domingo, 7 de agosto de 2022

CARTAS EM DEFESA DA DEMOCRACIA E DA JUSTIÇA

 


Por THEODIANO BASTOS

MAIS DE UM MILHÃO DE ASSINATURAS


Desdenhada por Bolsonaro, a Carta da USP em defesa da democracia passa de 700 mil assinaturas

Documento foi lançado depois de seguidos ataques do presidente Jair Bolsonaro (PL) contra as urnas eletrônicas e o sistema eleitoral brasileiro. Presidente disse que quem assina carta é 'cara de pau' e 'sem caráter'.

Carta em defesa da democracia marcou 'alerta' ante ameaça de eleições 'brutais', diz empresário Horácio Lafer Piva

Em entrevista ao GLOBO, o empresário e acionista da Klabin, Horácio Lafer Piva, afirmou que a nova "Carta aos Brasileiros" divulgada por juristas, artistas e entidades da sociedade civil representa uma tentativa de vencer a "apatia da sociedade" diante de ataques à democracia.

Ex-presidente da Fiesp, Piva também declarou que a adesão do empresariado ao manifesto veio da percepção de que havia a necessidade de "subir um pouco o tom". Na entrevista, ele teceu críticas à postura do presidente Jair Bolsonaro, fez ressalvas ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e declarou voto na candidata do MDB à Presidência, Simone Tebet

Há algum risco de golpe de Estado, pergunta o jornal EXTRA?

Vejo coisas que me deixam de cabelo em pé, mas não creio que a democracia vá acabar ou que teremos uma ditadura. Vamos, sim, sofrer muito. Há riscos de agressões físicas (durante o período eleitoral). Está tudo muito polarizado, tem um lado que está muito armado, e outro que está aguerrido. Isso cria riscos enormes. O Brasil não pode ter qualquer tipo de enfraquecimento institucional, inclusive do ponto de vista do olhar internacional. O país precisa de recursos externos, está empobrecido. Não vamos virar uma Venezuela. Temos uma série de problemas com as nossas instituições e nossa democracia é muito jovem, mas tem freios e contrapesos.

Bolsonaro sempre teve um discurso autoritário e de ataque às instituições. A iniciativa privada, porém, não costumava se manifestar sobre isso. Por que o posicionamento mudou?

A mim, o Bolsonaro não surpreendeu, e eu sempre disse isso. Mas a sociedade acordou para os riscos que está correndo à medida que as pessoas percebem que Bolsonaro pode ter mais um mandato pela frente, o que daria a ele a possibilidade, por exemplo, de reforçar sua posição no Judiciário, de construir uma bancada maior no Congresso. A sociedade começa a perceber que existe um risco real.

A reunião de Bolsonaro com embaixadores, em que o presidente repetiu narrativas falsas sobre o sistema eleitoral brasileiro, foi o gatilho para essa reação do empresariado?

Aquilo foi inacreditável. Não posso imaginar uma estrutura como o Itamaraty e ministérios mais próximos a ele avalizando um discurso daquele. Foi um ponto muito significativo e assustador. A sociedade reagiu e mostrou que tem muita gente que não pensa assim.

O senhor sempre foi um entusiasta da terceira via. Ainda acredita na viabilidade de uma candidatura fora da polarização entre Lula e Bolsonaro?

Vou votar na Simone (Tebet). Acho que ela traz pacificação. Qualquer um desses dois (Lula e Bolsonaro) vai continuar mantendo a polarização. As pessoas estão tentando me empurrar para o voto útil (no primeiro turno), mas não vou. É difícil, não tenho a menor dúvida, mas não acredito que todos os votos que estão sendo manifestados como definitivos de fato o são. As pessoas mudam se perceberem que há de fato uma terceira via crescendo. O desafio é provar que há uma viabilidade. SAIBA MAIS EM: https://extra.globo.com/noticias/brasil/carta-em-defesa-da-democracia-marcou-alerta-ante-ameaca-de-eleicoes-brutais-diz-empresario-horacio-lafer-piva-25552794.html E https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/eleicoes/2022/noticia/2022/08/03/carta-da-usp-em-defesa-da-democracia-passa-de-700-mil-assinaturas.ghtml

 

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