“O ponto de ruptura pode
estar próximo”
Os 54% de eleitores que querem Lula
preso e os 89% que querem Michel Temer investigado mostram claramente a repulsa
dos brasileiros pela ORCRIM.
Diz Josias de Souza:
“A sensação de que a política
precisa de uma faxina cresce na proporção direta da diminuição da disposição
dos políticos de se higienizar. O sistema guerreia pela preservação dos seus
valores mais tradicionais: o suborno, o acobertamento, o compadrio, o
patrimonialismo, o fisiologismo. O bom senso recomenda a interrupção imediata
do teste de paciência. O ponto de ruptura pode estar próximo. O diabo é que
culpados e cúmplices demoram a perceber que já encheram o bastante.”
89% apóiam denúncia contra
Temer
89% dos eleitores entrevistados
pelo Datafolha querem que a segunda denúncia contra Michel Temer seja aceita.
Ao mesmo tempo, só 59% defendem
sua saída imediata do Palácio do Planalto.
A Folha de S. Paulo interpretou
os números da seguinte maneira:
“Diante da derrocada ética que
atinge indistintamente os principais partidos e da falta de opções viáveis para
o Executivo, parcela do eleitorado parece considerar que manter Temer no poder,
ainda que malquisto, é a opção menos turbulenta para o país neste momento.
Os brasileiros parecem rejeitar a ideia de que o político que ‘rouba, mas faz’ mereça algum tipo de condescendência. A maioria (62%) disse acreditar que a corrupção é mais ruinosa para o país do que a incompetência. Para 80%, a corrupção é inaceitável em qualquer circunstância. E 74% rejeitam a tese segundo a qual “se um governante administra bem o país, não importa se ele é corrupto ou não.”
Fulanizando a sondagem, os pesquisadores descobriram que 89% dos entrevistados declaram-se a favor de que a Câmara autorize a abertura de processo contra Michel Temer por formação de organização criminosa e obstrução de justiça. E 54% avaliam que os fatos revelados pela Lava Jato são suficientes para justificar a prisão de Lula, condenado por Sergio Moro a nove anos e meio de cadeia.
Preocupados em salvar o próprio pescoço, os políticos demoram a perceber que o sistema que os fabricou morreu. O comportamento de risco e a tendência à autodesmoralização levaram o modelo ao suicídio. A morte poderia ser um enorme despertar. Mas a plateia exala pessimismo.
A despeito de a maioria desejar a prisão de Lula, 66% acham que o pajé do PT não será passado na tranca. Embora a corrupção desperte aversão crescente, apenas 44% dos brasileitos acham que a roubalheira diminuirá. Para a maioria (53%), o assalto ao bolso do contribuinte continuará do mesmo tamanho (44%) ou maior (9%) nos próximos anos.
A sensação de que a política precisa de uma faxina cresce na proporção direta da diminuição da disposição dos políticos de se auto-higienizar. O sistema guerreia pela preservação dos seus valores mais tradicionais: o suborno, o acobertamento, o compadrio, o patrimonialismo, o fisiologismo. O bom senso recomenda a interrupção imediata do teste de paciência. O ponto de ruptura pode estar próximo. O diabo é que culpados e cúmplices demoram a perceber que já encheram o bastante.
Fontes: https://josiasdesouza.blogosfera.uol.com.br
e https://www.oantagonista.com/
02/10/17 e
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