quarta-feira, 30 de outubro de 2019

CASO MARIELLE, REVIRAVOLTA

Aras manda investigar depoimento de porteiro no caso Marielle

Augusto Aras rejeitou investigar o suposto envolvimento de Jair Bolsonaro no caso Marielle.
Em depoimento à Polícia Civil do Rio, o porteiro do condomínio onde mora o presidente disse que um dos suspeitos de matar a vereadora pediu para ir à casa dele, no dia do crime.                 O procurador-geral entendeu que não há fundamento nas menções ao presidente, entregues a ele pelo MP estadual do Rio de Janeiro.                                                                         Aras pediu ao Ministério Público Federal no Rio que investigue possíveis irregularidades no depoimento do porteiro do condomínio à Polícia Civil.                                                       Ontem, o Jornal Nacional revelou que Élcio Queiroz, que dirigia o carro de onde teriam partido tiros contra Marielle, foi ao condomínio para encontrar-se com Ronnie Lessa, o atirador. Em dois depoimentos, o porteiro afirmou que Élcio disse que iria à casa de Bolsonaro. O porteiro, então, teria ligado para a casa do então deputado e falado com “seu Jair”. Bolsonaro estava em Brasília, na Câmara. Hoje, Carlos Bolsonaro mostrou registros do condomínio mostrando que não houve ligação da portaria para a casa do presidente.               Ao pedir a Aras uma investigação sobre o depoimento, Sergio Moro apontou “eventual tentativa de envolvimento indevido do nome do presidente da República”.

 “Aparentemente, foi uma mera citação”, admite líder petista

O líder do PT no Senado, Humberto Costa, admitiu a O Antagonista acreditar que, por enquanto, só há “uma mera citação” a Jair Bolsonaro no caso Marielle Franco.
“A nossa preocupação é grande. Não estamos fazendo pré-julgamento ou juízo de valor. Aparentemente, foi uma mera citação ao nome do presidente, mas que precisa ser investigada.” 
 Assim como o líder da oposição, Randolfe Rodrigues (Rede), o petista defende que o porteiro do condomínio onde morava Bolsonaro à época do assassinato da vereadora tenha sua proteção garantida pelo Estado. “Ele precisa ser protegido, para que possa confirmar ou não o teor do seu depoimento.”                                       Costa, claro, não concorda com a federalização das investigações: “Não confiamos no comando de Sergio Moro”.
MP diz que porteiro mentiu ao citar Bolsonaro no caso Marielle
A promotora Simone Sibilio afirmou hoje que o porteiro do condomínio de Jair Bolsonaro mentiu, ao dizer, em depoimento, que um dos suspeitos de matar Marielle Franco pediu para ir à casa do presidente, no Rio, no dia do crime.
Em entrevista à imprensa no Ministério Público do Rio de Janeiro, que investiga o assassinato, Sibilio disse que teve acesso à planilha da portaria e às gravações do interfone.
Verificou que Élcio Queiroz, acusado de participar do homicídio, pediu para ir à casa 65, de Ronnie Lessa, e não a 58, de Jair Bolsonaro.
“Todas as pessoas que prestam falso testemunho podem ser processadas”, disse a promotora, ressalvando que o porteiro pode ter se equivocado.


TEMPESTADE PERFEITA À VISTA


Como se não bastasse o vídeo em que aparece um leão atacado por hienas citando o STF, o TSL, o próprio partido do presidente, a OAB a Globo e outros, em 39/10/19 vem a bomba:

