segunda-feira, 16 de agosto de 2021

TALIBÃ NÃO CUMPRE ACORDO ASSINADO NO CATAR, TOMA O PODER NO AFEGANSTÃO E IMPLANTA O TERROR

 

TALIBÃ NÃO CUMPRE ACORDO ASSINADO NO CATAR, TOMA O PODER NO AFEGANSTÃO E IMPLANTA O TERROR

, TALIBÃ O TERROR DE VOLTA  

Repórter inglesa veste hijab para transmitir notícias do Afeganistão

Um dia após a tomada do poder em Cabul pelo Talibã, Clarissa Ward resolveu usar a vestimenta da doutrina islâmica assim como várias mulheres da cidade

A correspondente internacional da CNN no Afeganistão, a inglesa Clarissa Ward, vestiu um hijab durante uma reportagem transmitida de Cabul na manhã desta segunda-feira (16/8), um dia após a tomada do poder pelo grupo extremista Talibã. O hijab é uma vestimenta islâmica que cobre as orelhas, pescoço, e o cabelo da mulher. 

Na transmissão, a jornalista relatou como tudo mudou de forma rápida no país. “Esta é uma visão que honestamente pensei que nunca veria”, afirmou.

Entre as mudanças, Clarissa Ward disse que quase não encontrou mulheres nas ruas. "Eu vi algumas mulheres, mas devo dizer, vi muito menos mulheres do que normalmente veria andando pelas ruas de Cabul. E as mulheres que você vê andando pelas ruas  tendem a se vestir de forma mais conservadora do que quando caminhavam pelas ruas de Cabul ontem. Eu vi mais burcas hoje do que antes. Obviamente, estou vestido de uma maneira muito diferente de como normalmente me vestiria para andar pelas ruas de Cabul", explicou.

Pelo Twitter, a jornalista explicou que sempre usou um lenço na cabeça pelas ruas de Cabul, porém antes não cobria o cabelo por completo e não usava a abaya, que é um longo manto preto, parecido com um vestido, usado por mulheres muçulmanas. 

Pelas redes sociais, Clarissa compartilhou uma foto ao lado de membros do Talibã. "Nas ruas de Cabul hoje - sinto que estamos testemunhando a história", escreveu. 

Em uma transmissão neste domingo, Clarissa Ward disse que estava tentando contato com o Talibã para garantir os seus direitos como jornalista. "Estamos

Muitos jornalistas já deixaram o país. O Talibã tem um histórico de repressão a imprensa. Ao longo dos anos, entre as vítimas do grupo extremista estão o radialista sueco Nils Horner, a repórter canadense Michelle Lang e dois fotógrafos vencedores do prêmio Pulitzer, a alemã Anja Niedringhaus e o indiano Danish Siddiqui.

TOMADA DE CABUL 

No domingo (15/8), o palácio presidencial foi tomado pelo Talibã após o presidente do Afeganistão, Ashraf Ghani, deixar o país. O grupo volta ao poder 20 anos depois de terem sido tirados do poder pelos Estados Unidos após o atentado de 11 de setembro.  

O grupo, que existe há mais de 30 anos, tem como objetivo impor uma lei islâmica no país. Entre 1996 e 2001, quando eles estavam no poder, as mulheres não podiam trabalhar, nem estudar, e era obrigatório o uso da burca. A vestimenta só deixa os olhos de fora. 

Neste domingo (15/8), a ativista Malala Yousafzai, que foi vítima de um atentado do grupo em 2014 por defender o direito das mulheres estudarem no Paquistão, disse que está  "profundamente preocupada com as mulheres afegãs". 

EUA e Talibã assinam acordo, e tropas americanas e da Otan sairão do Afeganistão em 14 meses

Conflito entre americanos e Talibã no território afegão já dura mais de 18 anos.

Abdul Ghani Baradar, líder da delegação do Talibã, e Zalmay Khalilzad, enviado dos EUA para a paz no Afeganistão, se cumprimentam depois de assinar acordo em Doha, no Catar, neste sábado (29).

Os Estados Unidos e o Talibã assinaram neste sábado (29) em Doha, no Catar, um acordo que prevê a retirada completa, em 14 meses, das tropas americanas e da Otan do território do Afeganistão. Os EUA e o grupo islâmico estão em guerra, dentro do território afegão, desde 2001. 0:00/01:37

EUA e grupo extremista Talibã assinam acordo de paz histórico

A retirada das tropas americanas do Afeganistão depende do cumprimento, pelo Talibã, de compromissos previstos no acordo. O líder da delegação do grupo, Abdul Ghani Baradar, declarou que o grupo está comprometido com o pacto firmado com os americanos.

Além da retirada das tropas, outros termos do acordo são, de acordo com a Reuters e a BBC:

  • Os EUA e a coalizão se comprometem a retirar, nos próximos quatro meses e meio (135 dias), soldados de 5 bases militares. Isso reduziria a força americana no Afeganistão de 13 mil para 8,6 mil soldados.
  • Os EUA também prometem trabalhar "com todos os lados relevantes" para libertar prisioneiros políticos e de combate.
  • Inicialmente, a Reuters informou que, até 10 de março, os americanos e o governo do Afeganistão iriam libertar até 5 mil prisioneiros, e o Talibã, até mil, mas, depois, a agência informou que o conselheiro nacional de segurança afegão, Hamdullah Mohib, declarou que o governo do país não fez esse comprometimento.
  • Os EUA planejam retirar sanções de membros do Talibã até agosto.
  • O Talibã, por sua vez, concordou em não permitir que a Al-Qaeda ou qualquer outro grupo extremista opere em áreas controladas por ele.

