domingo, 23 de março de 2014

MULHER VERSUS HOMEM? O QUE QUEREM AS MULHERES?



O QUE QUEREM AS MULHERES? 

Mulheres e homens se completam: são antagônicos — distantes um do outro — mas aspiram à união e têm como objetivo comum a felicidade, como ensina o I Ching, o famoso oráculo chinês: São “almas que se completam”, já dizia Platão. A vertigem da vida moderna e sua cultura dominada pelo hedonismo que faz do prazer a única razão de viver, tem seu preço na forma de angústia existencial. Talvez isso explique o que vem sendo observado por estudiosos: um agravamento da insatisfação feminina, principalmente. 

No Segundo Testamento (NT) encontramos em São Paulo a formulação da igual dignidade dos sexos: “não há homem nem mulher, pois todos são um em Cristo Jesus” (Gl 3,28). Num outro lugar, diz claramente: “em Cristo não há mulher sem homem, nem homem sem mulher; como é verdade que a mulher procede do homem, é também verdade que o homem procede da mulher e tudo vem de Deus” (1Cor 11,12).

Arnaldo Jabor - O Estado de São Paulo (11 de março de 2014)
“No Dia Internacional da Mulher, várias amigas me pediram: "Escreve, escreve sobre a Mulher!...".
O psicanalista Lacan disse que "A Mulher" não existe, pois não há alguma coisa que as unifique. Acho que ele tinha razão. Eu nunca conheci a Mulher. Eu já amei e odiei "mulheres". Então, por que esse título genérico? Existe a mulher de burca, a 'strip-teaser', existe a freira, a bondosa, a malvada, existe Eva e Virgem Maria.
Sempre que chega esse Dia Internacional, nós machistas elogiamos o lado "abstrato" das fêmeas, sua delicadeza, sua capacidade de perdão (sic), sua coragem, em textos de hipocrisia paternalista, como se falássemos de pobres, de crianças. As mulheres foram e são oprimidas e estupradas na alma e no corpo.
No Oriente e África, vemos o auge da violência: castrações, estupros impunes, pais condenando filhas, tudo de horrível. Mas no resto do mundo sobrevivem muitas formas mais sutis de opressão e desprezo. 

Uma leitora, que se disse 'perua inteligente', me escreveu: "Antes, as mulheres eram escravas passivas, hoje somos ativas, mas continuamos escravas. Mesmo sendo frígidas, temos de prometer 'funcionamento'. Não é por acaso que eles nos chamam de 'aviões'. É só olhar as revistas masculinas. O que está acontecendo no Brasil é a libertação da mulher-objeto. A publicidade é toda em cima de sexo". 

É verdade, penso eu: muita mulher que se sente livre é enganada.
Na mídia, só vemos estímulos para as mulheres buscarem a bunda perfeita, bundas ambiciosas querendo subir na vida, bundas com vida própria, mais importantes que suas donas, próteses de silicone, sucesso sem trabalho, anúncio de cerveja com louras burras, mulheres divididas entre a "piranhagem" e a "peruíce", sorrisos luminosos de celebridades bregas, passos de ganso de manequins. A bunda é a esperança de milhões de Cinderelas. O corpo tem de dar lucro. As mulheres querem ser disputadas, consumidas. Ficam em acrobáticas posições ginecológicas para raspar os pelos pubianos nos salões de beleza e, depois, saem felizes com uns bigodinhos verticais que lembram o Hitler ou Sarney. A liberdade de mercado produziu o mercado da 'liberdade'.
A mulher não é um enigma. Nós é que somos, disfarçados de sólidos. Os homens são óbvios, fálicos. 

As mulheres não sabem o que querem; o homem acha que sabe. O masculino é certo; o feminino é insolúvel. A mulher deseja o impossível; desejar o impossível é sua grande beleza.
A mulher precisa do homem impalpável. As mulheres têm uma queda pelo canalha (cartas indignadas para a redação...). O canalha é mais amado que o bonzinho. Ela sofre com o canalha, mas o canalha lhe dá um sentido claro com sua viril antipatia. Claro que é um preconceito também essa mania de dizermos que as mulheres são "incompreensíveis" (mesmo Freud). Mas essa confusão na cabeça das mulheres não é maluquice ou psicose; nessa confusa cabeça há uma verdade indeterminada mais profunda do que as ilusões masculinas. Homem tem um "fim". Mulher abre-se num horizonte com muitos sentidos e está sempre equivocando o homem. Lembrando-me de quem amei, vejo que elas queriam ser "descobertas" para elas se conhecerem. Queriam ser decifradas pelos homens, por nossas mãos e bocas. Uma grande submissão a elas só as tornava mais desoladas, raivosas. Muitas vezes, cometi esse erro e dancei. 