JN: antes da morte de Marielle, suspeito foi ao condomínio de Bolsonaro, diz porteiro
Em 14 de março de 2018, dia da morte de Marielle Franco, um dos suspeitos de participar do assassinato esteve no condomínio de Jair Bolsonaro no Rio, segundo depoimento do porteiro que estava na guarita, revelou o Jornal Nacional.
Deputado federal à época, Bolsonaro estava em Brasília, segundo registros da Câmara.
O caderno de visitas da portaria do Vivendas da Barra registrou que Élcio Queiroz, que dirigia o carro de onde teriam partido os tiros que mataram Marielle, iria à casa de número 58, que pertence a Bolsonaro.
Em dois depoimentos, o porteiro disse que ligou para a casa 58 para perguntar se Élcio tinha autorização para entrar. Ele identificou a voz de quem atendeu como a de “seu Jair”.
O carro de Élcio, porém, se dirigiu para outra casa, a 66, de Ronnie Lessa, acusado de atirar em Marielle horas depois, naquele mesmo dia.
O porteiro contou que ligou novamente para a casa 58 e que o homem identificado por ele como “seu Jair” disse que sabia para onde ia Élcio Queiroz.
Os registros da Câmara mostram que Jair Bolsonaro registrou presença em votações no plenário às 14h e às 20h35 do dia 14 de março do ano passado — ele também postou vídeos do lado de fora e de dentro de seu gabinete.
Naquela noite, Élcio Queiroz deixou o condomínio no carro de Ronnie Lessa — ambos teriam depois usado outro carro para matar Marielle e Anderson Gomes.
Frederick Wassef, advogado de Bolsonaro, disse ao JN que o depoimento do porteiro é “uma mentira, uma fraude, uma farsa para atacar a imagem e a reputação do presidente da República”.
“É o caso de uma investigação por esse falso testemunho, em que qualquer pessoa tenha afirmado que essa pessoa foi procurar Jair Bolsonaro. Talvez esse indivíduo tenha ido na casa de outra pessoa e alguém, com o intuito de incriminar o presidente da República, conseguiu depoimento falso onde essa pessoa afirma que falou com Jair Bolsonaro. O presidente não conhece a pessoa de Élcio e essa pessoa não conhece o presidente”, disse.
Segundo o JN, representantes do MP questionaram Dias Toffoli no último dia 17 se poderiam continuar as investigações. O ministro ainda não respondeu.
Deputado federal à época, Bolsonaro estava em Brasília, segundo registros da Câmara.
Fontes: Jornal O Globo, Estadão, O Antagonista e o Jornal do Brasil
Revista VEJA:

JORNAL DO BRASIL:

Marielle: Nome de Bolsonaro é citado em investigação, e caso pode parar no STF             O "Jornal Nacional" divulgou, hoje, uma história complicada que envolve o nome do presidente da República no inquérito que investiga o assassinato da vereadora carioca Marielle Franco. Um dos milicianos envolvidos no caso, já preso, teria ido ao condomínio onde o presidente tem casa, no Rio, se apresentando ao porteiro como visitante da casa de Bolsonaro. O funcionário da portaria, em depoimento à polícia, disse que o próprio "seu Jair" autorizou a entrada do carro, pelo interfone.



Mas o jornal apurou que no mesmo dia o deputado Bolsonaro estava na Câmara, em Brasília, tendo inclusive registrado presença em uma comissão. 
O porteiro também disse que ao entrar no condomínio o carro do visitante se dirigiu à casa de outro miliciano envolvido no caso, o Ronie Lessa, também já preso, acusado de ter atirado na vereadora.
O advogado de Bolsonaro, Frederick Wassef, declarou à TV Globo que é "mentira", que estão querendo "atacar a imagem do presidente".
A polícia quer a gravação da conversa do porteiro com o "seu Jair", quando este teria autorizado a entrada do carro, mas perguntou ao STF como agir neste caso, já que o presidente tem foro privilegiado. O condomínio arquiva todas as conversas e é possível ouvi-las.    

Jornal O DIA, Rio de Janeiro: 
Witzel rebate Bolsonaro sobre vazar detalhes do caso Marielle: 'Manifestação intempestiva'
Presidente acusou o governador de querer 'destruir' a sua família para 'chegar à Presidência da República'
Por ESTADÃO CONTEÚDO
Rio - O governador Wilson Witzel (PSC) negou, na madrugada desta quarta-feira, que tenha interferido nas investigações sobre o assassinato da vereadora Marielle Franco (Psol) ou vazado detalhes do inquérito à imprensa. Em comunicado publicado no Twitter, em resposta ao presidente Jair Bolsonaro (PSL), Witzel afirmou que em seu governo, "as instituições funcionam plenamente e o respeito à lei rege todas as nossas ações". Witzel disse que a manifestação de Bolsonaro, em live, mais cedo, foi "intempestiva".

No vídeo, o presidente acusa o governador de querer "destruir" a sua família para "chegar à Presidência da República". "Por que essa sede pelo poder, senhor governador Witzel?", questionou Bolsonaro. Segundo o presidente, Witzel estaria por trás do vazamento do inquérito ao Jornal Nacional, da TV Globo.
"Defenderei equilíbrio e bom senso nas relações pessoais e institucionais", declarou o governador.