O texto foi assinado pelo enviado especial dos Estados Unidos para a paz no Afeganistão, Zalmay Khalilzad, e pelo líder da delegação do Talibã, Abdul Ghani Baradar.

O presidente afegão, Ashraf Ghani, que não estava em Doha para a assinatura e cujo governo não participou da conversa entre EUA e Talibã, declarou que alguns pontos no pacto entre Estados Unidos e Talibã precisarão de "consideração" e serão discutidos com o grupo islâmico. "Esperamos que o acordo leve a um cessar-fogo permanente", disse.

De acordo com observadores internacionais ouvidos pela RFI, a medida é um primeiro passo para encerrar a guerra mais longa da história americana e representa uma importante virada diplomática: o fim do intervencionismo dos Estados Unidos em todo o mundo. A retirada das tropas americanas também é uma promessa de campanha do presidente Donald Trump, que busca a reeleição em novembro.

O presidente afegão, Ashraf Ghani, cumprimenta o secretário de Defesa dos Estados Unidos, Mark Esper, em uma coletiva neste sábado (29) em Cabul, no Afeganistão, depois da assinatura do acordo entre EUA e Talibã.

Segundo a Reuters, em comunicados, os Estados Unidos se comprometeram a buscar apoio ao acordo junto ao Conselho de Segurança da ONU; a buscar financiamento anual para treinar, aconselhar e equipar forças de segurança afegãs; a supervisionar discussões de segurança entre o Afeganistão e o Paquistão; e a não usar a força contra a integridade territorial do Afeganistão, além de não interferir em assuntos domésticos. Não ficou claro, entretanto, se esses compromissos também fazem parte do acordo.

O governo do Afeganistão, por sua vez, se comprometeu em um empenho para retirar as sanções contra membros do Talibã até 29 de maio. Também não está claro se essa promessa faz parte do trato assinado neste sábado.

O líder da delegação do Talibã, Abdul Ghani Baradar, assina o acordo com os Estados Unidos em cerimônia neste sábado (29) em Doha, no Catar. — Foto: Ibraheem al Omari/Reuters

"Há muita especulação sobre o conteúdo do acordo", declarou Andrew Watkins, da organização internacional de prevenção de conflitos International Crisis Group, à RFI. "Conhecemos as principais linhas, mas nem sabemos ao certo se todos os termos do acordo serão tornados públicos", acrescentou.

A assinatura do trato ocorre após uma trégua parcial de uma semana no Afeganistão, para mostrar que o Talibã pode controlar suas forças. Autoridades afegãs, entretanto, afirmam que pelo menos 22 soldados e 14 civis morreram em ataques nesse período, segundo a BBC.

Em discurso durante a cerimônia, o secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, elogiou os esforços do grupo islâmico durante esse período.

O secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, em discurso neste sábado (29) pouco antes da assinatura do acordo entre Estados Unidos e Talibã em Doha, no Catar.

"O Talibã mostrou, no período de redução de violência, que tem disposição de ser pacífico", declarou Pompeo.

"Continuem comprometidos com o acordo, sentem-se com o governo afegão, e a comunidade internacional estará pronta para retribuir", acrescentou o secretário de Estado, dirigindo-se ao grupo. Ele também pediu ao Talibã que cortasse os laços com a Al-Qaeda e mantivesse a luta contra o Estado Islâmico.

Ao mesmo tempo, disse que a paz iria requerer "trabalho e sacrifício de todos os lados", e frisou que os Estados Unidos precisavam garantir a segurança de seus aliados e ter certeza de que não teriam mais ameaças terroristas vindas do Afeganistão. "Nós faremos o que for necessário para proteger o nosso povo", declarou.

'A paz é longa e dura', diz Otan

 

O secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, em coletiva de imprensa neste sábado (29) em Cabul, no Afeganistão, depois da assinatura de um acordo entre Estados Unidos e Talibã em Doha, no Catar. — Foto: Mohammad Ismail/Reuters

Em paralelo, durante uma coletiva em Cabul, no Afeganistão, o secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, afirmou que a aliança apoia o acordo e está preparada para "ajustar e reduzir" sua presença no país. No entanto, ele também frisou que, se a situação na região piorar, os aliados podem voltar a aumentar sua atuação.

"A paz é longa e dura e precisamos nos preparar para retrocessos e dificuldades", declarou Stoltenberg.

Também participaram da coletiva o presidente afegão, Ashraf Ghani, e o secretário de Defesa dos Estados Unidos, Mark Esper.                                                            Fontes: https://www.cnnbrasil.com.br/internacional/2021/08/16/ha-pessoas-petrificadas-com-medo-do-futuro-relata-reporter-da-cnn-em-cabul - https://g1.globo.com/mundo/noticia/2020/02/29/eua-e-afeganistao-anunciam-termos-de-acordo-sobre-retirada-de-tropas.ghtml E https://www.correiobraziliense.com.br/mundo/2021/08/4943951-reporter-inglesa-veste-hijab-para-transmitir-noticias-do-afeganistao.html

 


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