Elas ventam, chovem, sangram, elas têm inverno, verão, "TPM's", raiam de manhã ou brilham à noite, elas derrubam homens como terremotos. Elas querem ser decifradas por nós, mas nunca acertamos no alvo, pois não há alvo, nem mosca. 

Daí o ódio que os primitivos cultivam contra elas, daí os boçais assassinos do Islã apedrejando-as até a morte, daí os mitos negros como Lilith ou Jezebel (até Eva) ou ladies da morte como Macbeth.
O único grande mistério talvez seja a divisão entre os sexos. Por mais que queiramos, nunca chegaremos lá. Lá, aonde? Lá, na diferença radical onde mora o "outro". Há alguns exploradores: os veados, sapatões, travestis, que mergulham nesse mar e voltam de mãos vazias, pois nunca saberemos quem é aquele ser com útero, seios, vagina, aquele ser maternal, bom, terrível quando contrariado no "ponto g" da alma. Por outro lado, elas nunca saberão o que é um pênis pendurado, um bigodão, a porrada num jogo do Flamengo, um p... visitado de porre, nunca saberão do desamparo do macho em sua frágil grossura. Elas jamais saberão como somos. O amor é a tentativa de pular esse abismo. Eu sou hoje o que as mulheres fizeram comigo ou o que eu aprendi com elas, no amor ou no sofrimento. Eu descobri defeitos e qualidades que me formaram, como acidentes que me foram desfigurando. O que aprendi com elas? Não tenho ideia, mas sei que me mudaram. Eram como quebra-cabeças: ao tentar armá-los, eu achava que sabia tudo, mas entrava em novos labirintos. Com elas, loucas, sóbrias, boas e más, descobri que não tenho forma nem lógica e que sempre me faltará uma peça na charada. 

Existe alguma coisa que as unifique em uma identidade geral? Não sei, mas parece que elas estão muito mais próximas que nós da realidade múltipla do mundo atual, aberto, sem futuro ou significado. Mas não é como vítimas que devemos lamentá-las ou louvá-las. Sua importância é afirmativa, pois elas estão muito mais próximas que nós da realidade deste mundo aberto, sem futuro ou significado. Elas não caminham em busca de um "sentido" único, de um poder brutal. O homem se crê acima do mistério, mas as mulheres estão dentro. São impalpáveis como a realidade que o homem "pensa" que controla.
O Dia Internacional devia estimular uma ação política das mulheres, não apenas para defender seus direitos, mas para condenar a civilização de machos boçais que destroem nosso destino.”, conclui Arnaldo Jabour 
Leia neste blog os textos: MULHER VERSUS HOMEM? e O QUE OS HOMENS ESPERAM DAS MULHERES

terça-feira, 18 de março de 2014

REBELDIA NO PMDB; DILMA PERDE SUSTENTAÇÃO



Fala, PMDB!

