Theodiano Bastos
Fui testemunha ocular e acompanhei de bem perto o modo de agir de uma
psicopata.
Com dupla personalidade, cara de anjo
e alma de demônio, essa filha era um pequeno demônio, um súcubo (demônio com
aparência feminina) que manipulava e intimidava, um pequeno demônio, tendo como
seus
próprios pais e sua honrada família. Manipulava e intimidava e era hábil na
falsificação, escrevia bilhetes, inventava coisas, jogava uns contra os outros
e por pouco não conseguiu provocar uma tragédia com mortes para assim se
apoderar dos bens, pois chefiava uma quadrilha para roubar sua própria família.
A
ovelha negra de uma família honrada.
Este texto está no blog O PERISCÓPIO:
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Conhecia essa criatura havia mais de 30 anos e
jamais imaginaria que fizesse o que fez. Tudo começou quando o pai, muito
doente, deu procuração para ela cuidar da fazenda e movimentar as contas
bancárias e os bens... E aí, quando viu e dinheiro e bens o monstro acordou.
Vejam o que disse William
Shakespeare (1564/ 1616) SOBRE O DINHEIRO:
“Ó tu, amado regicida, caro
divorciador da mutua afeição do filho e do pai;
brilhante
corruptor dos mais puros leitos do himeneu!
Valente
Marte! Sempre viçoso, amado galanteador, cujo brilho faz derreter a virginal
neve do colo de Diana...
Ó tu, pedra
de toque dos corações; tratas os homens, teus escravos, como rebeldes, e, pela
tua virtude, arremessa-os a todos em discórdias devoradores, a fim de que as
feras possam ter o mundo por império”.
A SAGA DE UMA FAMÍLIA
Com a conhecida astúcia feminina aguçada, os Súcubos potencializam a capacidade de fazer o mal.
Tão
logo o pai colocou essa filha na conta conjunta, ele limpou tudo que havia de
poupança em três bancos, inclusive no Banco do Brasil, sumiu com mais da metade
do gado que havia na fazenda, inclusive com 200 cabeças que estava na engorda
numa fazenda vizinha. 20 dias depois do pai morto, ela o colocou na Lista Negra
do Banco Central por contumácia. Ao ser questionada, respondeu. “Ora ele já
está morto” Foi substituída pelo juiz como inventariante. Num domingo chegou na
casa da irmã colocada como inventariante na hora do almoço, com o amante e
mãe, sempre com a cabeça baixa, trazendo
um frango assado e um documento para a irmã assinar e ela se recusou.
Alguns
dias depois o delegado da Receita Estadual dava notícias de um documento
protocolado com assinaturas falsificadas. A inventariante, minha esposa e eu
comprovamos a fraude. Era o arrendamento de parte da fazenda que desapareceu
pois mudaram a cerca e foi incorporada à fazenda do pai do amante e não fez
parte da partilha dos bens.
Novamente
o Juiz afastou essa nova inventariante por não ter tomado as providências sobre
esse fato e nomeou outra irmã mais velha que concluiu o inventário e com a
ajuda de um contador descobriu-se um rombo superior a R$ 800 mil. Descobriu-se
que um cheque especial do Banco do Brasil, nominal e cruzado para pagar os
impostos da esposa foi parar na conta do contador e esse imposto estava
debitado no inventário...
Tendo conhecimento desses fatos e
decepcionado pela família não punir e acobertar, Dr. Arutana Cobério Terena, Juiz da comarca ouvir todos. Essa palavra TODOS
estava no processo bem grande e rabiscado com raiva. “Quero conhecer o caráter
dessa família” e assim os seis filhos e filhas, maridos e esposas foram
ouvidos. Até a Polinter, a Polícia Interestadual, foi acionada para ouvir os que
moravam em Brasília e Vitória/ES para prestarem depoimentos. Para ouvirem a
mãe, já com mais de 80 anos, o escrivão da Polícia levou a máquina de escrever
para ouvi-la. Foi um escândalo nunca visto na bela cidade às margens do Rio
Mucuri. Como o juiz saiu da comarca tudo ficou por isso mesmo.
Também o padre da igreja que a família
frequentava ficou decepcionado ao saber que estavam corrompendo autoridades para
que essa pessoa não fosse punida. Escrivão da Polícia e até advogada passaram a
ganhar muito dinheiro. Com
sua habilidade em imitar letras e assinaturas, por pouco não provoca uma
tragédia dentro da família, jogando uns contra os outros, principalmente os
dois cunhados.
Uma
outra família de fazendeiros, na época, também com processo de partilha de bens
e na audiência de homologação, quando o advogado citou que conseguiu terminar a
partilha em paz, apesar de ter 12 herdeiros, enquanto uma conhecida família da
cidade, cheia de doutores provocou o maior escândalo que Nanuque já viu, o Dr.
disse á vista de todos: “É que nesta família
não tem bandida”...
Alguns
dias antes de morrer a mãe procurou em genro e disse que não aguentava mais a
pressão da filha que morava com ela, que já havia doado a casa onde moravam e
ele queria mais, que doasse mais bens e que ela iria doar tudo para a Igreja,
mas o genro disse: “Não faça isso, pois tem netos e filha que precisam.” Alguns
dias antes de morrer de forma suspeita, foi levada para uma casa de praia,
voltou, e no dia seguinte foi levada de volta e de lá foi trazida morta... A
suspeita que é que a filha, acompanhada pelo amante, a pressionou na casa de
raia isolada para que assinasse o documento de doação e não aguentou a pressão
e morreu...
