THEODIANO BASTOS
Torça
por mim: 'Vi meu corpo deitado, como se estivesse fora dele, na UTI', escreve
Renan Dal Zotto os
Foi por um triz. Eu sei disso. Vi meu pai Radamés e minha avó Eva, já falecidos há mais de dez anos. Isso nunca tinha acontecido. Também vi meu corpo deitado, como se eu estivesse fora dele, e toda a movimentação da UTI do Hospital Samaritano, em Botafogo. Assisti na televisão à matéria anunciando a minha partida. O texto dizia que eu havia deixado esposa e dois filhos. Eu tive a sensação de morte em várias situações. E isso foi terrível. Nesse tempo ausente, nessa confusão da mente, comecei a sentir que ainda estava aqui por causa da Annalisa, minha esposa. Ela segurava a minha mão, e esse foi o meu maior conforto. Quando acordei, no 25º dia de internação, e vi a Annalisa e meus dois filhos, Gianluca e Enzo, tive a certeza que estava de volta. Porque sim, eu voltei... Sabe Roberto Carlos? “Eu voltei agora pra ficar/Porque aqui, aqui é meu lugar/Eu voltei pras coisas que eu deixei/Eu voltei.” seleção brasileira https://oglobo.globo.com/esportes/torca-por-mim-vi-meu-corpo-deitado-como-se-estivesse-fora-dele-na-uti-escreve-renan-dal-zotto-25135044?li_source=LI&li_medium=home-page-widget 31/07/21
Jorge Peixoto, de Nanuque/MG, amigo já falecido, contou-me certa vez que sua avó estava morrendo e o médico foi chamado que informou aos familiares que a hora tinha chegado para a enferma, já bastante idosa mas deu-lhe um injeção e para surpresa geral a idosa recuperou a consciência e disse que viu tudo, pois pairava acima do corpo e começou a dizer que sua filha Maria havia lhe dado um chá antes da chegada do médico e que ao flutuar sentia uma paz indescritível.
O céu é de verdade
conta a história real de Colton, um menino que, aos quatro anos, quando passava
por uma cirurgia de emergência, viveu uma experiência inusitada: seu espírito
foi transportado ao céu, onde viu coisas extraordinárias, inclusive o trono do
próprio Deus. O garoto também assistiu aos procedimentos médicos e viu o pai
orando na sala de espera. No primeiro momento, a família agiu com incredulidade
diante do relato, mas logo as evidências de que o menino falava a verdade se
tornaram claras — Colton conheceu a irmã que fora abortada, segredo guardado a
sete chaves pela família. Narradas por seu pai, mas frequentemente nas palavras
do próprio Colton, as experiências relatadas em O céu é de verdade revelam a
realidade e a esperança do Paraíso e do Criador.
“Não me
resigno quando depositam corações amorosos na terra dura./É assim, assim será
para sempre:/entram na escuridão os sábios e os encantadores. Coroados/ de
lírios e louros, lá se vão: mas eu não me conformo./ Na treva da tumba lá se
vão, com seu olhar sincero, o riso, o amor; / vão docemente os belos, os
ternos, os bondosos; / os bravos./ Eu sei. Mas não aprovo. E não me conformo”.
“A própria morte não é extinção, não
constitui um retorno ao inanimado inorgânico, mas o começo de um novo tipo de
existência que se acha no caminho da evolução para algo mais elevado”
Uma
mulher que foi ressuscitada depois de um ataque cardíaco observa: “Comecei a
experimentar as mais maravilhosas sensações. Não sentia coisa nenhuma, exceto
paz, conforto, tranqüilidade — só quietude. Sentia que todos os meus problemas
tinham desaparecidos e pensava comigo mesma; “Que paz e quietude, e não dói
nada”.
Um
outro lembra: “Eu só tinha um sentimento bom e intenso de solidão e de paz...
Foi lindo, e eu estava com tamanha paz na minha mente”.
Outro,
depois de um grave ferimento na cabeça: “No lugar do ferimento houve um flash
momentâneo.
“Um
homem está morrendo e, quando chega ao ponto de aflição física, ouve seu médico
declará-lo morto. Começa a ouvir um ruído desagradável, um zumbido alto ou
toque de campainhas e, ao mesmo tempo, sente-se movendo muito rapidamente
através de um túnel longo e escuro. Depois disso, encontra-se repentinamente
fora de seu corpo físico... Logo outras coisas começam a ancontecer. Outros vêm
ao seu encontro e o ajudam. Vê de relance os espíritos de pacientes e amigos já
mortos, e aparece diante dele um espírito amigo de uma espécie que nunca
encontrou antes – um espírito de luz”.
pessoas
E o famoso médico e psiquiatra, o mais famoso discípulo de Freud
passou a descrever suas visões: “Parecia-me estar muito alto no espaço cósmico.
Muito longe, abaixo de mim, eu via o globo terrestre banhado por uma
maravilhosa luz azul. Via também o mar de um azul intenso e os continentes.
Justamente sob meus pés estava o Ceilão e na minha frente estendia-se o
subcontinente indiano. Meu campo visual não abarcava toda a Terra, mas sua
forma esférica era nitidamente perceptível e seus contornos brilhavam como
prata através da maravilhosa luz azul. Em certas regiões a esfera terrestre
parecia colorida ou marchetada de um verde escuro como prata oxidada. Bem
longe, à esquerda, uma larga extensão — o deserto vermelho-alaranjado da
Arábia. Era como se ali a prata estivesse tomado uma tonalidade alaranjada.