Arnaldo Jabor - O Estado de S.Paulo, 18/03/14

"Sem nós, a presidenta não faz nada! Não pensem vocês que estamos de brincadeira. Esses soviéticos não aprendem... Tentaram enrolar o PTB, logo com quem? - o 'cobra criada' Jefferson que os botou para correr. Sei que o plano da presidente (a) é combater nosso excesso de poder. Não adianta; em nosso 'blocão', além dos 'nanicos' nós temos os grandes mestres, os faixas pretas do País: Sarney, o eterno, a fênix Renan, e agora o implacável Eduardo Cunha, tantos... Estamos no Executivo sim, mas o comandante Temer não sacia nossa fome. E o Temer é o tipo de vice que 'não aporrinha', mas nós aporrinharemos, sim.
Esses comunas pensam que a gente é babaca. Temos séculos de aprendizado. O PMDB é uma das mais belas florações de nossa história. Temos interesses, claro. Queremos cargos e ministérios importantes porque sem nós não tem comuna que se dê bem. Não é assim que essa tigrada do PT fala: 'Os fins justificam os meios?'. Pois é, nós somos os meios.
No entanto, os fins são deformados pelos meios e de 'meios' acabaremos sendo 'fins'. Sentiram a profundidade do PMDB? Não há casamento sem interesse. É belo e progressista o interesse. O desprendimento, a honestidade alardeada são hipocrisia de teóricos. Já foi o tempo em que o PT nos dominava, debaixo de destemperos e esculachos da presidenta. Vocês acham que vamos sair em campanha para reeleger essa mulher antipática, brizolista? Vamos é defender a democracia com nossos métodos tradicionais, em que a vaselina e o 'toma lá dá cá' sempre levaram o País para a frente.
O Eduardo Cunha que era o 'coisa ruim' virou 'coisa linda', pois ele é um técnico, um expert tenaz em acochambramentos e perfídias brasilienses. Antes, nossas revoltas eram desorganizadas, sem rumo. Edu nos devolveu o orgulho e consolidou um projeto de militância.
E nossos fins são frutos de uma grande tradição brasileira que os maldosos chamam de 'corrupção', quando são hábitos incrustados em nossa vida como a cana, o forró, nossos bigodes que chamam de bregas, as ancas das amantes risonhas com ouro tilintando em pescoços e pulsos, diante da palidez infeliz de nossas esposas.
Vocês não entendem que isso é a cara do País? Vocês reclamam de nossa voracidade. E os milhares de glutões petistas - mais de 100 mil - que invadiram o batatal do poder para comer tudo?
O PMDB é um exército de amigos unidos - qual o mal? Admire a beleza superior deste patrimônio espiritual que nós possuímos, tanto em nosso partido como nas alas aliadas.
E tem mais: nós do PMDB temos um projeto sim para este país... Um projeto muito mais pragmático, mais progressista que esses dogmas de 1917 do Dirceu e outros - abstrações ridículas como 'igualdade', 'controle social', 'comitês centrais', 'palavras de ordem'.
Nosso projeto é mais Brasil. 'São coisas nossas, muito nossas...', como cantou o Noel. Nosso projeto é uma girândola de malandragens, de negociatas que deixam cair pelas brechas, pelas frestas, fecundas migalhas de progresso. É isso: tudo que houve de bom no País foi fruto de malandragens, do adultério entre o privado e o público.
Não, cara, não há corrupção no PMDB - trata-se apenas da continuação de um processo histórico. O dinheiro que arrecadamos em emendas do orçamento, em gorjetas justas de empresas e burocratas, esse dinheiro sempre foi a mola do crescimento do País. Haveria Brasília sem ela? Onde estaríamos nós? Na roça de um país agropastoril? Esta é a eterna verdade desde a Colônia, tão eterna quando a miséria que sempre haverá. Querem o quê? Que fiquemos magros também, que dividamos nossas conquistas com os que nada têm? Quando eu faço uma piscina azul em meio à seca, não é crueldade, porque é preciso que alguém tenha piscina na caatinga para que a dor dos miseráveis seja suportável. A vida do pobre ganha um sentido hierárquico: ele está embaixo, mas se consola porque alguém vive feliz em cima. Vamos olhar para a outra face da beleza: a alegria de ver a grande arte dos lucros fabulosos, as mandíbulas salivando a cada grande negócio fechado, o encanto dos shoppings de luxo, o eufórico alarido dos restaurantes, os roncos de jet skis à beira-mar, a euforia dos almoços de conchavos... Tudo isso doura o nosso progresso.
Portanto, não nos venham com papos de inclusão social. É tudo lero-lero para enrolar o povão. O PT não gosta do povo, não. O PT só gosta dele mesmo e de um poder imaginário no futuro que ninguém sabe qual é. Não fizeram uma mísera reforma estrutural, só houve shows de Lula na mídia e PACs irrelevantes. E nos chamam de 'reacionários'; eles é que são.
Bolivarianismo caboclo não admitimos. Jamais viraremos a Venezuela, como querem o Rui Falcão, que já está lá puxando o saco do Maduro, e o Marco Aurélio Garcia, o último dos bolcheviques, para quem 'tudo vai bem na Venezuela, apesar do exagero da 'mídia conservadora'. Nossa estratégia é mole, embuçada, insidiosa, mas muito eficaz.
A classe dominante deste país é uma grande família, unida por laços de amizade total, mesmo que definhe sob nossos pés a massa de escravos em seus escuros mundos.
Nós somos muito mais Brasil do que esse bando de comunas que chegaram aí, com um sarapatel de ideias feitas por um leninismo mal lido e um getulismo tardio. Querem nos colar a pecha de ladrões, mas, por exemplo, quem comprou uma refinaria para a Petrobrás no Texas por 1 bilhão e 200 milhões que não vale nem 100 milhões? Quem comprou? E o esquema da Holanda? Quem está jogando bilhões (quanta propina...) em estádios? Eles roubaram e roubam muito mais e a gente fica com a fama?
No entanto, sou otimista - acho sim que a aliança PT-PMDB poderá ser doce e linda. Mas, do nosso jeito, pois na infraestrutura de nosso passado de donatários ninguém toca.
O PMDB é a salvação da democracia; suja, mas muito nossa."

