sábado, 7 de outubro de 2023

SENADO IMPÕE LIMITES AO STF

 

Por THEODIANO BASTOS

A toque de caixa, a matéria passou pela manhã pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e foi enviada ao Plenário no mesmo dia

Em franca queda de braço com o Supremo Tribunal Federal (STF), na quarta, 27, o Plenário do Senado presidido por Rodrigo Pacheco aprovou o projeto que regulamenta os direitos originários de indígenas sobre suas terras (PL 2.903/2023).

Trata-se de uma espécie de marco temporal paralelo para atender a pauta política da bancada do agronegócio, inconformada com a decisão do Supremo, na semana passada, de derrubar a tese que beneficiaria interesses do setor.

Senadores estimam 60 votos favoráveis à PEC que limita decisões do STF

Para uma proposta de emenda à constituição passar no Senado, são necessários 49 votos

A percepção de que o clima mudou no Congresso já faz líderes partidários apostarem na aprovação no Senado de ao menos uma das propostas que impõe limites à atuação do Supremo Tribunal Federal.

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), se manifestou na noite desta 4ª feira (27.set.2023) quanto à relação da Casa com o STF (Supremo Tribunal Federal). Depois de o marco temporal ser aprovado no plenário, o congressista negou que haja algum “sentimento revanchista” por parte do Senado contra a Corte. “Sempre defendi a autonomia dos Poderes e sempre defendi a importância da autonomia no Poder Judiciário brasileiro e o valor da nossa Suprema Corte”, declarou o senador.
BARRAR DECISÕES MONOCRÁTICAS NO STF

Na conta de senadores com os quais a CNN conversou, a PEC que barra decisões monocráticas de ministros já conta com ao menos 60 dos 81 votos da Casa.WW

Para uma proposta de emenda à constituição passar no Senado, são necessários 49 votos. Já haveria, portanto, uma posição bem consolidada em prol da aprovação do projeto.

O texto, de autoria do senador Oriovisto Guimarães (Podemos-PR), propõe que magistrados do STF não poderão, por meio de decisão individual, cassar atos dos presidentes da República, do Senado ou da Câmara, ou que suspendam eficácia de lei ou ato normativo de efeito geral.

A disposição do Senado de fazer o tema avançar já havia ficado evidente durante a aprovação do texto da Comissão de Constituição e Justiça, quando a PEC foi aprovada em 40 segundos.

Em dezembro de 2022, durante a gestão de Rosa Weber, os ministros aprovaram mudanças no Regimento Interno do Supremo e estabeleceram o prazo de 90 dias para a devolução de pedidos de vistas.

Passado esse período, os processos são automaticamente liberados para análise da Corte. A PEC, por sua vez, prevê um prazo maior, de seis meses.

Neste cenário, o presidente da Câmara, Arthur Lira, deve se tornar o “fiel da balança”, ou seja, ter atuação decisiva para que o tema ande ou não.

A oposição na Câmara já percebeu o ambiente favorável e a resistência de Lira de dar andamento ao projeto e quer abrir negociações.

Integrantes do PL dizem que é preciso apresentar ao presidente da Casa um pedido para que haja compromisso de pautar a PEC quando ela vier do Senado. Em troca, haveria alívio nos esforços de obstrução. SAIA MAIS EM: https://www.cnnbrasil.com.br/politica/senadores-estimam-60-votos-favoraveis-a-pec-que-limita-decisoes-do-stf/ E https://veja.abril.com.br/coluna/maquiavel/ccj-do-senado-confronta-stf-e-aprova-marco-temporal-de-terras-indigenas

 

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