TALIBÃ NÃO CUMPRE ACORDO ASSINADO
NO CATAR, TOMA O PODER NO AFEGANSTÃO E IMPLANTA O TERROR
, TALIBÃ O TERROR
DE VOLTA
Repórter
inglesa veste hijab para transmitir notícias do Afeganistão
Um dia após a tomada do poder em Cabul pelo Talibã,
Clarissa Ward resolveu usar a vestimenta da doutrina islâmica assim como várias
mulheres da cidade
A
correspondente internacional da CNN no Afeganistão, a inglesa
Clarissa Ward, vestiu um hijab durante uma reportagem transmitida de Cabul na
manhã desta segunda-feira (16/8), um dia após a tomada do poder pelo
grupo extremista Talibã. O hijab é uma vestimenta islâmica que cobre
as orelhas, pescoço, e o cabelo da mulher.
Na transmissão, a jornalista relatou como tudo mudou de forma rápida no país.
“Esta é uma visão que honestamente pensei que nunca veria”, afirmou.
Entre
as mudanças, Clarissa Ward disse que quase não encontrou mulheres nas ruas.
"Eu vi algumas mulheres, mas devo dizer, vi muito menos mulheres do que
normalmente veria andando pelas ruas de Cabul. E as mulheres que você vê andando
pelas ruas tendem a se vestir de forma mais conservadora do que quando
caminhavam pelas ruas de Cabul ontem. Eu vi mais burcas hoje do que antes.
Obviamente, estou vestido de uma maneira muito diferente de como normalmente me
vestiria para andar pelas ruas de Cabul", explicou.
Pelo
Twitter, a jornalista explicou que sempre usou um lenço na cabeça pelas ruas de
Cabul, porém antes não cobria o cabelo por completo e não usava
a abaya, que é um longo manto preto, parecido com um vestido, usado por
mulheres muçulmanas.
Pelas
redes sociais, Clarissa compartilhou uma foto ao lado de membros do Talibã.
"Nas ruas de Cabul hoje - sinto que estamos testemunhando a
história", escreveu.
Em
uma transmissão neste domingo, Clarissa Ward disse que estava tentando contato
com o Talibã para garantir os seus direitos como jornalista. "Estamos
Muitos
jornalistas já deixaram o país. O Talibã tem um histórico de repressão a
imprensa. Ao longo dos anos, entre as vítimas do grupo extremista estão o
radialista sueco Nils Horner, a repórter canadense Michelle Lang e dois
fotógrafos vencedores do prêmio Pulitzer, a alemã Anja Niedringhaus e o indiano
Danish Siddiqui.
TOMADA DE CABUL
No
domingo (15/8), o palácio presidencial foi tomado pelo Talibã após
o presidente do Afeganistão, Ashraf Ghani, deixar o país. O grupo volta ao
poder 20 anos depois de terem sido tirados do poder pelos Estados Unidos após o
atentado de 11 de setembro.
O
grupo, que existe há mais de 30 anos, tem como objetivo impor uma lei islâmica
no país. Entre 1996 e 2001, quando eles estavam no poder, as mulheres não
podiam trabalhar, nem estudar, e era obrigatório o uso da burca. A vestimenta
só deixa os olhos de fora.
Neste
domingo (15/8), a ativista Malala Yousafzai, que foi vítima de um atentado
do grupo em 2014 por defender o direito das mulheres estudarem no Paquistão,
disse que está "profundamente
preocupada com as mulheres afegãs".
EUA e Talibã assinam acordo, e tropas americanas e da
Otan sairão do Afeganistão em 14 meses
Conflito entre americanos e Talibã no território afegão já dura
mais de 18 anos.
Abdul
Ghani Baradar, líder da delegação do Talibã, e Zalmay Khalilzad, enviado dos
EUA para a paz no Afeganistão, se cumprimentam depois de assinar acordo em
Doha, no Catar, neste sábado (29).
Os Estados Unidos e o Talibã assinaram
neste sábado (29) em Doha, no Catar, um acordo que prevê a retirada completa,
em 14 meses, das tropas americanas e da Otan do
território do Afeganistão. Os EUA e o grupo islâmico estão em
guerra, dentro do território afegão, desde 2001. 0:00/01:37
EUA
e grupo extremista Talibã assinam acordo de paz histórico
A
retirada das tropas americanas do Afeganistão depende do cumprimento, pelo
Talibã, de compromissos previstos no acordo. O líder da delegação do grupo,
Abdul Ghani Baradar, declarou que o grupo está comprometido com o pacto firmado
com os americanos.
Além
da retirada das tropas, outros termos do acordo são, de acordo com a Reuters e
a BBC:
-
Os EUA e a coalizão se comprometem a retirar, nos próximos quatro meses e
meio (135 dias), soldados de 5 bases militares. Isso reduziria a força
americana no Afeganistão de 13 mil para 8,6 mil soldados.
- Os
EUA também prometem trabalhar "com todos os lados relevantes"
para libertar prisioneiros políticos e de combate.
- Inicialmente,
a Reuters informou que, até 10 de março, os americanos e o governo do
Afeganistão iriam libertar até 5 mil prisioneiros, e o Talibã, até mil,
mas, depois, a agência informou que o conselheiro nacional de segurança
afegão, Hamdullah Mohib, declarou que o governo do país não fez esse
comprometimento.
- Os
EUA planejam retirar sanções de membros do Talibã até agosto.
- O Talibã,
por sua vez, concordou em não permitir que a Al-Qaeda ou qualquer outro grupo
extremista opere em áreas controladas por ele.
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