domingo, 16 de março de 2014

DILMA NO OLHO DO FURACÃO





O QUADRO É DE SUBLEVAÇÃO GERAL 
DILMA NO OLHO DO FURACÃO
Por Ruy Fabiano (*) 

      O maior adversário do governo Dilma não é a oposição – inerte, sem discurso ou proposta -, mas a própria base aliada, à esquerda, em que despontam, sobretudo, partidos oriundos do PT, como PSOL e PSTU, sem esquecer o próprio, a nave mãe.
      As franjas radicais do partido – MST, ONGs indígenas, Black Blocs, CUT e que tais – agem, por meio de seus ativistas, de dentro do próprio governo, com destaque para a figura cada vez mais óbvia do ministro-chefe da Secretaria Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, o braço direito de Lula.
      O objetivo é acelerar o movimento revolucionário, o que implica o desgaste da presidente e de seu governo, de modo que sua candidatura perca competitividade e justifique o retorno de Lula. Dilma seria uma espécie de Kerensky, primeiro-ministro russo, que governou após a queda da monarquia e não conseguiu evitar a Revolução de outubro de 1917.
      Kerensky, como Dilma, era acusado pelos revolucionários, dos quais se julgava companheiro, de manter alianças espúrias à direita e acabou deposto por eles próprios. Teve que se exilar na Europa e, posteriormente, nos EUA.
      O que Lênin e Trotsky disseram a respeito de Kerensky é o mesmo que há dias Pedro Stédile disse de Dilma:
      "A Dilma pessoalmente é uma coisa, mas outra coisa é o governo Dilma. É um governo de composição e lá dentro tem os banqueiros, os empresários, a classe média; tem até a Kátia Abreu no governo Dilma."
      E deu o mapa da mina, mostrando de onde vem a sabotagem:
      "Mas tem também companheiros de esquerda e companheiros que defendem a reforma agrária, que temos que valorizar; não podemos botar tudo no mesmo balaio. Mas é um governo de composição de forças antagônicas – e num governo assim é difícil avançar."
      A palavra-chave é esta: "avançar", que Gilberto Carvalho, no final de 2012, traduziu por "o bicho vai pegar". Pegou – e continua pegando. Stédile faz sua parte.
      Incentiva a retomada da invasão de terras e avisa aos
      companheiros: "Não pense que a burguesia vai se assustar com nosso congresso (aquele, em Brasília, que feriu 30 PMs, oito em estado grave); ninguém bota na imprensa. A burguesia vai se assustar com nós (sic) quando voltarmos a fazer ocupação com mil
      famílias, com 2 mil famílias. A burguesia vai se assustar quando nós ocuparmos a Monsanto, quando ocuparmos usinas. Aí, vão nos    respeitar."