Leia abaixo o comunicado na íntegra:

"Lamento profundamente a manifestação intempestiva do presidente Jair Bolsonaro. Ressalto que jamais houve qualquer tipo de interferência política nas investigações conduzidas pelo Ministério Público e a cargo da Polícia Civil. Em meu governo as instituições funcionam plenamente e o respeito à lei rege todas as nossas ações. Não transitamos no terreno da ilegalidade, não compactuo com vazamentos à imprensa. Não farei como fizeram comigo, prejulgar e condenar sem provas. Hoje, fui atacado injustamente. Ainda assim, defenderei, como fiz durante os anos em que exerci a Magistratura, o equilíbrio e o bom senso nas relações pessoais e institucionais. Fui eleito sob a bandeira da ética, da moralidade e do combate à corrupção. E deste caminho jamais me afastarei".



domingo, 27 de outubro de 2019

DERRAME DE ÓLEO FOI ATO CRIMINOSO E DE PROFISSIONAIS

por Heitor Carvalho




O derrame de petróleo que atinge as costas brasileiras, outubro de 2019, não foi acidente. Foi obra profissional.

Em casos de acidente os tripulantes lançam pedido de ajuda às autoridades. Indicam a posição. Descrevem um resumo dos acontecimentos, extensão aparente dos danos. Antecipam prováveis consequências para que sejam tomadas providências emergenciais e de longo prazo. Mesmo quem está com atividades ilegais, como contrabando, apenas abandonam o barco e tentam fugir.

As poucas informações divulgadas confirmam a sabotagem. O local em que foi derramado, seiscentos quilômetros da costa, onde se bifurca a corrente marinha foi escolhido para causar maior impacto. O uso do petróleo venezuelano, tipo pesado, que viajaria submerso a cinco metros dificultando identificação por satélite foi planejado. Empregou -se um navio de porte para transportar tantas toneladas. Evidentemente, um petroleiro foi carregado em porto determinado, seguiu rota prevista e autorizada. Não é possível ocultá – lo , por exemplo, ao Google Maps. Os recursos financeiros e operacionais foram vultosos.

Porque o Governo Brasileiro “não passou recibo” indicando quem fez a sabotagem e qual o propósito dela? Obviamente, por razões táticas e estratégicas políticas. Um efeito óbvio foi criar um a necessidade de empregar forças militares em manobra diversionista. Anteriormente foram usadas as queimadas no Amazonas com o mesmo efeito. Foram denunciados os desmatamentos e queimadas em solo brasileiro mas não o das Guianas e nem de outros países que também possuem partes da floresta nos respectivos territórios.

Aguardar os próximos movimentos no xadrez da geopolitica e/ou agentes internos ao país.

Heitor Carvalho, é professor doutor do IFES DE BH


e-mail heicarvapl@hotmail.com
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sábado, 26 de outubro de 2019

AO BLINDAR FLÁVIO BOLSONARO, Toffoli “criou uma insegurança jurídica tremenda”


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Toffoli “criou uma insegurança jurídica tremenda”
A canetada de Dias Toffoli para blindar Flávio Bolsonaro já paralisou 700 processos.
Como diz a Folha de S. Paulo, porém, “a quantidade de casos parados aumenta diariamente”.
A subprocuradora-geral da República Luiza Frischeisen comentou:
“O impacto é muito grande e variado. Atinge crimes de todos os tipos. Se você quer fazer uma investigação mais sofisticada de lavagem — e qualquer crime pode ser antecedente de lavagem —, precisa dos relatórios do Coaf e da Receita (…).                                                 A decisão criou uma insegurança jurídica tremenda”. https://www.oantagonista.com/ 26/10/19


sexta-feira, 25 de outubro de 2019

BOLSONARO: CONVOCAR ASSEMBLÉIA NACIONAL CONSTITUINTE EXCLUSIVA


Ao
Presidente JAIR MESSIAS BOLSONARO
Exorto o Capitão a marcar sua participação na História do Brasil, convocando uma

ASSEMBLEIA GERAL CONSTITUINTE
               EXCLUSIVA

                      “É ingenuidade pedir a quem tem poder para mudar o poder”, Giordano Bruno.
        