Adiante o Mar Vermelho e mais além, como no ângulo superior esquerdo de um mapa, pude ainda perceber uma nesga do
Mediterrâneo. Meu olhar voltara-se sobretudo para essa direção, ficando o
restante impreciso. Evidentemente via também os cumes nevados do Himalaia, mas
cercados de brumas e nuvens. Não olha “à direita”. Sabia que estava prestes a
deixar a terra.
Passaram-se três semanas antes que se decidisse a viver.
Quando estava no espaço não tinha peso e nada podia me atrair.
“E agora tudo terminada”, disse Dr. Jung.
"Eu
vivi com uma perspectiva de uma morte próxima pelos últimos 49 anos. Em não
tenho medo da morte, mas eu não tenho pressa
Em 2010,
Hawking lançou o livro The Grand Design, no qual afirma que não há
necessidade de um criador para explicar a existência do Universo. As afirmações
vão contra um de seus mais famosos livros, Uma Breve História do Tempo
(hoje revisado e com o título Uma Nova História do Tempo), de 1988, em
parceria com Leonard Mlodinow. Nos anos 80, Hawking dizia que uma teoria do
tudo, a qual Einstein buscava e que poderia explicar todas as forças e
partículas do Universo, seria o que levaria o homem a "conhecer a mente de
Deus".
Agora, o
astrofísico descarta a vida após a morte e diz que devemos focar nosso
potencial na Terra fazendo bom uso de nossas vidas.
Na
terça-feira, Hawking profere uma palestra em Londres onde afirmará que
flutuações quânticas no início do universo tornaram possíveis as galáxias,
estrelas e, por fim, a vida humana. Ele ainda falará sobre a teoria M, que une
as teorias das cordas e é vista por muitos cientistas como a melhor candidata a
teoria do tudo.
ELZIRA – PENETRANDO O MISTÉRIO - 2º semestre
2012, por RUBENS SILVA PONTES
“Você já soube? ” – sussurrou d. Elzira – “eu
morri e voltei”.
Da cama do hospital, onde se encontrava
internada há vários dias, ela se mostrava surpreendentemente lúcida e com uma
tranquilidade serena que se refletia no seu rosto quase sem rugas.
Havia uma sensação de paz na sua postura,
como se o prolongado sofrimento tivesse afinal cedido lugar a um momento de
inesperada revelação.
Poucos dias depois, já em casa, mas ainda
acamada, Elzira exalava uma doce serenidade, contrastando com a sua própria
experiência no relacionamento com as pessoas, marcado quase sempre por comportamento
defensivo, às vezes até intransigente na sua relação com a vida.
Uma outra mulher se revelava nela. Doce,
humilde, soberbamente lúcida, com uma desconhecida capacidade de analisar
comportamentos e, para quem a ouviu nesses dias, capaz de enunciar pensamentos
jamais suspeitados para quem a verdade era uma só, estreitada nas suas radicais
convicções religiosas.
“Nós rezamos o Pai Nosso com hipocrisia”,
disse numa tarde em que recebia visitas.
“Nós dizemos: perdoai a quem nos tem
ofendido, mas, quem, entre nós, cumpre esse preceito?”
Estava implícita, ai, sua nova visão de um
comportamento que, para ela (e certamente por cada um de nós) vem sendo
repetido como uma tabuada decorada, sem nenhuma convicção.
Na sua visão extra-dimensional, da certeza da
morte e do retorno, ela evidenciava haver recebido uma palavra iluminada que a
fazia confrontar, mas principalmente aceitar, uma nova e insuspeitada verdade.
Uma arrogância de “dona-da- verdade” cedia lugar a uma nova e confrontante
visão do mundo e das pessoas.
“Eu vi Djalce. Magrinha e feia. Limpando
vasos sanitários. Pagava ali o preço do seu orgulho, igual ao meu. Não olhava
para mim”
“Voltei a vê-la depois. Bonitinha, com um
vestido alegre, outra pessoa”.
Cumpria-se o ensinamento cristão, da
penitencia e do perdão, e nele também ela se envolvia.
A “visão” que ela
trouxe do outro lado da cortina nem sempre é nítida. Não reconheceu pessoas,
vultos que passavam ou cruzavam seu caminho. Mas os símbolos são notavelmente
registrados:
“ O chão era coberto por um tapete vermelho e
gasto. Levantado uma ponta dele, debaixo estava o demônio”.
Pois não é o que fazemos, escondendo sob um
tapete imaginário as nossas próprias sujeiras e as sujeiras do mundo? Todavia,
não era ainda a vez dela:
“Havia uma porta e por ela entravam muitas
pessoas que já haviam morrido. Não me foi dado entrar.”
De outra feita, conversávamos na casa dela,
d. Elzira recostada na cama, queixando-se de dores no corpo.
Voltei a lhe
perguntar sobre a passagem, através de espaço e tempo, na porta vislumbrada.
Nesse exato momento,quando ela se preparava para responder, ouviu-se um estalo,
um ruído não identificável, partindo de um ponto qualquer, às minhas costas.
Antes que eu pudesse falar, d. Elzira, que
escutara também ela o ruído, foi clara, objetiva e serena:
“Esse barulho eu ouvia quando a porta era
aberta para os mortos entrarem”.
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