O quadro que se delineia é o de sublevação geral. Nas ruas dos centros urbanos – em especial, no eixo Rio-São Paulo e agora já se fala em Brasília -, a ação predadora dos black blocs.
Na área rural, MST e milícias indígenas (fenômeno inédito desde Pedro Alvares Cabral) matam pequenos agricultores, considerados "intrusos" pelas demarcações truculentas da Funai.
O mais grave, no curto prazo, é o propósito de inviabilizar a Copa do Mundo – ou, ao menos, de criar um ambiente hostil à sua realização. Quem paga o pato da       impopularidade pelo desgaste que tudo isso ocasiona é o governo Dilma – e, portanto, sua candidatura à reeleição. São esses grupos "aliados" que comandam, desde dentro do governo, esse processo.
Esta semana, Gilberto Carvalho, com a maior cara de pau, tentou ressuscitar o 2º Plano Nacional de Direitos Humanos (PNDH), rejeitado em 2009 pela opinião
pública, por sua índole totalitária, provocando o compromisso da candidata Dilma de jamais acolhê-lo.
O 2º PNDH, entre outras aberrações, previa censura à imprensa e, em casos de invasão de terras, impunha a mediação com o invasor, arbitrada por uma comissão da     sociedade civil, antes de a vítima ter o direito postular a reintegração de posse.
Pois Carvalho, na quinta-feira, veio à cena expor as conclusões de um estudo da Secretaria da Reforma do Judiciário do Ministério da Justiça, segundo o qual "a
cultura da judicialização de conflitos fundiários não é eficaz e deve ser superada".
O invasor, segundo esse estudo, adquire direitos de coproprietário, passando a "negociar" a posse da terra em condições de igualdade com a vítima, antes que esta
tenha o direito de recorrer ao Judiciário, que também aí é
enxovalhado.
E não só: acusa o Judiciário – vejam só! – de estar "tomado por uma postura legalista", como se outra pudesse ter, já que lhe cumpre exatamente zelar pela ordem       jurídica e pela aplicação da Justiça. O contrário disso é a conivência com o crime.
Carvalho lamenta que o próprio governo de que faz parte "se posicione claramente contra  tudo que é insurgência e reivindicação de direitos". Que outra posição pode ter um governo, fruto da democracia e da Constituição?
Os conflitos fundiários no Brasil têm sido artificialmente alimentados por grupos ativistas radicais, estimulados por declarações levianas como estas. Quem paga o desgaste (na verdade, já está pagando)?
      Acertou quem disse Dilma Rousseff.
O que resultará objetivamente se a presidente perder competitividade eleitoral? Acertou outra vez quem disse: a volta de Lula. A oposição, até aqui espectadora silente, certamente investirá contra Dilma; é, afinal, seu papel. E se
somará ao discurso de alucinados como Stédile, que, em tempos normais, fala sozinho, mas em tempos conturbados encontra audiência – e seguidores.”
     (*) Ruy Fabiano é jornalista.

domingo, 9 de março de 2014

PIZZOLATO E ROSE: ARQUIVOS – VIVOS



O País quer Saber...
PIZZOLATO E ROSE: ARQUIVOS – VIVOS

Brasil entregou à Itália o pedido de extradição de Henrique Pizzolato.
“O PT tem projeto hegemônico, de dominação completa do poder político. Por isso, sempre terá candidato a tudo, tenderá a ocupar todos os espaços. Isso já ficou claro. O PT não faz um projeto de parceria. É nesse contexto que surge o Blocão. O governo e o PT tratam os outros partidos da mesma maneira. Os deputados se revoltam contra isso.
Repararam? Não são mais quadrilheiros. São só corruptos.
Isso não bastou. A última moda em leitura é o inquérito 2474 “repleto de laudos oficiais sobre o Visanet”. Parece a Maravilha Curativa dos velhos tempos. Cura tudo, inclusive a suposta mosca engolida pelos mais famosos advogados do Brasil. Custo a crer nisso, parece que confio mais na competência desses advogados que os petistas.
Mas os insistentes estão com sorte. Vem aí, ou pelo menos o Governo Federal espera que venha, o homem que sabe tudo sobre o Visanet, cujos tablets e pen-drives têm a planta do tesouro. O caso Visanet será enfim dissecado e tudo será esclarecido. Tudo.
Pizzolato, por favor! Nunca ninguém foi tão ansiosamente aguardado! Volta, Pizzolato!” Maria Helena Rubinato Rodrigues de Sousa escreve semanalmente para o Blog do Noblat desde agosto de 2005.