                         A Nova Carta Magna seria submetida a um referendo e a Assembleia Constituinte seria dissolvida e seus membros proibidos de concorrer  a cargos eletivos nas eleições seguintes, único jeito de se implantar o Parlamentarismo e aprovação das reformas imprescindíveis, como as políticas, fiscal, tributária, trabalhista e sindical, o que propiciará a execução de projeto ambicioso de “engenharia social” no Brasil, preservando-se do Estado Democrático de Direito. É um desafio neste mundo conturbado e preso à síndrome do medo, mas necessárias e desejadas a fim de se conseguir as mudanças profundas que dêem outro rumo ao Brasil, no interesse das maiorias sempre marginalizadas e excluídas.
Este texto está no blog: theodianobastos.blogspot.com
                        A “Constituição Cidadã” de 1988, Desde a promulgação, em 1988 a Carta Magna teve 105 emendas. Ela foi elaborada para vigorar num regime parlamentarista e mesmo assim seu texto foi aproveitado para o presidencialismo. Pouco se fala em seu texto de deveres, mas está recheada de direitos. O então presidente José Sarney comentou: “está constituição deixará o Brasil ingovernável” E constituição de 1988 virou uma colcha de retalhos com dezenas PEC – Projetos de Emenda Constitucional aprovada para que o Brasil se tornasse governável. Os mesmos parlamentares que a redigiram candidataram-se no pleito seguinte de 1989 e 60% deles não se reelegeram e o Senhor Constituinte, Dep. Ulysses Guimarães, ficou em sétimo lugar como candidato a presidente da república.

                     O Brasil já teve oito textos constitucionais, incluindo-se os de 1967 e 1969 do Regime Militar, mas  nunca teve uma genuína Assembleia Nacional Constituinte, diz Mauro Santayna em seu artigo no Jornal do Brasil de 26/06/09. A primeira, de 1823, que o imperador dissolveria, fora escolhida entre as reduzidas elites rurais e os comerciantes das cidades portuárias. A Constituição de 1824, outorgada pelo imperador, ainda que se identificasse como liberal, determinava que só podiam ser cidadãos e eleitores os que tivessem determinados níveis de renda por ano. Os pobres, que viviam do trabalho manual, não se faziam representar, e continuaram não se fazendo representar depois da Proclamação da República, que acabou com o voto censitário, mas manteve fora da cidadania as mulheres e os analfabetos. O Congresso Constituinte, convocado por Deodoro, não mudou a natureza social da classe dirigente. Os republicanos eram republicanos, mas nem tanto: a maioria dos escolhidos provinha das mesmas oligarquias que sustentavam o Império. Além disso, as eleições posteriores, a bico de pena, só ratificavam o poder dos senhores do campo, que dominavam o sistema, associados aos comerciantes e industriais. Como sustentáculos dessa ordem de domínio agiam, de um lado, os militares e, do outro, os advogados. Associadas, a espada e a lei mantiveram o regime.

