segunda-feira, 19 de setembro de 2022

LULA QUER IMPLANTAR O SUBPERONISMO NO BRASIL?

 


Tebet diz que Lula, se eleito, vai governar para se perpetuar no poder: ‘Será um Perón’ publicou o Estadão de 19/09/22                                       Subperonismo?

O peronismo acabou com a Argentina e se espera que o lulismo não faça o mesmo no Brasil.

Quando Cristina Kirchner foi eleita, com 47% dos votos, para suceder a Nestor Kirchner na presidência da Argentina, todos sabiam que ela seria a continuação do governo do marido. E também sabiam que esse tipo de laranja não seria novidade na presidência do vizinho país. Quando Perón estava no exílio, nomeou seu representante pessoal para ser candidato a presidente, o dentista Hector Campora. Eu era correspondente lá, na época, e o slogan mais forte da campanha presidencial era: Campora Presidente, Perón al Poder. E foi o que aconteceu. Campora assumiu, Perón voltou, Campora e seu vice renunciaram e o presidente da Câmara convocou eleições. Perón ganhou e levou como vice sua mulher, Isabelita Perón. Perón morreu e Isabelita virou presidente.

Recordei essa história para ajudar a entender o termo usado pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso para identificar o que ele julga ser perigoso para a democracia: “Partidos fracos, sindicatos fortes, fundos de pensão convergindo com os interesses de um partido no governo e para eles atraindo sócios privados privilegiados, eis o bloco sobre o qual o subperonismo lulista se sustentará no futuro, se ganhar as eleições.”

O peronista Nestor Kirchner conseguiu eleger a primeira mulher presidente da Argentina. Lula quer ser o autor do mesmo feito no Brasil. O sociólogo FHC percebeu a semelhança do apoio da rede sindical, da maioria de partidos políticos unidos por um objetivo de poder, de forças empresariais movidas por interesses econômicos e dos militares, com ojeriza de se meter e ter que carregar o ônus depois. FHC deve ter percebido que seu PSDB continua dilacerado por vaidades internas e carece de um catalisador como Lula. Nisso, o torneiro-mecânico pode se vangloriar de ser melhor que o sociólogo.

Ao artigo de Fernando Henrique, publicado no dia 1º, o presidente só reagiu no último fim-de-semana. E o fez como de costume: em vez de responder às críticas de FHC, tratou de desacreditar o autor da crítica. “Compreendo o ódio, porque um intelectual ficar assistindo um operário que só tem o quarto ano primário ganhar tudo que ele queria e não ganhou.” Pode até ser, mas o presidente não conseguiu explicar a teia que vai armando para fazer a sucessora, como sucedâneo para uma desgastante mudança na Constituição para disputar o terceiro mandato.

SAIBA MAIS EM: https://www.sonoticias.com.br/alexandre-garcia/subperonismo/

7 comentários:

  1. DANIEL PORCEL BASTOS, meu neto: Não acredito que a experiência peronista se assemelhe com a eleição de Lula em 2022. É um contexto completamente diferente da Argentina nos anos 50. Os sindicatos hoje no Brasil não são fortes como no passado, nem há um mínimo sinal de industrialização na estrutura produtiva, como ocorreu lá. Espero que o governo Lula limpe a bagunça que Bolsonaro deixou, arrume a casa e dê ao povo capacidade de comer as 3 refeições do dia.

    Se até Henrique Meirelles, bastião da centro-direita liberal no Brasil e ex-presidente no BACEN está ao lado de Lula, por que o senhor não está?

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  2. ROMERO BASTOS DA SILVA, Feira de Santana/BA: Infelizmente é o Brasil...

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  3. Rubens Pontes, 99 anos, comenta:
    Excelente visão de uma conjuntura em que estamos visceralmente incluídos.

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  4. Rubens Pontes, 99 anos:
    Coerência - palavra banida do dicionário da política brasileira.

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    1. Realmente causa espanto o Geraldo Alckmin aceitar ser vice de Lula depois de tantos comentários sobre a roubalheira do PT e agora o apoio de Marina Silva depois de tantos comentários contra Lula. Coisas da política, onde não impera a coerência

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  5. Silvio Moraes, Vitória/ES: Theodiano, mesmo que o projeto de Lula fosse a perpetuação no poder ao modelo de Perón, isso não seria possível pois acredito que as forças políticas e as instituições brasileira estão suficientemente maduras para permitir que isso aconteça. Os 8 anos dê governo Lula e 6 anos dê Dilma nos mostrou um país de uma democracia bastante consolidada. O risco maior para nós seria a perpetuação de um governo como o atual.

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    1. O Peronismo acabou com a Argentina, daí o receio de que o Lulismo faça o mesmo no Brasil

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