Condenado pela Justiça brasileira a 13 anos de prisão por três crimes no processo do mensalão, ex-diretor do Banco do Brasil está preso em Módena desde 5 de fevereiro

Jamil Chade - Correspondente em Genebra
Genebra – “O Brasil entregou na tarde desta segunda-feira, 03/03/14, o pedido de extradição do ex-diretor de marketing do Banco do Brasil, Henrique Pizzolato, ao governo da Itália. Ele foi condenado a 12 anos e 7 meses de detenção por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e peculato (desvio de recursos públicos) no processo do mensalão.
Pizzolato está preso desde 5 de fevereiro na Itália, onde estava foragido desde sua condenação. A solicitação oficial da diplomacia brasileira ao Ministério das Relações Exteriores da Itália, para que o ex-diretor do Banco do Brasil seja devolvido ao Brasil foi feita após semanas de preparação de documentos e da tradução do processo. Não há prazo para a decisão da Itália.
Pizzolato, que tem dupla cidadania, brasileira e italiana, está preso em Módena e, apesar de duas tentativas de seus advogados para que ele aguarde o processo de extradição em liberdade, a Justiça italiana rejeitou o pedido. 
A entrega dos documentos foi feita nesta segunda pela Embaixada do Brasil em Roma. O processo, contudo, será longo. A chancelaria italiana terá agora de repassar a documentação para o Ministério da Justiça da Itália que, por sua vez, acionará os tribunais.” 03 de março de 2014

JÚLIA RODRIGUES
“O PT mal teve tempo de festejar a decisão do STF que, ao absolver José Dirceu, José Genoino e Delúbio Soares do crime de formação de quadrilha, estabeleceu que os criminosos hospedados na Papuda são apenas corruptos: informações confinadas no reduzido espaço que não foi confiscado pelo noticiário do Carnaval avisaram que a ressurreição do caso protagonizado em parceria por Lula e Rosemary Noronha poderá prolongar a insônia dos companheiros por mais alguns meses.
Abafada pela cantoria dos blocos e pelas baterias das escolas de samba, a segunda etapa do cortejo de maracutaias e vigarices aberto em novembro de 2012 pela Operação Porto Seguro, coordenada pela Polícia Federal, começou neste  28 de fevereiro, depois que o juiz Fernando Américo de Figueiredo Porto, da 5ª Vara Federal Criminal em São Paulo, aceitou a denúncia do Ministério Público Federal contra 18 participantes da quadrilha especializada em tráfico de influência e no comércio de pareceres emitidos por agências reguladoras. Entre os destaques do escândalo figura a amiga íntima que Lula instalou em 2004 na chefia do escritório da Presidência da República em São Paulo.
Para tornar menos lenta a tramitação do processo, o juiz Figueiredo Porto encampou uma recomendação da Procuradoria e desmembrou o grupo em cinco núcleos distintos. Rosemary aparece no quinto, que abrange os denunciados por formação de quadrilha e troca de favores ilícitos. Ela se valeu da profunda intimidade com o ex-presidente Lula, de quem se dizia namorada, para espalhar comparsas pelas diretorias de agências reguladoras. Foi graças à protegida do então presidente que Paulo Vieira, apontado como chefe do bando, virou diretor da Agência Nacional de Águas (ANA) e um de seus irmãos, Rubens Vieira, ganhou um cargo de chefia na Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).
Rosemary terá de encontrar álibis convincentes para escapar do enquadramento nos crimes de corrupção passiva, tráfico de influência e formação de quadrilha. O ex-senador Gilberto Miranda (PMDB-AM) e o ex-número dois da Advocacia-Geral da União, José Weber Holanda, também foram acusados de corrupção. Paulo Vieira aparece em todos os núcleos e responderá pelos crimes de corrupção ativa, formação de quadrilha e tráfico de influência.
Conforme revelou a reportagem publicada em 4 de dezembro de 2013, Rosemary Noronha foi muito mais que secretária da Presidência em São Paulo. Tinha tanto prestígio que ganhou uma vaga cativa nos voos internacionais do AeroLula. Só permanecia no Brasil se Marisa Letícia estivesse a bordo. Um ano depois do clímax da Operação Porto Seguro, ela segue reclusa em casa, mas mantém um padrão de vida invejável para quem está, oficialmente, desempregada. Além da mesada de bom tamanho, ela recebe atenções e cuidados permanentes do Instituto Lula, que também banca os honorários do exército de advogados que a defende.
Lula continua agindo como se não tivesse nada dizer. Se a Justiça cumprir seu dever, e se interessar de fato em apurar o que houve no escritório da Presidência em São Paulo, a mudez malandra enfim será encerrada.”                                                                                            Fonte: http://veja.abril.com.br/blog/augusto-nunes/ (07/03/14)