                         Os parlamentares eram quase todos bacharéis, e, em número bem menor, médicos e engenheiros A Revolução de 30 foi necessária, mas a situação internacional não permitiu que a plataforma democrática da Aliança Liberal se cumprisse na Carta de 1934, pervertida pelo corporativismo de inspiração italiana. Da Constituição totalitária redigida por Francisco Campos, em 1937, não há o que comentar. A Assembleia Constituinte de 1945 se reuniu sob a remanescente influência do Estado Novo, e manteve a hegemonia do poder central. Depois da Constituição de 1946, perdemos a oportunidade de convocar assembleia originária e exclusiva, a fim de elaborar a Carta de 1988. Antes tivemos as constituições impostas pelo Regime Militar. “Recorrer à soberania do povo, com uma Assembleia Constituinte exclusiva, que se dissolva depois de cumprida a tarefa, é a nossa única esperança a fim de retornar ao início da vida republicana, e fundar, finalmente, a República necessária. O nosso futuro continua no passado”, conclui Mauro Santayana.
                    TEMA POLÊMICO                                                                                                                   Constituinte e ruptura
Ruy Fabiano é jornalista
A constituinte revisora, proposta pelo PSD – e já defendida anteriormente por partidos do governo e da oposição -, enfrenta dois tipos distintos de contestação: política e jurídica.
A política é volátil e casuística: o temor de não dominá-la, de ter o adversário como maioria. Daí o PT tê-la combatido e, posteriormente, proposto. Idem a oposição.
A jurídica tem como epicentro o princípio de que constituinte só se justifica se houver ruptura da ordem constitucional (golpe de Estado ou revolução). É a que importa avaliar aqui, já que a contestação política não tem cabimento ético.
Entre as formas de ruptura clássica, o Brasil pós-constituinte concebeu a sua: nem golpe, nem revolução, mas o esgarçamento lento e gradual do tecido constitucional.
Desde a promulgação, em 1988, já são 67 emendas ao texto original, havendo ainda mais de duas centenas de propostas de emendas em tramitação no Congresso e cerca de mil ações diretas de inconstitucionalidade no Supremo Tribunal Federal.
No dia seguinte à sua promulgação, o então presidente da República, José Sarney, considerou-a fator de ingovernabilidade. Os presidentes que se lhe seguiram, incluindo Lula, se elegeram prometendo reformá-la. Desde então, instalou-se no país o espírito reformista compulsivo. Só que ao sabor de cada governante, que puxava a brasa para sua sardinha ideológica.
O GOLPE DA REFORMA POLÍTICA
Por Ruy Fabiano
“A ideia de convocar uma Assembleia Constituinte a pretexto de promover uma reforma política é parte essencial do projeto de poder do PT: consolida-o e torna a hipótese de alternância algo tão remoto quanto não haver nada de ilícito nas contas da Petrobrás.
Basta examinar dois tópicos que o PT considera prioritários nessa reforma: financiamento público exclusivo de campanha e voto em listas fechadas. A propósito, o partido já deu ciência disso por escrito a seus filiados, e programa uma marcha sobre Brasília, nos moldes da que Mussolini promoveu sobre Roma, em 1922.

O objetivo é pressionar o Congresso de fora para dentro, tese com a qual concorda a presidente Dilma Roussef, conforme pronunciamento que fez na sequência das manifestações de junho do ano passado, em que também defendeu uma Constituinte.
Financiamento público, precedido, como já está, da proibição de contribuições de pessoas jurídicas, garante ao partido hegemônico a maior fatia do bolo, já que a divisão obedecerá o critério da proporcionalidade das bancadas.
Não bastasse, veda o acesso de novas legendas, que, com as migalhas a que terão acesso, terão que se contentar com manifestações nas redes sociais. Não tendo bancadas, não terão dinheiro; não tendo dinheiro, não terão bancadas.
De quebra, não impede o caixa dois; apenas o monopoliza: ninguém, com recursos e senso de sobrevivência, negará auxílio a quem se eternizará no poder; e, por extensão, não o dará a quem dele está prévia e definitivamente excluído. O jogo é esse.
O voto em lista fechada dispensa maiores explicações: deixa-se de escolher o candidato; vota-se na legenda. A cúpula partidária organiza as listas. Quem é amigo do rei conquista seu lugar; quem não é não tem acesso. O eleitor terá que se contentar com os critérios dos caciques partidários.
Não é de hoje que o PT sonha com essa reforma, para a qual quer uma Constituinte. E por que não a faz com o próprio Congresso, que tem poderes para reformar a Constituição? Simples: porque não teria votos suficientes para aprová-la.
A aprovação de emendas constitucionais exige complicado rito: três quintos de votos favoráveis em cada Casa do Congresso, em dois turnos. Numa Constituinte, vota-se uma única vez, em sessão unicameral, por maioria absoluta.
Em abril de 2007, o presidente Lula recebeu em audiência um grupo de dez juristas aos quais havia incumbido um estudo para mudar as regras das CPIs (estudo que foi arquivado). Estava escaldado com o massacre das CPIs do Mensalão.
No curso da conversa, porém, o presidente da República pôs inesperadamente outro tema em pauta: a reforma política. Sugeriu que talvez fosse mais eficaz fazê-la por meio de uma Assembleia Nacional Constituinte exclusiva.
Um dos interlocutores, ex-presidente da OAB, Reginaldo de Castro, esclareceu num artigo: “Ideia dele (a Constituinte), trazida à conversa por iniciativa dele e tão-somente dele. A nós, coube ouvir e emitir opiniões improvisadas, já que não esperávamos tal assunto”. O presidente explicou: a Constituinte funcionaria paralelamente ao Congresso, seria integrada não apenas por representantes dos partidos políticos, mas também por cidadãos. Não explicou como isso se daria, nem ninguém lhe perguntou.
Finda a audiência, o Planalto informou que a tese havia sido sugerida ao presidente pelos juristas – e não o contrário, como ocorreu. Como entre eles havia quatro ex-presidentes da OAB, vinculou a entidade à proposta, que, no entanto, já a havia rejeitado, dois anos antes, em debate interno.
Foi uma escaramuça, uma técnica para aferir a receptividade de uma proposta e avaliar a oportunidade de sua apresentação. Constatou-se que não era o momento. Mas o tema não foi arquivado: ficou em banho-maria.
Após as manifestações de junho, constatou-se que chegara a hora. Ou o partido a punha em pauta já ou, diante do desgaste de que padece, correria o risco de não tê-la mais sob controle.
O plebiscito dará aparência de democracia, mesmo que para violentá-la, já que a maioria dos votantes desconhece a complexidade e sutileza do que nela está embutido.
É o golpe final, que repete o processo venezuelano, em cuja gênese estão as digitais do PT e do Foro de São Paulo. Quando o Foro completou 15 anos, em 2005, Lula, em meio às celebrações, reivindicou: “Fomos nós que inventamos o Chávez”. Ninguém duvida. O fruto da reforma, na ótica do PT, está agora maduro.”                                                                                                                                                                      Ruy Fabiano é jornalista. Fonte: http://oglobo.globo.com/pais/noblat/ 26/04/14                                          ***
Somente 35 deputados, dos 513 da atual legislatura, se elegeram com votação própria. Por conta das coligações, o eleitor votava em seu candidato e elegia outro.
Senadores biônicos, compram os mandatos financiando o titular que logo é nomeado para outro cargo e assim chega ao Senado da República sem um único voto.






