Aras manda
investigar depoimento de porteiro no caso Marielle
Augusto Aras rejeitou investigar o suposto envolvimento de Jair
Bolsonaro no caso Marielle.
Em depoimento à Polícia
Civil do Rio, o porteiro do condomínio onde mora o presidente disse que um dos
suspeitos de matar a vereadora pediu para ir à casa dele, no dia do crime. O procurador-geral entendeu
que não há fundamento nas menções ao presidente, entregues a ele pelo MP
estadual do Rio de Janeiro. Aras pediu ao Ministério
Público Federal no Rio que investigue possíveis irregularidades no depoimento
do porteiro do condomínio à Polícia Civil. Ontem, o Jornal Nacional
revelou que Élcio Queiroz, que dirigia o carro de onde teriam partido tiros
contra Marielle, foi ao condomínio para encontrar-se com Ronnie Lessa, o
atirador. Em dois depoimentos, o
porteiro afirmou que Élcio disse que iria à casa de Bolsonaro. O porteiro,
então, teria ligado para a casa do então deputado e falado com “seu Jair”. Bolsonaro estava em
Brasília, na Câmara. Hoje, Carlos Bolsonaro mostrou registros do condomínio
mostrando que não houve ligação da portaria para a casa do presidente. Ao
pedir a Aras uma investigação sobre o depoimento, Sergio Moro apontou “eventual
tentativa de envolvimento indevido do nome do presidente da República”.
“Aparentemente, foi uma mera citação”, admite líder petista
O
líder do PT no Senado, Humberto Costa, admitiu a O
Antagonista acreditar que, por enquanto, só há “uma mera
citação” a Jair Bolsonaro no caso Marielle Franco.
“A nossa preocupação é
grande. Não estamos fazendo pré-julgamento ou juízo de valor. Aparentemente,
foi uma mera citação ao nome do presidente, mas que precisa ser investigada.”
Assim como o líder da oposição, Randolfe Rodrigues (Rede), o petista defende
que o porteiro do condomínio onde morava Bolsonaro à época do assassinato da
vereadora tenha sua proteção garantida pelo Estado. “Ele precisa ser protegido,
para que possa confirmar ou não o teor do seu depoimento.” Costa,
claro, não concorda com a federalização das investigações: “Não confiamos
no comando de Sergio Moro”.
MP diz que porteiro mentiu
ao citar Bolsonaro no caso Marielle
A promotora Simone Sibilio afirmou hoje
que o porteiro do condomínio de Jair Bolsonaro mentiu, ao dizer, em depoimento,
que um dos suspeitos de matar Marielle Franco pediu para ir à casa do
presidente, no Rio, no dia do crime.
Em entrevista à imprensa no Ministério
Público do Rio de Janeiro, que investiga o assassinato, Sibilio disse que
teve acesso à planilha da portaria e às gravações do interfone.
Verificou que Élcio Queiroz, acusado de
participar do homicídio, pediu para ir à casa 65, de Ronnie Lessa, e não a 58,
de Jair Bolsonaro.
“Todas as pessoas que prestam falso
testemunho podem ser processadas”, disse a promotora, ressalvando que o
porteiro pode ter se equivocado.