O Caso Araceli
refere-se à morte da menina brasileira e de mãe boliviana, Araceli Cabrera
Sánchez Crespo, de oito anos de idade, assassinada em 18 de maio de 1973.
Seu corpo foi
encontrado seis dias depois, desfigurado por ácido e com marcas de violência e
abuso sexual. Caso completa 50 anos e mistério sobre a morte continua.
O dia do desaparecimento de
Araceli Cabrera Crespo completa 50 anos nesta quinta-feira (18/05/23). Araceli
Cabrera Crespo tinha 8 anos quando foi raptada, drogada, estuprada, morta e
carbonizada, no Espírito Santo, em 1973. Desde então, o caso se tornou um
símbolo de luta contra a violência infantil e a impunidade. Seu nome é lembrado
em campanhas de conscientização e mobilizações que buscam garantir a proteção
dos direitos das crianças e o combate a qualquer forma de abuso.
O crime que chocou o Brasil
pela crueldade e também pela falta de punição aos culpados se tornou tema do
livro “O caso Araceli: mistérios, abusos e impunidade”. A obra é assinada pelos
jornalistas Felipe Quintino e Katilaine Chagas. Os escritores estudaram o caso
durante dois anos e analisaram vários documentos. Eles relatam fatos inéditos,
as estratégias das defesas, entrevista com parentes da vítima, além de muitas
outras informações sobre o crime que estão no processo judicial – com 33
volumes e mais de 12 mil páginas – no qual eles tiveram acesso.
No dia 18 de maio de 1973,
uma sexta-feira, Araceli saiu de casa, no bairro de Fátima, na Serra, e seguiu
para a Escola São Pedro, na Praia do Suá, em Vitória. Por conta do horário do
ônibus que a levaria de volta para casa, a mãe, Lola Cabrera Crespo, pediu para
que Araceli saísse da escola mais cedo. Ao sair da escola, ela foi vista por um
adolescente em um bar entre o cruzamento das avenidas Ferreira Coelho e César
Hilal, em Vitória, que fica a poucos minutos da escola onde a menina estudava.
Dias após o desaparecimento,
em 24 de maio, o corpo de uma criança foi encontrado desfigurado e em avançado
estado de decomposição em uma mata atrás do Hospital Infantil, em Vitória. “Não
se sabe até hoje, onde ela foi morta ou como aconteceu esta morte. Tem a causa
da morte, que foi asfixia e uso de substância que induz sonolência. No entanto,
não se tem muito certa a dinâmica do crime. Isso é um mistério até hoje. Quando
o corpo foi encontrado, ela já estava sem roupa, não havia material escolar,
nenhum pertence dela, por isso a polícia infere que a morte aconteceu em outro
lugar”, relata Katilaine.
Diante dos fatos apresentados
pela denúncia do promotor Wolmar Bermudes, a Justiça chegou a três principais
suspeitos: Dante de Barros Michelini (o Dantinho), Dante de Brito Michelini
(pai de Dantinho) e Paulo Constanteen Helal.
Em 1980, o juiz responsável
pelo caso, Hilton Silly, definiu a sentença: Paulo Helal e Dantinho deveriam
cumprir 18 anos de reclusão e o pagamento de uma multa de 18 mil cruzeiros.
Dante Michelini foi condenado a 5 anos de reclusão.
Os acusados recorreram da
decisão e o caso voltou a ser investigado. O Tribunal de Justiça do Espírito
Santo anulou a sentença, e o processo passou para o juiz Paulo Copolilo, que
gastou cinco anos para estudar o processo. Por fim, ele escreveu uma sentença
de mais de 700 páginas que absolvia os acusados por falta de provas.
Caso Araceli: exposição
traz obras em forma de homenagens e protesto.
Mostra será
realizada na Assembleia Legislativa do Espírito Santo nesta quinta-feira (18) e
terá obras de diversos artistas capixabas, nacionais e internacionais. Para honrar a memória da vítima, a renomada
artista capixaba Vania Cáus convocou 16 artistas latino-americanos para
homenageá-la por meio da exposição.
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