“Garantias fundamentais não podem pôr em risco a segurança da coletividade”



O senador Marcos Rogério (DEM) lamentou o voto de Rosa Weber, ontem, contra a prisão de condenados em segunda instância.
Para ele, a insegurança jurídica em torno do tema foi criada pelo próprio STF.
“Com todo respeito, não há previsão constitucional alguma que impeça o início do cumprimento da pena após o julgamento em segundo grau. Não podemos estabelecer essa discussão pessoalizando o debate. Essa decisão não é — e não pode ser — por Lula ou contra Lula”, disse Rogério a O Antagonista.
“Em um Estado Democrático de Direito, a aplicação das regras deve ser para todos, sem preferências pessoais ou políticas. O que o Supremo está decidindo terá impacto sobre a vida de milhares, talvez milhões, de brasileiros, não só agora, mas no futuro”, acrescentou.
“Garantias fundamentais não podem pôr em risco a segurança da coletividade”
O parlamentar argumentou que não se pode privilegiar garantias individuais em detrimento dos interesses coletivos.
“Os direitos e as garantias fundamentais, que precisamos defender, não podem pôr em risco a proteção da estabilidade e da segurança da coletividade.”                  https://www.oantagonista.com/, 25/010/19

STF TORNA CRIMINOSOS E CRIMINALISTAS FELIZES




O fim da regra que prevê prisão após condenação em segunda instância não levará felicidade apenas aos facínoras que clamam por impunidade. Felizes também estarão seus defensores, que o ministro Luís Roberto Barroso chamou de “os mais brilhantes e caros advogados do País”. Que devem multiplicar suas fortunas com ações para abrir as portas da cadeia à fina flor da bandidagem nacional. Eles próprios estimam “bandeirada” R$3 milhões para cada caso relevante.

O padrão era este: o acordo de delação dos 77 diretores da Odebrecht rendeu a criminalistas R$2 milhões por cabeça. Total: R$144 milhões.
Criminalistas famosos cobram até R$3 milhões só para estudar o caso e decidir se o aceitam. Se topar, R$20 milhões de honorários por réu.
Criminalistas falam mal da Lava Jato da boca para fora. Adorariam homenagear a operação pela montanha de dinheiro que ganharam.
Ex-ministro e advogado de Lula, Márcio Thomaz Bastos, já falecido, deixou herança de R$393 milhões para sua família, segundo o Conjur. 
As “onze monocracias do arquipélago STF”, como os definiu seu ex-presidente Francisco Rezek, não dão a menor pelota para o que os outros falam nas sessões. É incrível que ministros tenham repetido sem pudor, ontem, falácias demolidas por Luís Roberto Barroso na véspera.