Um
dos membros da família, com quase 84 anos de vida intensa, desabafou: “É a
criatura com a mente mais perversa, perigosa e diabólica que conheci na vida. É
mesmo um pequeno demônio, um súcubo, Satanás em forma de mulher”
Psicopata: mente cruel em cara de anjo.
Diz A sabedoria popular que quem vê cara não vê
coração e que pau que nasce torto morre torto e até a cinza fica torta e a
psiquiatria forense comprova isso. As aparências enganam. O que as pessoas aparentam não representa aquilo que
elas realmente são: pode-se ter a aparência de bondoso e ser, na verdade, muito
mau. Usa-se esta expressão para recomendar cautela contra pessoas maldosas, mas
com boas aparências.
Não existe uma maneira de perceber que uma pessoa
é um psicopata. Isso é bem complicado.
Mas é sempre bom desconfiar de pessoas que se apresentam de forma sedutora, com
ideias mirabolantes, sempre muito agradáveis.
“Charmosos e simpáticos; mentirosos e
manipuladores. Os psicopatas não se importam de passar por cima de tudo e de
todos para alcançar seus objetivos. Egocêntricos e narcisistas, eles não sentem
remorso, muito menos culpa. Se algo ou alguém ameaça seus planos, tornam-se
agressivos. São mestres em inverter o jogo, colocando-se no papel de vítimas. E
estão sempre conscientes de todos os seus atos, pois, diferentemente do que
ocorre em outras doenças mentais, os psicopatas não entram em delírio”.
A psicopatia atinge cerca de 4% da população (3% de
homens e 1% de mulheres), segundo a classificação americana de transtornos
mentais. Sendo assim, um em cada 25 brasileiros enquadra-se nesse perfil. Mas
isso não significa, é claro, que todos são assassinos em potencial, Diz estudos
coordenados por diversos pesquisadores, entre eles o psicólogo americano
Randall T. Salekin, da Universidade do Alabama, indicam que, de fato, é comum
que os psicopatas recorram à violência física e sexual. No entanto, a maioria
dos psicopatas não é violenta. Alguns pesquisadores acreditam até que muitos
sejam bem-sucedidos profissionalmente e ocupem posições de destaque na
política, nos negócios ou nas artes.
E o psicólogo Leonardo Fd Araujo, especialista em
psicologia clínica, fala mais sobre a psicopatia e os psicopatas: “O
egocentrismo, a ausência de culpa e remorso, o excesso de razão e inexistência
de emoção são as principais características. Os psicopatas fingem e mentem muito bem, e forjam o afeto. Além disso, há os prejuízos sociais causados por esse tipo de transtorno
mental, tais como agressões, estupros e assassinatos.
É preciso
ressaltar que o psicopata sente prazer em cometer o mal, em conseguir
concretizar o que ele almeja. O falsário sente um extremo prazer ao conseguir
enganar alguém, assim como o estuprador sente o mesmo ao cometer um
estupro. Quando o mal está feito, ele não se culpa
e ainda procura cometer outros crimes contra outras vítimas”, alerta. Diz
ainda Araújo na entrevista ao portal Comunicação On-line: “O psicopata
apresenta vários perfis. A grosso modo, existe o psicopata leve, moderado e
grave. O psicopata leve é o conhecido “171”, aplica pequenos golpes e engana
pessoas de bem. O moderado já se envolve de maneira mais contundente com as
vítimas dos golpes, que quase sempre envolvem muitas pessoas e grandes somas em
dinheiro. Já o psicopata grave, esse sim é o mais conhecido pelo público leigo.
É o indivíduo que comete assassinatos a sangue frio, sejam em série ou não. Nos
noticiários, infelizmente, volta e meia aparecem casos de assassinos e
estupradores seriais, muitas vezes crimes com requintes de crueldade. O que os
diferencia é a forma de agir. Uns sentem prazer no estupro, em torturar, outros
em torturar e matar”.
“O psicopata já o é desde o nascimento. Mais cedo ou mais
tarde, o transtorno pode ser deflagrado, em maior ou menor grau. Estudos
demonstram que filhos de psicopatas têm cinco vezes mais chances de desenvolver
o mesmo transtorno. Sabemos que todo transtorno mental tem causas biológicas,
psíquicas e sociais. Uma criança filha de psicopata, que sofreu abuso e
violência, tem ainda mais chances de desenvolver o transtorno. Um jovem pode
desde cedo começar a demonstrar os primeiros sinais de que há algo errado. Por
volta dos 15 anos pode apresentar os primeiros sinais de transtorno de conduta
e se não tratado, pode evoluir para a psicopatia, conclui o psicólogo
Leonardo Fd Araujo.
Descrita pela primeira vez em 1941 pelo psiquiatra americano Hervey M.
Cleckley, do Medical College da Geórgia, a psicopatia consiste num conjunto de
comportamentos e traços de personalidade específicos.
Encantadoras à primeira vista, essas pessoas
geralmente causam boa impressão e são tidas como “normais” pelos que as
conhecem superficialmente. No entanto, costumam ser egocêntricas, desonestas e
indignas de confiança. Com freqüência adotam comportamentos irresponsáveis sem
razão aparente, exceto pelo fato de se divertirem com o sofrimento alheio. Os
psicopatas não sentem culpa. Nos relacionamentos amorosos são
insensíveis e detestam compromisso. Sempre têm desculpas para seus descuidos,
em geral culpando outras pessoas. Raramente aprendem com seus erros ou
conseguem frear impulsos.