito do episódio eram negativas.
Os assessores presidenciais disseram ao Estadão que “as imagens provocaram uma reação ‘virulenta’ especialmente do ‘público interno’, como são classificados os seguidores do presidente nas redes sociais.”

O arrependimento de Bolsonaro

Um militar que despacha no Palácio do Planalto disse para o Valor que Jair Bolsonaro se arrependeu do golden shower:
“Ele sabe que não deveria ter feito e reconheceu que fez por impulso”. 

“O presidente é impulsivo e convive com o Carlos, que também é impulsivo”

A deputada estadual Janaina Paschoal, do PSL, disse à Rádio Eldorado que considera um erro Jair Bolsonaro ter compartilhado o vídeo obsceno no Twitter.
“O presidente é impulsivo e convive ali com o Carlos [Bolsonaro], que também é impulsivo. Foi um erro.” 

 https://www.oantagonista.com 07/03/19





quarta-feira, 6 de março de 2019

BRASIL, 2% DOS TRABALHADORES E 80% DAS AÇÕES TRABALHISTAS DO MUNDO




Se nada tivesse feito, só a aprovação da reforma trabalhista justificou a presidência de Michel Temer. É um avanço fundamental para o País, porque abre portas ao crescimento, anima investidores a oferecerem mais postos de trabalho. O primeiro impacto é a inserção de 14 milhões de pessoas na economia formal. É mais importante para o “Brasil real”, que gera empregos e paga impostos, do que a reforma da previdência.

A reforma prevê: o que for acordado entre sindicatos e empresas terá força de lei como jornada, participação nos lucros e banco de horas.
A modernização da legislação vai agilizar a criação de novos empregos sem mexer em direitos como salário mínimo, FGTS, férias e o 13º.         Em extinção

Cairá o número de ações na Justiça do Trabalho, mais de 3 milhões em 2016. O Brasil é a casa de 98% de todas ações trabalhistas do mundo.


Os deputados Jandira Feghali (PCdoB), Chico Alencar, Luiza Erundina e Ivan Valente, do PSOL, e Marco Maia (PT) se juntaram às senadoras do PT e invadiram o plenário do Senado para tentar impedir a reforma trabalhista. Não deu: a nova lei trabalhista foi aprovada por 50 a 26.                                          
 
Fonte: http://diariodopoder.com.br, 12/07/17
 


Hoje, a Justiça do Trabalho brasileira custa 0,28% do PIB, o dobro do custo de toda a Justiça dos Estados Unidos e da Inglaterra (0,14%).

As sentenças rendem aos queixosos um terço do custo da Justiça do Trabalho, cujo orçamento total chega a siderais R$ 21,2 bilhões/ano.


O Brasil gasta R$ 57 mil em cada processo que tramita na Justiça do Trabalho, que tem valor médio de R$ 15 mil – um quarto do seu custo.
Segundo o juiz Marlos Melck, do TRT do Paraná, um dos autores da reforma trabalhista, o Brasil, tem apenas 2% dos trabalhos formais do mundo e 80% das ações trabalhistas do planeta. São 11 mil novas ações trabalhista por dia e a reforma vem para que para que o direito trabalhista deixe de ser conflituoso. “Ninguém mais aguenta o volume de ações trabalhistas que são vistas hoje” diz o magistrado. A reforma deixou de ser um assunto do governo para ser assunto de Estado, e ela é discutida há mais de duas décadas. Essa legislação incentiva o conflito, ao não permitir que haja um consenso entre empregador e empregado. Com a reforma , os sindicatos poderão ter liberdade para negociar com as empresas, conclui.” 

Esses dias um empresário de uma multinacional que atua em mais de 100 países disse que tem no Brasil 98% de todas as ações trabalhistas...
E legislação trabalhista brasileira é de 1943, tem 74 anos e precisa ser atualizada, mas tem partidos contra a reforma pois perderá a mamata do Imposto Sindical. Fonte: jornal A TRIBUNA/ES, 16/06/17

O fim do imposto sindical é uma vitória extraordinária para sepultar os pelegos dos quase 17 mil sindicatos.
CLT ERA UMA FÁBRICA DE CONFLITOS JUDICIAIS. A CLT JÁ TINHA 74 ANOS (Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943).                  
O resultado de se manter uma legislação trabalhista arcaica e onerosa era o desestímulo ao emprego formal e o incentivo a um improdutivo contencioso jurídico.
O imposto sindical, um bolo tributário de quase R$ 2 bilhões formado por um dia de trabalho por ano de toda pessoa que tem carteira assinada, alimenta um território sem lei. Os 9.046 sindicatos que dividem esse dinheiro não são fiscalizados.